Eu vim trazer a Espada

Estou a ler (é uma edição portuguesa) o testemunho da conversão do Scott Hahn e de sua esposa do protestantismo ao catolicismo; o título em português (de Portugal) é “Todos os caminhos vão dar a Roma”, uma tradução sem dúvidas genial do genial título original do livro, que é “Rome, sweet home”. Já tive a oportunidade de dizer aqui recentemente que toda história de conversão é espetacular (aliás, o muçulmano que se converteu ao catolicismo e foi batizado na Vigília Pascal por SS Bento XVI está narrando a sua conversão em ZENIT, e vale a pena a leitura), mas existe um aspecto particularmente doloroso na conversão do Scott Hahn que eu gostaria de mencionar aqui. Trata-se da divisão.

Protestante anti-católico “de carteirinha”, casado com uma protestante, o Scott foi, pouco a pouco, ao ler as Escrituras Sagradas, descobrindo como a Bíblia era, na verdade… católica. E ao ver como a Fé Católica era a única que fazia sentido, e como era deficiente a doutrina protestante, ele não teve outra opção – não sem profundos dramas de consciência, que a narrativa autobiográfica deixa transparecer muito bem – a não ser tornar-se católico. Ao fazê-lo, o seu mundo desabou. Transcrevo duas passagens significativas sobre o tema, uma de sua lavra, outra da de sua esposa (está no Capítulo 6):

Scott: A Vigília Pascal de 1986 foi um momento de verdadeira alegria sobrenatural, unido a uma grande tristeza natural. Recebi o grande slam sacramental: o Baptismo condicional, a Penitência, a Confirmação e a Primeira Comunhão. Regressei ao banco e sentei-me ao lado da minha amargurada esposa [então protestante], que amava com todo o coração. Pus-lhe o braço à volta, e começámos a rezar.

[…]

Kimberly: Diante dos meus próprios olhos, o Scott estava a comprometer-se com uma Igreja que nos separaria de momento, e talvez para sempre. Nunca mais poderíamos receber a comunhão lado a lado, a não ser que um dos dois mudasse de maneira de pensar (e não era difícil imaginar quem teria de ser!). Este grande signo de unidade cristã transformou-se no nosso símbolo de desunião. E a alegria das pessoas era como um punhal no meu coração, porque o que os alegrava era para mim causa de uma dor indescritível.

Ao ler essas emocionantes páginas, não pude deixar de lembrar-me daquela passagem das Escrituras Sagradas: Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. (Mt 10, 34-36). Particularmente eloqüente é a narrativa da Kimberly, quase uma paráfrase – quiçá involuntária – do texto bíblico: “[e]ste grande signo de unidade cristã transformou-se no nosso símbolo de desunião”.

A verdade dura e crua, incontestável, é que não há comunhão possível entre luz e trevas (cf. 2Cor 6, 14), e não poderão caminhar juntos dois homens se não tiverem chegado previamente a um acordo (cf. Am 3, 3). A verdade é que Cristo veio à terra – palavras d’Ele! – para trazer também a divisão. A união, entre os que crêem, e a irreconciliável separação entre os que crêem e os que não crêem. Isto significa que, se nós quisermos levar a sério a Fé que temos – como, graças a Deus, a família Hahn levava -, não poderemos fazer acordos promíscuos nem fingir que estamos vivendo na mais plena comunhão quando há a radical separação da Fé. Quando ergue-Se, intransponível, a Cruz de Cristo.

Ao mesmo tempo, que belíssimo testemunho de amor a Deus sobre todas as coisas que nos deu o casal Hahn! O marido, em consciência, preferiu separar-se espiritualmente de sua esposa para abraçar a Esposa de Cristo; a esposa preferiu permanecer ao lado do marido, mesmo sentindo-se atraiçoada. Ambos suportando a mais amarga solidão que poderiam sonhar experimentar. Ambos rezando um pelo outro, encontrando em Deus as forças necessárias para atravessar o momento de extrema provação. Eles não fizeram “acordos práticos”; nem o Scott achou que não valia a pena sacrificar tudo o que tinha – e ele sacrificou muito! – para se tornar católico, nem a esposa dele achou que valia a pena “tornar-se católica” só para acompanhar o marido. Deram ambos, com suas vidas, um testemunho vivo da Divisão que Cristo afirmou ter vindo trazer à terra; deram ambos testemunho forte da importância de se amar a Deus sobre todas as coisas.

Abraçar a Fé é sacrificar inúmeras outras coisas, não há dúvidas disso; mas a Divisão que a palavra de Cristo traz é superabundantemente sobrepujada pela União na Grande Família de Deus, na Igreja Católica e Apostólica, à qual todos são chamados. Vale a pena tornar-se católico, mesmo que custe caro; vale a pena sacrificar tudo o que se tem por amor a Deus. Também são palavras de Nosso Senhor no Evangelho: Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna (Mc 10, 29-30). É, portanto, necessário às vezes deixar algumas coisas (e até mesmo algumas pessoas); é necessário que Cristo traga a espada, a divisão. Mas no final vale a pena. Scott e Kimberly Hahn conseguiram, no final, a grande graça de se tornarem uma família verdadeiramente católica; com a graça de Deus, conseguirão “no século vindouro a Vida Eterna”, pois este é o prêmio reservado por Deus àqueles que sabem amá-Lo apesar de todas as coisas, a despeito dos sacrifícios que sejam necessários. Sigamos pois sempre a Cristo, apesar dos sacrifícios, ainda que seja doloroso; pois é promessa d’Aquele que sempre cumpre as Suas promessas termos – já nesta vida! – “cem vezes mais” do que abandonamos e, um dia, a Glória de estarmos com Ele nos Céus.

UNE expulsa da UFSC

Ih, fora! Ih, fora! Ih, fora!

