[Fonte: Canção Nova apud Fratres in Unum. Grifos no original do Fratres.]
Nesta situação, realmente, realiza-se de novo a Palavra do Senhor: “Tenho compaixão do povo, são como ovelhas sem pastor”. O Senhor havia dito isso quando viu milhares de pessoas que o seguiam no deserto, porque, em meio à diversidade das correntes daquele tempo, não sabiam mais qual era o real significado das Escrituras. O Senhor, movido de compaixão, interpretou a Palavra de Deus – Ele próprio é a Palavra de Deus – e deu a orientação. E essa é a função in persona Christi do sacerdote, aquela de tornar presente, em meio à confusão, à desorientação de nosso tempo, a luz da Palavra de Deus, a Luz que é o próprio Cristo neste nosso mundo. Então, o sacerdote não ensina as suas próprias ideias. O sacerdote não fala “de si”, não fala “para si”, para criar para si, talvez, admiradores ou um partido próprio. Não fala de coisas próprias. O sacerdote ensina em nome de Cristo presente, propõe a Verdade que é o próprio Cristo, a Sua Palavra, o Seu modo de viver, e de andar adiante.
De fato, em decorrência da efetividade do Sacramento da Ordem, o sacerdote no ato específico de seu munus age “in personna Christi”. E isso basta. Porém, a partir do instante em que, por formação deficiente e falta de fé, o sacerdotes pronuncia afirmações que não conferem com a Palavra de Deus, ele já não age “in personna Christi”, pois Cristo não pode ser “sim e não”; Cristo é somente “sim”.