Aproveitando que o Papa Bento XVI declarou recentemente São João de Ávila como doutor da Igreja, reproduzo aqui este belo soneto espanhol do século XVI. Embora a sua autoria ainda conste como “anónima”, não poucos têm por certo que ele brotou justamente da pena do grande místico espanhol que o Sumo Pontífice elevou recentemente ao rol dos Doutores da Igreja de Cristo (a este respeito, veja-se também este artigo publicado no final de semana passado em um jornal de Córdoba). Em todo o caso, o poema é uma pérola da mística católica, cujos versos mereceram ser conhecidos e repetidos séculos afora. São belos! Que sejam a nossa oração, e que nos ajudem a elevar a nossa alma a Deus.
Soneto a Cristo crucificado
No me mueve, mi Dios, para quererte
el cielo que me tienes prometido;
ni me mueve el infierno tan temido
para dejar por eso de ofenderte.
Tú me mueves, señor; muéveme el verte
clavado en una cruz y escarnecido;
muéveme ver tu cuerpo tan herido;
muévenme tus afrentas y tu muerte.
Muéveme, en fin, tu amor, y en tal manera
que aunque no hubiera cielo, yo te amara,
y aunque no hubiera infierno, te temiera.
No me tienes que dar porque te quiera,
pues aunque cuanto espero no esperara,
lo mismo que te quiero te quisiera.
Eu conheço esse poema tbém, só q a autoria seria de Sta. Teresa D’Ávila. Agora fiquei na dúvida… De qquer forma, seja quem for o autor, ele é maravilhoso…