Às vezes a gente vê certas coisas que nos fazem manter a esperança na juventude. Fiquei sabendo graças a um comentário feito aqui no Deus lo Vult! que a caravana abortista da UNE – patrocinada pelo Ministério da Saúde – foi expulsa da Universidade Federal de Santa Catarina. A íntegra do episódio (em qualidade de celular) está disponível no youtube.

Não tinha ouvido falar nada sobre o assunto, que ocorreu no dia quatro de setembro deste ano. Encontrei a informação num BLOG, no qual está transcrita uma nota do sr. Sérgio Colle, professor da UFSC:

Uma caravana de estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) adentrou o campus da UFSC, embarcada num novíssimo ônibus do Ministério da Saúde (do ministro Temporão, aquele do plebiscito do aborto). Invadiram o prédio do Centro Tecnológico para interromper as aulas e fazer baderna. Foram expulsos pelos estudantes e professores, não sem violência física. Travestidos de palhaços e outras fantasias alegóricas estranhas à universidade e portando a bandeira nacional, migraram para outras dependências do campus, continuando a baderna. O absurdo é que enquanto o Ministério da Saúde provê um luxuoso meio de transporte a esses estudantes profissionais, subsidiados com verbas públicas de R$ 700 mil por ano, não há transporte para os segurados do SUS, não apenas para transportá-los aos hospitais, mas até para dar assistência aos familiares, na amarga situação de resgatar os cadáveres dos que morrem às portas dos hospitais.

Aparentemente, o episódio não encontrou nenhuma repercussão na mídia oficial, limitando-se a ser divulgado por blogs na grande rede de computadores. Mas aconteceu; e fica o exemplo. Os baderneiros foram expulsos pelos estudantes, que não aceitaram ter o Centro Tecnológico transformado em picadeiro. Vergonhoso o Governo Federal disponibilizar gordas verbas para que os militantes comunistas transvestidos de estudantes atrapalhem as aulas, fazendo apologia ao crime do aborto e pregando futilidades estranhas ao ambiente universitário. No entanto, houve um dia em que estudantes e professores se levantaram contra esta degeneração do papel estudantil. Nem tudo está perdido.

O Natal e a Paixão

Iniciamos o advento, preparando-nos para comemorar o Natal de Nosso Senhor. A cor litúrgica desta época do ano – o roxo – lembra-nos um outro tempo litúrgico que iremos vivenciar mais à frente: a Quaresma. À primeira vista, contudo, parece não haver similaridade entre o Advento e a Quaresma: no primeiro, estamos à espera do Nascimento do Salvador e, no segundo, da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. O que o Nascimento de Cristo tem a ver com a Sua Morte e Ressurreição?

A mim, afigura-se como se a Igreja quisesse envolver-nos todos no Mistério da Encarnação em Sua totalidade, remetendo, no Natal do Salvador, à Sua Dolorosa Paixão; a penitência que fazemos ao longo destas quatro semanas incompletas deixa entrever isso, unindo os dois tempos litúrgicos que estão logicamente unidos (afinal, Jesus não morreria na Cruz se não tivesse um dia nascido, e Ele nasceu para nos resgatar com o Seu preciosíssimo Sangue – o que só se consumou no alto do Calvário). Ademais – não nos esqueçamos -, foi diante de Jesus Menino que Simeão disse à Virgem Santíssima que uma espada iria transpassar-Lhe a alma (cf. Lc 2, 35), de novo aludindo, no meio dos festejos natalinos, às dores da Semana Santa.

É-nos bastante comum pensarmos na Cruz como a consumação do Sacrifício de Cristo, que perdoou os nossos pecados – e é correto pensarmos assim. No entanto, muitas vezes nos esquecemos que este Sacrifício começou trinta e três anos atrás: começou com um recém-nascido envolto em faixas e colocado em uma manjedoura. Quando o Verbo Se fez carne. Quando a Divindade assumiu a nossa humanidade. É sem dúvidas humilhante e indigno da Majestade Divina que um Deus Eterno assuma um corpo material; mas, ao contrário, que grande honra é para a Humanidade poder contar, entre os seus membros, com um Deus! Sim, é já no Nascimento do Salvador que a Humanidade começa a ser elevada; se ela ainda não se poderia considerar redimida, estava já sem dúvidas muitíssimo bem representada.

O Divino Sangue que pagou pelos nossos pecados foi aquele vertido na Cruz do Calvário; mas o Salvador por outras vezes verteu o Seu Sangue Precioso, o que já seria suficiente para satisfazer a Justiça Divina ofendida pelo pecado. Em particular, no Horto das Oliveiras, quando Jesus suou sangue; comentando sobre esta passagem, diz-nos São Padre Pio:

É o sangue do seu Filho Bem-Amado que caiu sobre a Terra para a purificar. É o Sangue do seu Filho que ascende ao Seu trono para reconciliar a Justiça ultrajada. A alegria é na verdade muito mais veemente do que a dor.

Jesus chegou então ao fim do caminho doloroso?

Não. Ele não quer limitar a torrente do seu amor! É preciso que o homem saiba quanto ama o Homem-Deus. É preciso que o homem saiba até que abismos de abjeção pode levar amor tão completo. Embora a Justiça do Pai esteja satisfeita com o suor do Sangue preciosíssimo, o homem carece de provas palpáveis deste amor.

O homem precisa de provas do Amor de Deus! Mil e uma maneiras poderia encontrar Nosso Senhor para reconciliar o homem com Deus; não só o sangue do Getsêmani, como também, muitos anos antes, o sangue que o Menino Jesus derramou na Sua circuncisão. Mas Ele quis amar até o fim, até a Cruz.

