In Dominico Agro

ENCÍCLICA
“IN DOMINICO AGRO”
DE CLEMENTE XIII

O PAPA CLEMENTE XIII

a seus Venerandos Irmãos, Patriarcas,
Primazes, Arcebispos e Bispos

Veneráveis Irmãos, saudação e bênção apostólica.

[I. O múnus pastoral exige, do Papa, vigilância…]

No campo do Senhor, cuja cultura nos cabe dirigir, pelo agrado da Divina Providência, nada requer tão atenta vigilância, nem tão zelosa perseverança, como a guarda da boa semente nele lançada; noutros termos, a guarda da doutrina católica que Jesus Cristo e os Apóstolos legaram e confiaram ao Nosso ministério.

Se por preguiça e incúria [Nossa], a sementeira ficasse abandonada, o inimigo do gênero humano poderia espalhar cizânia de permeio, enquanto os obreiros dormissem a bom dormir (Mt 13, 25). Por conseguinte, no dia da ceifa, mais erva haveria para queimar ao fogo, do que trigo para recolher nos celeiros.

Na verdade, o bem-aventurado Apóstolo Paulo exorta-nos, com instância, a guardarmos a fé que, uma vez por todas, foi confiada aos Santos (Iud 3). Escreve, pois, a Timóteo que guarde o bom depósito (2Tm 1, 14), porque instariam tempos perigosos (2Tm 3, 1ss), durante os quais haviam de erguer-se, na Igreja de Deus, homens maus e sedutores (2Tm 3, 1ss). Valendo-se de tal cooperação, o ardiloso tentador tudo faria por induzir os ânimos incautos em erros contrários à Verdade do Evangelho.

[e prudência]

Como muitas vezes acontece, na Igreja de Deus surgem perniciosas opiniões que, apesar de contrárias entre si, são concordes na tendência de abalar, de qualquer maneira, a pureza da fé.

Muito difícil será, então, brandir a palavra de tal forma, por entre um e outro adversário, que a nenhum deles pareça termos voltado as costas, mas antes repelido e condenado, da mesma maneira, ambos os grupos inimigos de Cristo.

Sucede também, algumas vezes, que a ilusão diabólica facilmente se oculta em erros disfarçados pelas aparências de verdade; como também um leve acréscimo ou troca de palavras corrompem o sentido da verdadeira doutrina. Assim é que a profissão de fé, em lugar de produzir a salvação, leva por vezes o homem à morte, em virtude de alguma alteração, que sutilmente lhe tenha sido feita.

[II. Finalidade do Catecismo Romano:]

Devemos, pois, afastar os fiéis, mormente os que forem de engenho mais rude ou simples, destes escabrosos e apertados atalhos, por onde mal se pode firmar em pé, nem andar sem perigo de queda.

Não devem as ovelhas ser levadas às pastagens por caminhos não trilhados. Por isso, não devemos expor-lhes opiniões singulares de doutores embora católicos, mas unicamente aquilo que tenha o sinal inequívoco, e certo de verdadeira doutrina católica, a saber: universalidade, antigüidade, consenso doutrinário.

[Expôr com sobriedade…]

Além do mais, como não pode o vulgo subir ao monte, do qual desce a glória do Senhor (Ex 19, 12), como vem a perecer, se para a ver ultrapassa certos limites – devem os guias e mestres marcar ao povo balizas para todos os lados, de sorte que a exposição da doutrina não vá além do que é necessário, ou sumamente útil para a salvação. Assim, os fiéis também obedecerão ao preceito do Apóstolo: “Não saibam mais do que convém saber, e sabê-lo com moderação” (Rm 12, 3).

[doutrinas seguras e práticas…]

Possuídos desta convicção, os Pontífices  Romanos, Nossos Predecessores, empregaram toda a energia não só para cortar, com o gládio da excomunhão, os venenosos germes do erro que às ocultas iam vingando; mas também para cercear a expansão de algumas opiniões que, pela sua redundância, impediam o povo cristão de tirar da fé frutos mais copiosos; ou que, pela parentela com o erro, podiam ser nocivas às almas dos fiéis.

Depois de condenar, por conseguinte, as heresias que, naquela época, tentavam ofuscar a luz da Igreja; depois de assim dispersar as nuvens dos erros, o Concílio Tridentino fez rebrilhar, com mais fulgor, a verdade católica.

Como julgassem que aquela Santa Assembléia da Igreja Universal usara de tanta prudência e moderação, abstendo-se até de reprovar opiniões, que por si tivessem a autoridade de doutores eclesiásticos, quiseram os Nossos mesmos Predecessores que outra obra fosse feita, segundo a mente do mesmo Sagrado Concílio, abrangendo toda a doutrina necessária à instrução dos fiéis, mas de maneira absolutamente livre de qualquer erro.

Eis o motivo de terem publicado o presente livro, com o título de “C a t e c i s m o   R o m a n o”. Empresa que acarreta louvor, sob dois pontos de vista.

Por um lado, reuniram no Catecismo a doutrina, que é comum na Igreja, e isenta de qualquer perigo de erro. Por outro, determinaram expressamente que esta mesma doutrina serviria para a instrução pública do povo. Obedeciam ao preceito de Cristo Nosso Senhor, que aos Apóstolos mandou “dissessem às claras o que Ele próprio lhes dissera nas trevas; e dos telhados apregoassem o que ao ouvido tinham escutado” (Mt 10, 27).

