Congregação extinta pelo Vaticano

O Vaticano extinguiu uma Congregação [ao que me consta, somente] recifense, as Religiosas Beneditinas da Virgem Maria. Dom José Cardoso, Arcebispo de Olinda e Recife, foi na última terça-feira [24 de junho, dia de São João] entregar uma notificação à direção do Colégio Maria Imaculada, localizado no bairro do Cordeiro e administrado pelas religiosas.

As irmãs [beneditinas] tiveram ocasião de dialogar conosco (…), a coisa vem de longe, e agora chegou a palavra final da autoridade da Santa Sé. (…) Eu tentei duas vezes fazer uma auditoria – já faz alguns anos – e, infelizmente, aquela que está à frente não permitiu, fechou as portas. Então chegamos a um momento em que temos que tomar uma decisão. A decisão foi esta, de acordo com as leis da Igreja.
[Dom José Cardoso, na Rádio Jornal]

Segunda-feira próxima, dia 30 de junho, Sua Excelência Reverendíssima completa 75 anos de idade e deve apresentar a sua carta de renúncia ao Papa. É um herói, um santo bispo, como poucos, infelizmente, que há hoje em dia.

Abaixo, a íntegra da matéria publicada no site do Jornal do Commercio [só para assinantes]. Desnecessário alertar para o viés anti-clerical que já é praticamente conditio sine qua non para a publicação de notícias relacionadas à religião:


Dom José fecha congregação
Publicado em 24.06.2008

Por solicitação do arcebispo de Olinda e Recife, o Vaticano extinguiu a Congregação das Religiosas Beneditinas da Virgem Maria, localizada no Cordeiro

Há uma máxima muito conhecida no meio eclesiástico segundo a qual de Roma vem o que para Roma vai. Pois bem, somente essa doutrina poderia explicar o decreto assinado pelo Vaticano, no dia 30 de abril último, extinguindo a Congregação das Religiosas Beneditinas da Virgem Maria, localizada no Cordeiro, Zona Oeste do Recife. A dissolução do grupo foi solicitada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho. Ele já fez isso com outras entidades.

No documento, assinado pelo cardeal Franc Rodé, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, e pelo arcebispo Gianfranco Gardin, secretário da mesma entidade, as Beneditinas da Virgem Maria são acusadas de “graves irregularidades e afrouxamentos no tocante à disciplina religiosa e às Constituições, sobretudo no que diz respeito ao exercício do governo.” Sem entrar em detalhes, os dois representantes do Vaticano destacam a “exigüidade numérica” e a “situação bastante delicada e crítica” do instituto, criado em 1951.

Amparado pelo decreto, dom José Cardoso Sobrinho enviou uma notificação com nove itens, da letra A à I, à coordenadora da congregação, Irmã Cleide Maria de Moura, com data de cinco de junho último, informando que o grupo “não existe mais como Instituto de Vida Religiosa na nossa Igreja Católica.” Ele reforça que também foram dissolvidas as três casas religiosas vinculadas ao instituto.

As religiosas deixarão de administrar o Educandário Maria Imaculada, instalado no Cordeiro, e o Instituto Sant’Ana, situado no município de Bom Jardim e ligado à Diocese de Nazaré da Mata, interior de Pernambuco. Os estabelecimentos de ensino passam a funcionar sob responsabilidade direta do arcebispo e do bispo de Nazaré, dom Jorge Tobias de Freitas.

Dom José entregou a direção do Maria Imaculada a dois funcionários da Cúria Metropolitana. O Instituto Sant’Ana ficará com o padre José Mariano da Silva, indicado pelo bispo de Nazaré.

No item F o religioso estabelece prazo “improrrogável” de 48 horas, a contar do recebimento da nota, para Irmã Cleide Maria entregar todos os bens móveis e imóveis, além de livros contábeis e documentos bancários da congregação a “pessoas indicadas pelo arcebispo de Olinda e Recife.” Avisa, no item H, que o conteúdo da notificação têm o apoio dos bispos de Nazaré e de Pesqueira, dom Francisco Biasin.

Católicos leigos ouvidos pelo JC afirmam que as denúncias contra a Congregação das Religiosas Beneditinas não têm fundamento. “Roma tomou uma decisão a partir de informações repassadas do Recife. As religiosas não tiveram chance de defesa”, destacam. “O arcebispo despreza toda a vida de dedicação das irmãs, algumas já idosas. É preciso saber porque ele se zangou com as religiosas.”

O cardeal Franc Rodé e o arcebispo Gianfranco Gardin informam, no decreto, que tomaram a decisão “após haver examinado atentamente as razões expostas pelos excelentíssimos bispos interessados”. Eles se referem a dom José Cardoso, dom Jorge Tobias e dom Francisco Biasin. No texto, os dois religiosos do Vaticano dizem ter constatado “a gravidade da situação, avaliado o perigo de um dano maior que pode resultar para a vida consagrada e para a igreja, bem como a falta de uma fundada esperança de que o instituto em questão possa recuperar-se.”