Olhemos para o Nascimento do Deus Menino, com os olhos fitos na Cruz do Calvário: olhemos para o Sacrifício em favor de nós, iniciado quando o Verbo resolveu fazer-Se carne. Olhemos para a Paixão iniciada três décadas antes de se consumar no alto do Gólgota. Olhemos para o amor deste Deus que é capaz de fazer tantas coisas por amor a nós. E, verdadeiramente contritos, esperemos com alegria o nascimento do Deus Menino, vivendo bem este tempo de preparação, a fim de que possamos um dia encontrar Aquele que nasceu, viveu e morreu por amor de nós. Que a Virgem Maria, Mãe do Verbo Encarnado, conceda-nos a graça de um santo advento.

Ainda o PT e os pró-vida

Ainda sobre os deputados petistas pró-vida: recebemos recentemente um comunicado da “Situação da Defesa da Vida” (que pode ser encontrado na íntegra aqui) afirmando que o “Partido dos Trabalhadores expulsará deputados contrários ao aborto”. De minha parte, não é segredo para ninguém que eu estou torcendo há muito tempo para que o Bassuma e os demais pró-vida sejam expulsos do PT o quanto antes. O motivo é óbvio: não me parece nada interessante que o movimento pró-vida fique “atrelado” ao monstro vermelho pró-morte. Sempre me pareceu uma tremenda incoerência que os deputados imbuídos de valores éticos fossem filiados ao partido que é virtualmente o Anti-Ético por antonomásia; tremenda ingenuidade achar que alguns poucos deputados de valor pudessem lutar contra o Monstro Petista sem serem devorados por ele.

Não acredito, contudo, que o PT expulse os deputados pró-vida. Deveria expulsá-los, para ser coerente; no entanto, o PT não precisa ser coerente, podendo se dar ao luxo de ser hipócrita. Não é do interesse do monstro vermelho se indispôr com o movimento pró-vida, ao qual é simpática a esmagadora maioria da população brasileira. Não é estrategicamente inteligente botar as garras de fora e se assumir como abortista à luz do dia. Prefere o Partido “comer pelas beiradas”, militando com empenho para a legalização do aborto, mas o fazendo sem alarde (como no caso recém-noticiado do desvio de verbas públicas do Ministério da Saúde para que a UNE faça virulenta campanha pró-aborto) e atraindo os incautos para as suas garras de maneira a impossibilitar-lhes a ação frutuosa.

Veja-se, por exemplo, este panfleto que recebi pela internet. Com um cinismo monumental, afirmam os petistas:

As cidades de Sodoma e Gomorra seriam poupadas caso os anjos do Senhor encontrassem ali ao menos alguns poucos justos em meio a milhares de infiéis injustos. Atitude inversa a este ensinamento bíblico foi feito para com o PT. Setores da Igreja Católica estão pedindo para negar o voto ao candidato que for cristão e petista, generalizando: “O PT é Abortista” ou “Quem é do PT é a favor do Aborto”. Na contramão dos ensinamentos cristãos, queimam a todos: os que são a favor da vida junto com e os que defendem o aborto. Agora, não importa a pessoa do candidato – suas atitudes e práticas éticas e moral cristãs – o que importa é queimar o PT, sem perdão e excluindo a todos!

Ora, já foi explicado e mais do que explicado diversas vezes que o problema não é que “todos os petistas são a favor do aborto” – isto é uma óbvia inverdade e uma generalização bastante improvável. O problema é que o PT é a favor do aborto, e isto é um fato expressamente reconhecido pelos dirigentes do Partido, que consta em documentos oficiais do PT. Portanto, não está em questão o caráter moral de fulano ou sicrano que seja pró-vida apesar de petista; a questão é que, institucionalmente, o PT é abortista (fato inconteste) e, dado que o mandato pertence ao partido e não ao candidato, o partido (que é maior e mais forte) vai fazer de tudo para que o mandato reflita as suas posições, e não as do candidato (não excluindo nem mesmo a sua expulsão com possível perda de mandato). Isso, além de ser óbvio na teoria, é amplamente observável na prática (remeto, mais uma vez, à leitura do perspicaz artigo do pe. Lodi sobre o tema).

E ainda termina o citado panfleto com a seguinte “pérola”:

Na religião que escolhemos também é assim: mesmo quando ocorrem problemas sérios na nossa igreja, devemos perdoar e tentar ao máximo corrigir os erros, não é isso? Somos cristãos, petistas e defensores da vida, isso é possível. O PT só não é melhor porque falta você.

Não, não é isso. A comparação é blasfema e cínica à exaustão, porque a Igreja (ou, no tocante à defesa da vida, qualquer religião minimamente séria) é o extremo oposto do PT: enquanto n’Ela nós temos a instituição defendendo o que é correto e alguns membros desobedientes, no PT nós temos o assassinato defendido institucionalmente, e alguns membros descontentes tentando mudá-lo. Não há comparação possível. Inverto a última frase do panfleto: você, pró-vida, só não é melhor porque está no PT. Bom seria que o partido expulsasse logo o Bassuma e companhia; assim, as energias daqueles que não concordam com o assassinato de inocentes poderia ser melhor aproveitada, e talvez pudéssemos organizar uma verdadeira oposição ao processo de implantação do aborto – já em curso avançado – vigente no Brasil.

Ministério da Saúde financia ABORTO na UNE!

Incrível: o Ministério da Saúde está promovendo o aborto com recursos públicos por meio da União Nacional dos Estudantes! Segundo notícia da Folha de São Paulo, o “Ministério da Saúde deslocou R$ 2,8 milhões, previstos no Orçamento deste ano para apoio à educação permanente de trabalhadores do SUS (Sistema Único da Saúde), para financiar a “Caravana Estudantil da Saúde”, organizada pela UNE (União Nacional dos Estudantes)”.