Obedeceram, também, à vontade de sua esposa a Igreja que clama: “Mostra-me, onde descansas ao meio-dia” (Ct 1, 6). Onde não for meio-dia, e não houver luz tão clara, que se distinga perfeitamente a verdade, fácil será que por ela se tome uma falsa doutrina, na aparência de verdadeira. Na obscuridade, dificilmente se logra distinguir uma da outra.

Sabiam, pois, Nossos Predecessores que já houve, e futuramente sempre haveria homens, que procuram atrair a si as ovelhas, e lhes prometem pastagens mais ricas de sabedoria e ciência; e que muitos haveriam de segui-los, porquanto as águas furtivas são mais doces, e o pão escondido mais suava (Pr 9, 17).

[Limitadas aos pontos essenciais]

Assim, para evitar que a Igreja, vítima de tal sedução, fosse em pós os rebanhos de companheiros (Ct 1, 6) igualmente desnorteados, que não se apóiam em nenhuma certeza da verdade, que “sempre aprendem, sem nunca chegarem ao conhecimento da verdade” (2Tm 3, 7), os Papas mandaram expor no Catecismo Romano, de maneira clara e luminosa, somente as verdades necessárias, ou as mais proveitosas para a salvação, as que devem ser explicadas à Cristandade.

[III. Nova edição:
1. Ensejo]

Este livro, porém, feito com muito esforço e trabalho, aprovado por consenso geral, acolhido com os maiores aplausos, caiu por assim dizer das mãos dos pastores, graças ao amor de inovações que, em nossos dias, enaltece vários e diversos Catecismos, que de modo algum podem comparar-se com o Romano.

Desse fato resultaram dois males. O primeiro foi de quase se destruir a uniformidade no modo de ensinar. Isto causou certo escândalo aos espíritos fracos, que já não pareciam viver em país de uma só boca (Gn 11, 1), ou da mesma linguagem.

Da divergência, que há nos métodos, de expor a doutrina católica, nasceu o segundo mal, que são as contendas. E da porfia com que um se desvanece de seguir a Apolo, outro a Cefas, aquele outro a Paulo (1Cor 1, 12), surgiram separações de ânimos e grandes discórdias. A nosso entender, a crueza de tais lutas é o que há de pior, para atalhar a glória de Deus, o que há de mais fulminante, para destruir os frutos, que os fiéis deveriam tirar da disciplina cristã.

[2. Finalidade]

No intento de remover, finalmente, estes dois males da Igreja, julgamos, pois, necessário que se tornasse à fonte, da qual apartaram, desde muito, o povo fiel; uns por falta de prudência, outros por soberba, a fim de se vangloriarem de maior sabedoria, no seio da Igreja.

Portanto, houvemos por bem entregar outra vez aos pastores das almas o mesmo Catecismo Romano, pelo qual a fé católica tomara nova vida anteriormente, e os corações dos fiéis se consolidaram nos ensinamentos da Igreja, coluna e firmeza da verdade (1Tm 3, 15). Da mesma maneira, sejam agora os fiéis preservados, o mais possível, de novas opiniões, não abonadas pelo consenso comum, nem pela antigüidade.

Para facilitar a aquisição deste livro, e para emendá-lo dos erros, que se haviam introduzido por descuido dos tipógrafos, mandamos fazer em Roma esmerada reimpressão, conforme o exemplar da edição que Pio V, Nosso Predecessor, promulgara em virtude do decreto baixado pelo Concílio Tridentino. A tradução em língua vulgar, feita e editada por ordem do mesmo São Pio, será agora reimpressa e lançada à publicidade, por iniciativa Nossa (nota: É a tradução autêntica de Figliucci).

[3. Exortação aos bispos]

Nestes tempos tão difíceis para a cristandade, nós oferecemos assim, com toda a solicitude, um meio eficacíssimo de remover os enganos de falsas opiniões, de propagar e consolidar a doutrina sã e verdadeira. A vós pertence agora, veneráveis Irmãos, fazer que o livro tenha boa acolhida entre os fiéis. Quiseram os Pontífices Romanos fosse ele proposto aos párocos, a fim de se manter uma unidade geral no método de ensinar.

Portanto, muito vos recomendamos, veneráveis Irmãos, e encarecidamente vos exortamos no Senhor a que mandeis usá-lo, na explicação da doutrina católica, todos os que se ocupam com o ministério das almas, a fim de conservarem não só a unidade de método, como também o amor e a concórdia nos corações. Sendo estas afinal as suas atribuições, deve o Bispo, por isso mesmo, tomar tento que se não ensoberbeça de suas honras, e venha a provocar cismas, e a romper os vínculos da unidade.

[IV. Condições para o uso salutar:
1. Ciência e humildade]

Nenhum, todavia, ou minguado proveito traria este livro, se menos hábeis fossem para ensinar, os que devem propô-lo e explicá-lo.

Muito vai, portanto, que para o cargo de ensinar escolhais homens, não só instruídos nas ciências sagradas, mas sobretudo humildes, e ardentes de zeloso amor pela santificação das almas.

