Comentando o adeus do Arcebispo – 04

4 –  O desmonte sob a bênção da Santa Sé & Punição a padres semeou medo

Algumas ofensas mais trazem honra do que desonra. Os artigos do especial do Jornal do Commercio comentados neste post e no próximo são exemplos disto. Atacando simultaneamente Dom José Cardoso e a Santa Sé, ao mesmo tempo em que dá vez voz a inimigos declarados da Igreja Católica, o jornal termina por tecer elogios fabulosos à figura do Arcebispo. Como tais elogios são, de certa maneira, indiretos, é necessário comentar ligeiramente as linhas escritas com o propósito de atacar o Arcebispo.

[O ]ano de 1989 foi negro para a Arquidiocese de Olinda e Recife. Em questão de meses, todo um trabalho resultado de anos de pastoral estava silenciado. Entrava em ação a operação de desmonte de uma Igreja inspirada no Concílio Vaticano II e na opção preferencial pelos pobres.

Só se “desmonta” uma coisa que foi “montada”. Registro, assim, que havia sido “montada”, em Olinda e Recife, uma Igreja inspirada no Concílio Vaticano II e na opção preferencial pelos pobres. Acontece que a única pessoa capaz de fundar uma Igreja é Nosso Senhor Jesus Cristo, e Ele o fez, e esta Igreja – sobre a Qual as portas do Inferno nunca prevalecerão – é a Igreja Católica Apostólica Romana. Qualquer igreja diferente desta é engodo, e qualquer um que se atreva a montá-la é ladrão e salteador.

Apenas saliento que inspirada no Concílio Vaticano II e na opção preferencial pelos pobres significa, no linguajar modernista, “traidora do Concílio Vaticano II” e “inspirada na Teologia da Libertação”. Uma igreja “modernista”, uma igreja “TLista”, mas não a Igreja de Cristo.

Numa tacada só, o novo arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, fechou o Seminário Regional Nordeste II e o Instituto de Teologia do Recife (Iter), ambos voltados à formação com base na Teologia da Libertação.

SERENE II – antro de homossexualismo. ITER – antro de marxismo. Duas coisas completamente incompatíveis com a Doutrina Católica, de modo que era dever do Arcebispo dar-lhes cabo com presteza. Com estas duas aberrações, é impossível fazer “pastoral vocacional” e, evidentemente, a situação do clero e dos leigos vai estar calamitosa.

Agiu por convicção e a mando do Vaticano.

Ou seja: é um Excelente Arcebispo, fiel à sua consciência e ao mandato que recebeu da Igreja, e um digno sucessor dos Apóstolos. Mas o pessoal do JC queria um bispo que agisse “sem convicção” e “em desobediência ao Vaticano”…

[E]le é símbolo do pensamento atual da Igreja de Roma, a mesma que hoje volta a rezar missas em latim e com os padres de costas para os fiéis.

Traduzindo: Dom José é fiel à Igreja. O problema destas pessoas é com a Igreja Católica, e não com o Arcebispo.

Os ventos progressistas e modernizantes trazidos pelo papa João XXIII, o homem do Concílio Vaticano II, não sopram mais em Roma.

Ventos progressistas e modernizantes podem ter soprado – e soprar ainda hoje – nas cabeças ocas de hereges, mas não na Cidade Eterna. As aloprações que (desgraçadamente) foram feitas em nome do Concílio Vaticano II não podem ser atribuídas a ele. Roma sempre condenou tais disparates, e Roma sempre corroborou o Vaticano II.

(…) avalia o ex-padre Reginaldo Veloso, que foi suspenso das funções sacerdotais e hoje é casado e tem um filho.

Com todo o respeito devido aos sacerdotes, mas não dá para ficar calado: um ex-padre amasiado é, realmente, a maior autoridade que o JC poderia encontrar para falar mal do Arcebispo e da Igreja Católica! Porque os católicos bons e fiéis jamais colaborariam com o intuito nefasto do jornal. E saliento que ser contrariado pelo pe. Reginaldo Veloso é motivo de honra, posto que, se asinus asinum fricat, o fato do pe. Veloso não “ser chegado” a Dom José revela que o Arcebispo não é da mesma laia dele.

Foi um equívoco de Roma indicá-lo porque ele não tinha a habilidade necessária (…), pondera o teólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco Inácio Strieder.

Ou seja, o que o jornal está dizendo é que Roma “se equivocou” e é um teólogo leigo quem está com a razão. Semelhante besteira proferida por alguém que se diz “teólogo” poderia encher de júbilo os inimigos da Igreja mas, para os católicos, isto é mais um sinal de que a Verdade está “do outro lado”; afinal, vejam as pérolas que este senhor defende.

“(…) Essa história de estar dizendo que está cumprindo o que Roma mandou é uma maneira muito boa de lavar as mãos como Pilatos (…)”, analisa o padre Edwaldo Gomes, da Paróquia de Casa Forte.

Só lembrando que o pe. Edwaldo Gomes é aquele que concelebrou uma missa com um anglicano, em meados do ano passado, e teve que se retratar no jornal da Arquidiocese. E, com todo o respeito que se deve a um sacerdote, Sua Reverendíssima não tem o direito de fazer insinuações desrespeitosas assim sobre o Arcebispo!

Um dos símbolos da Igreja de Resistência no arcebispado de dom José Cardoso (…)

Leia-se: da Anti-Igreja, da Sinagoga de Satanás. Porque, na Igreja de Cristo, “aquele que resiste à autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus; e os que a ela se opõem, atraem sobre si a condenação” (Rm 13, 2).

“As sandálias do pastor continuam descalças. Em seu lugar, foram calçadas as botas do inquisidor”.

E aqui, arrematando o artigo, um eloqüente exemplo de um “rótulo odioso”. Voilà!

O artigo seguinte, sobre os “padres medrosos”, tenciona tão-somente acrescentar, ao já extenso rol de adjetivos depreciativos despejado sobre o Arcebispo, o de “perseguidor”. O jornal, ao dizer que o motivo das expulsões foi simplesmente divergência de opinião com o arcebispo, insinua que tal “divergência” é pessoal. Ao contrário, os padres sempre foram afastados por divergência com a Igreja. Não tem nada de “opinião” aqui.

Fazendo uma lista com as próprias citações do JC:

– [m]uitos (…) foram acolhidos pela pastoral progressista do então arcebispo de João Pessoa (…)
– [s]eguidor da doutrina libertária de dom Hélder, o padre Luís Antônio de Oliveira (…)
– o padre Edwaldo Gomes, (…) por ter concelebrado uma missa com um bispo da Igreja Anglicana (…)

Ou seja: as questões aqui envolvidas são sempre referentes à Doutrina da Igreja Católica – e nunca por uma simples divergência de opinião com o arcebispo. O JC, portanto, mente e engana os seus leitores, fazendo-os crer que Dom José afastou padres meramente por uma questões de “opinião”. Isto é falso.

Em março de 1990, 82 religiosos da Arquidiocese de Olinda e Recife assinaram um manifesto denunciando as perseguições de dom José.

Não consegui encontrar este manifesto. Mas a julgar por quem o assina [o JC cita o pe. Reginaldo Veloso], vê-se que boa coisa não deve ser…

Por divergência de visão pastoral, o Padre Reginaldo Veloso havia sido demitido da Paróquia do Morro da Conceição (…)

O que o jornal chama de divergência de visão pastoral é o fato de que o Arcebispo queria servir à Igreja e, no Morro da Conceição, o pe. Reginaldo Veloso queria servir às CEBs. Atualmente, o ex-pároco está amasiado e tem um filho – de onde se infere qual era o tipo de “divergência” que havia entre ele e o Arcebispo.

E foi obrigado a acrescentar esse dado em sua biografia: é o único arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife a freqüentar delegacias e varas judiciais.