Quase três milhões de reais! Cabe perguntar – o que a UNE tem a ver com o Ministério da Saúde? Infelizmente, a única resposta que se apresenta é: a tal “Caravana Estudantil da Saúde” é um veículo de apologia descarada ao aborto. Está no site da UNE que esta Caravana é “uma iniciativa que pretende levar para as universidades debates sobre o aborto e demais temas relacionados à formação da juventude como drogas e alcoolismo”. E, para que não fiquem mais dúvidas sobre em quê está sendo aplicado o dinheiro público, o roteiro da Caravana do Ataúde é o seguinte (destaques meus):

RIO DE JANEIRO
14 – Quinta-feira – Estácio de Sá
Manhã – Drogas – Legalizar ou não?
Noite – Saúde, educação e cultura.

ESPÍRITO SANTO
18 – Segunda-feira – UFES
Manhã – Legalização do aborto: aspectos legais, morais, políticos sob a ótica da saúde pública.
Noite – Saúde, educação e cultura.

MINAS GERAIS

20 – Quarta-feira – UFMG
Manhã – Drogas – Legalizar ou não?
Noite – Saúde, educação e cultura.

22 – Sexta-feira – PUC
Manhã – Lei seca, avanço ou retrocesso?
Noite – Saúde, educação e cultura.

SÃO PAULO
26 – Terça-feira – USP
Manhã – Saúde e tolerância: homofobia, lesbofobia, sexismo, racismo.
Noite – Saúde, educação e cultura.

28 – Quinta-feira – UNINOVE
Manhã – UNINOVE – Lei seca, avanço ou retrocesso?
Noite – UNIP – Saúde, educação e cultura.

SETEMBRO

PARANÁ
01 – Segunda-feira – PUC
Manhã – Drogas – Legalizar ou não?
Noite – Saúde, educação e cultura

SANTA CATARINA
03 – Quarta-feira – UFSC
Manhã – Direitos sexuais e reprodutivos e a violência de gênero
Noite – Saúde, educação e cultura.

RIO GRANDE DO SUL
05 – Sexta-feira – UNISINOS
Manhã – Lei seca, avanço ou retrocesso?
Noite – Saúde, educação e cultura.

MATO GROSSO DO SUL
09 – Terça-feira – UFMS
Manhã – Saúde e sexualidade
Noite – Saúde, educação e cultura.

MATO GROSSO
11 – Quinta-feira – UFMT
Manhã – Legalização do aborto: aspectos legais, morais, políticos sob a ótica da saúde pública.
Noite – Saúde, educação e cultura.

RONDÔNIA
16 – Terça-feira – UNIR
Manhã – Saúde e sexualidade
Noite – Saúde, educação e cultura.

ACRE
19 – Sexta-feira – UFAC
Manhã – Legalização do aborto: aspectos legais, morais, políticos sob a ótica da saúde pública.
Noite – Saúde, educação e cultura.

AMAZONAS

23 – Terça-feira – UEA
Manhã – Saúde e tolerância: homofobia, lesbofobia, sexismo, racismo.
Noite – Saúde, educação e cultura.

RORAIMA

26 – Sexta-feira -UFRR
Manhã – Drogas – Legalizar ou não?
Noite – Saúde, educação e cultura.

AMAPÁ
30 – Terça-feira – UNIFAP
Manhã – Saúde e Sexualidade.
Noite – Saúde, educação e cultura.

OUTUBRO

PARÁ
03- Sexta-feira – UNAMA
Manhã – Legalização do aborto: aspectos legais, morais, políticos sob a ótica da saúde pública.
Noite – Saúde, educação e cultura.

MARANHÃO
08 – Terça-feira – UFMA
Manhã – Drogas – Legalizar ou não?
Noite – Saúde, educação e cultura

PIAUÍ
10 – Sexta-feira – UFPI
Manhã – Legalização do aborto: aspectos legais, morais, políticos sob a ótica da saúde pública
Noite – Saúde, educação e cultura.

CEARÁ
14 – Terça-feira – UFC
Manhã – Violência de gênero e exploração sexual.
Noite – Saúde, educação e cultura.

RIO GRANDE DO NORTE
17/10 – Sexta-feira – UFRN
Manhã – Saúde e sexualidade.
Noite – Saúde, educação e cultura.

PARAÍBA
21 – Terça-feira – UFPB – João Pessoa
Manhã – Lei seca, avanço ou retrocesso?
Noite – Saúde, educação e cultura.

24 – Sexta-feira – UEPB – Campina Grande
Manhã – Drogas – Legalizar ou não?
Noite – Saúde, educação e cultura

PERNAMBUCO
28 – Terça-feira – UNICAP
Manhã – Legalização do aborto: aspectos legais, morais, políticos sob a ótica da saúde pública.
Noite – Saúde, educação e cultura.

30- Quinta-feira – UFPE
Manhã – Saúde e tolerância: homofobia, lesbofobia, sexismo, racismo.
Noite – Saúde, educação e cultura.

NOVEMBRO

ALAGOAS
03 – Segunda-feira – UFAL
Manhã – Drogas – Legalizar ou não?
Noite – Saúde, educação e cultura.

SERGIPE

05 – Quarta-feira – UFS
Manhã – Legalização do aborto: aspectos legais, morais, políticos sob a ótica da saúde pública.
Noite – Saúde, educação e cultura.

BAHIA
07 – Sexta-feira – UFBA
Manhã – Saúde e tolerância: homofobia, lesbofobia, sexismo, racismo.
Noite – Saúde, educação e cultura.

11 – Terça-feira – UCSAL
Manhã – Drogas – Legalizar ou não?
Noite – Saúde, educação e cultura.

TOCANTINS
14 – Sexta-feira – UFT
Manhã – Lei seca, avanço ou retrocesso?
Noite – Saúde, educação e cultura.