Ao acionar o Vaticano, como expressam o cardeal e o arcebispo, dom José Cardoso garante que tentou, em vão, restabelecer a ordem na congregação. O Vaticano pede a dom José para facilitar a migração das religiosas para a Congregação das Beneditinas Missionárias de Tutzing, que deu origem às Beneditinas da Virgem Maria, se forem aceitas. E para prover a acomodação daquelas que prefiram ser dispensadas dos votos.

Dom José completa 75 anos no próximo dia 30, idade-limite para exercer o cargo, e deverá pedir renúncia à Santa Sé. Ontem, uma funcionária da Arquidiocese disse que ele estava ausente e pediu para a reportagem entrar em contato amanhã. As religiosas não falaram sobre o assunto.

São Josemaría Escrivá

Estou cada vez mais persuadido disto: a felicidade do Céu é para os que sabem ser felizes na terra.
(Forja, 1005)


[Foto: Josemaría Escrivá de Balaguer]

Hoje é a festa de São Josemaría! Em 2008, 31 anos de sua morte.

Para quem não conhece: as obras do fundador do Opus Dei em vários idiomas (português inclusive).

Abaixo, os textos da liturgia:

SÃO JOSEMARÍA ESCRIVÁ DE BALAGUER, PRESBÍTERO


Antífona de entrada – Jer 3, 15
Eu vos darei pastores segundo o meu coração,
que vos apascentem com sabedoria e prudência.

Oração colecta
Senhor, nosso Deus,
que, na Igreja, escolhestes São Josemaría, sacerdote,
para anunciar a vocação universal
à santidade e ao apostolado,
concedei-nos, por sua intercessão e exemplo,
que, através do trabalho quotidiano,
nos identifiquemos com Cristo, vosso Filho,
e sirvamos com amor ardente a obra da Redenção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Oração sobre as oblatas
Aceitai, Pai Santo, estes dons
que Vos oferecemos
na comemoração de São Josemaría,
para que, pelo sacrifício de Cristo consumado no altar da Cruz
e que se torna presente neste sacramento,
Vos digneis santificar todas as nossas acções.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Antífona da comunhão – Mt 20, 28
O Filho do homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida pela redenção dos homens.

Oração depois da comunhão
Senhor, nosso Deus, nós Vos pedimos que
a recepção deste sacramento,
na celebração de São Josemaría,
fortaleça em nós o espírito de vossos filhos adoptivos
para que, abraçando fielmente a vossa vontade,
percorramos com alegria o caminho da santificação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

San Josemaría Escrivá,
¡Ruega por nosotros!

Pais e filhos gays

Caiu-me às mãos um artigo de João Pereira Coutinho, intitulado “Pais, filhos e gays” (aqui para assinantes da FOLHA ou aqui para os demais), no qual o articulista tece algumas considerações sobre a homossexualidade enquanto fato natural e a licitude de se buscar, para ela, alguma espécie de tratamento terapêutico. Recomendo a leitura do artigo completo (em um dos links acima), sobre o qual eu pretendo fazer alguns comentários. Os itálicos deste post – retroativamente – são excertos do artigo ora em discussão.

Vou começar pelo fim, i.e., pela conclusão do Coutinho, com a qual eu concordo inteiramente: a vida humana é, em si, digna de respeito, e deve ser protegida da vaidade, soberba e tirania de seus progenitores. Isso é uma questão de princípio, que não pode ser negociada sob hipótese alguma, posto que a dignidade do ser humano – de todos e de cada um deles – é-lhe intrínseca, e não pode ser violada nem mesmo por uma boa causa. Assim, é imoral uma manipulação genética que ambicione “criar” artificialmente um ser humano ao gosto do freguês, montado pelos pais que, como clientes de um self-service, escolham as características que desejam e descartem as que não lhe apetecem.

Todavia, não dá para subscrever sem ressalvas todo o artigo. Nele, misturam-se coisas que não deveriam ser misturadas. Por exemplo: diz o articulista que a maioria das pessoas, se pudesse identificar a orientação sexual do filho por meio de um exame pré-natal, não hesitaria em recorrer ao ABORTO ou à “reprogramação” caso a sexualidade da criança apontasse para o lado “errado”. Oras, o aborto é clara e absolutamente imoral. Já o que é chamado de “reprogramação”, precisa ser melhor analisado.