Não é, pois, em catadupas de palavras, nem na agudeza de controvérsias, nem na ambição de louvor e glória, que consiste toda a ciência cristã, mas em verdadeira e voluntária humildade (Leo M. sermo 37 in Epiph. c 3.).

[2. caridade]

Existem pessoas a quem uma ciência mais profunda engrandece, ao mesmo tempo que as separa do convívio dos outros. Tanto mais sabem, tanto mais ignoram tais pessoas a virtude da concórdia. Cabe-lhes, pois, a admoestação da própria Sabedoria Divina: “Tende sal em vós, e entre vós conservai a paz!” (Mc 9, 49) Devemos possuir o sal da sabedoria, de maneira que sua força nos faça guardar o amor ao próximo e suportar-lhe (nota: Em latim é mais expressivo: infirmitates condiantur) as fraquezas.

[3. espírito de concórdia]

Se largarem, porém, o desejo de sabedoria e edificação do próximo, e passarem a promover discórdias, essas pessoas terão sal sem paz. Nisso não vai dom de virtude, mas um sinal de condenação.

Quanto mais instruídas forem, tanto maior será também o seu pecado. Certamente que as condena esta palavra de São Tiago: “Se, todavia, abrigais no coração um ciúme desabrido e o espírito de contenda, não vos glorieis nem mintais, em contradição com a verdade. Não é, pois, esta a sabedoria que desce do céu, mas é terrena, sensual, diabólica. Pois onde reina ciúme e discórdia, aí há desordem e toda sorte de maldade. No entanto, a sabedoria que vem do céu, é em primeiro lugar pudica, depois pacífica, modesta, dócil, acessível ao bem, cheia de compaixão e de bons frutos, não faz juízos, não é invejosa” (Tg 3, 14).

[V. Súplica e bênção do Papa]

Rogamos a Deus, na humildade de Nosso coração e na angústia de Nosso espírito, que aos esforços de Nosso zelo e diligência advenha a largueza de Sua graça e misericórdia, a fim de que não surja nenhuma desavença a perturbar o povo cristão, mas que antes, em vínculo de paz e em espírito de caridade, todos nós unicamente conheçamos, unicamente louvemos e glorifiquemos a Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor. Com este desejo é que vos saudamos num ósculo santo, veneráveis Irmãos, e com a maior afeição vos concedemos a Bênção Apostólica, a vós e a todos os fiéis de vossas igrejas.

Dado e passado no Castelo Gandolfo, aos 14 de junho de 1761, no terceiro ano de Nosso Pontificado.

[Clemente XIII,
in “Catecismo Romano”,
“Nova Versão Portuguesa baseada na edição autêntica de 1566”
Aliança Missionária Eucarística Mariana
]

Novas sobre o Summorum Pontificum

Perto de completar um ano de vigoramento, o Motu Proprio Summorum Pontificum vai ser objeto de um documento-instrução da Comissão Ecclesia Dei. A notícia publicada no Portal Petrus é animadora: fala de “muitos bispos e padres desobedientes” e de uma “nota esclarecedora sobre o motu proprio do Papa” que está sendo preparada.

Quem confirmou foi o Mons. Perl, secretário da citada Comissão Pontifícia:

E’ vero, stiamo redigendo un documento-istruzione sulla giusta interpretazione del Motu Proprio ‘Summorum Pontificum’ che ha liberalizzato la Messa secondo i libri liturgici di San Pio V cosi’ come modificati dal Beato Giovanni XXIII.
[É verdade, estamos redigindo um documento-instrução sobre a justa interpretação do Motu Proprio ‘Summorum Pontificum’, que liberou a Missa segundo os livros litúrgicos de São Pio V, tal como modificados pelo Beato João XXIII]

Sobre as causas do motu proprio ter sido mal recebido, afirma o secretário:

Oggi, in tutti i campi della società, si è perso il senso dell’obbedienza e del rispetto dell’autorità.
[Hoje, em todos os campos da sociedade, foi perdido o sentido de obediência e de respeito à autoridade]

Sobre o Missal Tridentino e o Vaticano II:

Assolutamente no, il Concilio Vaticano II non ha mai cancellato il messale anteriore. Ritengo che il Papa Benedetto XVI abbia fatto bene a liberalizzarlo, valorizzando così un patrimonio e un gioiello della Chiesa. Non voglio fare una comparazione tra la Messa di Papa Paolo VI e quella anteriore, non sarebbe giusto.
[Absolutamente não, o Concílio Vaticano II nunca cancelou o missal anterior. Acredito que o Papa Bento XVI fez bem em liberá-lo, valorizando assim um patrimônio e uma jóia da Igreja. Não quero fazer uma comparação entra a missa de Paulo VI e a anterior, não seria justo]

Sobre os abusos litúrgicos:

E nessuno riesce ad eliminarli, proprio perchè, come le ho detto, non esiste il senso del rispetto dell’autorità. (…) Si è pensato che il nuovo fosse migliore, che il nuovo sia sempre migliore. Succede così anche nella vita di tutti i giorni, le scarpe nuove vengono considerate meglio di quelle vecchie…
[E ninguém consegue eliminá-los [os abusos], exatamente porque, como eu disse, não existe o sentido de respeito à autoridade. (…) Pensou-se que o novo fosse melhor, que o novo é sempre melhor. Acontece assim também na vida diária, os sapatos novos são considerados melhores do que os velhos…]

E, por último, sobre a FSSPX:

Non sono assolutamente scomunicati coloro i quali assistano ad una Messa della fraternità di San Pio X. La liturgia è valida, anche se loro sono considerati scismatici. Del resto, è valida per i cattolici anche la liturgia degli ortodossi.
[Não estão excomungados, absolutamente, aqueles que assistem a uma Missa celebrada pela Fraternidade São Pio X. A Liturgia é válida, mesmo eles sendo considerados cismáticos. De resto, é válida para os católicos como a liturgia dos ortodoxos]

Todas as traduções são livres.