Bom, o único Arcebispo, talvez. Mas já houve um bispo em Olinda e Recife que teve problemas com a Justiça: Dom Vital (aliás, não deixem de ler este artigo). Que, aliás, é servo de Deus. Vê-se assim que Dom José Cardoso está muito bem acompanhado…

* * *

Anexo 1 – .O adeus do arcebispo

O desmonte sob a bênção da Santa Sé
Publicado em 04.07.2008

Influenciado pelos ventos fortes do conservadorismo do Vaticano, dom José acabou trabalho social e calou as vozes progressistas

[O ]ano de 1989 foi negro para a Arquidiocese de Olinda e Recife. Em questão de meses, todo um trabalho resultado de anos de pastoral estava silenciado. Entrava em ação a operação de desmonte de uma Igreja inspirada no Concílio Vaticano II e na opção preferencial pelos pobres. Numa tacada só, o novo arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, fechou o Seminário Regional Nordeste II e o Instituto de Teologia do Recife (Iter), ambos voltados à formação com base na Teologia da Libertação. Calou a voz da Comissão de Justiça e Paz e o Centro de Defesa dos Direitos Humanos. Agiu por convicção e a mando do Vaticano. Analisando o passado e olhando para o futuro, é fácil saber por que dom José atuou com tanta liberdade e autonomia: ele é símbolo do pensamento atual da Igreja de Roma, a mesma que hoje volta a rezar missas em latim e com os padres de costas para os fiéis.É impossível compreender os 23 anos do polêmico arcebispado de dom José sem avaliar os rumos que a Igreja tomou nas últimas décadas. Os ventos progressistas e modernizantes trazidos pelo papa João XXIII, o homem do Concílio Vaticano II, não sopram mais em Roma. Mudaram de curso desde João Paulo II. E praticamente se dissiparam com a eleição de Bento XVI. O novo papa, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, voltou a Igreja para dentro e em direção ao passado. Foi buscar no século 16 a inspiração para conduzir o seu rebanho católico em pleno século 21. Os tempos hoje são de outro concílio, o de Trento (1545 a 1563), defensor da fé, das tradições e da disciplina eclesiástica.

“Dom José chegou com a nefasta missão de desmontar tudo o que havia sido construído no tempo primaveril de dom Hélder. Ele é a expressão local de um processo de retrocesso que se observa não só na Igreja, mas na humanidade. Seu legado é o da estagnação”, avalia o ex-padre Reginaldo Veloso, que foi suspenso das funções sacerdotais e hoje é casado e tem um filho. Reginaldo diz que a Igreja se contenta em olhar para si mesma e a procurar satisfação em uma prática celebrativa e alienante.

Ao pensamento conservador, somaram-se o temperamento fechado e a falta de experiência do arcebispo em lidar com uma arquidiocese do tamanho da de Olinda e Recife. “Foi um equívoco de Roma indicá-lo porque ele não tinha a habilidade necessária. Era menor do que o cargo exigia. E usou a psicologia da força para compensar sua insegurança diante dos questionamentos que surgiram. Ele deixa uma certa melancolia. Foi um tempo de perdas. É o que a história vai contar”, pondera o teólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco Inácio Strieder.

“Eu lamento profundamente que certas autoridades da Igreja a quem esse caso está mais afeto, como a Congregação para os Bispos e a Nunciatura Apostólica, não tenham sido mais sensíveis ao problema de Olinda e Recife. Porque o papa está muito longe. Essa história de estar dizendo que está cumprindo o que Roma mandou é uma maneira muito boa de lavar as mãos como Pilatos, porque se o bispo é realmente um pastor ele deve se queimar pelo rebanho”, analisa o padre Edwaldo Gomes, da Paróquia de Casa Forte.

Se a Cúria Romana não fez nada, o mesmo não se pode dizer dos leigos católicos. Um dos símbolos da Igreja de Resistência no arcebispado de dom José Cardoso, o grupo Igreja Nova procurou continuar com a missão pastoral de dom Hélder, dentro do seu espírito libertário e conciliador. “A questão nunca foi pessoal. O que nós combatemos todos esses anos foi a forma autoritária como ele conduziu a arquidiocese”, explica Antônio Carlos Maranhão Aguiar, um dos integrantes do grupo. E sintetiza o que foi o legado de dom José, em 23 anos de arcebispado: “As sandálias do pastor continuam descalças. Em seu lugar, foram calçadas as botas do inquisidor”.

Anexo 2 – .O adeus do arcebispo

Punição a padres semeou medo
Publicado em 04.07.2008

“Quem vai ser o próximo?” No fim dos anos 80 e durante a maior parte da década de 90, essa pergunta assombrava a todos os padres que ousavam pensar diferente do arcebispo. A chegada de dom José fez mais do que dividir a Igreja. Causou uma espécie de diáspora do clero de Olinda e Recife. De forma direta, ele afastou, puniu ou demitiu pelo menos 16 padres brasileiros e estrangeiros. Considerando os que sofreram perseguição ou pressão para sair, a conta sobe para mais de 30. Muitos pegaram a estrada em direção à Paraíba e foram acolhidos pela pastoral progressista do então arcebispo de João Pessoa, dom José Maria Pires. Quem ficou, foi obrigado a silenciar. E a resistir com as armas que tinha.De pouco adiantou protestar. Mas os padres tentaram. Em março de 1990, 82 religiosos da Arquidiocese de Olinda e Recife assinaram um manifesto denunciando as perseguições de dom José. O número 17 da lista falava com conhecimento de causa. Por divergência de visão pastoral, o Padre Reginaldo Veloso havia sido demitido da Paróquia do Morro da Conceição, três meses antes, num dos episódios mais traumáticos da gestão de dom José e que a imprensa, na época, chamou de “Guerra Santa”. Em solidariedade ao religioso, os fiéis tomaram a chave da igreja e foi preciso a polícia e a Justiça intervir para que a situação fosse contornada. Era só o começo.

Seguidor da doutrina libertária de dom Hélder, o padre Luís Antônio de Oliveira, da Paróquia de Boa Viagem, seria uma das próximas vítimas. Com um forte trabalho pastoral desenvolvido com a participação de leigos, ele foi demitido em 1991 por não concordar com as idéias de dom José. Um grupo de fiéis conseguiu audiência com o arcebispo para tentar demovê-lo da idéia, mas ele manteve a decisão. Dois anos mais tarde, os padres estrangeiros Felipe Mallet, da Paróquia de Brasília Teimosa, e André Rombouts, de Apipucos, também tiveram que sair. A razão: divergência de opinião com o arcebispo.

Com maior ou menor estardalhaço, os casos foram se sucedendo. No ano passado, dom José comprou uma briga que o deixou ainda mais isolado. Invocando um artigo do direito canônico, ele denunciou ao Vaticano o padre Edwaldo Gomes, da Paróquia de Casa Forte, por ter concelebrado uma missa com um bispo da Igreja Anglicana. As reações foram enormes, mas dom José manteve a punição ao padre.

Um de seus últimos atos, no entanto, lhe traria dores de cabeça maiores. No confronto com o padre de Água Fria, João Carlos Santana, ele terminou sendo processado por calúnia e difamação. E foi obrigado a acrescentar esse dado em sua biografia: é o único arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife a freqüentar delegacias e varas judiciais.

Oração contra abusos na Liturgia

Recebi por email e reproduzo abaixo.

Recordo as palavras do Saudoso Papa João Paulo II, na Ecclesia de Eucharistia:

Por isso, sinto o dever de fazer um veemente apelo para que as normas litúrgicas sejam observadas, com grande fidelidade, na celebração eucarística. [EE 52]

Rezemos!

* * *

ANEXO: Email recebido por mim

———- Forwarded message ———-
From: Elton Quadros
Date: 2008/7/9
Subject: Campanha de orações contra os abusos na liturgia
To: <undisclosed>

Esta é uma iniciativa da comunidade do orkut: Adoramos Jesus na Eucarístia (http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=8520856).

Caros irmãos e irmãs em Cristo,

Infelizmente, são comuns, nos nossos tempos, os abusos cometidos na Celebração da Santa Missa, por isso, intencionamos realizar uma Campanha de orações contra os abusos na liturgia. Como nos ensina o Papa Bento XVI: “… estou convencido [- e] isto é-nos ensinado pela fé [- de] que sem a força da oração, sem a união íntima com o Senhor, as nossas iniciativas humanas serviriam muito pouco”.

Através da oração, peçamos ao Senhor!

Nossa primeira iniciativa será a oração, a partir do dia 11 de julho de 2008, da Novena ao Sagrado Coração de Jesus. Você encontrará maiores informações neste link:
http://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=8520856&tid=5220659776241286052

Além disso, aceitamos outras sugestões para realizarmos mais atos nesta nossa Campanha.

Pedimos também, àqueles que participem de outras comunidades (virtuais ou não) que divulguem essa iniciativa.

Sagrado Coração de Jesus, tende piedade de nós!

A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus é preciosíssima, e por essa caractrística de reparação, desejamos realizar uma Novena ao Sagrado Coração de Jesus, em desagravo às ofensas que Lhe são feitas e contra os abusos litúrgicos cometidos no Sacrifício da Santa Missa.

Queremos adorar Jesus Eucarístico, queremos reparar os males cometidos contra Sua Santidade, e que ofendem Seu Sacratíssimo Coração! Todos que quiserem participar dessa Novena, faça. Mesmo que não consigamos nos reunir para rezarmos juntos, dediquem uns instantes de seu dia para estar diante de Nosso Senhor. Se puderem, visitem o Santíssimo Sacramento, coloquem-se diante dEle.