João Pereira Coutinho refere-se a um estudo sobre diferenças de anatomia cerebral entre homossexuais e heterossexuais (provavelmente o mesmo estudo que já foi comentado aqui neste BLOG) e sobre a influência de certos hormônios (durante a gestação e pouco depois dela) na formação do sistema nervoso do indivíduo. E prossegue: se os hormônios desempenham papel principal, abre-se a porta prometida: “reorientar” os hormônios, “reorientar” a preferência sexual do bebê. Antes de continuar, é preciso deixar claro que não pode ser aceitada simpliciter a tese segundo a qual [a] homossexualidade é um fato natural -como a cor dos olhos, a pigmentação da pele. Um bebê, embora evidentemente tenha cor de olhos, não tem preferência sexual nenhuma. O que ele pode ter é uma certa configuração biológica que o predisponha a, no futuro, quando se interessar sexualmente por alguém, fazê-lo por pessoas do mesmo sexo. No mesmo artigo, Coutinho diz que outros aspectos da personalidade humana – como para a depressão, para a liderança, para a criatividade – podem ser explicados da mesma forma que a homossexualidade. E bebês não têm nada disso, embora possam desenvolver essas características depois. Da mesma maneira que é preciso considerar em todo ato humano, onde entra o livre-arbítrio de cada um – ao contrário de coisas como cor de olhos e pigmentação da pele -, uma coisa é a predisposição e, outra, o determinismo. É aceitável que haja predisposição para o homossexualismo, mas é simplesmente falso que a configuração genética determine sozinha quem é gay e quem não é, porque as pessoas sempre podem (à exceção de alguns casos mais críticos) agir em desacordo com os seus impulsos e instintos imediatos. Nós fazemos isso o tempo todo, e é isso que nos diferencia dos animais irracionais.

Concedendo que certos comportamentos – entre eles, o comportamento homossexual – possa sofrer influências neurobiológicas (como, aliás, eu concedo facilmente), é forçoso incluir neste conjunto também coisas como a depressão, a cleptomania, a ninfomania ou a pedofilia (sobre este último, aliás, recomendo esta leitura, que traz confissões interessantes). Se é assim, então, por que alguns destes comportamentos são moralmente passíveis de tratamento e outros devem permanecer protegidos da “violência de terceiros”? Por acaso dar anti-depressivos a pessoas que sofrem de depressão é condená-las a habitar vidas que não lhes pertenceriam? Por que uma ninfomaníaca pode ser tratada e um homossexual não pode? O critério colocado pelo articulista é arbitrário: a homossexualidade não é impeditiva de um funcionamento pleno do indivíduo nem põe em risco a sua sobrevivência futura. E é arbitrário por pelo menos dois motivos.

Primeiro: o que é “funcionamento pleno”? Na plenitude da realização de um indivíduo, não deveria estar – pelo menos em possibilidade de escolha – a formação de uma família? Homossexuais não podem fazê-lo de maneira natural. Por que esse aspecto naturalíssimo da vida humana foi retirado do funcionamento pleno do indivíduo que Coutinho defende como o critério que diferencia aquilo que é passível de interferência terapêutica daquilo que não o é?

Segundo: existem coisas que não se enquadram no supradito critério e que sempre foram feitas sem maiores questionamentos pela medicina. Por exemplo, cirurgias estéticas. “Ah, mas uma cirurgia estética é de responsabilidade do sujeito sobre si mesmo, pois é ele que escolhe fazer”, poderia alguém argüir. Não necessariamente. Por exemplo, os pais de uma criança que tenha lábio leporino estariam porventura fazendo alguma violência contra o seu filho se lhe fizessem uma cirurgia corretiva? É claro que não.

O homossexualismo é anti-natural, ainda que se possa observar “na natureza” atos sexuais entre animais do mesmo sexo, e ainda que ele tenha raízes n’alguma configuração neurobiológica do indivíduo. E a razão para isso é que ele vai contra a própria natureza do ato sexual, pois este nos mostra que há complementaridade entre o homem e a mulher, e que esta complementaridade é necessária à perpetuação da espécie humana. Isto não é um pressuposto do catolicismo, é um fato que está ao alcance da razão natural. É um valor objetivo, e justifica a intervenção terapêutica para se corrigir as predisposições à homossexualidade que porventura existam já num recém-nascido ou num nascituro, sem que isso seja violar-lhe a dignidade intrínseca (como no caso do aborto), porque o que detém a dignidade é o ser humano, e não a homossexualidade. A manipulação genética é condenável, se tiver como fim a criação do “super-homem”; mas a razão humana pode e deve ser utilizada para que o ser humano – parafraseando João Pereira Coutinho e dando um sentido diverso à expressão dele – possa ter uma vida plena. E uma pessoa vive tão mais plenamente quanto menos ela se desvia daquilo que ela deve ser, quanto mais ela se conforma à Lei Natural – da qual podemos, no tocante ao que se está discutindo aqui, encontrar uma eloqüente expressão lá no início da narrativa bíblica: et creavit Deus hominem ad imaginem suam ad imaginem Dei creavit illum masculum et feminam creavit eos (Gn 1, 27).