Absurdo em São José dos Pinhais

respondens autem Petrus et apostoli dixerunt obœdire oportet Deo magis quam hominibus
(Pedro e os apóstolos replicaram: Importa obedecer antes a Deus do que aos homens)
[Actus Apostolorum 5, 29]

Uma reportagem do Gazeta do Povo, jornal paranaense, anuncia o inexplicável: “a Diocese de São José dos Pinhais aconselha os padres a usar vinho sem álcool ou suco de uva natural nas missas”. A razão? A absurda Lei Seca. Segundo foi noticiado,

o clero foi liberado para usar suco de uva ou vinho sem álcool durante a missa, ao invés do vinho canônico tradicional.

E isso é ridículo. O clero não pode simplesmente ser “liberado” de utilizar o vinho na celebração da Santíssima Eucaristia! Retomando as lições básicas de teologia sacramental que parecem ter sido esquecidas: todo Sacramento precisa, para “acontecer”, de matéria, forma e ministro com a intenção de fazer o que faz a Igreja. E todos os sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo, Nosso Senhor, pois somente Ele, que é Deus Encarnado, tem poder para “ligar” um sinal sensível aqui na terra a um efeito sobrenatural. Disto, decorre que absolutamente ninguém tem potestade para alterar aquilo que foi determinado por Cristo Nosso Senhor; nem mesmo o Papa, e muito menos a Diocese de São José dos Pinhais.

A matéria do Sacramento da Eucaristia é o pão de trigo (para o Corpo de Cristo) e o vinho de uva (para o Seu Preciosíssimo Sangue). De facto, assim prescreve a Instrução Redemptionis Sacramentum:

O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas [Cf. Lc 22, 18; Código de Direito Canônico, c. 924 §§ 1, 3; Missale Romanum, Institutio Generalis, n. 322.]. Na mesma celebração da Missa se lhe deve misturar um pouco d’água. Tenha-se diligente cuidado de que o vinho destinado à Eucaristia se conserve em perfeito estado de validade e não se avinagre. Está totalmente proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para a validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer gênero, que não constituem uma matéria válida [RS 50, grifos meus].

Não tenho certeza quanto ao vinho sem álcool (posto que a “desalcoolização” do vinho vai, certamente, deixar alguma quantidade ínfima de álcool presente, o que pode ser suficiente para a subsistência da matéria válida), mas o suco de uva não constitui matéria válida para a celebração da Santíssima Eucaristia. Ou seja: celebrar missa com suco de uva é a mesma coisa que celebrar missa com coca-cola, com suco de maracujá ou com cajuína: a Missa não é válida. Suco de maracujá não se transubstancia no Sangue de Cristo, e suco de uva também não. Este assunto é da mais alta gravidade – estamos falando da possibilidade dos fiéis católicos serem enganados com caricaturas de missas – e não pode ser menosprezado.

Vale salientar que existe um documento da Congregação para a Doutrina da Fé, assinado pelo então cardeal Ratzinger, que afirma ser o mosto matéria válida para a celebração da Eucaristia. Segundo a definição do próprio documento,

per mustum si intende il succo d’uva fresco o anche conservato sospendendone la fermentazione (tramite congelamento o altri metodi che non ne alterino la natura);
[por mosto se entende o sumo de uva fresco ou mesmo conservado, suspendendo-se-lhe a fermentação (através de congelamento ou de outro método que não lhe altere a natureza) – tradução livre minha]

E a wikipedia define mosto como sendo “o sumo de uvas frescas obtido antes que passem [pelo] processo de fermentação”. Ou seja: não se trata de “suco de uva” simpliciter, e sim de vinho (ainda) não fermentado. A natureza do mosto é a mesma do vinho; a do suco de uva, não é. Mosto é matéria válida para a celebração da Eucaristia; suco de uva, não é.

E tem mais: o citado documento da Congregatio Pro Doctrina Fidei diz que a utilização do mosto só é permitida nos casos em que o padre possui alguma doença (como alcoolismo) que lhe impeça o consumo de álcool mesmo em mínimas quantidades; não pode ser usado “a torto e a direito”. Temos, portanto, que

a) se a declaração da Pro Doctrina Fidei salvaguarda a validade da Missa celebrada com mosto, o mesmo não pode ser dito quanto à sua licitude, posto que as condições que permitem a utilização do mosto não se encontram presentes no caso atual de São José dos Pinhais; e

b) se, ao invés do mosto [que aliás não é citado uma única vez no jornal], for utilizado suco de uva normal, a missa é inválida mesmo.

