[Publico outro artigo muito oportuno do Frei Ângelo Bernardo. Este, foi publicado originalmente no Salvem a Liturgia!. Fala sobre a instrumentalização da Santa Missa, com o conseqüente desvio de sua finalidade última: ao invés de servir para levar a Deus, termina por servir às paixões humanas. Triste.
Também eu escrevia sobre isso, há alguns anos – inclusive republiquei aqui no Deus lo Vult! em 2009: “Estou cansado de missinhas animadazinhas, estou cansado de padres que parecem muito mais organizadores de encontros sociais que Sacerdotes do Deus Altíssimo, estou cansado de ‘fiéis’ que vão à missa para ‘viver o amor de Cristo’ e não para participar do Sacrifício do Filho de Deus! Será que sou só eu? Será que somente eu sinto vontade de poder assistir duas missas iguais, independente de quem seja o celebrante? Será que sou só eu que tenho dificuldade em enxergar, na Igreja, o Cristo Vítima e Sacerdote por detrás dos cantos protestantes no momento da consagração?”. E fico feliz de saber que não sou somente eu. O frei Ângelo também me entende. E tenho a esperança de que, junto com ele, outras almas católicas – milhares de almas católicas! – possam compartilhar conosco este sentimento de perplexidade diante da situação da Igreja atual. E de súplicas ao Altíssimo para que Se levante, e defenda a Sua própria causa.]
Não à manipulação da Santa Missa!
Estou cansado de ter que procurar uma Santa Missa, com dignidade e sem modas, como uma agulha no palheiro. Parece até uma sina: onde chego, logo na porta principal da Igreja já está o cartaz com o convite para a “Missa de Cura e Libertação”, com Padre Fulano de Tal… ou pior ainda, quando olho para o outro lado do mural, está agendada a “Missa Sertaneja”; no grupo de oração da semana que vem, “Missa Carismática”… (ah, se Padre Pio ainda vivesse para ouvir o que fizeram com os ‘grupos de oração’…). Por outro lado, quando encontro algumas pessoas que costumam assistir a Santa Missa em sua forma extraordinária ou, vulgarmente chamada de “Tridentina”, chamam-na de “Missa de Sempre”. É que não tenho a pele branca para ver quão vermelho de irritação eu fico quando ouço certos “jargões”.
“Missa de Cura e Libertação”, “Missa Sertaneja”, “Missa Carismática”, “Missa de Sempre”… a que ponto chegamos! Manipular o único e eterno memorial do Sacrifício do Calvário… quanto desgosto sinto! Acredito que seja o mesmo que muitos, quando têm que aturar padres (e alguns até ‘muito bem preparados’, academicamente), falando abobrinhas sentimentais…
Foi-se o tempo em que o início da Santa Missa era feito pelo Padre e não pelos cantores; foi-se o tempo em que o ato penitencial levava a uma contrição autêntica; foi-se o tempo em que o glória era um louvor ao Pai e ao Cordeiro e não um “hino trinitário”; foi-se o tempo em que o salmo era responsorial e não de “meditação”; foi-se o tempo em que a homilia era o momento de catequese; foi-se o tempo em que o canto do Sanctus proclamava, já antecipadamente, a vinda escatológica Do que vem em nome do Senhor; foi-se o tempo em que, após a consagração, era o momento de olhar o Senhor e adorá-lo e não cantar ou bater palmas, e que apenas ‘quem falava eram os sinos’; foi-se o tempo em que a comunhão era de joelhos e na boca; foi-se o tempo em que se guardava silêncio, mesmo que breve, após a comunhão… enfim, foi-se o tempo de tantas coisas… e estas “tantas coisas” geraram Santos, verdadeiros homens de fé e uma fé madura, não infantilizada, à estatura de NSJC.
É certo que a Palavra de Deus é viva e eficaz e que nos toca ao coração. Mas não se trata de banalizar ou denigrir o seu valor. Ela é cortante e penetra o íntimo das nossas almas. A grande questão é o desvio de foco. Se hoje temos concepções de “Missas” como essas, é devido ao subjetivismo de tantos padres, ou seja, eles desviam o foco de NSJC e levam-no para si. Também é certo que o sacerdote age in persona Christi, mas ele deve se re-cordar (= trazer ao coração) sempre o exemplo do Senhor Jesus Cristo que, “embora sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens… Por isso, Deus o exaltou soberanamente…” (Fl 2,6-7.9).
