Questiona-se Santo Tomás de Aquino, no Supplementum Tertiæ Partis da Summa, se o sexo feminino era um impedimento para a recepção do Sacramento da Ordem, e a resposta dada pelo Santo é peremptória: o sexo feminino é não só um impedimento para a licitude do Sacramento, como também para a sua validade. Entre as palavras do Doutor Angélico, merecem menção:
[I]n Extreme Unction it is necessary to have a sick man, in order to signify the need of healing. Accordingly, since it is not possible in the female sex to signify eminence of degree, for a woman is in the state of subjection, it follows that she cannot receive the sacrament of Order.
No [Sacramento da] Extrema Unção, é necessário haver um homem doente, para significar a necessidade de cura. Analogamente, como não é possível ao sexo feminino significar superioridade de grau, posto que o estado da mulher é o de sujeição, segue-se que ela não pode receber o Sacramento da Ordem (tradução livre minha).
Ou seja: no fundo, é uma questão de matéria e forma, não “internas” ao Sacramento (todo Sacramento tem matéria e forma), mas sim entre o Sacramento e “aquilo” sobre o qual o Sacramento age. Assim, o Sacramento do Batismo pode ser visto como “informante” de um ser humano não-batizado (de modo que pedras, cachorros, papagaios, cristãos (i.e., homens já batizados), etc, não podem ser [re]batizados), de tal maneira que, não havendo o ser humano não-batizado (a matéria “informada” pelo Sacramento) não há Sacramento do Batismo. O mesmo se aplica ao caso da Ordenação das Mulheres: não havendo varão batizado (a matéria que é informada pelo Sacramento da Ordem), não pode haver ordenação. Esta questão é tão séria que a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu um Decreto recente, punindo com excomunhão latae sententiae tanto quem tentasse ordenar uma mulher quanto a mulher que tentasse ser ordenada.
Todavia, a Igreja Anglicana decidiu ontem que iria ordenar “bispas”. A decisão, polêmica, é de se lamentar; porque, a despeito das ordenações anglicanas não serem válidas mesmo nem em homens, este passo afasta os filhos da religião da Inglaterra ainda mais da Verdade, e torna ainda mais penoso o caminho de volta, que todavia precisará ser feito.
Deus não permitiria o mal se, dele, não pudesse tirar um bem ainda maior – a frase é, se não me engano, de Santo Agostinho. Algo de bom pode sair disso tudo: alguns sacerdotes ameaçavam romper com a Igreja Anglicana, caso fosse aprovada a ordenação feminina. Há rumores de que alguns bispos anglicanos tenham se encontrado com representantes do Vaticano, ontem. Ou seja: o disparate, de tão grande, funciona como “tratamento de choque” para despertar os hereges do torpor e fazê-los ver que Deus não Se encontra no cisma iniciado por Henrique VIII.
Permita Deus que eles retornem à Igreja Católica, Única Esposa de Cristo, Única Arca da Salvação, fora da qual os homens perecem como no Dilúvio. Que o Espírito Santo ilumine-lhes a inteligência, a fim de que vejam, com aquela clareza sobrenatural que a conversão exige, o erro e o estado lastimável em que se encontram. E que voltem à Igreja – seguindo os passos do Cardeal Newmann -, posto que Ela, como Mãe Amorosa, tem sempre os braços abertos para os Seus filhos que retornam feridos.
São Domingos recebeu da Virgem o rosário como arma poderosa para a conversão dos hereges. Rezemos também nós o terço, em especial nestes dias, pedindo que os anglicanos, descontentes com os descalabros da Igreja da Inglaterra, possam se converter depressa à Igreja de Cristo.
Leia mais sobre a história da Inglaterra e verá que não houve cisma provocado por Henrique VIII e sim legítimo rompimento contra a tirania papal detentora de muitas propriedades naquele país. Os motivos, todo historiador honesto sabe, foram mais políticos que religiosos. A Igreja Romana da época estava mujito mais interessada no poder temporal do que nas pobres almas da Inglaterra. Parafraseando as palavras finais do seu artigo: que os católicos descontentes com os desvios e descalabros da Igreja Romana possam se converter urgentemente a Jesus Cristo.