“A fogueira tá queimando em homenagem a São João”…

São João dormiu,
São Pedro acordou;
Vamos ser compadres,
Que São João mandou.

Passei o feriado de São João parte em Caruaru, parte em Campina Grande. Nesta última cidade – interior da Paraíba -, fiquei sabendo que, este ano, o Ministério Público proibiu que fogueiras fossem acesas e determinou o pagamento de uma multa para quem as acendesse. Após uma enorme confusão, esclareceu-se que a tradição junina não estava proibida; o problema eram os comerciantes que vendessem “madeira extraída de árvores nativas e que não tivessem a permissão da legislação ambiental para ser comercializada”.

Muitas pessoas, hoje em dia, não sabem o que é tradição. O povo de Campina Grande, sabe. Conversei com algumas pessoas – lá nascidas e lá criadas – e elas me disseram de uma maneira muito simples: “nossos avós faziam assim”. E algumas dessas pessoas já eram avós…

Sinceramente, eu não morro de amores por fogueiras. A fumaça irrita meus olhos, o calor me incomoda um pouco, não consigo ficar muito tempo perto delas. Mas eu já fui criança, e lembro-me de que minha avó fazia fogueiras todos os anos, e que eu adorava montar a fogueira durante o dia, lutar para acendê-la de noite (às vezes chovia e a madeira molhava) e assar milho depois que o fogo baixasse e sobrassem apenas as brasas. Lembro-me de que a simples idéia de não acender a fogueira na véspera de São João seria capaz de fazer a minha avó ter um infarto – segundo ela, se não tivesse fogueira “dava [mau] agouro”. Lembro-me de ter escutado que se acendiam fogueiras porque Santa Isabel, quando São João nasceu, acendeu uma fogueira para avisar à Virgem Maria – Ela morava distante – que o menino havia nascido.

É claro que é superstição associar a existência ou não das fogueiras à sorte ou ao azar, e eu nunca vi em lugar nenhum que Santa Isabel tivesse avisado à Virgem Maria do nascimento de São João por meio de uma fogueira (o relato bíblico, aliás, deixa entrever que a Virgem estava na casa de Zacarias quando João Batista nasceu). Mas isso é o de menos: o importante é que nossos avós faziam assim! Salvo engano, é de Isaac Newton a célebre frase “standing on the shoulder of giants” – algo como “[enxerguei mais longe] estando (i.e., “porque estava”) sobre os ombros de gigantes”. Os “gigantes” foram os que o precederam. Os nossos avós podem até não ser gigantes e, provavelmente, não o são mesmo; mas, se desprezarmos os seus ombros, ser-nos-á possível escalar outros maiores?

Enxerga-se mais longe quando se respeita o que deixaram os antigos; e aprende-se a respeitar o legado dos antigos desde pequeno. Aprendendo a fazer fogueiras com os nossos avós. Há uma sábia pedagogia nestas tradições populares: ainda que fazer fogueiras seja, em si, uma coisa de pouca ou nenhuma importância, o ensinamento que se esconde por trás disso é precioso: guarde aquilo que lhe foi transmitido pelos seus antepassados. E, quem não aprende a guardar as coisas pequenas e irrelevantes, como será capaz de guardar as coisas grandes e importantes? As fogueiras não são importantes! O que é importante é aprender a respeitar os costumes dos antigos – e, isso, as fogueiras de São João ensinam.

E há ainda os compadres de fogueira! Isso não é da minha época e eu só aprendi em Campina Grande, nestes últimos dias. Compadres são uma espécie de familiares, unidos por laços não de sangue, mas de amizade. O padrinho do seu filho é o seu compadre – e, etimologicamente, um “compadre” é um “co-padre”, ou seja, alguém que é uma espécie de pai (padre) junto com (co) outra pessoa. Estes compadres eu já conhecia. Ser compadre é, de certo modo, fazer parte da família. Um dia, creio, duas pessoas quiseram ser compadres e nenhuma das duas tinha filhos para que um pudesse ser o padrinho do filho do outro. Os compadres de fogueira devem ter surgido assim.

Na noite de São João, dois [ou mais] amigos que querem ser compadres “selam” este compromisso repetindo os versinhos em epígrafe enquanto pulam juntos a fogueira de São João. A partir daí, são compadres para sempre, passam a “fazer parte da família”, manifestam publicamente e assumem um “compromisso de amizade” que perdura a vida inteira. “É mais fácil acabar um compadre de batismo” – dizia o paraibano que me explicava essas coisas, na noite de São João – “do que acabar um compadre de fogueira”. E, se não for mais permitido acender fogueiras de São João… como é que as pessoas vão virar compadres? “Quando ele [o sujeito responsável pela proibição das fogueiras] chegar no céu” – continuava o mesmo paraibano – “São João vai dizer: aqui não entra não. Quem mandou acabar com os meus compadres?”. E ria.