Procuraremos nos reunir na sala do paltalk “Adoramos Jesus na Eucaristia” todas as noites, às 21h, a partir do dia 11/07/08.

Abaixo transcrevemos a Novena que será usada como base para as nossas preces!

Fiquem com Deus e com a proteção de Nossa Senhora!

Sagrado Coração de Jesus, venha a nós o Vosso Reino
Doce Coração de Maria, sede nossa salvação

Novena ao Sagrado Coração de Jesus

Por: Marciano Spica

Editoras do Sul, Erechim, 2003.

1º dia: Transformai meu coração

Senhor Jesus, que amais os seres humanos com intensidade infinita, fazei que o meu coração, às vezes duro e petrificado, se transforme num coração de carne cheio de amor e bondade.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

2º dia: Tornai meu coração sensível

Senhor Jesus, que tinha um coração sensível capz de perceber as necessidades das pessoas, dai ao meu coração sensibilidade capaz de ajudar aos meus irmãos que calados me pedem a mão.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

3º dia: Tornai meu coração aberto

Senhor Jesus, que acolheste todos aqueles que recorrerama Ti, dai-me a graça de ter em mim o dom da acolhida, para que todos os que se achegarem a mim sintam que meu coração contém a beleza que habita em Ti.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

4º dia: Tornai meu coração simples

Deus de amor, na simplicidade de seu Filho estava a salvação do mundo. Fazei que meus sentimentos sejam simples a ponto de salvar a mim mesmo e a todas as pessoas que eu puder ajudar.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

5º dia: Tornai meu coração sincero

Senhor Deus, a sinceridade é uma das maiores virtudes. Que eu saiba ter um coração sincero capaz de expressar verdadeiros sentimentos, que tragam vida, esperança e felicidade a todas as pessoas.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

6º dia: Tornai meu coração cheio de amor

Senhor Jesus, nos disseste que o maior mandamento é o amor, amar ao próximo como a si mesmo. Ajude-me, Senhor, que eu consiga me amar e amar todas as pessoas, até mesmo aquelas que me fazem mal.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

7º dia: Acolha-me em [t]eu coração

Mestre Divino, Tu tens um coração puro e cheio de virtudes, acolha-me em teu coração e derrama sobre mim as tuas graças, dando-me uma vida cheia de fé, amor, mansidão coragem e esperança.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

8º dia: Abençoa toda a Igreja

Pai de amor, Tu deste a Igreja a missão de levar a todos os povos a tua lei, os teus ensinamentos, abençoai todos os líderes de nossa Igreja, especialmente os Padres, Bispos, e o Papa, daí a todos a força necessária para levar aos confins da terra o teu amor.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

9º dia: Abençoa toda a humanidade

Oh, coração glorioso de Jesus! Abençoa a humanidade inteira, derrama tuas graças sobre o mundo, dando a ele a paz, a conversão e o amor. Livra todas as pessoas do mal e do pecado e fazei que todos vivam em perfeita harmonia.

Oração: Senhor Jesus, olha para a humanidade tão necessitada de vós, derrama sobre ela as bênçãos de teu Sagrado coração. Ensina aos povos a maravilha da paz e da acolhida, ensina aos homens e mulheres o quão lindo é o amor e o quanto vale a pena defender a vida. Acolhe a tua Igreja em [t]eu coração e faça com que ela mergulhe no sangue salvador da humanidade para que assim possa levar a todos as tuas bênçãos e graças. Abençoe-me a mim também derramando sobre a minha alma as bênçãos e graças do teu coração. Amém.

1 Pai Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória ao Pai

Por que o Papa defende a Tradição?

Artigo publicado na FOLHA (aqui para assinantes e aqui de segunda mão): “Bento XVI resgata tradicionalismo”. A reportagem contém boas informações, mas também algumas besteiras que ameaçam confundir os fiéis quanto à situação atual que atravessa a Igreja. Passo a fazer alguns ligeiros comentários.

[E]m 30 de junho de 1988, o bispo francês Marcel Lefebvre (…) consagrou quatro bispos (…). Ao mesmo tempo, um decreto fulminante de Roma excomungava Lefebvre (morto em 1991) e aqueles novos bispos.

Está errado. Primeiro, porque a Ecclesia Dei não é um “decreto”, e sim um “motu proprio”. Segundo, porque o motu proprio não excomunga Lefebvre (a excomunhão é latae sententiae, segundo o Direito Canônico); apenas declara que ele incorreu em excomunhão automática quando sagrou os bispos sem mandato apostólico.

Seminários da Fraternidade Santa Pio 10 (…)

Mon Dieu! Ninguém revisa as traduções da Folha? O nome da Fraternidade é São Pio X!

Tipicamente europeu, esse modelo de igreja autoritária, antiecumênica e antimoderna, dominada pela figura do santo padre encarregado do sagrado, foi exportado.

O que a reportagem chama de “autoritária” é a Igreja onde o Papa detém a Suprema Autoridade de Governo e de Ensino; “antiecumênica”, é a Igreja que afirma não haver salvação fora d’Ela; “antimoderna”, é a Igreja que se recusa a ser antropocêntrica e permanece teocêntrica. Em suma: é a Igreja Católica de sempre.

Vítima de um jogo interminável de disputas, Bento se viu pressionado a anular as excomunhões de junho de 1988.

Do jeito que o negócio está escrito, dá a entender que o Papa já levantou a excomunhão de Lefebvre! E isso  – a menos que o repórter saiba o que o Papa fez antes que o Vaticano divulgue – não aconteceu.

Em todas as religiões, a liturgia é a expressão de uma fé. Ela não pode ser dissociada da doutrina. Acontece que a direção foi determinada há mais de 40 anos, no concílio Vaticano 2º, mantido por Paulo 6º e João Paulo 2º.

Este é o ponto mais interessante da história toda. É verdade que a Liturgia expressa a Fé e que, portanto, segundo o velho adágio católico, lex orandi, lex credendi: a norma da oração é a norma da Fé. Mas acontece que a Fé da Igreja é, por definição, imutável; de modo que a Liturgia – na essência – também o é. Assim sendo, a Reforma Litúrgica do século XX, não obstante as opiniões de rad-trads e de modernistas, não modificou a Fé da Igreja.

A reportagem, todavia, diz o contrário. Diz que o Vaticano II determinou uma direção para a Igreja, e esta direção – dá a entender o texto – é oposta àquilo que a Igreja sempre ensinou. O texto é adepto da tese segundo a qual o Vaticano II criou uma nova igreja; tese já incontáveis vezes repudiada por Roma.

Hoje, reina em Roma um neoconservadorismo incentivado não tanto pelo papa quanto por grupos que nunca renunciaram à igreja autoritária do passado. A reintegração dos cismáticos corre o risco de ser efetuada ao preço de uma erosão das conquistas dos últimos 40 anos. Seria o triunfo póstumo de Lefebvre.

Vejam a acusação insidiosa: o Papa defende a Tradição não porque ele é o Papa e tem como dever guardar a Tradição, mas… por estar sendo “incentivado” pelos cismáticos da FSSPX! Bento XVI seria um “traidor” da Igreja, mancomunado com cismáticos! A idéia é completamente esdrúxula, mas ameaça encontrar quem a ouça – afinal, hoje em dia, tem tanta gente que engole cada besteira…

A Reforma Litúrgica não modificou a Fé da Igreja – é uma impossibilidade teológica. “Retornar à Igreja pré-conciliar” é uma expressão destituída de significado, pois não se pode retornar a uma coisa que não foi nunca abandonada. A Igreja é a Igreja; pode-se retornar ao latim, pode-se retornar ao báculo com cruz grega, pode-se retornar aos genuflexórios na hora da comunhão, pode-se retornar às vestes papais; mas nem vestes papais, nem genuflexório, nem báculo com cruz grega, nem latim são a Igreja! Se estas coisas ajudam a fazer a Fé da Igreja – a Fé imutável – mais conhecida neste mundo, então que sejam largamente utilizadas! É isto que o Papa está fazendo. O que não podemos é permitir que os cismáticos, só por conservarem algumas coisas da Igreja que abandonaram, “levem os louros” e “assumam a responsabilidade” por estas coisas das quais a Igreja sempre pôde dispôr da maneira que Lhe aprouvesse, posto que, por direito, a Ela – e somente a Ela – pertencem.

Aborto rejeitado na CCJ

Laudetur Iesus Christus et Maria Immaculata!

Saiu no G1 – CCJ rejeita projeto que descriminaliza o aborto. Rendamos graças a Deus!

Disse o relator do projeto, deputado Eduardo Cunha:

Se nada tivesse feito até hoje na Câmara esse projeto já seria a razão do meu mandato.