O assunto é sério. E, ao lado do absurdo da tentativa de se modificar o que foi instituído por Nosso Senhor, tem uma parte da notícia que é menos grave, mas ainda muito preocupante:

Em 11 de julho, um padre não-identificado da região de Ribeirão Preto (SP) foi flagrado no teste do bafômetro. Após rezar uma missa, o padre seguia em direção a outra paróquia, para fazer mais uma celebração, mas foi parado pela Polícia Militar. Durante a cerimônia religiosa, o pároco havia ultrapassado os limites de vinho permitidos pela nova legislação – 0,1 miligrama de álcool por litro de ar expelido no bafômetro ou 2 decigramas de álcool por litro de sangue. O padre não recebeu as sanções devidas – multa, apreensão da habilitação e detenção – porque um Policial Militar o reconheceu e o liberou.

“Um padre tem direitos e deveres”, afirma Douglas Marchiori. “O soldado agiu errado nessa situação. Não se deve abrir exceções, as pessoas devem conhecer a lei e respeitá-las. Os padres não estão acima disso.”

Esta liberação é sensata, mas acontece que não está prevista na Lei e, portanto, não temos nenhuma garantia de que ela será aplicada sempre, ficando os padres à mercê do bom ou mau humor dos policiais que lhes abordarem; e isto, francamente, é um absurdo. E, para acabar de completar a desgraça, o tal “Douglas Marchiori” que afirmou ter o soldado agido errado é… diácono permanente da Diocese de São José dos Pinhais!!

Que São Pedro, o primeiro Papa, aquele que afirmou ser mais importante obedecer a Deus que aos homens, possa interceder por esta terra de Santa Cruz, para que os bispos brasileiros sejam fiéis ao seu sucessor, a fim de que, por causa de uma lei positiva absurda, uma Igreja Particular não venha a deixar de oferecer o Sacrifício Santo e Imaculado que é devido ao Deus Todo-Poderoso.

Palhaçada anunciada

STF vai ouvir grupos sobre aborto de fetos anencéfalos. Como previu acertadamente o Rodrigo Pedroso num email enviado quando saiu a notícia do falecimento de Marcela de Jesus,

É de supor-se que agora o min. Marco Aurelio cumpra sua promessa de colocar em votação no STF a ADPF 54 (ação que pede a legalização do aborto no caso de anencefalia), já que não precisa mais temer a presença em plenário do “argumento-vivo”.

E a notícia publicada no Estadão cumpre à risca aquilo que já era de se esperar:

O ministro não pretende convidar parentes de bebês com anencefalia, como a mãe da menina Marcela de Jesus Ferreira, que, apesar de ter sido diagnosticada com anencefalia, viveu 1 ano e 8 meses.

Claro que ele não pretende convidar parentes de bebês com anencefalia. Ele quer é que as evidências que contrariam a mentira dele fiquem bem longe.

A notícia diz ainda:

A primeira audiência será religiosa. Serão convidadas a participar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja Universal e a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e Católicas pelo Direito de Decidir.

Isso tem, pelo menos, dois sérios problemas.

Primeiro, como já tive oportunidade de dizer aqui, não gosto nem um pouco da idéia de abordar sob um viés religioso uma posição que, absolutamente, independe de religião. Isso só vai fazer com que os irresponsáveis do Supremo Tribunal Federal possam atacar comodamente o boneco de palha por eles criado e, enterrando a verdadeira questão sob uma pilha de argumentos anti-religiosos e anti-clericais, da exata mesma maneira que foi feito no caso das células-tronco embrionárias, dêem prosseguimento ao processo de desconstrução da civilização aumentando o rol de crimes aprovados pela delinqüência estatal.

Segundo, o que raios as Abortistas pelo Direito de Matar estão fazendo numa audiência pública supostamente religiosa?? Elas são uma igreja? São uma “comunidade religiosa”? São representantes legítimos de alguma coisa? Ou o objetivo é somente passar a falsa impressão de que a posição da Igreja Católica sobre o assunto é dúbia ou indefinida?

Estejamos atentos. Que Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira dos nascituros, livre o Brasil da maldição do aborto.

Quebrando o silêncio

[O] IBP foi criado para criticar o Concílio Vaticano II e celebrar exclusivamente a Missa de sempre.

Muitos de nós da Montfort apoiamos o IBP – e continuaremos a apoiá-lo – sempre que ele cumprir as suas finalidades: criticar o Concílio Vaticano II e defender a Missa de sempre com exclusividade e, portanto, recusando os erros da Nova Missa de Paulo VI.

Agora só nos resta rezar pelo IBP, para que seja fiel aos objetivos que lhe foram incumbidos pelo Vaticano: criticar o Concílio Vaticano II e rezar exclusivamente a Missa de sempre.

Todas as citações acima são do sr. Alberto Zucchi, e foram publicadas hoje no site da MONTFORT. Três vezes ele repetiu que os objetivos do IBP são (i) criticar o Vaticano II e (ii) recusar a “Missa Nova”. É passada, muito claramente, a idéia de que a razão de ser do IBP são estes dois objetivos, e que este é o “carisma” do instituto, é a nota essencial que faz com que ele seja o que é. Fica a impressão de que o IBP existe única e exclusivamente para criticar o Vaticano II e rejeitar a Missa Nova.