GOIÁS
18 – Terça-feira – Católica de Goiás
Manhã – Saúde e Sexualidade.
Noite – Saúde, educação e cultura.

20/11 – Terça-feira – UFG
Manhã – Legalização do aborto: aspectos legais, morais, políticos sob a ótica da saúde pública.
Noite – Saúde, educação e cultura.

DISTRITO FEDERAL

27/11 – Quinta-feira – UnB – Encerramento
Saúde, educação e cultura

Ver o Ministério da Saúde financiando uma programação escandalosa dessas (e olhe que eu não destaquei as questões sobre a legalização das drogas e sobre a saúde e sexualidade, porque senão o cronograma ia ficar todo vermelho) é deprimente. Quem vê tem a impressão de que o SUS está esbanjando dinheiro, uma vez que pode direcionar parte do seu orçamento para fazer cirurgias de mutilação, parte para financiar um “passeio” Brasil afora de uma caravana com o objetivo de defender o aborto nas universidades.

Às armas, soldados de Cristo!

crisma-01-01Já há alguns anos – desde que eu me crismei, em 2002, e tomei consciência da importância capital de servir a Cristo com tudo o que eu tinha e tudo o que eu era – eu trabalho, lá na paróquia, na Pastoral da Crisma, esforçando-me para trazer mais e mais jovens para junto do Crucificado. Temos uma crisma por ano, e uma preparação que dura quase o ano inteiro.crisma-01-02

crisma-03Dos jovens que se inscrevem no início do ano, grande parte deles “fica pelo caminho”. Dos que chegam ao final do ano, uma outra parte é convidada a refazer a preparação no ano seguinte, por não estarem ainda – no nosso entender – preparados para assumir o compromisso da maturidade na Fé. No entanto, dos que efetivamente se crismam – ontem foi a celebração do Sacramento, cujas fotos estão aí -, são tantos os que desaparecem e nós não vemos nunca mais! O que falta aos jovens para que se apaixonem por Cristo Jesus? O que falta a nós, míseros catequistas, para que ajudemos a despertar nos corações dos crismandos sentimentos de verdadeira caridade?

crisma-04crisma-05Sempre que penso nisso, lembro-me do Sermão da Sexagésima que, mutatis mutandis, aplica-se bem à tarefa do catequista. “Sabeis, cristãos, porque não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, porque não faz fruto a palavra de Deus? — Por culpa nossa”. E, depois de percorrer todas as circunstâncias que identifica no pregador – “a pessoa que é, a ciência que tem, a matéria que trata, o estilo que segue, a voz com que fala” -, chega o pe. Vieira à conclusão de que nenhuma destas razões, nem todas elas juntas, podem ser a causa principal do pouco fruto que faz a palavra de Deus. Para o ilustre sacerdote, o principal problema é que não se prega[va], então, a palavra de Deus. É um pouco longo, mas merece transcrição:

O selo na fronte - difundi no mundo o bom odor de Cristo!
O selo na fronte - difundi no mundo o bom odor de Cristo!

Mas dir-me-eis: Padre, os pregadores de hoje não pregam do Evangelho, não pregam das Sagradas Escrituras? Pois como não pregam a palavra de Deus? Esse é o mal. Pregam palavras de Deus, mas não pregam a palavra de Deus: Qui habet sermonem meum, loquatur sermonem meum vere, disse Deus por Jeremias. As palavras de Deus, pregadas no sentido em que Deus as disse, são palavras de Deus; mas pregadas no sentido que nós queremos, não são palavras de Deus, antes podem ser palavras do Demónio. Tentou o Demónio a Cristo a que fizesse das pedras pão. Respondeu-lhe o Senhor: Non in solo pane vivit homo, sed in omni verbo, quod procedit de ore dei. Esta sentença era tirada do capítulo VIII do Deuteronómio. Vendo o Demónio que o Senhor se defendia da tentação com a Escritura, leva-o ao Templo, e alegando o lugar do salmo XC, diz-lhe desta maneira: Mille te deorsum; scriptum est enim, quia Angelis suis Deus mandavit de te, ut custodiant te in omnibus viis tuis: «Deita-te daí abaixo, porque prometido está nas Sagradas Escrituras que os anjos te tomarão nos braços, para que te não faças mal.» De sorte que Cristo defendeu-se do Diabo com a Escritura, e o Diabo tentou a Cristo com a Escritura. Todas as Escrituras são palavra de Deus: pois se Cristo toma a Escritura para se defender do Diabo, como toma o Diabo a Escritura para tentar a Cristo? A razão é porque Cristo tomava as palavras da Escritura em seu verdadeiro sentido, e o Diabo tomava as palavras da Escritura em sentido alheio e torcido; e as mesmas palavras, que tomadas em verdadeiro sentido são palavras de Deus, tomadas em sentido alheio, são armas do Diabo. As mesmas palavras que, tomadas no sentido em que Deus as disse, são defesa, tomadas no sentido em que Deus as não disse, são tentação. Eis aqui a tentação com que então quis o Diabo derrubar a Cristo, e com que hoje lhe faz a mesma guerra do pináculo do templo. O pináculo do templo é o púlpito, porque é o lugar mais alto dele. O Diabo tentou a Cristo no deserto, tentou-o no monte, tentou-o no templo: no deserto, tentou-o com a gula; no monte, tentou-o com a ambição; no templo, tentou-o com as Escrituras mal interpretadas, e essa é a tentação de que mais padece hoje a Igreja, e que em muitas partes tem derrubado dela, senão a Cristo, a sua fé.

A tapa na face - maturidade cristã!
A tapa na face - maturidade cristã!

