O Amor nasceu – Feliz Natal!

A Noite de hoje celebra aquele portentoso Nascimento sem o Qual nada poderíamos esperar do mundo onde vivemos. A noite de hoje é aquela Noite que redime todas as outras noites do mundo desde o início dos tempos; é a Noite onde a separação do Gênesis entre luz e trevas encontra a sua plena significação: quando a Luz refulge nas Trevas. Sim, poderíamos talvez pensar que todas as noites foram criadas apenas para que pudesse existir uma única Noite verdadeiramente Feliz onde Deus entra em Sua Criação e, assumindo a nossa fraqueza, nasce para nós. À luz da Noite de Belém, todas as noites adquirem sentido.

Imagem do Nascimento de Cristo

A Noite de hoje apresenta o testemunho verdadeiro do Amor – que não é sentimento dos poetas românticos e nem conceito abstrato dos filósofos, mas sim um Menino que nos nasce. Em Belém nós celebramos muito mais do que o nascimento de um homem extraordinário e inigualável – coisa que por si só já seria portentosa -, nós celebramos o nascimento do Amor. Do Amor que move os céus e as estrelas, do Amor que é a Causa Primeira e o Fim Último de todas as coisas. Sabemos que Deus nos ama porque Ele vem nos visitar, e à luz desta Divina Visita nós podemos ter a esperança concreta de visitá-Lo um dia; ou melhor, de morar com Ele eternamente. A “plenitude dos tempos” não se diz em sentido cronológico, e sim em dignidade e em perfeição. Aqueles tempos eram plenos não porque eram os últimos e depois deles não haveria mais nada, mas sim porque contiveram o próprio Autor do Tempo. Diz-se “feliz” daquela Noite em Belém porque Ela abrigou a própria Felicidade e A viu vir ao mundo. Porque o Amor nasceu em Belém. E é o nascimento de Deus em Belém que dignifica os nossos próprios nascimentos, e a imperscrutável honra de compartilhar com o Deus Onipotente uma natureza humana é outra das provas do infinito Amor d’Ele por nós.

Nasceu de uma Virgem! Se Feliz foi aquela Noite que viu Deus vir ao mundo, quão mais Bem-Aventurada não é Aquela que O sentiu crescer no seio e Lhe deu a natureza humana? Se gloriosos foram aqueles tempos nos quais o Criador tocou a Criação, quão mais Gloriosa não é Aquela que foi a Porta do Céu através de Quem o Verbo desceu dos Céus à Terra? Se sublime foi aquela Manjedoura onde a Virgem Santíssima depositou o Seu Divino Filho, quão mais sublime não é esta Mulher cujo Ventre foi a primeira morada do Verbo Encarnado? A nossa Salvação nasceu em Belém, porque era em Belém que Se encontrava a Santíssima Mãe de Deus! É d’Ela que a humanidade recebe a Salvação do Mundo, e o Universo inteiro colocado aos Seus pés seria ainda muito pouco para Lhe agradecer.

E hoje, passados já vinte séculos d’Aquela Noite Gloriosa onde os Céus desceram à terra, a Sua força não esmoreceu. Aquela Noite dá sentido a todas as noites, e aqueles tempos estabelecem uma ponte permanente entre o Tempo e a Eternidade que alcança também a nós e aos homens de todos os tempos. Porque o Amor é Eterno e, se estivermos com Ele, estaremos também em Belém, aos pés do Deus-Menino que nasce para a nossa salvação. Se estivermos com Aquela Virgem Santíssima – e somente se estivermos com a Santíssima Mãe de Deus -, poderemos encontrar os Céus abertos para nós de par em par e poderemos receber dos braços d’Ela o Verbo feito Carne, o Amor nascido em Belém, o Deus-Menino que vem até nós a fim de nos levar para Ele.

O Amor nasceu. Os anjos cantam Glória. E n’Ele os homens podem ter Paz.

Um santo e feliz natal a todos os leitores do Deus lo Vult!.