Vão dizer que isso é besteira, e que ninguém precisa “pular fogueira” para ser amigo, e que não há nenhum “poder mágico” em versinhos que produza ex opere operato laços de amizades, e tantas coisas mais. É verdade. Mas o poder não está no “ritual”, e sim no respeito à “instituição” do compadrio – e isso também se aprende com os avós. Sempre é possível fazer estudos sociológicos e antropológicos profundos para explicar os laços que unem os compadres… mas, para estudá-los in loco, é mais fácil procurá-los nos amigos pulando juntos as fogueiras juninas. Amizade é outra coisa que se aprende por tradição. E temo que não sejam capazes de aprender isto os que não aprendem, com os avós, a montar fogueiras…

Sancte Ioannes Baptista,
ora pro nobis.

Últimas sobre o aborto

A descriminalização do aborto é tema de discussão na Câmara ao longo desta e da próxima semana.

Esta notícia foi publicada na FOLHA, na segunda-feira passada (dia 16 de junho). De lá para cá, não vi mais nenhuma, de modo que eu não faço idéia de como andam essas “discussões” da Câmara.

Sei que o Projeto de Lei 1135/91 – aquele do aborto, que sofreu uma derrota acachapante na CSSF no mês passado – sofreu uma movimentação recente, no dia 17/06/2008, terça-feira última. Recebi por email, pois cadastrei-me no site da Câmara para acompanhar esta proposição; mas, nos meios de comunicação, não vi nenhuma notícia sobre o assunto.

A movimentação foi a seguinte:

Aprovado requerimento do Sr. Eduardo Cunha que solicita realização de Audiência Pública, para ouvir o Ministro da Saúde, Dr. José Gomes Temporão; o Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha; o Ministro do STF, Dr. Carlos Alberto Menezes Direito; o Pastor Silas Malafaia; o Reverendo da Catedral Presbiteriana do Brasil, no Rio de Janeiro, Senhor Guilhermino Cunha; o Presidente da Convenção das Igrejas Assembléia de Deus, no Rio de Janeiro, Pastor Abner Ferreira; o Presidente da Convenção das Igrejas Assembléia de Deus, em Tocantins, ex- Deputado Federal, Pastor Amarildo e a ex- Senadora Heloísa Helena, possibilitando debate acerca do Projeto de Lei nº 1.135/1991, que suprime o artigo que caracteriza crime o aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento.

Não gosto nem um pouco da idéia. Os debatedores praticamente se resumem a líderes religiosos. Após a derrota por unanimidade na Comissão de Seguridade Social e Família, não vejo para quê haver uma Audiência Pública. E lançar um “rótulo odioso” à posição anti-aborto, tachando-a de “religiosa”, é a última coisa da qual nós precisamos no momento, e bem pode ser a “última cartada” desesperada dos abortistas. Satanás não dorme.

Uma amiga minha tem uma opinião diferente: segundo ela, como os deputados são mais “sensíveis a votos” do que os Ministros do Supremo, a opinião dos “pastores” protestantes pode estar sendo evocada para direcionar os votos da bancada evangélica. Tomara. Mas, mesmo assim, continuo com a pulga atrás da orelha. Queira Deus que eu esteja errado.

* * *

Procurando sobre “aborto” no site da GLOBO.COM, entre os resultados mais recentes está uma matéria do Fantástico… veiculada há mais de um ano! Qual foi a alteração recente que ela sofreu, que justifique uma das primeiras posições no motor de busca? Mistério…

* * *

Sobre CTEHs, diz a Igreja com termos mais do que claros:

Nenhuma finalidade, ainda que nobre em si mesma, como a previsão de utilidade para a ciência, para outros seres humanos ou para a sociedade, pode, de modo algum, justificar a experimentação em embriões ou fetos humanos vivos, viáveis ou não, no seio materno ou fora dele.

Quando? Numa instrução chamada DONUM VITAE. Assinada em 22 de fevereiro de 1987. Isso mesmo, há 21 anos. A posição da Igreja já completou maioridade. Mais ainda não tem direito a voto no Brasil…

Vítima e Sacerdote

De manhã,
quando a lâmpada da noite se apaga…
e a suave luz da aurora enche
de ouro as cândidas corolas
e os cálices dos lírios, eu me ergo
e subo os degraus do Vosso Altar
para – trêmulo e comovido – celebrar
o mistério do Vosso Amor profundo…

De manhã,
Quando eu ordeno onipotente
e Vós aniquilado como servo,
em silêncio, desceis às minhas mãos…
Quando, Senhor, eu Vos imolo e Vos elevo
e, rasgando o Vosso peito dolorido
arranco, pulsando, o Coração
para fazê-lo sangrando e, assim ferido
uma migalha paupérrima de pão…
Quando reduzo um Deus três vezes forte
à impotência, à última expressão,
é que sois VÍTIMA e eu o sacerdote!