Mas, o que realmente me deixa consternado é a manipulação da Santa Missa para os gostos pessoais e intimistas de cada padre… E nem adianta dizer que é o povo quem quer assim. Errado! Todo sacerdote (ou presbítero, como queiram chamar), recebeu uma formação específica da Santa Igreja Católica Apostólica e Romana. Ora, se assim o é, então, deve obedecer, como prometeram no dia da sua ordenação a tudo o que está escrito e não transgredir ou inventar ou, pior ainda, modificar, sem poder algum para tal coisa. O povo recebe o que o padre dá.
Penso que o dever primeiro de cada sacerdote é a salvação e cura das almas, a começar da sua própria. E rezo para que cada qual tenha consciência do que faz e que temam o juízo. De fato, constato que muitos já não têm mesmo medo da condenação eterna e se afugentam na historinha: ah, o céu ou inferno é aqui e agora… Que Deus lhos perdoe por tanta insanidade e falta de fé. Esta sim é a grande “crise” pela qual muitos deveriam passar. Mas apenas o fazem no sentido mais fraco do termo, que seja, modificação e não no sentido real da palavra, de ‘purificação’. Sim, é necessária uma grande purificação dos pensamentos, palavras, atos e até de omissões!
Acredito que muitos dos que lêem o que escrevo fazem apenas com o intuito de criticar ao final das leituras; mas se pararem para “pensar”, isto é, avaliar onde está o ‘peso’ real das coisas, hão de concordar que os erros não estão em quem lhos constatam; antes, estão nos que são os sujeitos das situações, no caso, dos Padres em relação às concepções da Santa Missa.
Concluindo esta breve conversa, dirijo-me aos “Ministros do Divino Altar”. Se tiverem consciência de que cada um é realmente “um outro Cristo nesta terra”, começarão a executar os seus ofícios com um gostinho de céu, como uma antecipação já aqui e agora do Reino que pregamos e anunciamos. Espero que ao ensinarem as ovelhas confiadas a cada um, quando falarem em “Missa de Cura e Libertação”, “Missa Sertaneja”, “Missa Carismática”, “Missa de Sempre”, façam com a consciência de que em cada denominação errônea dessas, ainda assim, não desviem o foco: NSJC!
O dever primeiro de cada sacerdote é a salvação e cura das almas, a começar da sua própria.
Se pelo menos isto fosse compreendido poderíamos descansar.
Este artigo é muito errado. Este frei esta fazendo uma comparação muito falso, e insultante, entre a missa de sempre, o qual é a missa que se desenvolveu durante mais de 1950 anos, e o Novus Ordo e seus abusos. O Novus Ordo é, numas palavras do Santo Padre Benedicto XVI, uma missa “fabricada” por um comissão, que tem muitos ambiguidades, e que tem causado muito confusão. É boa coisa, e muito correto, dizer que a missa como era em 1962, representa verdadeiramente nossa tradição litúrgica, e que é a “missa de sempre” que nunca morrera. Os abusos que menciona o frei Ângelo Bernardo virão com as mudanças na missa nos 60 e 70. Por que ele não pode ver isso?
ahh como devia ser bom o tempo em que Missa era apenas Missa, e católico era apenas católico, e não se escutava por aí: a Missa de Padre X é melhor que de padre Y.
Gostaria de fazer uma observação em relação a um ponto tocado no texto em foco, não no assunto central que é a missa.
Logo na 3ª linha do 1º parágrafo do texto, o Frei Ângelo menciona as “Missas de Cura e Libertação”, que são muito populares ou procuradas. Ora, isso mostra uma grande necessidade do povo de Deus (não quero usar esta expressão no sentido da TL). As pessoas estão necessitadas de cura e libertação. É necessário também que os sacerdotes dêem atenção a essa necessidade. Entretanto, infelizmente, muitos sacerdotes fazem isso dentro da Missa, o que não é correto. E está explicado por uma Instrução do Vaticano, cujo nome não me lembro agora.
Apropósito, o Pe. Clécio comentou sobre essa instrução. Está no OBLATVS, neste endereço:
http://oblatvs.blogspot.com/2008/09/missas-de-cura.html
A Instrução a que me refiro e esta:
INSTRUÇÃO
SOBRE AS ORAÇÕES PARA ALCANÇAR DE DEUS A CURA
http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20001123_istruzione_po.html
P.S.: Mais uma vez gostaria de chamar a atenção para a necessidade que o povo de Deus sente de receber orações e bênçãos dos Sacerdotes do Altíssimo.
É preciso retormar hoje o costume de pedir a benção dos sacerdotes e também o costume dos sacerdotes abençoarem!
Depois da observação que fiz, gostaria agora de fazer algumas perguntas, porque gostaria de entender algumas coisas.