Deus lo Vult! é o TOP-1 do prêmio Top Blog 2011

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Vitória! O Deus lo Vult! recebeu dois prêmios na cerimônia de premiação do Top Blog que ocorreu no último sábado, 17/12, em São Paulo. Estive presente e, de lá mesmo, já comemorara; ganhamos eu e mais dois amigos. O Marcio levou o ouro no júri popular da categoria Religião/Profissional com o seu excelente Tubo de Ensaio e o Edson de Oliveira foi o primeiro colocado em Política/Pessoal, com o seu também excelente Sou Conservador sim, e daí? – no total, nós três que estávamos sentados juntos na última fileira do auditório da UNIP fomos ao palco receber o reconhecimento pelo nosso trabalho. Posso afirmar que, sem dúvidas, valeu – e muito – a pena.

A viagem foi planejada de última hora; mas ao final deu tudo certo, e eu pude reencontrar os velhos amigos e fazer parte da cerimônia. Como eu já comentei rapidamente aqui, tive a oportunidade de subir ao palco e apresentar (em dois minutos) a proposta do blog. E falei sobre a importância de defender os valores espirituais diante de um mundo que – cada vez mais – quer empurrar os valores transcendentes para a esfera do subjetivismo e do pessoal. Estava nervoso e falei de improviso; mas acho que não ficou tão ruim assim porque, ao final das contas, não fui vaiado, a despeito do assunto ser meio politicamente incorreto para os tempos que correm. Dos quatro blogs religiosos premiados com o primeiro lugar (pessoais e profissionais, entre os júris pessoal e acadêmico para cada um deles), apenas o Deus lo Vult! e o Tubo de Ensaio estavam representados. Foi um excelente momento.

Este blog foi premiado com o ouro pelo Júri Acadêmico e com a prata pelo Júri popular; os dois certificados, junto com o troféu do primeiro lugar, estão nesta foto aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima que eu tenho em casa. Porque é a Ela que eu ofereço esta vitória e é d’Ela todos os méritos e reconhecimentos deste trabalho que desde 2008 desempenho nestes sítios virtuais. E a vós outros, que sempre me honram com a sua presença, eu agradeço sinceramente: muito obrigado! E peço que não se esqueçam de rezar por mim; para que eu não ofereça tanta resistência à graça divina e, empregando com diligência os dons que a Divina Providência me concedeu, possa trabalhar cada vez mais para a maior glória de Deus.

Ahhhhh tô voltando pra casaaa!

No aeroporto, prestes a retornar à querida Veneza Brasileira. Após a premiaçāo do sábado à noite, ainda tive um agradável passeio por São José dos Campos na agradável companhia de amigos. Depois disso, uma “conexão” na Cidade Maravilhosa que não foi bem a coisa mais inteligente do mundo, mas enfim. Em breve volto ao meu Recife.

Levando pra casa as maravilhosas experiências imateriais que não dão excesso de bagagem e nem se corrompem (ao menos não tão facilmente) com as voltas das engrenagens de Crono! Conversava com alguém no aeroporto que me dizia exatamente o mesmo: as lembranças são impagáveis. São dos melhores presentes naturais que podemos nos dar a nós mesmos. Costumam ser os de que menos nos arrependemos.

Sábado à noite eu subia no palco para receber o (pesado!) troféu do melhor blog pessoal de religião segundo o Júri Acadêmico do Top Blog para o Deus lo Vult!. E tinha uns dois minutos para dizer algumas palavras; falei sobre o propósito do blog de defender a Religião num mundo que lhe é hostil, de mostrar que é possível guardar a Fé no século XXI e de não deixar (ao menos não sem luta!) que a descrença seja imposta como única forma modernamente aceitável de pensamento. Devo ter falado mais do que devia. Mas ao menos não fui vaiado. Valeu a pena.

Agora, de volta pra casa com o blog duplamente premiado (ouro no júri acadêmico, prata no popular), resta a certeza de que existe ainda muito por fazer. E o ânimo renovado para arregaçar as mangas, e continuar trabalhando para oferecer conteúdo de qualidade para os meus leitores – os meus pobres grãozinhos miseráveis de incenso queimados a Nosso Senhor, temendo e tremendo, suplicando (pela intercessão da Virgem Santíssima) que Lhe sejam agradáveis. Aos que aparecem por aqui (sempre ou mesmo quase nunca) mais uma vez o meu muito obrigado. E continuemos em frente sem desanimar. Aux armes, porque Deus lo vult!

Cerimônia de premiação – Top Blog 2011

Chegamos ao teatro, que está lotado; os organizadores do prêmio estão apresentando os números atuais e as perspectivas futuras do concurso. A viagem foi corrida, mas aqui cheguei no final das contas. Em breve, serão entregues os troféus.