Sim, é verdade! Parabéns, deputado – o Altíssimo, a Quem nada é oculto, saberá recompensar ao senhor!

Mas não descansemos ainda… Há pelo menos duas coisas que nos obrigam a permanecer em prontidão.

Primum: há uma condicional importante, aqui citada:

A matéria será arquivada se não houver recurso, em cinco sessões, para ser votada pelo plenário da Câmara.

Portanto, ainda pode haver recurso e o malfadado PL ainda pode ser votado em plenário.

Secundum: de acordo com o G1,

existem 30 projetos sobre o tema [aborto] tramitando no Congresso, (…) [m]etade deles propondo tornar a legislação menos restritiva à prática e a outra metade aumentando as restrições.

Venceu-se a batalha – demos graças a Deus! Mas não a guerra. Ainda há muita coisa a ser feita. Ânimo! O Senhor dos Exércitos combate conosco.

* * *

Entre os comentários da notícia acima linkada do G1:

Allus
09/07/2008 – 15h 52m

Fátima,
Me desculpe, mas você definitivamente não conhece nenhuma grávida que sofre durante 9 meses sabendo que seu filho não terá chance alguma, como um bebê com hidrocefalia, e mesmo assim sem poder interromper a gravidez. Isso porque, independente da condição do bebê, a lei se concentra no risco de vida à mãe…
[grifos meus]

Impressionante como qualquer um se sente na obrigação de dar a sua opinião – exigindo, óbvio, que ela seja levada em conta – sobre coisas que desconhece completamente! Sugestão de leitura: Os idiotas confessos.

Comentando o adeus do Arcebispo – 03

3 – O desabafo secreto & Sem auxiliares por perto

Depois de pintar com as cores mais repulsivas possíveis a figura do Arcebispo, o Jornal do Commercio passa a fazer, agora, fofoca pura e simples. É apresentado um “relatório confidencial”, supostamente atribuído a Dom João Evangelista Terra, à época bispo auxiliar da Arquidiocese.

Começa o artigo:

[P]or quase 20 anos, o documento reproduzido nesta página ficou guardado num canto de gaveta a sete chaves.

O texto do documento não é reproduzido e não se encontra na versão online deste texto no JC. Foi somente reproduzido na versão impressa; é da edição digital do dia 04 de julho que foram retiradas as fotos abaixo, que mostram o documento tal e qual o jornal o publicou:

Em momento algum o jornal diz se o documento, tal como foi reproduzido, é original ou é editado; as reticências que existem no texto, bem como o fato das letras estarem bem legíveis para um documento tão antigo, e a ausência de uma coisa tão fundamental como a data do documento – parece que o jornal não gosta de datas… – fazem-me crer que esta foto foi produzida para fins de visualização pelos leitores, tendo (supostamente…) por base o (suposto…) relatório confidencial ao qual se refere o artigo. Prossigamos.

O texto é contundente e extremamente direto. Sobre o arcebispo, o auxiliar teria escrito: “Não tem capacidade de diálogo. É muito autoritário, rancoroso e vingativo. Incapaz de perdoar”.

O texto (o reproduzido no JC) também diz, sobre o Arcebispo, que ele “foi muito eficiente, enérgico e inflexível na solução dos problemas estruturais”, que ele “[c]umpriu as ordens da Santa Sé para fechar o Iter (Instituto Teológico do Recife) e o Serene II (Seminário Regional do Nordeste II)” e que ele “[e]nfrentou corajosamente a oposição e contestações do arcebispo emérito D. Hélder Câmara, de outros bispos do regional, de numerosos religiosos, religiosas e leigos. Foi realmente heróico, na sua resistência, sofreu oposição de boa parte da CNBB”. Mas nada disso aparece na reportagem do Jornal, pois esta só está interessada em reproduzir os trechos que sirvam para denegrir a imagem do arcebispo.

Registro ainda duas coisas que, se o suposto documento for verdadeiro, são interessantíssimas: (1) as ordens para fechar o ITER e o SERENE II (legados de Dom Hélder) vieram de Roma e, portanto, a Santa Sé estava ciente da situação da Arquidiocese e descontente com ela; (2) Dom José enfrentou com coragem a oposição de a) Dom Hélder; b) outros bispos da regional; c) numerosos religiosos, religiosas e leigos; e d) boa parte da CNBB. Numa situação dessas, seria acaso de se espantar que o Arcebispo dividisse “as pessoas em amigos e inimigos”?

O relatório teria sido encaminhado, no início da década de 90, à Nunciatura Apostólica, em Brasília

Percebam as construções constantemente empregadas: o documento é atribuído ao então bispo…, e teria sido encaminhado…, e dom João Terra teria registrado…; oras, por que não é dito que o relatório foi escrito por tal pessoa, e que foi encaminhado para a Nunciatura, e que nele foram registradas tais e tais coisas?! Por que o tom especulativo? Será que o Jornal não assegura a autenticidade das coisas que publica? E por quê, então, ele publica coisas de autoria duvidosa que mancham a imagem e a reputação do Arcebispo de Olinda e Recife?

O JC conversou com dom Marcelo, hoje arcebispo emérito da Paraíba, e ele confirmou ter aconselhado dom João a relatar os problemas que ocorriam na arquidiocese. “Ele estava muito preocupado. Fez o relatório, mas eu não li. Ele apenas me falou do texto”, […] conta o religioso, que durante anos guardou o material.

Aqui, o Jornal deve pensar que os leitores são burros. Afinal, Dom Marcelo leu o relatório (durante anos guardou o material) ou não (eu não li. Ele apenas me falou do texto)? Ou será que ele guardou, sem ler, um relatório confidencial (aliás, o que estava fazendo com ele?) durante anos, até que o pessoal do JC gentilmente o solicitasse e ele alegremente o cedesse? Haja paciência!

Procurado, dom João não quis dar declarações sobre o período em que foi bispo auxiliar de Olinda e Recife.

E, mesmo assim, sem confirmação de fonte nem nada, o jornal publicou com estardalhaço o documento confidencial atribuído ao bispo. Quanto profissionalismo!

Em resumo: ainda concedendo que o material seja verdadeiro tal e qual foi publicado, a única coisa que ele contém são impressões pessoais de um bispo auxiliar (que, é bom frisar, não autorizou a publicação do documento) sobre a Arquidiocese há quase vinte anos! Que motivo pode ter o jornal para publicá-lo (lançando a Dom José a pecha de autoritário e vingativo logo no subtítulo) que não seja a vontade de difamar e injuriar o Arcebispo, atacando-lhe a honra?

A reportagem seguinte, sobre os bispos auxiliares, nada diz. Reproduz uma única informação – que Dom José teve apenas três bispos auxiliares durante o tempo em que ficou na Arquidiocese – e se utiliza dela para dar uns retoques de centralizador e isolado ao retrato escabroso que vem pintando do Arcebispo desde a primeira página. Repetimos: se o objetivo não é passar uma imagem negativa do Arcebispo, então qual é?

Só saliento o fato de que os bispos auxiliares são nomeados pelo Papa, e não pelo Arcebispo; este pode no máximo solicitá-los à Santa Sé. E Dom José possui, atualmente, três vigários-gerais, que o auxiliam e exercem [por delegação] algumas funções próprias do ofício do Bispo Diocesano, de modo que a acusação de “querer governar sozinho” não procede.

Merece ainda citação, todavia, uma coisa: o mesmo Dom João que, na reportagem anterior, não quis dar declarações sobre o período em que foi bispo auxiliar de Olinda e Recife, aparece agora, no fim da mesmíssima página, dando um monte de declarações sobre o período! Que coisa curiosa! Se o jornal é capaz de contradizer no fim da página aquilo que disse no começo, qual é a credibilidade que ele merece?

Não mede esforços o jornal para formar, de Dom José, a imagem mais negativa possível. À multiplicação de adjetivos depreciativos dos quais o Arcebispo é tachado pelo JC, somam-se as contradições das reportagens e as opiniões de terceiros – contanto que sejam contrárias a Dom José Cardoso. O caderno especial do Jornal do Commercio, em essência, não contém outra coisa: oito páginas de cretinice. É a isto que serve a imprensa?