Pois bem; tal informação não existe no site do vaticano, não existe no Decreto de Ereção do IBP, não existe em lugar nenhum! Peço encarecidamente, a quem informar possa [óbvio, por meio de fontes oficiais] quanto segue, que se digne fazê-lo:

Primum: se o reconhecimento do rito próprio do IBP como sendo o Rito Romano em sua forma tradicional implica em um direito ou dever de se rejeitar por princípio o Novus Ordo Missae como herético, ilícito, inválido, mau em si, impiedoso, que contém erros, ou coisa parecida;

Secundum: se a tal “crítica construtiva ao Vaticano II” inclui o direito ou dever de afirmar que há heresias nos documentos conciliares tal e qual foram aprovados;

Tertium: se estas são as únicas coisas para as quais foi erigido o IBP.

Já basta de tanta confusão.

A propósito, se alguém tiver acesso aos Estatutos do IBP (em qualquer idioma – a gente dá um jeito de traduzir), seria excelente e encerraria de vez esta confusão toda.

Profanação na internet

Caríssimos,

Um doente pôs na internet profanações por ele feitas (supostamente) em uma Hóstia Consagrada. No fundo, recuso-me a acreditar e acho que isso é teatro; mas, ainda que o seja, as palavras e as atitudes do delinqüente são revoltantes. Minha alma está numa tristeza profunda. Rezemos em desagravo, e soframos junto com Nosso Senhor.

Oração reparadora ao Santíssimo Sacramento

Divino Salvador Jesus, dignai-Vos baixar um olhar de misericórdia sobre Vossos filhos que, reunidos em um mesmo pensamento de fé, reparação e amor, vêm chorar a Vossos pés suas infidelidades e a de seus irmãos, os pobres pecadores. Possamos nós, pelas promessas unânimes e solenes que vamos fazer, tocar o Vosso divino coração e Dele alcançar misericórdia para o mundo infeliz e criminoso e para todos aqueles que não têm a felicidade de Vos amar!
Daqui por diante, sim, todos nós Vô-Lo prometemos:

Do esquecimento e da ingratidão dos homens, Nós Vos consolaremos Senhor! (Repetir após cada verso).
Do abandono em que sois deixado no santo tabernáculo, …
Dos crimes dos pecadores, …
Do ódio dos ímpios,…
Das blasfêmias que se proferem contra Vós, …
Das injúrias feitas à Vossa divindade, …
Dos sacrilégios com que se profana o Vosso Sacramento do amor, …
Das imodéstias e irreverências cometidas em Vossa presença adorável, …
Da tibieza do maior número dos Vossos filhos, …
Do desprezo que se faz a Vossos convites cheios de amor, …
Das infidelidades daqueles que se dizem Vossos amigos, …
Do abuso das Vossas graças, …
Das nossas próprias infidelidades, …
Da incompreensível dureza do nosso coração, …
Da nossa longa demora em Vos amar, …
Da nossa frouxidão em Vosso santo serviço, …
Da amarga tristeza em que sois abismado pela perda das almas, …
Do Vosso longo bater às portas do nosso coração, …
Das amargas repulsas de que sois saciado, …
Dos Vossos suspiros de amor, …
Das Vossas lágrimas de amor, …
Do Vosso cativeiro de amor, …
Do Vosso martírio de amor, …

Amen.

* * *

Anexo: recebido por email

Notícias de um fato ocorrido nos EUA. Professor da Universidade de Minessota Morris, declaradamente “ateu militante”, roubou uma hóstia consagrada e a profanou violentamente, postando fotos em seu site, e ainda pedindo que outras pessoas roubem e enviem a ele mais hóstias consagradas para ele profanar e postar na internet fotos do ato (infelizmente tendo recebido respostas de apoio), isto junto de ofensas e ataques. Isso como reação à ação da comunidade católica local a um estudante que sequestrou a Sagrada Eucaristia e a manteve por muito tempo com ele, até que, por pressão de outros estudantes e da comunidade a devolveu à Igreja. A Universidade de Minessota demitiu o professor, mas infelizmente ele continua com suas ambições. No último dia 30 o clero americano fez um dia de reparação pelas profanações.

* * *

Anexo: [tradução (bastante…) livre deste texto]

Blasfêmia na internet

Como se nós precisássemos de mais evidências da crescente rejeição a Deus existente no mundo moderno, em julho, um professor universitário de Minnesota, Paul Myers, fez uma promessa pública de profanar a Eucaristia, com o intuito de “defender” as suas doentes crenças atéias. Aparentemente, agora ele cometeu a sua façanha blasfema, com a ajuda de alguém que o enviou uma hóstia roubada de uma Missa em Londres. Esta pessoa publicou na internet um vídeo do roubo, mostrando como a arrogância de um resultou no sacrilégio do outro. Infelizmente, na era da internet, é provável que este tipo de crime contra Nosso Senhor gere ainda mais profanações. Nunca na história do mundo houve uma campanha tão profunda e ampla de blasfêmias contra Jesus, e somente há uma única palavra que pode descrevê-la: satânica.