Prezado Ismael,
Teu post já mostra o problema in radice, quando tu falas em “tirania papal”…
Ademais, trocar “cisma” por “legítimo rompimento” não muda o fato de que Henrique VIII rompeu com a Igreja, e não tinha autoridade para o fazer.
Responde-me duas coisas:
1) o Papa chamar de “legítimo” um casamento legítimo e dizer que não poderia dissolvê-lo é “tirania papal”?
2) a ordenação de mulheres é uma prática lícita na Igreja? Caso positivo, por que Henrique VIII não ordenou a concubina dele, nem tivemos notícia de tais coisas nem mesmo entre os cismáticos anglicanos até os dias atuais?
Abraços, em Cristo,
Jorge Ferraz
Meu caro Jorge
Já que ouve uma fuga do tema proposto em questão que seria a ordenação de mulheres, vale salientar que o papa de roma já havia permitido inumeros divorcios do proprio Rei Henrique VIII, o qual também recebeu do próprio papa de roma o titulo de “defensor da fé” lembras? e bem sabemos que o motivo da não aceitação do divorcio entre o Rei e sua esposa da época Catarina de Aragão foi por que Carlos V imperador espanhol nesta época da historia era parente de Catarina e ameaçou cortar todos os subsidios enviados a roma e declinar o apoio da nação espanhola em relação a igreja de Roma, lembras? portanto foi vergonhosa a postura tanto de Henrique VIII quanto a do vosso papa da época, e não foi a igreja Anglicana que invadiu a igreja de Roma más sim ao Contrario a partir da comitiva de Agostinho e os 300 monges que forama enviados a Galicia por outro dos vossos papas, más isso já é um outro assunto, Sou Anglicano e Creio que nossa Igreja assim como todas as outras (inclusive a vossa) que professam o nome do Senhor Jesus Como unico caminho, é santa e cumpridora dos designios do nosso Eterno Deus!! Shalon Adonai
fraternalmente em Cristo Jesus,
Edílson Augusto
O seu Edilson fugiu da questão primordial do texto:
– mulher pode ou não ser ordenada?
Meu caro Edilson,
Em primeiríssimo e mais importante lugar, a questão fundamental aqui é saber se as mulheres podem ser ordenadas ou não. E aí?
Em segundo lugar, não sei de onde o senhor tirou que o papa “já havia permitido inumeros divorcios do proprio Rei Henrique VIII”, já que o segundo casamento de Henrique VIII, com Ana Bolena, foi o que provocou o cisma, como está dito até mesmo nesta biografia da História Viva. E o motivo para a não-aceitação do divórcio era o fato óbvio de que o divórcio não existe dentro da Lei Divina, e nem os reis estão isentos disso.
Henrique VIII recebeu o título de Defensor Fidei antes do cisma, é óbvio; isso foi quando ele defendeu a Igreja de Cristo das sandices de Lutero. Se, depois, ele criou o seu próprio cisma, isto não tem nada a ver com a defesa que um dia fez da Fé Verdadeira.
A Igreja Santa, que rezamos no Credo-Niceno, é também a Igreja Una, e se esta última nota evidentemente não pode ser aplicada às igrejas oriundas da Reforma Protestante, então a primeira também não pode. Os cismas humanos são é cumpridores dos desígnios de Satanás e dos demais espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Mas a Igreja Católica, fundada por Cristo, permanece e permanecerá indefectível até a consumação dos séculos. Pax Christi!