* * *

Anexo 1 – .O adeus do arcebispo

O desabafo secreto
Publicado em 04.07.2008

Relatório confidencial, atribuído a ex-auxiliar, considera dom José autoritário e vingativo

[P]or quase 20 anos, o documento reproduzido nesta página ficou guardado num canto de gaveta a sete chaves. Trata-se de um relatório confidencial atribuído ao então bispo auxiliar de Olinda e Recife, dom João Evangelista Martins Terra, sobre a delicada situação de dom José Cardoso Sobrinho à frente da arquidiocese. O texto é contundente e extremamente direto. Sobre o arcebispo, o auxiliar teria escrito: “Não tem capacidade de diálogo. É muito autoritário, rancoroso e vingativo. Incapaz de perdoar”. Dom João Terra foi bispo auxiliar de dom José, no período de dezembro de 1988 a fevereiro de 1995.O documento faz uma análise, ponto a ponto, dos principais problemas enfrentados pela arquidiocese. Relata a situação do clero, do arcebispo, o relacionamento com os bispos auxiliares, a qualidade de ensino do seminário diocesano, revela preocupações quanto ao reitor da época e enxerga problemas em relação à pastoral vocacional. “As perspectivas para o futuro do clero na arquidiocese são muito pessimistas”, prevê.O relatório teria sido encaminhado, no início da década de 90, à Nunciatura Apostólica, em Brasília, que funciona como uma espécie de embaixada do Vaticano no Brasil. No texto, dom João Terra teria registrado que a sugestão de escrever o documento partiu do então presidente do Regional Nordeste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Marcelo Carvalheira. O JC conversou com dom Marcelo, hoje arcebispo emérito da Paraíba, e ele confirmou ter aconselhado dom João a relatar os problemas que ocorriam na arquidiocese. “Ele estava muito preocupado. Fez o relatório, mas eu não li. Ele apenas me falou do texto”, contou o religioso.

“Na época, houve muitos comentários sobre esse documento, mas pouquíssimas pessoas do clero tiveram acesso a ele. Era extremamente sigiloso”, conta o religioso, que durante anos guardou o material. Ele lamenta que, diante de um relato tão contundente, nenhuma providência tenha sido tomada. “Quando eu vi que um documento com esse peso foi entregue e a Cúria Romana silenciou, percebi que nada do que nós fizéssemos teria resultado. Nossos apelos seriam todos em vão.” Procurado, dom João não quis dar declarações sobre o período em que foi bispo auxiliar de Olinda e Recife.

Anexo 2 – .O adeus do arcebispo

Sem auxiliares por perto
Publicado em 04.07.2008

Em 23 anos de arcebispado, dom José Cardoso só teve três bispos auxiliares. Passou mais da metade desse tempo sem contar com a colaboração de qualquer adjunto. Apesar do tamanho da arquidiocese – 20 municípios, 100 paróquias –, ele preferiu governar sozinho. O temperamento difícil ajuda a explicar a opção pelo isolamento. Dom José Cardoso é descrito como um homem centralizador e que dava poucas responsabilidades aos seus bispos auxiliares. Quando deixou o posto, dom João Evangelista Martins Terra queixou-se do esvaziamento de suas funções e da difícil convivência com o arcebispo. Já dom Fernando Saburido, o último dos auxiliares de dom José, reconheceu que o longo período sem um bispo adjunto prejudicou a atividade pastoral da arquidiocese.“Nunca recebi nenhum ministério específico. Meus trabalhos ordinários foram assumidos por iniciativa própria”, confidenciou dom João, em entrevista concedida ao JC, um dia antes de ir embora do Recife, em fevereiro de 1995. Jesuíta, poliglota e conhecido como homem culto e com larga experiência didática, ele lamentou a falta de atribuições. “Como bispo auxiliar, nos primeiros anos ainda consegui manter as minhas atividades. Depois a minha vida ficou muito parada, muito limitada. Não recebi tarefas nem missões específicas, limitando-me a pregar retiros ao clero e dar aulas no Seminário de Olinda”.Dom João reconheceu a crise vivida pela arquidiocese e, já naquela época, avaliou que seria complicado enfrentar as dificuldades. “Para superar essa conflitividade seria necessário uma personalidade genial e profundamente carismática. Não é o nosso caso”, observou. Ele revelou que os desacertos da Igreja Católica em Pernambuco tinham chegado a Roma e eram motivo de preocupação do então papa João Paulo II. “A divisão do nosso clero é um problema que preocupa muito a Santa Sé. No fim do ano, fui chamado à Roma por causa dessa divisão. O cardeal Gantin (na época, prefeito da Congregação dos Bispos) me disse que o papa chora a cada vez que se fala na situação do clero na Arquidiocese de Olinda e Recife”.

Contemporâneo de dom João (os dois chegaram ao Recife no mesmo dia), o bispo auxiliar Hilário Mooser ficou ainda menos tempo na função. Foi embora em maio de 1992, em meio a especulações de que pedira sua transferência para se afastar da crise aqui instalada. “Era um homem muito bom, como salesiano era um educador e teria se dado muito bem com o clero. Mas foi logo escanteado, sob a acusação de que não estaria a favor do bispo”, relembra um padre, em reserva. De temperamento conciliador, dom Fernando Saburido também conquistou a confiança do clero e dos leigos da área progressista da Igreja. “É verdade que ele precisaria ter um pouco mais de diálogo. Porque os conflitos prejudicaram o lado pastoral, a igreja missionária. Mas eu sinto que dom José é um homem que tem muito amor pela Igreja. Sua formação é romanizada. Muito do que ele faz, faz convicto de que está certo”.

Comentando o adeus do Arcebispo – 02

2 –  Forjado na disciplina e obediência  &  Eminência parda do poder

Os dois artigos seguintes do Especial do Jornal do Commercio servem como duas espécies de “biografias” – uma de Dom José Cardoso e outra de sua irmã, Dona Judite Cardoso. Seria de se esperar que encontrássemos em destaque coisas que costumam aparecer em biografias, como a data de nascimento do “biografado”, o nome dos pais, quantos irmãos teve, onde estudou, onde foi formado, etc. Contudo, todas essas coisas ocupam um segundo plano nos dois textos, que têm – como objetivo principal – formar uma imagem negativa do Arcebispo.

Isto é evidente. A começar pelo título: “Forjado na disciplina e obediência”, passando pelo primeiro parágrafo, onde é dito que Dom José pertence ao grupo das pessoas que quebram (e não das que vergam – a expressão denota “intransigência”), que é radical, que tem dificuldade para ceder, que é chamado de reacionário, que é (à semelhança do pai) fechado e de poucos amigos… tudo isso para pintar, aos olhos do leitor, uma figura pela qual se pode ter qualquer sentimento – menos o de simpatia.

A imagem é ainda endossada por um “esquecimento” eloqüente: não é citada a data de nascimento de Dom José! Alguém poderia dizer: “ah, todo mundo sabe que foi na segunda-feira, logo, dia 30 de junho; e, então, é só subtrair 75 – a idade do Arcebispo – para se chegar à data exata: 30 de junho de 1933”. Ainda concedendo que assim fosse, e quanto à data de nascimento de Dona Judite, que também não aparece no segundo artigo?! Como é que um artigo escrito para apresentar a figura de uma pessoa sobre a qual é dedicado um caderno inteiro, não obstante seja capaz de pintá-la com uma gama de adjetivos depreciativos, “não se lembra” de apontar-lhe o dia do aniversário? Por que o autor do texto não cita os dados objetivos que poderiam e deveriam constar na apresentação da vida de um homem, e quase que se limita a fazer juízos morais sobre a personalidade dele?

Não é só a data de nascimento de Dom José que falta. Faltam todas as datas: de nascimento, de primeira eucaristia, de profissão de votos, de ordenação presbiteral, de ordenação episcopal… Falta o nome de todas as pessoas (à exceção dos familiares e de um membro do Movimento Pró-Criança), como a catequista dele em Caruaru, ou o frade carmelita que o chamou ao sacerdócio… Falta a formação acadêmica [limitando-se o artigo a dizer que ele virou doutor em Direito Canônico…], falta a vida religiosa. Enfim: falta virtualmente tudo!

O mesmo vale para o texto que apresenta dona Judite: ela não tem data de nascimento, não tem formação [foi freira durante 30 anos – e só], não tem história, não tem nada. Há fofocas [nos bastidores, comenta-se…] e juízos sobre a personalidade, à semelhança do irmão [uma pessoa de temperamento difícil e muito fechada] – e só. As únicas coisas que se salvam são as palavras de Dona Judite, entre as quais merecem destaque: “[o] arcebispo é muito fiel à Igreja e cumpre rigorosamente as regras de Roma. Isso é ser um bom cristão” – bravo! Sem dúvidas, a irmã do Arcebispo está corretíssima; no entanto, depois do cartão de visita que o jornal apresenta como sendo dela e do seu irmão, de que servem as palavras publicadas de Dona Judite – após ter-se escrito, aliás, que ela disse que não dava entrevistas ao JC – a não ser de ironia, de deboche, de chacota [Judite também puxou à personalidade do pai]?!