Dizei-me, pregadores (aqueles com quem eu falo indignos verdadeiramente de tão sagrado nome), dizei-me: esses assuntos inúteis que tantas vezes levantais, essas empresas ao vosso parecer agudas que prosseguis, achaste-las alguma vez nos Profetas do Testamento Velho, ou nos Apóstolos e Evangelistas do Testamento Novo, ou no autor de ambos os Testamentos, Cristo? É certo que não, porque desde a primeira palavra do Génesis até à última do Apocalipse, não há tal coisa em todas as Escrituras. Pois se nas Escrituras não há o que dizeis e o que pregais, como cuidais que pregais a palavra de Deus? Mais: nesses lugares, nesses textos que alegais para prova do que dizeis, é esse o sentido em que Deus os disse? É esse o sentido em que os entendem os padres da Igreja? É esse o sentido da mesma gramática das palavras? Não, por certo; porque muitas vezes as tomais pelo que toam e não pelo que significam, e talvez nem pelo que toam. Pois se não é esse o sentido das palavras de Deus, segue-se que não são palavras de Deus. E se não são palavras de Deus, que nos queixamos que não façam fruto as pregações? Basta que havemos de trazer as palavras de Deus a que digam o que nós queremos, e não havemos de querer dizer o que elas dizem?! E então ver cabecear o auditório a estas coisas, quando devíamos de dar com a cabeça pelas paredes de as ouvir! Verdadeiramente não sei de que mais me espante, se dos nossos conceitos, se dos vossos aplausos? Oh, que bem levantou o pregador! Assim é; mas que levantou? Um falso testemunho ao texto, outro falso testemunho ao santo, outro ao entendimento e ao sentido de ambos. Então que se converta o mundo com falsos testemunhos da palavra de Deus? Se a alguém parecer demasiada a censura, ouça-me.

O Santissimo Sacrificio da Missa - para que os recém-crismados possam perseverar no caminho estreito que conduz ao Céu.
O Santíssimo Sacrifício da Missa - para que os recém-crismados possam perseverar no caminho estreito que conduz ao Céu.

Estava Cristo acusado diante de Caifás, e diz o Evangelista S. Mateus que por fim vieram duas testemunhas falsas: Novissime venerunt duo falsi testes. Estas testemunhas referiram que ouviram dizer a Cristo que, se os Judeus destruíssem o templo, ele o tornaria a reedificar em três dias. Se lermos o Evangelista S. João, acharemos que Cristo verdadeiramente tinha dito as palavras referidas. Pois se Cristo tinha dito que havia de reedificar o templo dentro em três dias, e isto mesmo é o que referiram as testemunhas, como lhes chama o Evangelista testemunhas falsas: Duo falsi testes? O mesmo S. João deu a razão: Loquebatur de templo corporis sui. Quando Cristo disse que em três dias reedificaria o templo, falava o Senhor do templo místico de seu corpo, o qual os Judeus destruíram pela morte e o Senhor o reedificou pela ressurreição; e como Cristo falava do templo místico e as testemunhas o referiram ao templo material de Jerusalém, ainda que as palavras eram verdadeiras, as testemunhas eram falsas. Eram falsas, porque Cristo as dissera em um sentido, e eles as referiram em outro; e referir as palavras de Deus em diferente sentido do que foram ditas, é levantar falso testemunho a Deus, é levantar falso testemunho às Escrituras. Ah, Senhor, quantos falsos testemunhos vos levantam! Quantas vezes ouço dizer que dizeis o que nunca dissestes! Quantas vezes ouço dizer que são palavras vossas, o que são imaginações minhas, que me não quero excluir deste número! Que muito logo que as nossas imaginações, e as nossas vaidades, e as nossas fábulas não tenham a eficácia de palavra de Deus!

crisma-02-01crisma-02-02Sim, hoje – como à época do pe. Vieira – faltam pregadores que preguem realmente a palavra de Deus, e faltam também catequistas fiéis à missão que têm de ensinar a Doutrina da Igreja – é por isso que nós não sabemos onde vai parar a multidão de católicos que saem dos batizados, da Primeira Eucaristia e da Crisma. Sejamos fiéis. Não engrossemos as estatísticas dos que levantam falso testemunho a Deus. E que os recém-crismados possam ser verdadeiros soldados de Cristo, dispostos a consumirem as suas vidas no serviço à Igreja de Deus; é o mais sincero desejo que nós, catequistas, nutrimos, e é o melhor pagamento pelo trabalho realizado que nós poderíamos receber.

São Pio X – Como amar o Papa

[Fonte: Administração Apostólica São João Maria Vianney]

Como amar o Papa?

“Parece inacreditável, e é contudo doloroso, que haja padres aos quais se deve fazer esta recomendação, mas nos nossos dias nós estamos infelizmente nesta dura e triste condição de dever dizer a padres: Amai o Papa!

E como se deve amar o Papa? Não por palavras somente, mas por atos e com sinceridade. “Non verbo neque lingua, sed opere et veritate” (1 Jn 3,18) Quando amamos a alguém, procuramos nos conformar em tudo a seus pensamentos, a executar suas vontades e a interpretar seus desejos. E se Nosso Senhor Jesus Cristo dizia de si mesmo:” Si quis diligit me, sermonem meum servabit ” (” se alguém me ama, guardará minha palavra ” Jn 14, 23), assim para mostrar nosso amor ao Papa, é necessário obedecer.

É por isso que, quando se ama ao Papa, não se fica a discutir sobre o que ele manda ou exige, a procurar até onde vai o dever rigoroso da obediência, e a marcar o limite desta obrigação.Quando se ama o Papa, não se objeta que ele não falou muito claramente, como se ele estivesse obrigado a repetir diretamente no ouvido de cada um sua vontade e de exprimi-la não somente de viva voz, mas cada vez por cartas e outros documentos públicos.