Aqui, nesta fileira do teatro, temos o Tubo de Ensaio, o Deus lo Vult! e o Conservador e Daí?, aguardando ansiosos o início das premiações. Que recém-inicia. Boa noite a todos!

Borrado

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Em movimento. Porque os momentos bonitos da vida  não raro simplesmente acontecem, sem que tenhamos tempo de nos preparar. Cumpre estar sempre alerta! Saber bem vivê-los.

O sol se põe no Rio. Hoje, Cidade Maravilhosa. Amanhã, cerimônia de premiação do Top Blog 2011 em São Paulo. Tudo muito rápido e talvez meio borrado por conta do movimento. Mas o quadro diante dos olhos é bonito. É bonito e é bonito.

Quem foi rei nunca perde a majestade

Foi em 1993. Eu tinha nove anos de idade, mas me recordo perfeitamente da música: “O plebiscito, / palavra difícil, / torna mais fácil encontrar a verdade! / Nosso passado é o pai do futuro: / quem foi rei nunca perde a majestade. / Quem foi rei nunca perde a majestade”.

Não podia deixar de recordar a música hoje, quando estou ainda sob os efeitos da brilhante conferência de Sua Alteza Imperial e Real o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, proferida ontem à noite em Campina Grande por ocasião do lançamento da revista Vila Nova. São amigos caríssimos os responsáveis pela revista; fora eu próprio convidado e reconvidado, nominalmente, para prestigiar o evento. Mesmo cansado, não podia deixar de ir. Arrepender-me-ia amargamente se tivesse ficado em Recife.

E fui. De Recife a Campina Grande, segundo o Google, são 190 quilômetros que percorri contente. Saí à tarde, às pressas; cheguei quase no exato momento em que a mesa era formada e as mensagens de apoio à iniciativa da revista eram apresentadas. Depois, alguns rápidos pronunciamentos de membros da Sociedade São Bento e responsáveis pela publicação; logo após, o momento tão esperado da palestra do Príncipe. Ontem à noite, o prazer de ouvi-lo falar era indescritível: a Família que um dia deteve o Trono do Brasil não perde a graça, a educação e os bons modos com a perda do poder temporal. A majestade do Príncipe estava intacta a despeito do seu Trono ter sido usurpado.

Confesso, envergonhado, que nunca antes ouvira Dom Bertrand falar. Tanto melhor, que a forte impressão positiva da palestra de ontem marcou-me mais profundamente. Sua Alteza é um orador nato, de modo que chega a ser assombroso. O discurso não estava já escrito; ele falava de memória. A linha de raciocínio era reta e clara, da qual o Príncipe só se afastava para abrir algum parêntese que, logo depois, era fechado e fazia o fluxo da conferência retornar ao seu fio principal. Lembro-me do que disse ontem para alguns amigos: há pessoas prazerosas de se ouvir mas que, contudo, não dizem lá muita coisa que se aproveite, e há também pessoas que têm um excelente conteúdo a transmitir mas que, no entanto, são difíceis de acompanhar. Dom Bertrand une estas duas qualidades no seu sotaque macio e consegue ser, simultaneamente, um orador que ouvimos com prazer e do qual podemos aprender bastante coisa. A conferência foi maravilhosa.

Vi o Príncipe falar da história do Brasil e de Portugal, pontuada por episódios familiares (afinal de contas, estamos falando do bisneto da Princesa Isabel e trineto do Imperador Dom Pedro II) que não costumam figurar nos livros de história. Vi-o apresentar o período do “Brasil Colônia” de uma forma bem diferente do esquema “explorador-explorado” que estamos acostumados a estudar sob o tópico de “História do Brasil” no colégio: vi-o falar de um Reino que se estendia para além das fronteiras do Atlântico e o qual, antes de ser “colônia de exploração”, era extensão legítima – de fato e de direito – da Coroa Portuguesa. Vi-o relatar a “fuga” da Família Imperial de Lisboa não de forma intempestiva e desesperada, mas politicamente planejada: de tal forma que as tropas francesas foram frustradas pelo engenho de Dom João VI, o (único) rei que deixou Napoleão literalmente “a ver navios”, consagrando assim a expressão que até os dias de hoje é usada. Vi-o falar com ternura da sua bisavó, a Princesa Regente Isabel do Brasil, apresentada como uma mulher forte e decidida que não poupou esforços para – na contramão das conjunturas políticas de então – fazer o melhor para o povo brasileiro.