Os textos, portanto, não são informativos: têm, ao contrário, o objetivo – repetimos – de formar uma imagem negativa de Dom José Cardoso nos leitores. Afinal, ainda no texto que apresenta o Arcebispo, lemos que Dom José passou 25 anos respirando a burocracia da Cúria Romana, que fez do Direito Canônico uma espécie de Bíblia, que é um homem com pouco jogo de cintura, que tem um temperamento fechado… no final, com uma apresentação dessas, pode por acaso ser chamado de “imparcial” e “responsável” o jornal que a publique? Não, não é. O caderno foi escrito para denegrir a imagem do Arcebispo; é patente. E o Jornal do Commercio revela-se (mais uma vez) um meio de comunicação irresponsável e não comprometido com a verdade.

Para quem quiser encontrar a formação de Dom José, existe este site; para lerem uma biografia (muito) melhor, há esta página em um site de Paracatu, primeira cidade onde Dom José assumiu o bispado. No mais, resta dizer que a tendência encontrada no “pórtico” do caderno especial do Jornal do Commercio vai ser desenvolvida ao longo das páginas subseqüentes de “O adeus do arcebispo” – e elas serão, depois, comentadas aqui.

* * *

Anexo 1 – .O adeus do arcebispo

Forjado na disciplina e obediência
Publicado em 04.07.2008

Nascido em Caruaru, em uma família dedicada ao catolicismo, dom José saiu de casa aos 12 anos para viver sob as leis da Igreja

[H]á pessoas que vergam. E outras que quebram. Dom José Cardoso Sobrinho, o arcebispo de Olinda e Recife, pertence ao segundo grupo. Radical, tem dificuldade de ceder, sobretudo quando o que está em jogo é a devoção à Igreja Católica e à figura do papa. Os que estão próximos descrevem o religioso como um homem ortodoxo. Os que o condenam o chamam de reacionário. A história de vida de dom José mostra que ele foi, desde cedo, uma pessoa forjada na obediência e na disciplina. Um garoto que aos 12 anos saiu de casa para viver sob as leis da Igreja. E fez, na vida episcopal, o que a formação fez dele.Filho de um artesão e de uma costureira, dom José puxou mais ao pai do que à mãe. Antônio Cardoso da Silva, famoso pela habilidade em construir selas e arreios para cavalos, era fechado e de poucos amigos. A personalidade mais dócil e meiga da mãe Antonina de Melo foi herdada pelo outro religioso da família: dom Paulo Cardoso, o irmão mais novo de José e arcebispo de Petrolina. Aos dois filhos homens se somam Judite, a mais velha, Margarida, Dorotéia e Maria de Lourdes, todos nascidos em Caruaru, no Agreste do Estado, e criados dentro dos mandamentos da fé católica.A decisão de seguir a vida religiosa surgiu nas aulas de catolicismo, pelas mãos de uma freira por quem dom José faz questão de demonstrar gratidão. Com quase 99 anos e ainda morando em Caruaru, foi ela quem fez a pergunta que mudaria sua vida. “Ela me disse: ‘Você quer ser padre?’ – Eu respondi: ‘Não sei’”, relembra o arcebispo. Reação natural para quem tinha apenas 10 anos. Foi a passagem de um frade carmelita que definiu a história. Ele pediu permissão ao pai para que o garoto virasse seminarista e, em três meses, o menino já estava no Convento do Carmo, em Goiana.

De lá, passou pelo Recife e seguiu para São Paulo, onde os carmelitas têm um instituto de filosofia. Quando estava terminando o curso, veio a notícia de que seria mandado para Roma. Foram 25 anos, respirando a burocracia da Cúria Romana. Virou doutor em direito canônico e fez do código uma espécie de Bíblia. Durante todo o arcebispado em Olinda e no Recife, a fidelidade aos cânones que traduzem as leis do Vaticano seria a principal justificativa para a maioria de seus atos polêmicos. A formação rígida o fez também um homem com pouco jogo de cintura. “Ele é uma pessoa de diálogo, dentro da ortodoxia dele”, diz Sebastião Barreto Campelo, responsável pelo Movimento Pró-Criança, uma das raras obras sociais deixadas por dom José. Ele reconhece que o temperamento fechado do arcebispo lhe trouxe dificuldades, mas justifica a postura radical pela fidelidade aos seus princípios.

O primeiro desafio de dom José como bispo veio em 1979, quando foi mandado de volta ao Brasil para assumir uma pequena diocese, no interior de Minas Gerais. Em Paracatu, encontrou o ambiente disciplinado a que estava acostumado: eram apenas 12 missionários carmelitas. A tranqüilidade foi interrompida no início de 1985, quando ficou sabendo que seria o novo arcebispo de Olinda e Recife, notícia que ele classificou como uma “bomba”.

Dom José resistiu o quanto pôde. Foi para Roma determinado a dizer não. Mas, num café da manhã com o papa João Paulo II, ouviu do pontífice palavras que, segundo ele, deixaram-no sem escolha. “Você está com medo de ir para o Recife porque você é pequeno? Dom Hélder também é pequeno. Não tenha medo, não”, provocou o papa. Depois disse: “O pastor é o modelo do rebanho. Até hoje, o modelo do rebanho se chamava Hélder Câmara. De hoje em diante, é José Cardoso”. Obediente como sempre foi, fez as malas e saiu de uma diocese rural, com dez paróquias, para uma arquidiocese com 80 e símbolo de uma Igreja engajada. O tempo provaria que a semelhança com dom Hélder na baixa estatura (dom José mede menos de 1,60 metro) seria irrelevante. Nas profundas divergências é que residiria o maior problema.

Anexo 2 – .O adeus do arcebispo

Eminência parda do poder
Publicado em 04.07.2008

Não adianta procurar. O nome dela não aparece nos jornais, poucos a conhecem pessoalmente, mas ela foi e é uma das figuras mais influentes do atual arcebispado. Judite, a irmã um ano mais velha de dom José Cardoso Sobrinho, é apontada como a eminência parda da Arquidiocese de Olinda e Recife. É uma das raras pessoas que o arcebispo ouve incondicionalmente. Nos bastidores, comenta-se que ela teve participação direta em um dos episódios marcantes da administração do frade carmelita: a convocação da polícia para afastar camponeses do Palácio dos Manguinhos, em agosto de 1990. Teria sido dela a idéia de cercar a residência oficial e impedir que a procissão pacífica cruzasse os portões de ferro do palácio.Judite foi freira durante 30 anos da Congregação Beneditina de Caruaru. Deixou o convento e virou fiel escudeira de dom José. Assim como o irmão, é descrita como uma pessoa de temperamento difícil e muito fechada. A ex-freira mora com o arcebispo no Palácio dos Manguinhos e é responsável pela administração financeira da casa. Seus poderes, no entanto, extrapolam o ambiente doméstico. Ela exerce grande influência sobre o Seminário de Olinda, aberto por dom José depois que o Seminário Nordeste II (Serene) foi fechado.A reportagem tentou conversar com Judite. Ela disse que não dava entrevistas ao JC. “Esse jornal tem publicado mentiras sobre dom José. É uma questão de ser irmã do meu irmão.” A ex-freira afirmou que há pelo menos dez anos acompanha de perto o irmão e que ele está “coberto de razão” em todas as polêmicas que protagonizou. “O arcebispo é muito fiel à Igreja e cumpre rigorosamente as regras de Roma. Isso é ser um bom cristão”, justificou. Ela fez questão de pontuar que dom José não veio para ser o substituto de dom Hélder Câmara, mas o sucessor. “O que predomina nesse governo é a fidelidade ao santo papa. Isso é o mais importante.”

Na última segunda-feira, durante a celebração dos 75 anos do arcebispo de Olinda e Recife, realizada na Cúria Metropolitana, ela acompanhou a missa na primeira fila. Estava ao lado das irmãs Margarida e Dorotéia. Mas, diferentemente das duas, novamente não quis muita conversa com a imprensa. Questionada como via esse momento de celebração na vida do irmão, respondeu apenas: “Vejo os 75 anos com a graça de Deus e mais nada”.

Diante do pedido para que comentasse o legado deixado pelo arcebispo, Judite declarou: “Não faço nenhuma avaliação porque só quem faz avaliação é Deus. Mas ele sempre cumpriu o dever dele com fidelidade à Igreja, ao papa, a Jesus Cristo.” Também não quis se pronunciar sobre os questionamentos feitos durante o arcebispado do irmão. “De crítica eu não quero falar. A crítica é muito boa quando ela é construtiva. Mas não é isso o que fazem por aí.” Judite também puxou à personalidade do pai.