Abraços,
Jorge
meu caro Jorge
de onde eu tirei essa historia? da propria historia, o problema de alguns de vocês da igreja de roma é justamente esse comportamento sectario de se acharem detentores da verdade e donos de Deus, o que é lamentavel. e outra coisa vc se baseia em documentos, catecismos e até mesmo dogmas da vossa igreja pra dizer que a vossa igreja é a unica igreja de cristo, eu me baseio nas escrituras que afirmam o sacerdocio universal de todos os crentes. ao invés de varrer a vossa sujeira pra baixo do tapete, vcs deveriam tentar resolve-las, já que são tantas, eu acredito na vossa igreja e os respeito muito, e o fato de que muitos de vocês fazem promessas que mais parecem rituais macabros muitas vezes, não me fazem pensar que a vossa igreja está cheia de demonios, eu sou anglicano por convicção meu irmão, mas antes de tudo sou cristão, servo do Unico Deus vivo que não habita em santuarios feitos por mãos de homens. quanto a ordenção feminina, você acha que Jesus impediria uma pessoa de ser um ministro do envagelho só por que ela é mulher, outra coisa o vosso comportamento é sim tão rasteiro e preconceituoso quanto o contexto judaico da época (em que Jesus foi crucificado e depois ressucitou, ALELUIA ). Portanto se o proprio Cristo quebrou paradigmas, aparecendo primeiramente a uma mulher (Maria Madalena) quem é que tem mais autoridade do que ele para jugar uma pessoa capaz de ser um anunciador do evangelho dentro de um ministério sgrado, e não venha usar o argumento de que todos os apostolos eram homens, sei que o sacerdote é um representante de Cristo, e vocês acham que uma mulher não podem ser uma representante de Cristo? isso é ridiculo, e a vossa igreja tem mudado viu? temos que ter cuidado pra não queimar a lingua no futuro, portanto ficai como vosso papa e suas enciclicas, que eu fico com Meu Deus e suas sagradas escrituras, que se renovam a cada manhã!!!
fraternalmente em Cristo
Edílson Augusto
Prezado Edilson,
Faça o favor, então, de falar sobre os “inúmeros divórcios” de Henrique VIII permitidos pelo Papa, mostrando como isso foi possível, se a primeira tentativa de divórcio do heresiarca resultou no cisma.
A Igreja Católica, depositária fiel da Revelação de Deus, baseia-Se no Deus que não pode enganar-Se e nem nos enganar para expôr a Sua Doutrina. É em Deus, portanto, que Ela se baseia para refutar tanto a sandice do igualitarismo entre todos (pois Deus escolheu elevar alguns homens ao exercício sagrado do sacerdócio ministerial) quanto a sandice da “ordenação” feminina (pois Nosso Senhor não ordenou mulher alguma). A tua discussão patética sobre “ser um anunciador do Evangelho” mostra bem o desespero, posto que ninguém está falando aqui em um genérico “anunciar o Evangelho”, e sim no sacerdócio ministerial.
No mais, fique com quem o senhor achar melhor ficar. Eu fico com a Igreja, para ter a certeza de estar com Cristo.
Abraços,
Jorge Ferraz
A Igreja roana não é detentora da verdade, pois, Dom Isnard, Beneditino e arcebispo é favorável à ordenação de mulheres, segundo ele, disse que já viu muitos padres incapacitados de serem bons párocos e mulheres altamente ativas em pastorais complexas. Fiquei perplexo com o que pensa este prelado.
romana
Sr. Faisal,
O que D. Isnard diz ou deixa de dizer, caso contrarie o que ensina a Igreja, não tem absolutamente valor nenhum.
Abraços,
Jorge
“O estado da mulher é de sujeição”, não encontrei fase machista e misógina assim nem em sites que claramente fazem apologia de violência contra a mulher e superioridade masculina. Sites católicos não deviam propagar esse tipo de pensamento soberbo, pois muitas mulheres cristãs sofrem violência física e psicológica de homens que vivem dentro das Igrejas, justamente por causa de uma mentalidade tacanha e preconceituosa como essa. Nossa Senhora nos defenda, somos seres humanos, alôou…..
A mulher é um ser humano, imagem e semelhança de Deus, e o Todo Poderoso não faz acepção de pessoas pelo sexo.