– Papai, é verdade que um dia este povo será meu? – Não, minha filha – respondeu Dom Pedro II -, um dia tu serás deste povo. A história é simples mas significativa. Mostra a diferença entre a nobreza sinceramente preocupada com as pessoas que a Divina Providência lhe confiou e os tiranos absolutistas sem outra preocupação que não obter benesses às custas da exploração do povo. Para a mentalidade revolucionária moderna, todos os monarcas são do segundo tipo. Se tal fosse verdade, seria um fenômeno verdadeiramente notável que tantas nações tivessem prosperado ao longo de tantos séculos sem outra força motriz que não estas práticas tão execráveis. A absurda incoerência das proposições, no entanto, não raro passa despercebida. Saúda-se a República como “O Progresso” por antonomásia, sem que se gaste muito tempo pensando no assunto.

Contra esta visão canhestra da História estão os descendentes da Família Imperial, os que guardam a memória da monarquia brasileira e podem contá-la com a força do testemunho de um “Meninos, eu vi”. Se as gerações posteriores perderam o contato com este passado, é algo pelo qual não podemos senão lamentar; mas é reconfortante notar que parece haver uma juventude cansada das vilezas do cenário político atual, uma juventude que se maravilha com a descoberta da verdadeira história da sua Pátria – que outros muitos gostariam de ver enterrada e esquecida. Mas isto eles não conseguirão, porque – graças ao bom Deus! – nós temos ainda os legítimos curadores deste legado, nós temos pessoas como Dom Bertrand que conseguem fazer – e com maestria! – esta tão necessária ponte entre o presente e o passado, condição indispensável para que a nossa Pátria encontre o futuro glorioso ao qual está destinada.

Sobe a lua

Sobe a lua… não ainda. Não é a noite de lua cheia vista ontem n’A Paixão de Mel Gibson. Quarto minguante. A lua sobe tarde… mas sobe sorrindo.

Subir tarde na noite, tarde na vida… mas subir! Iluminando a noite e tornando-a bonita. Subir sorrindo, para coroar a beleza do quadro noturno. Enaltecendo o artista.

Cai a noite, sobe a lua. Os grilos cantam. Ninguém vê. Cai a vida, sobe a alma: que suba! Ainda que ninguém veja. Aqui não são grilos cantando, e sim coros angélicos. A noite se ilumina, o Universo abrilhanta-se. Ainda que caia a noite.

Impressões do Congresso pró-vida

Eu acho que histórico é a melhor palavra para descrever o II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida. O evento (cuja “parte leiga” ocorreu nos últimos dias 05 e 06 de novembro, à qual estive presente) superou todas as minhas expectativas. Uma estrutura de primeira e uma minuciosa organização proporcionando um encontro de gigantes: foi portentoso.

O Prof. Hermes Rodrigues e o Coronel Paes de Lira apresentavam os palestrantes. O pe. Shenan Boquet, presidente da Human Life International, expunha o território inimigo e mostrava-nos, em linhas gerais, os fronts nos quais ocorre a guerra. Veteranos experientes – como o Matthew Hoffman, do LifeSiteNews.com, ou o Mario Rojas, diretor da seção latino-americana da HLI, ou o dr. Piero Tozzi, advogado do Alliance Defense Fund – contavam as suas valiosas histórias de combate. Combatentes desta terra de Santa Cruz – como o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini – eram publicamente condecorados. Outros – como o pe. Lodi – compartilhavam a sua experiência bélica. Os agentes da contra-inteligência expunham as táticas do inimigo: o Mons. Sanahuja denunciava a tentativa de dominação global do Religions for Peace, enquanto o Dr. Jorge Scala desmascarava com maestria os ideólogos de gênero e o pe. Paulo Ricardo punha a descoberto a eficaz tática do marxismo cultural para esvaziar a Fé Católica. O pe. Juan Carlos Aguilar colocava o nosso combate na perspectiva espiritual que é necessária, e o eloqüente Raymond de Souza traçava a nossa estratégia em três pontos: rezar, estudar e agir.