Não se põem em dúvida suas ordens, sob fácil pretexto, para quem não quer obedecer, de que elas não dimanam diretamente dele, mas dos que o rodeiam! Não se limita o campo onde ele pode e deve exercer sua autoridade; não se opõe à autoridade do Papa a de outras pessoas, por muito doutas que elas sejam, que diferem da opinião com o Papa. Por outro parte, seja qual for sua ciência, falta-lhes santidade, pois não poderia haver santidade onde há dissentimento com o Papa”.

É o desabafo de um coração dolorido… para deplorar a conduta de tantos padres que, não somente se permitem discutir e criticar as vontades do Papa, mas que não têm a receio de chegar a atos de desobediência imprudente e atrevida, ao grande escândalo dos bons e para a ruína das almas.

(Alocução aos Padres da Confraria “A União Apostólica” 18 novembro 1912)

História de Conversão

Toda história de conversão é dramática; somente Deus conhece apropriadamente o que se passa no íntimo de uma alma que, em um dado momento de sua vida, resolve colocar-se de joelhos diante da Cruz de Nosso Senhor. Para a alma que se converte, é a sua própria história de conversão que importa; como cada alma é única, cada história de conversão é também única e, como cada alma é valiosa para Deus, cada conversão é infinitamente valiosa, quer seja de Santo Agostinho, de São Francisco de Assis, do Cardeal Newman, de Chesterton, de Scott Hahn, ou de qualquer pessoa que um dia encontrou a Jesus Cristo sem que nós o saibamos. Deve ser uma coisa maravilhosa, no Céu, conhecer histórias de conversão – dramáticas e emocionantes como todas elas são – de pessoas desconhecidas, que nós nunca saberíamos de outra maneira. Toda conversão é bela – é uma festa no Céu -, porque é o retorno de uma alma Àquele para Quem ela foi criada.

Saiu uma notícia ontem em ZENIT sobre algo que eu não sabia: a conversão de Vittorio Messori. Fiquei com vontade de ler o livro original; tem pessoas que a gente imagina – para mim, o Messori era uma delas – como se tivessem sido “sempre católicos”. Mas, salvo santas exceções, todo mundo (até quem “sempre foi católico”) precisa em algum momento de conversão; como li certa vez n’algum lugar, a conversão do filho pródigo é maravilhosa, mas o relato bíblico nos mostra claramente que o filho que ficou em casa também precisava de conversão…

E, contudo, até os 23 anos Messori não era nada católico. A família era agnóstica, e mais, anti-clerical. Foi criado e educado em uma cultura racionalista, indiferente ao mistério religioso e hostil à idéia de que Deus pudesse existir. Como estudante universitário, foi discípulo de professores do laicismo, como Norberto Bobbio e Galante Garrone.

E, no entanto, hoje é reconhecido defensor da Igreja! Deus é misericordioso. Cada história de conversão é importante, porque é uma alma que se volta para Deus; no entanto, a Providência Divina não raro reserva grandes planos para aqueles a quem Ela concede a graça de uma grande conversão.

Críticas infundadas ao acordo entre a Santa Sé e o Brasil

Os inimigos da Igreja já começaram a fazer barulho contra o acordo assinado entre a Santa Sé e o Brasil na primeira metade do mês. O alarde que está sendo feito é descabido, e baseia-se principalmente em dois pontos: (1) a ausência de debate público prévio sobre o acordo e (2) a (suposta e inexistente) concessão de privilégios à Igreja Católica que feririam a laicidade do Estado.

Quanto ao primeiro ponto, sim, não houve “debate público” sobre o assunto, por uma série de motivos. Antes do mais, o conteúdo do acordo, no decorrer das negociações, era sigiloso; depois, o “debate público” não é conditio sine quae non para toda e qualquer atitude que a União deseje tomar; por fim, o acordo jurídico tem como objetivo regulamentar uma coisa que obviamente já existe de facto desde sempre, qual seja, a presença da Igreja Católica no Brasil.

Não há nenhum problema intrínseco com o sigilo. O Observatório da Imprensa falou em “omissão da mídia sobre o acordo com o Vaticano”. Interessante que a mesma matéria, no parágrafo seguinte, fala que “há exatos dois anos tornou-se público que a Santa Sé pressionava o presidente Lula para assinar um acordo bilateral (tratado ou concordata), ameaçando o princípio da laicidade, o que ocasionou reações fortes e justificadas de amplos setores”; ora, se o assunto era já conhecido há dois anos, e se fez com que “amplos setores” reagissem fortemente, então não se pode falar em “silêncio obsequioso”. Nenhum acordo foi feito às ocultas e nem por debaixo dos panos; as negociações necessárias para que o acordo obtivesse o texto final que foi aceito bilateralmente arrastaram-se ao longo de anos. Se o conteúdo dessas negociações era sigiloso (como, de fato, até onde eu saiba era), isso é bem diferente de insinuar que a existência do acordo tenha sido mantida encoberta até a sua assinatura.

A questão do debate público é que parece cômica. Diz a mesma reportagem supracitada que “[d]eixaram de ouvir fontes respeitáveis, que têm importantes e diversas contribuições a oferecer: minorias religiosas, em sua imensa diversidade no Brasil, monoteístas e politeístas, ateus e agnósticos; defensores e defensoras dos direitos sexuais e reprodutivos; movimento de mulheres e dos setores GBLTT; grupos acadêmicos dedicados ao estudo do Estado laico; associações científicas; e defensores da liberdade de expressão, para citar apenas alguns segmentos”. Agora, digam-me: que raios de contribuições importantes têm a oferecer as minorias religiosas, os ateus e os agnósticos, os defensores das depravações sexuais e do assassinato de crianças inocentes et caterva a um acordo que se propõe a regulamentar a situação jurídica da Igreja Católica no Brasil? Ao invés de fazer baderna e espernear, valeria muito a pena ler a íntegra do acordo assinado, que nada tem a ver com nenhuma dessas “fontes respeitáveis” que, segundo o Observatório da Imprensa, deveriam ter sido ouvidas. O acordo não regulamenta as associações científicas, nem os ateus e agnósticos, nem legisla sobre (inventados) direitos sexuais e reprodutivos, e nem nada disso. Refere-se ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, e nada mais. A Igreja Católica é parte interessada neste assunto e, a União, a outra parte. O resto é conversa fiada.