Mas, depois, dia afora,
– quando eu desço a montanha sagrada para a luta,
vou ao campo que me destes por partilha,
na renúncia total absoluta,
sangrar os meus pobres pés feridos
nos trilhos que me deixastes, já marcados
com o Vosso rastro divino e ensagüentado,
sem ter, para os lábios ressequidos,
outra fonte que a ferida gotejante
que, de manhã, rasguei em Vosso peito…
Quando eu sinto o Vosso amor me devorando
sem nunca Vos sentirdes satisfeito…
Quando, exausto, eu ergo a minha fronte
buscando com ansiedade no horizonte,
uma nesga iluminada do Infinito
para matar a minha sede de mais luz
eu não diviso, senão, os braços nus
de uma cruz, em um cume de granito…
Quando, só, despojado, incompreendido,
depois de ter dado sem medida,
o suor… o sangue… e até a vida,
eu sinto o Vosso golpe redentor,
e sou – como sândalo – cortado e retalhado,
para que, só Vós, Senhor,
o aroma sintais do meu Amor…

E, à noite, quando chega a solidão,
exausto… moído de cansaço
e, olhando como o homem do fracasso,
não recolho, entre espinhos – e misturado
com o joio – senão o grão escasso
do meu campo que só há de florescer
e lourejar, depois que eu for lançado
no túmulo – para ser o grão fecundo,
é que estou – como homem consagrado
lentamente… consumindo a Vossa morte!
Estou sendo, Senhor, o Vosso PÃO,
Vossa VÍTIMA e Vós o SACERDOTE.

Irmã Dutra.

Mais ataques à Igreja na Europa

Na Espanha, o governo socialista de Zapatero acabou com a isenção fiscal e o financiamento estatal (ver também na BBC) que a Igreja Católica detinha.

A Conferência Episcopal Espanhola havia lançado, no início do ano, uma nota ante las elecciones generales de 2008. Vale muito a pena ler. Zapatero não gostou e, como o seu partido venceu o pleito, veio a revanche. Afinal, o financiamento à Igreja era “excessivo”. E o Estado é Laico.

A contribuição da Igreja à sociedade é evidente e justificava a colaboração dos poderes públicos.
[vice-secretário para assuntos econômicos da Conferência Episcopal Espanhola, Fernando Giménez Barriocanal, in BBC supralinkado]

O “argumento” do Estado Laico é pífio, posto que – como já se cansou de dizer – “Estado Laico” não é a mesma coisa que “Estado Anti-Católico”. E o Estado pode muito bem ajudar financeiramente a uma instituição que julgue importante para o seu povo. Reconheça explicitamente o Governo Espanhol, pois, que a questão é simplesmente a falta de interesse da Espanha em colaborar com a Igreja.

Ontem, eu assistia “Marcelino, Pão e Vinho”. Uma das primeiras cenas mostra um grupo de três frades pedindo ao prefeito da cidade a permissão para construírem um convento num terreno que estava desocupado, após a construção que lá havia ter sido destruída pela Guerra. O prefeito hesita um pouco, mas concede aos frades o terreno. Tempos depois, morre este prefeito, e o que lhe sucede não gosta dos frades; a sua primeira idéia é ordenar a sua expulsão do terreno que o seu predecessor lhes havia concedido. No filme, este prefeito não consegue as assinaturas do Conselho que gostaria para realizar a sua má ação. Infelizmente, na vida real, o Governo da Espanha levou a cabo os seus maus propósitos.

* * *

Enquanto isso, na Itália, uma missa foi profanada por um casal – ele, católico, e ela sem religião – que resolveu trocar intimidades dentro de um confessionário. Muito sábias e oportunas as palavras do bispo local, na homilia da Missa celebrada em desagravo pelo ocorrido:

O gesto foi fruto de uma mentalidade que pode se tornar cultura, que não aceita regras, onde o bem é fazer o que se quer onde se deseja, livres de imposição e respeito. Isso é progresso ou sintoma de uma cultura em decadência e declínio?

Kyrie, eleison.

Homossexualidade: de nascença?

Não há mais argumentos, se você é gay é porque você nasceu gay.
[G1 – “Estudo vê semelhança entre cérebro de gays e do sexo oposto”]

La homosexualidad no nace, se hace.
[Courage Latino – “La homosexualidad no nace, se hace; lo vivido en la infancia influye, según un estudio”]

Quando dois estudos chegam a duas respostas diametralmente opostas (como é o caso acima), nós temos um forte motivo para colocarmo-nos em alerta e passarmos um olhar crítico sobre as informações que nos estão chegando, a fim de separarmos o que é estudo sério do que é desinformação ideológica.

Começo com uma simples comparação entre as duas notícias acima: o estudo citado pelo G1 foi realizado “em 90 pessoas” e, o segundo, “a partir de 2 millones de personas”. Isso, para quem tem noções mínimas de estatística, por si só já basta para mostrar que o segundo estudo tem, provavelmente, muito maior relevância.