Rezar, porque não é meramente contra homens de carne e osso que combatemos e temos a certeza de que (como eu pus desde o início na coluna lateral do Deus lo Vult!) se o Senhor não guarda a cidade em vão vigiam as sentinelas. Rezar, porque esta é a alma de todo apostolado e, sem oração, todo o resto é vão e infrutífero.

Estudar, porque a crise pela qual atravessa a Igreja hoje é uma crise de Fé e, como nos disse o primeiro Papa, devemos estar sempre prontos para responder aos que nos pedem a razão de nossa esperança. Estudar, para entendermos a posição na qual nos encontramos e conhecermos as nossas reais possibilidades de ação.

E, por fim, agir, porque a vida cristã – como nos diziam as paredes do Mosteiro de São Bento onde estávamos – é feita de ora et labora, de rezar como se dependesse somente de Deus e trabalhar como se dependesse somente de nós. Agir, porque os canhões já ribombam ao nosso redor e já nos encontramos em meio à guerra encarniçada que Satanás trava contra os filhos da Virgem Santíssima. Agir, porque a isto o Senhor dos Exércitos nos chama, a isto somos vocacionados e, quanto a isto, podemos e devemos responder que Deus o quer.

Nós, congressistas, colhíamos com atenção cada palavra. Ficávamos entusiasmados com aquela santa confluência de combatentes calejados unidos a jovens aspirantes querendo fazer valer a sua condição de membros da Igreja Militante. E saímos de lá com um desejo que era também ao mesmo tempo um propósito: consumir as nossas vidas por esta causa, que é a mais nobre de todas as causas por ser a causa do Deus Altíssimo.

Aproveitamos cada momento. Das palestras aos corredores, das mesas de autógrafos aos coffee-breaks, das noites em nossos aposentos à Santa Missa celebrada quase ao raiar do dia, das pizzarias às padarias, da chegada à partida. E vivíamos esta sensação que bem pode ser descrita como que uma manifestação sensível da comunhão dos santos, uma sensação de que não estávamos sozinhos e podíamos salvar o mundo porque estamos juntos, somos muitos e Deus está a nosso favor, e (ainda que nem sempre o percebamos!) marchamos sob o estandarte da Virgem Santíssima – que é Auxilium Christianorum e tem experiência em batalhas suficiente para nos dar a vitória também desta vez.

Encontro de gigantes! Atrás: Gabriel Leão, Edson de Oliveira, Prof. Ivanaldo Santos, Juliana Lima, Antonio Amoedo, Pe. Paulo Ricardo, Jorge Ferraz, Matheus Cajaíba, Gustavo Souza, Frederico Viotti e Wagner Moura. Na Frente: Ari Ferreira, Luiz Fernando Favaro, Rafael Volpato, Fabrício Lombardi, Luís Guilherme Pereira e Zezé.

Sim, repito: histórico! Peçamos a Deus que os santos desejos inflamados neste congresso não esmoreçam. Que nos empenhemos sinceramente em rezar, estudar e agir, a fim de que os frutos deste II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida possam aparecer o quanto antes. Ad majorem Dei gloriam. Pelo bem das almas. Para o nosso próprio bem.

P.S.: Ver também n’O Possível e o Extraordinário: Rezar, estudar e agir em defesa da vida.

Apologia de um leigo (ou “Eu, Apóstata”)

Hoje pela manhã, descubro que o “Denúncias e Críticas” (ou “Denúncias Críticas”, sei lá) publicou um texto totalmente nonsense onde acusa o Deus lo Vult! de ser, verbis, «um exemplo de veículo de informação que trabalha a favor da apostasia». Eu não lembrava do blog, e já tinha começado a escrever aqui que nunca ouvira falar dele até então; no entanto, vi o nome do autor – Armando Cintra, jornalista de Taubaté – e tive a impressão de que ele não me era estranho. Fui procurar e… bingo!

O sr. Cintra foi quem motivou um texto cá do Deus lo Vult! do ano passado, intitulado “A qualidade dos ataques à Igreja”. A relevância jornalística do sujeito é tão grande que eu já me esquecera por completo dele. Vou apenas aproveitar o artigo atual para dar algumas explicações. Vou ignorar a tagarelice sobre “apostasia” que é francamente desinteressante. Sobre este humilde blog, o sr. Cintra fala quanto segue:

É interessante notar que, apesar de defender a Igreja Católica, esta não endossa o blog como sendo um dos seus veículos oficiais de informação. Fica tudo por conta das opiniões pessoais do autor do blog, que também permite comentários anônimos, desde que, independentemente de lógica ou não, defendam a igreja católica e ataquem outras crenças. Este é um exemplo de veículo de informação que trabalha a favor da apostasia.