Por que o GLÓRIA não é um canto “trinitário”?! Não se deve fazer menção à Santíssima Trindade, ou melhor, a cada uma das Três Pessoas da Santíssima Trindade, PAI, FILHO e ESPIRÍTO SANTO, no canto de GLÓRIA?!
O SALMO RESPONSORIAL também não pode ser meditado?! Ou melhor, também não deve ser meditar o salmo responsorial?
Mais uma vez gostaria de ressaltar que pergunto para saber e não para fazer polêmica.
Sobre a Comunhão de joelhos e na boca, gostaria de recomendar o preciocíssimo livro de Dom Athanasius Schneider
DOMINUS EST
http://www.raboni.com.br/detalhes.asp?p=310&lang=port
Vejam também a entrevista com Dom Schneider
http://noticias-lepanto.blogspot.com/2009/06/entrevista-com-dom-schneider-sobre.html
Quanto a expressão “Missa de Sempre”, realmente é duro de ouvir. Realmente calha a essa expressão a palavra jargão (isto é, “linguagem ininteligível” ou “sem sentido” conforme o dicionário). Qual é a ideológia ou erro teológico que está por trás do jargão “Missa de Sempre”?! Afinal toda Missa celebrada num rito legítimo não é missa válida?
Vejam o que o Catecismo da Igreja Católica diz:
1203. As tradições litúrgicas ou ritos, actualmente em uso na Igreja, são: o rito latino (principalmente o rito romano, mas também os ritos de certas igrejas locais, como o rito ambrosiano ou o de certas ordens religiosas) e os ritos bizantino, alexandrino ou copta, siríaco, arménio, maronita e caldeu. «Fiel à tradição, o sagrado Concílio declara que a santa Mãe Igreja considera iguais em direito e dignidade todos os ritos legitimamente reconhecidos e quer que no futuro se mantenham e sejam promovidos por todos os meios»
http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s1cap2_1135-1209_po.html
NAÕ TENHO NADA CONTRA A MISSA TRIDENTINA; MUITO PELO CONTRÁRIO, SOU MUITO A FAVOR DELA, MAS A MISSA TRIDENTINA NUNCA FOI MISSA DE SEMPRE PELA SIMPLES RAZÃO DE QUE A PRIMEIRA MISSA QUE FOI CELEBRADA FOI A SANTA CEIA. LÁ NOSSO SENHOR JESUS CRISTO NÃO CELEBROU NEM VERSUS DEUM NEM VERSUS POPULUM. ISSO É PARA QUE SE ENTENDA QUE OS RITOS PODEM MUDAR, O IMPORTANTE É QUE ELE SEJA VÁLIDO OU LEGÍTIMO!
Caro Alex,
Obrigado pelas inquietações.
Sempre comento com o Frei Cleiton Robson sobre temáticas como estas. Procurando responder às suas perguntas:
GLÓRIA.
Não é um “hino trinitário”. Estou sem meus documentos neste exato momento para lhe enviar onde exatamente diz, mas prometo fazê-lo posteriormente por e-mail. Por ora, digo que é um “hino de louvor ao Pai e ao Cordeiro”. Basta observar a letra do missal; E tudo isso, “no Espírito Santo”.
SALMO RESPONSORIAL.
É um cântico porque tem um refrão, daí, “responsorial”. Apesar de com ele, tanto em letra quanto em música, poder se “meditar”. Mas o termo correto é “Responsorial”; também não é correto afirmar que é “em resposta à 1ª leitura”, pois ela não foi uma “pergunta”.
MISSA DE SEMPRE.
É sabido por muitos que a Santa Missa tal qual temos hoje, em seus dois ritos – ordinário e extraordinário – ao longo dos séculos, passaram por mudanças. Por este mesmo motivo, não se pode afirmar que é “de sempre”, pois, para sê-lo, desde a 1ª, deveria estar tal qual ainda hoje.
Superficialmente é isso. Espero ter dado alguma luz. Para mais questões, pode enviá-las para mim, por e-mail.
Que o senhor te abençoe e te guarde!
Caríssimo Frei Ângelo
PAZ E BEM!
Muito obrigado pela atenciosa e cordial resposta! :)
Ajudou bastante!
Um cordial abraço, Alex.
P.S.: Qual é o e-mail do senhor, frei?! Onde eu o encontro?!
Eu sei que o assunto é a liturgia, mas creio que merece um post a parte.
Nessa semana, o Papa Bento XVI nomeou os Cardeais Raymundo Damasceno, membro do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e Odilo Pedro Scherer, para o recém criado Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.