Igreja Anglicana decide ordenar mulheres

Questiona-se Santo Tomás de Aquino, no Supplementum Tertiæ Partis da Summa, se o sexo feminino era um impedimento para a recepção do Sacramento da Ordem, e a resposta dada pelo Santo é peremptória: o sexo feminino é não só um impedimento para a licitude do Sacramento, como também para a sua validade. Entre as palavras do Doutor Angélico, merecem menção:

[I]n Extreme Unction it is necessary to have a sick man, in order to signify the need of healing. Accordingly, since it is not possible in the female sex to signify eminence of degree, for a woman is in the state of subjection, it follows that she cannot receive the sacrament of Order.
No [Sacramento da] Extrema Unção, é necessário haver um homem doente, para significar a necessidade de cura. Analogamente, como não é possível ao sexo feminino significar superioridade de grau, posto que o estado da mulher é o de sujeição, segue-se que ela não pode receber o Sacramento da Ordem (tradução livre minha).

Ou seja: no fundo, é uma questão de matéria e forma, não “internas” ao Sacramento (todo Sacramento tem matéria e forma), mas sim entre o Sacramento e “aquilo” sobre o qual o Sacramento age. Assim, o Sacramento do Batismo pode ser visto como “informante” de um ser humano não-batizado (de modo que pedras, cachorros, papagaios, cristãos (i.e., homens já batizados), etc, não podem ser [re]batizados), de tal maneira que, não havendo o ser humano não-batizado (a matéria “informada” pelo Sacramento) não há Sacramento do Batismo. O mesmo se aplica ao caso da Ordenação das Mulheres: não havendo varão batizado (a matéria que é informada pelo Sacramento da Ordem), não pode haver ordenação. Esta questão é tão séria que a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu um Decreto recente, punindo com excomunhão latae sententiae tanto quem tentasse ordenar uma mulher quanto a mulher que tentasse ser ordenada.

Todavia, a Igreja Anglicana decidiu ontem que iria ordenar “bispas”. A decisão, polêmica, é de se lamentar; porque, a despeito das ordenações anglicanas não serem válidas mesmo nem em homens, este passo afasta os filhos da religião da Inglaterra ainda mais da Verdade, e torna ainda mais penoso o caminho de volta, que todavia precisará ser feito.

Deus não permitiria o mal se, dele, não pudesse tirar um bem ainda maior – a frase é, se não me engano, de Santo Agostinho. Algo de bom pode sair disso tudo: alguns sacerdotes ameaçavam romper com a Igreja Anglicana, caso fosse aprovada a ordenação feminina. Há rumores de que alguns bispos anglicanos tenham se encontrado com representantes do Vaticano, ontem. Ou seja: o disparate, de tão grande, funciona como “tratamento de choque” para despertar os hereges do torpor e fazê-los ver que Deus não Se encontra no cisma iniciado por Henrique VIII.

Permita Deus que eles retornem à Igreja Católica, Única Esposa de Cristo, Única Arca da Salvação, fora da qual os homens perecem como no Dilúvio. Que o Espírito Santo ilumine-lhes a inteligência, a fim de que vejam, com aquela clareza sobrenatural que a conversão exige, o erro e o estado lastimável em que se encontram. E que voltem à Igreja – seguindo os passos do Cardeal Newmann -, posto que Ela, como Mãe Amorosa, tem sempre os braços abertos para os Seus filhos que retornam feridos.

São Domingos recebeu da Virgem o rosário como arma poderosa para a conversão dos hereges. Rezemos também nós o terço, em especial nestes dias, pedindo que os anglicanos, descontentes com os descalabros da Igreja da Inglaterra, possam se converter depressa à Igreja de Cristo.

Emails à CCJ – sobre o aborto

O pessoal da Campanha “Nascer é um Direito” disponibilizou uma maneira rápida de enviar cartas aos deputados que fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, pedindo a eles pela rejeição do Projeto de Lei 1135/91, que tenciona legalizar o aborto no país.

Por favor, entrem no link abaixo AGORA e façam a parte de vocês – não deixem para depois, só demora UM MINUTO:

MENSAGEM AOS DEPUTADOS DA CCJ – CONTRA O PROJETO DE LEI QUE LEGALIZA O ABORTO!

A votação do projeto está marcada para AMANHÃ, quarta-feira 09 de julho. Portanto, é imprescindível que nos mobilizemos já.

Que a Virgem Santíssima abençoe a todos e livre o país da maldição do aborto.

* * *

Anexo: email da campanha “Nascer é um Direito” por mim recebido:

—– Original Message —–
From: Nascer é um direito
To: nascereumdireito@fundadores.org.br
Sent: Monday, July 07, 2008 10:29 PM
Subject: URGENTE! Aborto será votado quarta-feira na CCJC

Caríssimos Amigos,

Graças a Deus chegamos até aqui!

Já conseguimos que na Comissão de Seguridade Social e Família o Projeto de
Lei abortista 1135/91 fosse rejeitado.

Faltam agora alguns passos.

O projeto já está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça e
Cidadania, de onde seguirá para o Plenário da Câmara.

É para o segundo passo que estou lhes escrevendo.

O Projeto já foi relatado pelo dep. Eduardo Cunha, pela rejeição deste, e
foram realizados dois dias de audiência pública.

A votação do projeto está marcada para a próxima quarta-feira (9 de julho)!

Vamos usar o mesmo método que já deu certo: mandar uma carta a todos os
deputados da Comissão!

Para mandar sua carta, basta acessar o link:
http://www.fundadores.org.br/abortonao/acao/070708/dcamp.asp?camp=8

Se vencermos mais esse passo, ficará muito difícil para os defensores do
aborto atuarem! Portanto, é imprescindível sua participação.

Que Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, os recompense por
mais esse passo na luta pela vida dos inocentes indefesos,

Repasse este e-mail a seus amigos.

BLOG Nascer é um Direito: Convidamos nossos amigos para visitarem nosso Blog
http://nascereumdireito.blogspot.com/ onde estaremos informando, na medida
do possível, tudo sobre a próxima votação.

Atenciosamente
Daniel Martins
Campanha Nacional Contra o Aborto
Nascer é um Direito
Associação dos Fundadores
http://www.nascereumdireito.org.br

Comentando o adeus do Arcebispo – 01

Comentei aqui no BLOG sobre o especial do Jornal do Commercio do dia 04 de julho, que consistiu em um caderno de oito páginas voltadas para atacar Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Olinda e Recife. O assunto foi comentado também no blog do Marcio Antonio, jornalista de Curitiba e meu amigo. Neste post e em subseqüentes, tecerei comentários sobre os artigos que constam no especial “O adeus do arcebispo”, seguindo o índice aqui disponível e que reproduzi no BLOG na sexta-feira última. Os artigos comentados ficarão sempre em anexo, no fim do post. Comecemos.

1 – O fim da era da discórdia?

Sob este título está a introdução do caderno especial do JC. Já no título fica patente o “julgamento” que o jornal faz do arcebispado de Dom José: uma “era da discórdia”. Mesmo que os responsáveis pelo caderno tenham conhecimento zero ou próximo de zero sobre a Doutrina Católica, sentem-se no direito de proferir sentenças sobre casos que não competem a eles e sobre os quais eles não foram consultados: assim funciona a mídia recifense. O primeiro pressuposto do caderno especial – gratuito e colocado como se fosse um axioma – é o de que Olinda e Recife vivem uma “era da discórdia”.

[O] papa João XXIII ensinou que era preciso “abrir as janelas do Vaticano para que os ventos da história soprassem a poeira que entulha o trono de Pedro”

Eu já tinha lido que João XXIII tinha falado em “abrir as janelas da Igreja”, mas o objetivo seria deixar “entrar n’Ela um ar fresco do mundo exterior” (segundo a citação de segunda mão deste site), e não soprar a poeira que entulha o trono de Pedro. A citação do JC, embora esteja com as aspas no original, não indica a fonte deste “ensinamento”.

O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, trilhou o caminho contrário.
[…]
Sob a complacência de Roma, desmontou tudo o que havia sido erguido no espírito da Teologia da Libertação e do Concílio Vaticano II

Aqui, o autor do texto parece um “católico” modernista. Dizendo que Dom José trilhou o caminho contrário ao que havia ensinado João XXIII, e dizendo que isto foi feito sob a complacência de Roma, o que está dito é que Roma caminha “ao contrário” do que ensinou o Bem-Aventurado João XXIII.

E, não, eu não aceito que as coisas santas sejam colocadas em pé de igualdade com o lixo! A “Teologia da Libertação” é uma heresia e o Concílio Vaticano II é uma legítima expressão do Magistério da Igreja! “Heresia” e “Magistério” estão tão separados entre si como trevas e Luz; a Teologia da Libertação está tão distante do Vaticano II quanto o erro está distante da Verdade. Ao ler que esta “teologia” está relacionada com o espírito […] do Vaticano II, impossível não pensar que o modernismo está fazendo escola até nas redações dos jornais recifenses.