O “veículo oficial de informação” da Igreja Católica é o site do Vaticano. O resto só é “oficial” dentro de cada âmbito: o site da CNBB é oficial da CNBB, o da Arquidiocese de Olinda e Recife é oficial da Arquidiocese de Olinda e Recife e este blog é oficial de Jorge Ferraz. Ninguém precisa ter “selo de veículo oficial de informação” para falar sobre a Igreja Católica. Na verdade, eu estou aqui atendendo a um pedido da Igreja; veja-se, p.ex., a Christifideles Laici:

Por isso, a Igreja pede aos fiéis leigos que estejam presentes, em nome da coragem e da criatividade intelectual, nos lugares privilegiados da cultura, como são o mundo da escola e da universidade, os ambientes da investigação científica e técnica, os lugares da criação artística e da reflexão humanística (CL 44).

E ainda a Lumen Gentium do Vaticano II:

[T]odo e qualquer leigo, pelos dons que lhe foram concedidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da missão da própria Igreja, «segundo a medida concedida por Cristo» (Ef. 4,7). […]  Segundo o grau de ciência, competência e autoridade que possuam, têm o direito, e por vezes mesmo o dever, de expor o seu parecer sobre os assuntos que dizem respeito ao bem da Igreja (LG 33. 37).

Portanto, i) não existe a “lista dos blogs oficiais da Igreja Católica”, ii) ninguém precisa de autorização explícita da hierarquia para falar da Igreja Católica, e iii) a comunhão com a Igreja depende da sintonia entre o discurso de um veículo de comunicação e o ensino da Igreja, e não de se o site é mantido por um leigo, um bispo, uma diocese ou uma Conferência. Neste último quesito, aliás, o Deus lo Vult! vai muito bem na fita, obrigado. Só o que é “opinião pessoal” minha aqui é o que está devidamente identificado como tal: este blog traz com freqüência documentos do Magistério, textos de catequese, escritos dos santos, de teólogos, de Papas, et cetera. E não existe aqui, nem mesmo entre as “opiniões pessoais”, nada que seja contrário à Doutrina Católica.

A acusação de que o blog só permite comentários que, «independentemente de lógica ou não, defendam a igreja católica e ataquem outras crenças» é de uma injustiça atroz. Todo mundo sabe (e inclusive disso muita gente reclama) que, aqui no blog, comentam gatos, cachorros e papagaios, ateus e espíritas, gays, protestantes e pagãos, todo mundo. Aliás, eu não conheço nenhum outro lugar da internet lusófona onde sejam permitidos tantos comentários contraditórios quanto aqui. É possível concordar com esta política (mantida, aliás, desde o início do blog com alterações mínimas que infelizmente foram necessárias) e é possível discordar dela, mas não é aceitável contrariar a realidade e dizer simplesmente que tal política não existe.

Por fim, “apostasia” é o “repúdio total da Fé Católica”, coisa que este blog obviamente não faz e qualquer pessoa que não seja analfabeta é capaz de perceber com cinco minutos por aqui. A acusação absurda e ofensiva é depravadamente falsa, sem o menor cabimento, e contra ela eu manifesto o meu mais veemente repúdio.

O objetivo deste blog é servir a Igreja Católica. Se ele não atinge os fins para os quais foi criado (e muitas vezes há muita coisa a melhorar) é propter peccata mea. Posso facilmente aceitar (e eu penso nisso todos os dias) que o Deus lo Vult! poderia e deveria ser bem melhor; mas daí a “trabalhar a favor da apostasia” vai uma distância imensa e absurda, cuja transposição qualquer pessoa com tele-encéfalo minimamente desenvolvido e polegar opositor percebe ser totalmente nonsense. E disto eu tenho convicção por conta dos comentários que recebo de pessoas normais, de bons católicos, tanto leigos quanto sacerdotes. Porque, afinal de contas, para medir a ortodoxia de um apostolado, são estas as manifestações dignas de credibilidade – e não as diatribes de um jornalista anti-clerical de Taubaté.