Mas tal constatação por si só não é dirimente. Vejamos, pois, uma outra coisa: a (suposta) relação entre o formato cerebral e a orientação sexual. Eu não entendo absolutamente nada de neurociência e, embora me pareça estranha a afirmação (subentendida por trás do estudo do “você-nasceu-gay”) de que a simetria ou assimetria dos hemisférios cerebrais mantém-se desde o estágio fetal até a vida adulta, não vou entrar neste pormenor. O ponto é outro. Eu não entendo de anatomia cerebral, mas entendo um pouco de lógica, e sei quando um argumento não prova aquilo que diz provar.

Relações de causa-efeito podem ser expressas na forma “SE causa ENTÃO efeito”. Utilizando um exemplo simples: a rua está molhada [efeito] porque choveu [causa]: portanto, SE choveu ENTÃO a rua está molhada. Mas a construção reversa não é necessariamente verdadeira [só o seria se o efeito em análise tivesse uma única causa] e, embora sirva como hipótese investigativa, definitivamente não serve para postular verdades incontestáveis.

Em outras palavras: dizer SE a rua está molhada ENTÃO choveu (invertendo causa e efeito) não é necessariamente verdadeiro. E o erro aqui está em se considerar que a única causa da rua molhada é a chuva, o que não é verdade. A rua pode estar molhada porque um caminhão-pipa estava vazando. Pode estar molhada porque estourou um encanamento. Pode estar molhada porque alguém estava lavando a calçada. Ou por quaisquer outros motivos. Neste exemplo, embora haja nexo causal entre “chuva” e “rua molhada”, este não poderia ser provado simplesmente partindo da “rua molhada”.

Voltemos ao estudo do “você-nasceu-gay”. Para esta expressão fazer sentido, então “ser gay” é efeito e a causa é uma dada disposição anatômica congênita (como, no caso do estudo, a diferença entre os hemisférios cerebrais). A forma correta da relação seria, então, a seguinte: SE o cérebro é de tal formato ENTÃO o sujeito é gay. Mas acontece que – segundo o G1 – o que se investigou foi o contrário! Pois a notícia diz textualmente:

Ao analisar os resultados, os especialistas observaram que homens homossexuais e mulheres heterossexuais têm os hemisférios cerebrais simétricos, enquanto os dois lados do cérebro de lésbicas e homens heterossexuais são assimétricos, com o hemisfério direito consideravelmente maior do que o esquerdo.

Ou seja: percebeu-se que homens homossexuais têm hemisférios cerebrais simétricos, e não que homens que têm hemisférios cerebrais simétricos são homossexuais! Isso não é um “dilema Tostines”; é exatamente o que permite passar da hipótese investigativa para a existência do nexo causal! É exatamente a investigação partindo da causa para os efeitos o que permite identificar a existência de relações de causalidade entre duas coisas.

A proposição “SE o cérebro é assim ou assado ENTÃO o sujeito é gay” só poderia ser demonstrada verdadeira se se verificasse a ocorrência do efeito sempre (ou, pelo menos, quase sempre) que fosse identificada a existência da causa – ou seja, se todos ou quase todos os homens que tivessem os hemisférios cerebrais simétricos fossem gays. Pelo caminho reverso, só se poderia no máximo concluir pela veracidade da proposição se o efeito tivesse uma única causa; mas, neste caso, é uma clara Petição de Princípio, pois o que o estudo quer provar é exatamente isso e, assim sendo, não o pode usar como premissa para chegar à sua conclusão.

O formato cerebral, então, não pode ser demonstrado como a única causa do homossexualismo pelos meios que o estudo realizou. Vamos adiante: será que se pode provar que ele é, ao menos, uma causa? A resposta é não, de novo, pois a conclusão do estudo pode ser demonstrada falsa muito facilmente.

Vejamos: de acordo com esta tese de doutorado (que versa sobre outra coisa, mas reproduz uma informação relevante), 35% da população possuem hemisférios cerebrais simétricos. A porcentagem de homossexuais na população, segundo os próprios homossexuais, varia de 4 a 10%. Considerando que há um número mais ou menos proporcional entre homens e mulheres na população mundial e considerando o melhor cenário para os defensores da teoria do “você-nasceu-gay”, teríamos:

  • 50% homens, 4% gays => 2% população mundial é masculina e gay.
  • 50% mulheres, 10% lésbicas => 5% população mundial é feminina e lésbica.