Além disso, escolheu o arcebispo D.João Braz de Aviz, novo prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
As perguntas são: o Santo Padre está valorizando os bispos moderados e “em cima do muro” de nosso país?
o Santo Padre está valorizando o povo católico do Brasil com a escolha de alguns dos menos ruins entre os nossos pastores para cargos de destaque? o Santo Padre está chamando esses bispos para trabalhar mais de perto para sentir o que de fato o Vaticano quer que seja feito aqui no Brasil para eles transmitam aos nossos bispos a ao povo em geral?
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Caro Matthew, que o Senhor te dê a paz!
Se for grosso, me perdoe, mas você realmente precisa aprender sobre a história da Liturgia. E quando digo “Liturgia”, com “L” maiúsculo é a Santa Missa. O que você possivelmente pode conhecer lhe advém de manuais antigos excelentes. Mas não pode se restringir a isto. Mesmo a Santa Missa em sua forma extraordinária, sofreu mudanças para chegar a 1962. Portanto, é uma ignorância dizer que não. Como você acha que foram formuladas as orações, os lugares devidos para cada uma, etc?!
Ademais, você restringiu-se aos termos. Eu, em momento algum, falei desta forma de celebração como errada. Do que comentei, é óbvio que se aplica à forma ordinária. Agora, quanto ao termo “Missa de Sempre”, o próprio Santo Padre Bento XVI insiste em nos ensinar que É ERRADO! Pois, como dito, não é a mesma coisa desde o século I.
Por favor, observe bem antes de jogar pedras sem propriedade. Estude mais e todo o esforço que faz agora para rebater argumentos, servirão para fomentar ainda mais o zelo pelas coisas do Senhor. Que Ele te abençoe e te guarde!
Caro Alex, basta clicar sobre o meu nome e linkará direto, pelo outlook. Ou, se preferir, entre em contato com o Frei Cleiton Robson, pelo twitter e ele lhe fornecerá mais dados, de modo privado.
Muito pertinente o artigo! Publicarei no contosdoatrio.wordpress.com =)
Paz e bem!
Realmente, há um lamentável apropriação da missa para fins ideológicos, o que causa grandes problemas aos tradicionalistas. O que eles chamam de “missa de sempre” sofreu grandes alterações aos longos dos séculos, antes e depois de Pio V.
Assisti ontem às 19:00hs pela rede vida uma Missa maravilhosa e o coral cantava no ritmo das melodias de Santos Reis.
Foi uma Missa abençoada.
Essa coisa que uma Missa é correta outra não é o mesmo que se discutir o sexo dos Anjos.
Dona Sandra,
A senhora não tem jeito mesmo.
Vai ano, vem ano e… é sempre mais do mesmo.
Aqui no RGS. temos as missas crioulas, uma maravilha, o povo se sente paticipante junto com o celebrante pois se usa palavras e expresões gauchescas durante a celebração , uma prova de que DEUS esta em todas as culturas. Viva Cristo rei de todos os povos!
Afe.
Engraçado que o orgulho de missas “da minha cultura” só existe onde enfiam na cabeça a ideia de que a Santa Missa precisa atender a uma cultura.
Enquanto isso, na África não existe “missa afro”.
Se eu quero a missa do meu jeito, com minhas expressões e meus trejeitos, por que diabos eu estou numa Igreja “católica”, universal? Tem gente que quer a Igreja servindo a si, e não servir à Igreja. Que quer viver numa colcha de retalhos, não numa igreja voltada a todos os povos.
Aliás, querem prova de que Deus está em todas as culturas? Vá à Tailândia assitir a uma Santa Missa católica falada em tailandês e poder participar dela como se fosse a uma missa no seu bairro. Isso é que é ser universal, evangélico. Duvido que um tailandês católico conseguiria participar bem de uma “missa crioula”.
Léo
Viu sou fiel. Nada do que vocês façam ou digam pode abalar minha fé.
Louvada seja Nossa Senhora!
Para sempre seja Louvada!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja Louvado!
as igrejas catolicas ocidentais e orientais tem sua formaçao e seu ritos variados do costumes religiosos de formaçao cultural social e economica sendo cada religiao de simbolo etnicos de algumas naçoes como exemplo as eslvas e as gregas tendo grande parte deles segui o rito bizantino formado um grupo majoritario maior que os que seguir a igreja do rito latino naquele local que e uma pequena minuria que sofre persiguiçao religiosa.
Católicos modernistas que são á favor das missas modernas só tenho uma coisa a dizer: Jesus vomitará vocês, não são nem quentes nem frios,são mornos, Viva a missa de SEMPRE e fora a missa nova(que é de cunho protestante!)