Por que o articulista não foi procurar o que a Igreja diz sobre a Teologia da Libertação e sobre o Vaticano II? Porque ele impõe de novo, mais uma vez como se fosse um axioma, que andam ambos de mãos dadas, quando o contrário disto é que é verdade? Será que ele ignora os incontáveis pronunciamentos de Roma contra a Teologia da Libertação e a favor do Vaticano II? Ou é mais provável que ele só queira desinformar?

Na última segunda-feira, dom José completou 75 anos e foi obrigado a pedir a renúncia do cargo, gesto há muito aguardado por uns e lamentado por outros.

A construção da frase induz a duas coisas: a provocar compaixão pelos que “aguardavam” há muito a renúncia, e a acreditar que há um “racha” na Arquidiocese entre os que estão contra o Arcebispo e os que estão a favor dele. Esta idéia – já presente em gérmen no título da introdução do caderno – vai ser explorada ad nauseam pelo jornal. Para o leitor que não conheça os fatos, aliás, ficará a clara impressão de que só estão do lado do Arcebispo três ou quatro reacionários malignos; e as coisas são bem diferentes disso, conforme será visto adiante.

Em todos esses anos, parte das ovelhas já se sentia sem pastor.

Que “parte das ovelhas” é esta? O jornal não o diz claramente. Induz-se, pelas páginas subseqüentes do especial, que são:

  1. a prefeita comunista de Olinda;
  2. frei Betto;
  3. Ivone Gebara, “teóloga feminista” e (no mínimo) simpatizante das Católicas pelo Direito de Matar;
  4. padre Reginaldo Veloso e outros padres afastados;
  5. o “teólogo” Inácio Strieder e o pessoal do “Igreja Nova”;
  6. afins.

Esta “trupe” está sem pastor há muito tempo, porque não é católica. O problema deles não é com dom José – e sim com o Papa e com a Igreja. Não são ovelhas, e sim lobos.

Dom José sairá deixando o legado de uma Igreja distante dos temas sociais e silenciada pelo medo.

Mais uma dupla agressão velada ao arcebispo: ele é “alienado” e “autoritário”. Mais uma vez, de maneira completamente gratuita. De novo, a parcialidade do especial tendencioso fica evidente.

Nas próximas páginas deste caderno especial (…)

Em próximas entradas deste BLOG, serão comentadas as páginas do caderno especial do Jornal do Commercio de 04 de julho.

Dom José já avisou que ficará longe do Recife. Vai se refugiar num convento carmelita, onde aguardará o julgamento da história e do rebanho que ele deixa dividido.

O Julgamento que dom José aguardará não é o “da história”, e sim o do Justo Juiz; e quanto ao rebanho, a “divisão” que existe é aquela que foi citada acima: entre católicos e hereges, entre ovelhas e lobos.

* * *

Anexo – .O adeus do arcebispo

O fim da Era da Discórdia?
Publicado em 04.07.2008

[O] papa João XXIII ensinou que era preciso “abrir as janelas do Vaticano para que os ventos da história soprassem a poeira que entulha o trono de Pedro”. O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, trilhou o caminho contrário. Em seus 23 anos à frente da arquidiocese, fechou portas, expulsou padres, criou arestas e voltou os olhos da Igreja para si mesma. Tinha uma missão nas mãos e a cumpriu com obediência cega e o peso da autoridade. Sob a complacência de Roma, desmontou tudo o que havia sido erguido no espírito da Teologia da Libertação e do Concílio Vaticano II – herança semeada pelo antecessor, dom Hélder Câmara. Na última segunda-feira, dom José completou 75 anos e foi obrigado a pedir a renúncia do cargo, gesto há muito aguardado por uns e lamentado por outros. Em todos esses anos, parte das ovelhas já se sentia sem pastor. Se o pedido for aceito pelo papa Bento XVI, será o fim de um ciclo marcado pelo confronto e por um arcebispado que preferiu o rito dos altares à prática pastoral. Dom José sairá deixando o legado de uma Igreja distante dos temas sociais e silenciada pelo medo. Nas próximas páginas deste caderno especial, o Jornal do Commercio faz uma análise sobre os polêmicos anos de seu arcebispado, revela documentos confidenciais da Igreja e investiga o nome do provável sucessor. Dom José já avisou que ficará longe do Recife. Vai se refugiar num convento carmelita, onde aguardará o julgamento da história e do rebanho que ele deixa dividido.

Comentários Diversos

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania deve votar, nesta semana, o PL do aborto. Há divergências entre os deputados. Atento para a – já comentada aqui – tentativa de se “religiosizar” o debate:

Para um debate democrático, seria bom ouvir outras pessoas de outras crenças, uma mãe de santo, um xamã, adventistas, judeus, e, por que não, ateus.

Aborto não é questão religiosa. É Universal. Ele não pode ser reduzido a uma “questão de foro íntimo” – isto teria resultados trágicos. Escrevamos para os deputados do nosso estado que fazem parte da CCJ; peçamos a eles – nossos representantes, afinal – que representem fidedignamente nossa vontade. A lista segue abaixo, em anexo.

E rezemos: Nossa Senhora Aparecida, livrai o Brasil da maldição do aborto!

* * *

Falando em Nossa Senhora Aparecida, há aquele projeto de Lei que deseja tirar-Lhe o título de “padroeira do Brasil”. Se, sob a proteção da Virgem Santíssima, as coisas estão como estão… não quero nem imaginar como elas ficariam se esta Terra de Santa Cruz rejeitasse os favores da Mãe de Deus e cometesse a terrível ofensa de negar um simples título de “padroeira” Àquela que já é, de fato e de direito, Rainha dos Céus.

O parecer do relator é pela rejeição. Deo Gratias. Para manifestar-se contra este projeto:

Contra o Projeto de Lei que retira a expressão “Padroeira do Brasil” da lei que aprova o Dia de N.Sa. Aparecida
Eu digo NÃO ao Projeto que tira de Nossa Senhora Aparecida o título de Padroeira do Brasil !

* * *

Lei seca tem grande aprovação; segundo pesquisa Datafolha publicada Domingo último,

86% dos moradores de São Paulo e do Rio aprovam a lei seca. O índice de aprovação foi alto (79%) até entre os entrevistados que declararam tomar bebidas.
[FOLHA online, “Fiscalização da lei seca em estradas federais detém 17 em 3 Estados” – 06/07/2008 – 20h52]

O povo parece caminhar de cabeça erguida para o abismo. Tenha Deus misericórdia.

* * *

A Igreja não pode mais pregar a Sua Doutrina!! O livro do Monsenhor Jonas Abib, contra o espiritismo, foi recolhido na Bahia. Leiam: a mordaça espírita.

Até quando ficaremos inertes?

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Anexos:

RELAÇÃO DOS DEPUTADOS DA CCJ POR ESTADO


ALAGOAS
2º Vice-presidente (AL)
Titulares (AL)
(não há suplentes de AL)
AMAZONAS
Suplentes (AM)
(não há titulares do AM)
BAHIA
Titulares (BA)
Suplentes (BA)
CEARÁ
Titulares (CE)
Suplentes (CE)
DISTRITO FEDERAL
Titulares (DF)
Suplentes (DF)
ESPÍRITO SANTO
Titulares (ES)
(não há suplentes do ES)
GOIÁS
3º Vice-presidente (GO)
Titulares (GO)
Suplentes (GO)
MARANHÃO
Titulares (MA)
Suplentes (MA)
MATO GROSSO
Titulares (MT)
Suplentes (MT)
MATO GROSSO DO SUL
Titulares (MS)
Suplentes (MS)
MINAS GERAIS
Titulares (MG)
Suplentes (MG)
PARÁ
Titulares (PA)
Suplentes (PA)
PARAÍBA
Titulares (PB)
Suplentes (PB)
PARANÁ
Suplentes (PR)
(não há titulares do PR)
PERNAMBUCO
Titulares (PE)
Suplentes (PE)
PIAUÍ
Titulares (PI)
Suplentes (PI)
RIO DE JANEIRO
Presidente CCJ (RJ)
(Este foi o relator, cabe cumprimentá-lo pelo relatório)
Titulares (RJ)
Suplentes (RJ)
RIO GRANDE DO NORTE
Titulares (RN)
Suplentes (RN)
RIO GRANDE DO SUL
Titulares (RS)
Suplentes (RS)
RONDÔNIA
Titulares (RO)
Suplentes (RO)
RORAIMA
Titulares (RR)
(não há suplentes de RR)
SANTA CATARINA
Suplentes (SC)
(não há titulares de SC)
SÃO PAULO
1º Vice-presidente (SP)
Titulares (SP)
Suplentes (SP)
SERGIPE
Titulares (SE)
(não há suplentes de SE)