Somando:

  • Homens heterossexuais + lésbicas = 48% + 5% = 53%
  • Mulheres heterossexuais + gays = 45% + 2% = 47%

Ou seja, se o estudo estivesse certo, 53% da população deveria ter “assimetria cerebral” e, 47%, “simetria cerebral”; números que são de, respectivamente, 65% e 35%. São doze pontos percentuais de diferença entre os dados reais e os dados que o estudo esperaria encontrar – e isso no cenário mais extremo em favor dos defensores da teoria noticiada por G1. Temos, então, um motivo forte o suficiente para rejeitar tal estudo, pois o mesmo simplesmente não condiz com a realidade. Portanto, a anatomia cerebral não é nem mesmo uma causa do homossexualismo – muito menos a única causa. A única coisa que este estudo mostra é (no máximo) que, dentro do grupo de amostragem utilizado, os homossexuais têm o cérebro semelhante aos heterossexuais do sexo oposto; mas não prova nenhuma relação de causa-efeito entre a anatomia cerebral e a “orientação sexual” do indivíduo.

Em suma: não há determinismo no comportamento dos homens. Os atos humanos, como tais, permanecem sempre dependentes da liberdade humana. Tendências ou inclinações para qualquer coisa não significam que o homem esteja inelutavelmente preso à mecânica realização daquilo para o qual ele se sente inclinado. No fundo daquilo que é a própria essência do homem, está o livre arbítrio; e este, dom sagrado do Criador à Sua criatura, não lhe pode ser arrancado.

Permanece, portanto, plenamente atual aquele ensinamento do Catecismo da Igreja Católica:

As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.
[CIC 2359]

E a castidade é possível, pois é escolha humana, e o homem sempre pode escolher; não há determinismo biológico ou imposição ideológica que seja capaz de retirar do homem esta sua capacidade que é sagrada.

Sugestão de visita: National Association for Research & Therapy of Homossexuality.

De Joelhos!

Recebi, via email, uma notícia dizendo: “Bento XVI restaura a comunhão de joelhos”.

O mesmo – ou seja, haver um genuflexório para as pessoas receberem ajoelhadas a comunhão do Sumo Pontífice – já havia acontecido na Missa de Corpus Christi, em 22 de maio último.

Nesta mesma celebração, Sua Santidade disse na Homilia:

Ajoelhar-se diante da Eucaristia é profissão de liberdade: quem se inclina a Jesus não pode e não deve prostrar-se diante de nenhum poder terreno, por mais forte que seja.
[SS Bento XVI, Homilia de Corpus Christi – 22 de maio de 2008]

E, que pedagogia excelente do Santo Padre, dando um exemplo prático, na hora da Comunhão, daquilo que ele havia falado pouco antes, na Homilia! Que maneira enfática de se passar um ensinamento, fazendo as atitudes seguirem-se às palavras. Olhemos para Pedro: ele não só nos aponta o caminho, como ainda caminha à nossa frente. Sigamo-lo! Até os pés da Cruz. De joelhos!

A rigor, o título da notícia do “Diário de Natal” está impreciso; o Papa não “restaurou” a comunhão de joelhos no sentido de ter emitido uma norma segundo a qual as paróquias deveriam adotar essa prática. O Papa “apenas” deu a comunhão diretamente na boca dos comungantes, que estavam ajoelhados num genuflexório para receber a Nosso Senhor.

“Apenas…”? Já é a segunda vez que Bento XVI procede desta forma! Não sei qual a origem daquele ditado que diz que “as palavras convencem, mas os exemplos arrastam”. Mas espero que os exemplos do Santo Padre, que acompanham as suas palavras, possam arrastar milhares de almas a se prostrarem diante de Cristo Nosso Senhor.

Longa vida ao Papa!

Pio XII e os judeus

O Papa Bento XVI receberá na próxima quarta-feira um pequeno grupo de judeus sobreviventes do holocausto, num encontro auspiciado pela Fundação Pave The Way (PTWF).

Esses judeus, presentes em Roma por ocasião de um simpósio sobre o Papa Pio XII que a Fundação patrocina, querem agradecer pessoalmente a intervenção da Igreja Católica, que conseguiu salvar-lhes a vida durante a Segunda Guerra Mundial.

A notícia foi publicada ontem em ZENIT. “Nada há oculto que não deva ser descoberto”, disse Nosso Senhor; e é gratificante ver as calúnias serem reparadas e, a memória de um homem, restaurada – pelo menos naquilo que é possível.

A Fundação “Pave the way” – algo como “aplainar, preparar o caminho” – é, ao que parece, uma Fundação Judaica. E mantém uma página muito interessante sobre Pio XII no seu site, na qual vale muito a pena dar uma olhada.

Sugestão de leitura: artigo de um rabino, David G. Dalin [que, aliás, segundo a notícia supracitada, estará presente ao Simpósio sobre o Papa Pio XII].

Rezemos!

Sancte Abraham,
ora pro nobis.

Sancte Moyses,
ora pro nobis.

Sancte Elia,
ora pro nobis.

Omnes sancti Patriarchae et Prophetae,
orate pro nobis.