Prof. Myers afirma ser um ateu militante; eu somente espero, por amor à alma dele, que ele esteja em Ignorância Invencível sobre as terríveis consequências da sua “fé”. Em nossa sociedade, a Primeira Emenda [n.t. da Constituição Americana] permite-lhe praticar qualquer religião, inclusive o ateísmo, que é um sistema de crenças que geralmente agrada a pessoas de mentes estreitas como professores universitários liberais, editores de jornais e astros de Hollywood. Até o presente momento, entretanto, ele não está autorizado a profanar maldosamente as crenças e os Sacramentos dos outros! Seu ato de sacrilégio deve ser encarado como uma odiosa ofensa contra todos e cada um de nós que acreditamos em Deus.

Myers afirma ter deliberadamente profanado a Santíssima Eucaristia no mês passado. Estas foram as palavras que este professor dos infernos publicou em seu blog explicando o ato satânico: “Eu pensei em uma coisa simples e rápida para fazer; furei-a [a Hóstia] com um prego enferrujado (eu espero que as vacinas anti-tetânicas de Jesus estejam em dia). E então eu simplesmente joguei-a no lixo, junto com os clássicos itens decoraticos de latas de lixo de todos os lugares do mundo, como sobras de café e uma casca de banana. Minhas desculpas àqueles que esperavam por mais, mas o pior que eu pude fazer foi mostrar o meu indiferente desprezo”.

Neste que foi, aparentemente, o cumprimento de sua promessa de profanar a Hóstia, ele convidou outras pessoas a se juntarem a ele em sua conspiração contra Nosso Senhor: “Pode algum de vocês aí fora enviar-me alguns destes biscoitos consagrados? É-me impossível pegá-los pessoalmente – as igrejas próximas a mim têm fogueiras preparadas para mim, eu tenho certeza – mas se algum de vocês estivesse disposto a fazer o que for preciso para me conseguir alguns, ou mesmo um só, e enviá-lo para mim, eu vou mostrá-lo o sacrilégio, satisfeito e com muita festa. Eu não serei tentado a mantê-lo como refém…, mas ao invés disso eu o tratarei com profundo desrespeito e abusarei atrozmente o biscoito, e tudo será fotografado e mostrado aqui na web. Eu o farei alegremente e com risadas no meu coração”. Nada poderia agradar mais ao Demônio.

Infelizmente, a pessoa que presumidamente roubou a hóstia do Oratório de Londres pôs um vídeo na internet, no qual fotografava as Espécies Sagradas ao lado de uma camisinha, culpando o Vaticano pela pandemia de AIDS na Africa. (Eu mencionei que estas pessoas eram “estreitas de mente”, não mencionei?)

Nossa resposta a estes crimes: renovar nossas promessas de Batismo. Nós, vigorosamente, “rejeitamos a Satanás, com todas as suas pombas e suas obras”, e nós rejeitamos estes atos de sacrilégio contra Nosso Sagrado Senhor. E quanto ao professor Myers e seus cúmplices na blasfêmia – que sejam advertidos de que, a maldade que eles fazem agora, os seus espíritos imundos terão uma eternidade para receber. Nós, como homens e mulheres de fé, vamos simplesmente rezar por suas miseráveis almas, a fim de que sejam salvas deste mal que os aprisiona.

Os oratorianos de Londres emitiram uma chamada geral às pessoas de Fé esta semana, a fim de que façam reparação por “todos os ultrajes contra o Santíssimo Sacramento em todo o mundo”. Dada a nova abundância de blasfêmias na internet estes dias, nós temos muito trabalho para fazer.

Sinceramente vosso em Cristo,

Rev. Thomas J. Euteneuer,
President, Human Life International

Lula e Igreja Anglicana lado a lado

Não sei se o presidente quer “se converter” ao anglicanismo, mas certamente ele ficaria muito mais à vontade e seria muito mais coerente se fosse porta-voz do cisma de Henrique VIII.

Digo isso por causa de duas tristes notícias que têm algo em comum. Primeira: Brasil introduz agenda gay na OEA. Segunda (abaixo reproduzida conforme recebi por email): para Rowan Williams (arcebispo anglicano da Cantuária), relacionamentos gays são “comparáveis ao casamento”. Estão, portanto, o presidente petista e o cristão não-católico em perfeita sintonia, este tentado justificar teologicamente a desastrosa atuação política daquele.

Sobre a vergonha brasileira no exterior [leiam, se possível, a notícia original da C-FAM], destaco:

This is not the first time Brazil has pushed a pro-homosexual agenda at the international level.
[Esta não é a primeira vez que o Brasil propôs uma agenda pró-homossexual a nível internacional – tradução livre]

De fato. É assunto antigo – e sempre o PT. Recomendo aos interessados a preciosa cronologia do combate à castidade no Governo Lula feita pelo padre Lodi.