Vale a pena lembrar que a Igreja Católica existe no Brasil – isto é um fato – e, segundo me consta (corrijam-me os mais versados em Direito), Ela Se encontrava em uma situação anômala desde a promulgação do Novo Código Civil em 2002, onde o único lugar onde Ela talvez “Se encaixasse” era como pessoa jurídica de direito privado, ao lado de associações, sociedades, fundações e partidos políticos (!). É evidentemente necessário que a Igreja Católica, realidade singular e incomparável, existente de facto no Brasil, tenha também um reconhecimento de iure pelo Estado Brasileiro.

Quanto à suposta concessão de direitos à Igreja Católica que seriam inconstitucionais, basta ler o texto do acordo para verificar que isto não existe. Este blog chegou a falar, dada a evidente inexistência de quaisquer privilégios ilegais concedidos à Igreja, que o risco estaria… nas entrelinhas! Ora, então a mídia anti-católica quer mobilizar a opinião pública (inclusive já tem até uma petição contra a ratificação do acordo) contra um acordo evidentemente necessário, legalmente negociado e já assinado pelas partes interessadas, apenas com base em um suposto risco que estaria nas entrelinhas do texto? É impressionante como a falta do que fazer é matéria fértil para que os desocupados se dediquem com afinco às suas fantasias e seus devaneios desconexos da realidade.

Quanto à refutação dos “riscos entrelinhados”, fique-se num só exemplo, pois é um dos pontos mais importantes do acordo. Trata-se do artigo 16.

Vínculo não-empregatício de padres, freiras, e todo o pessoal que faz trabalho voluntário para a igreja católica (artigo 16) – Este item exime formalmente o Vaticano de cumprir com as obrigação frente às leis trabalhistas brasileiras. Dada a gravidade do privilégio, seria no mínimo necessário clarear o entendimento sobre a extensão desta cláusula.

A necessidade desta cláusula é bastante óbvia: impedir que ocorram coisas análogas ao que vem acontecendo com as igrejas protestantes, onde os ex-pastores pedem indenizações às suas ex-igrejas pelos “serviços prestados” conforme as leis trabalhistas vigentes no Brasil. Imaginem um sacerdote “largar a batina” e, ainda por cima, desejar ser indenizado pelo tempo que esteve a serviço da Igreja! Não encontrei dados sobre casos do tipo no Brasil, mas é óbvio que o vínculo entre um padre e uma paróquia não é trabalhista nos moldes da CLT e, sendo assim, nada mais justo que isso esteja expressamente disposto em algum lugar.

Fica claro, portanto, que as queixas dos que estão fazendo alarde e reclamando do acordo assinado entre a Santa Sé e a República do Brasil carecem de embasamento; quanto ao primeiro ponto, a exigência é descabida e, quanto ao segundo, a acusação é inexistente. Como as queixas não têm cabimento, procuram eles fazer muito barulho, na tentativa de que a profusão deste possa suprir, sob alguma ótica irracional, a completa inexistência daquele. Não nos furtemos, pois, ao debate público que eles desejam, e respondamos aos críticos com firmeza e propriedade. E rezemos, para que tal acordo possa dar frutos o quanto antes e a Igreja Católica possa mais facilmente cumpria a Sua missão divina nesta Terra de Santa Cruz.

Sexualidade: no Brasil e na Espanha

– O presidente Lula disse recentemente, falando sobre as aulas de (des)educação sexual, que é “preciso acabar com a hipocrisia religiosa, e isso vale para todas as religiões”. Também disse o presidente que “[é] preciso convencer os pais do mundo todo de que educação sexual em casa é tão importante quanto comida”. Em casa, nós concordamos; qual é então o motivo da ingerência estatal com as aulas de depravação nas escolas?! O programa do Governo para a destruição das crianças brasileiras já está em pleno funcionamento há muito tempo. Falta-lhe um nome. Qual será? “Moral Zero”? “Castidade Zero”? “Pureza Zero”? “Pudor Zero”?

Não é a primeira vez que o Lula-católico-a-seu-modo ofende grosseiramente a Igreja, chamando-lhe de “hipócrita”. Na defesa dos preservativos que ele fez em março, foi a mesma coisa. Engraçado que, recentemente, ele anunciou um plano nacional contra a intolerância religiosa. Será que isso não vale para a Igreja Católica?

Mulher espanhola dá um testemunho de que é possível superar a homossexualidade. Marta Lozano escreveu um livro narrando a sua história de vida, e a maneira como ela encontrou a paz após lutar contra as suas más inclinações ao longo de anos. Nos nossos tempos em que é politicamente incorreto discordar do homossexualismo, é muitíssimo oportuno o testemunho de que é possível, sim, reencontrar a sua própria identidade e reorientar-se sexualmente.

Antes simplesmente não me sentia mulher. Agora, pelo contrário, sinto-me plenamente identificada com o sexo feminino e sobre tudo, sinto-me muito mais a gosto comigo mesma, mais sossegada e com mais paz interior. Minha vida social e pessoal também variou substancialmente. Agora me sinto mais livre e mais feliz, relaciono-me mais e melhor com a gente, em meu trabalho me encontro mais satisfeita e me ilude meu futuro [e me entusiasma o meu futuro, conforme uma tradução mais fiel de y me ilusiona mi futuro; o tradutor deu uma escorregada na falsa cognata (p.s.)].

Vale a pena ler a entrevista concedida pela autora (em espanhol).