Sobre o desmoronamento do anglicanismo, encontra-se em tal estado de confusão o chefe da Comunhão Anglicana que ele chega ao ponto de proferir sem pudor os seguintes disparates blasfemos:

I concluded that an active sexual relationship between two people of the same sex might therefore reflect the love of God in a way comparable to marriage, if and only if it had about it the same character of absolute covenanted faithfulness.
[Eu cheguei à conclusão de que um relacionamento – com práticas sexuais – entre duas pessoas do mesmo sexo pode refletir o amor de Deus de uma forma comparável ao casamento, se e somente se ele [o relacionamento gay] tiver a sua [do casamento] mesma característica de compromisso de absoluta fidelidade – tradução livre]

Para o dr. Williams, então, a profana caricatura do ato conjugal que é a relação homossexual… reflete o amor de Deus do mesmo jeito! Como não se indignar diante de tamanha lesa-majestade divina? São Paulo escreveu que era importante até haver heresias (oportet et haereses inter vos esseEpistula I ad Corinthios 11, 19), para que os virtuosos se manifestassem; que as blasfêmias do Arcebispo da Cantuária possam, então, abrir os olhos dos bons anglicanos e fazê-los – pela intercessão de São Thomas More – retornar sem demora à verdadeira e única Igreja de Cristo.

* * *

Anexo: recebido por email.

União gay reflete amor divino, diz chefe da Igreja Anglicana

DA REDAÇÃO

Relacionamentos homossexuais podem “refletir o amor de Deus” de forma comparável ao casamento, se forem duradouros e fiéis, escreveu o arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, 58, em cartas trocadas com um psiquiatra evangélico entre 2000 e 2001, quando ainda era arcebispo de Gales. O arcebispo da Cantuária é o líder da Igreja Anglicana.

O jornal britânico “The Times” teve acesso às cartas nesta semana, dias depois de terminada a Conferência de Lambeth -cúpula anglicana que acontece a cada dez anos. Os escritos repercutiram na imprensa britânica.

Em meio à crise sobre casamento homossexual e ordenação de mulheres e gays, a conferência foi boicotada pelo bloco, majoritariamente africano, de bispos conservadores que ameaçam rachar a Comunhão Anglicana, terceiro maior grupo cristão, com 77 milhões de fiéis.

O encontro propôs um acordo conciliatório -o que pode acontecer em cinco anos. Enquanto isso, Williams pediu que “as igrejas norte-americanas” mantenham moratória na ordenação e celebração de casamento de homossexuais.

A crise estourou em 2003, quando a Igreja Episcopal dos EUA (braço americano dos anglicanos) ordenou um bispo assumidamente gay.

Williams saíra-se bem na cúpula com a indefinição numa questão que pode levar ao maior cisma dos 450 anos de anglicanismo. Com as cartas, no entanto, sua situação pode complicar-se.

Segundo as correspondências de Williams, as proibições bíblicas referem-se apenas a heterossexuais que buscam uma “diversidade de experiências eróticas” e não às pessoas “homossexuais por natureza”. Por outro lado, o arcebispo separou a opinião enquanto teólogo da posição como líder religioso.

Williams, que antes se opunha aos homossexuais, diz ter mudado de opinião ao, como professor em Cambridge, debater nos anos 80 com estudantes que acreditavam que a Bíblia não proibisse o homossexualismo, mas a promiscuidade.

Sobre o sofrimento – São Máximo

41. Quase todos os pecados se produzem pelo prazer, ao passo que a sua destruição se dá pelo sofrimento e aflição – voluntários ou involuntários – através da penitência ou de uma prova que sobrevém disposta pela Providência. Se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos com certeza julgados. Mas, quando nós somos julgados, somos castigados pelo Senhor, para não sermos condenados com este mundo [1Cor 11, 31-32].

42. Quando te vem inesperadamente a tentação, não acuse aquele mediante o qual te vem, mas busca a causa pela qual te vem, e encontra a correção; porque tanto por meio daquele como por meio de outros terias de beber totalmente o absinto dos juízos de Deus.

43. Inclinado como és ao mal, não recuses o sofrimento, a fim de que, humilhando mediante este, possas vomitar a tua soberba.

44. Algumas tentações trazem prazer aos homens; outras, aflições; e outras, sofrimentos corporais. Segundo a causa das paixões que se encontra na alma, o médico das almas aplica o remédio mediante os seus juízos.

45. O ataque das tentações levam alguns à destruição dos pecados já cometidos; levam outros à destruição daqueles que se cometem agora; levam outros ao impedimento daqueles que se estão por cometer; exceto as tentações que advêm para a prova, como no caso de Jó.

46. Considerando a cura pelos juízos divinos, suporta o sábio com agradecimento a adversidade que lhe sucede por eles, e não lhe atribui a causa senão aos seus próprios pecados. Em contrapartida, ignorando a sapientíssima providência de Deus, pecando e sendo castigado, tem o néscio a Deus ou aos homens como causa dos seus próprios males.

[São Máximo, o Confessor,
“Segunda centúria sobre a Caridade”, in
“Centúrias sobre a caridade & outros escritos espirituais”
Landy Editora,
São Paulo, 2003]

Everything

Eu não morro de amores por vídeos. Recebi este por email, deixei esquecido na caixa de entrada… abri por acaso, em um momento de fraqueza. Quando vi os dois jovens dançando, tive impulso de fechá-lo; mas a curiosidade foi mais forte. E valeu a pena, porque a apresentação dos garotos é primorosa!

You’re all I want,
You’re all I need,
You’re everything,
You’re everything!

Lifehouse não é uma banda cristã, mas alguns dos seus integrantes são cristãos. Esta música fala de Jesus Cristo. E a menina deu show no vídeo.