Dom Aloísio questiona campanha de vacinação

E a quantidade de pessoas desconfiadas com a campanha de vacinação contra a rubéola não pára de crescer. O texto abaixo é de Dom Aloísio Roque, Arcebispo de Uberaba, MG. Mais um capítulo sobre o mistério das vacinas… permita Deus que ele seja desvendado em breve.

Repito o que já disse aqui várias outras vezes: não há motivos para pânico, pois há fortes indícios de que seja boato. Mas é inegável que o assunto está tomando proporções tão grandes que não pode simplesmente ser ignorado. Respostas, já! Que a verdade venha à luz.

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Fonte: CatolicaNet

Dom Aloísio Roque – O estranho caso da rubéola – 26/08/2008 – 08:54

Quando se trata do atual ministro da saúde do governo Lula, qualquer iniciativa, por mais normal que aparente ser, nos deixa desconfiados. Suas falas públicas contra a Igreja já encheram muitas páginas de jornal. Entre os atuais homens de confiança do governo federal, que não simpatizam com as posições da Igreja, – embora o doutor seja provindo de família cristã – ele está imbatível, na linha de frente. Estão aí suas falas contundentes a favor do aborto; sua propugnação pelos preservativos sexuais, disponíveis para o uso livre dos alunos das escolas públicas. Isso significa que a escola se declara incapaz de educar a nova geração. Não consegue mais levá-la à prática dos “bons costumes”.  Para haver menos despesas para o poder público, se lança mão desse artifício, para coibir os gastos com tratamentos anti-HIV, e complicações com as adolescentes gestantes. E o mais incrível disso tudo, é que a maioria das mães (querem salvaguardar suas filhas), acha isso muito certo.  É o estímulo para a devassidão. Não há mais tentativa de procurar educar.

Nessa questão da vacinação contra a rubéola, há fatos estranhos. Existem atualmente, 17 casos por ano. Mas isso justifica aplicar 70 milhões de vacinas, mesmo em pessoas que já tiveram a rubéola, e em quem já foi vacinado? Nunca se viu tanto zelo. O desconfiômetro acende a luz vermelha, porque na Argentina, nas Filipinas e na Nigéria foi detectado, em outros tipos de vacina, a presença do hormônio “gonadotrofina coriônica”, conhecido artifício para controle da natalidade, distribuído por certas ONGs. A vacina será aplicada em povos indígenas e em outros grupos, de preferência, selecionados. Diante dessas dúvidas, o ministro da saúde é instado a se pronunciar em público, com afirmações bem categóricas, de que o procedimento nada tem a ver com essa iniciativa de duplo efeito: querer evitar um surto de rubéola (que pode prejudicar o nascituro), e de presente, ainda diminuir mais o índice do crescimento populacional. Este já empata com países destinados a zerar, no futuro, os nascimentos. Essa tranqüilidade o ministro deve conceder à população. E caso a suspeita seja verdadeira, deve dizê-lo em público.

Pelo fim da hipocrisia

A VEJA entrevistou o Ministro Marco Aurélio Mello. A cretinice explícita alcançou patamares inauditos na entrevista, na qual o relator do processo que tenciona legalizar o assassinato eugênico de crianças deficientes destila o seu instinto assassino e o seu desprezo pelas questões éticas e morais mais elementares. Em situações normais, a entrevista deveria provocar horror e repulsa; hoje em dia, é bem capaz que ela seja aplaudida. Cito alguns trechos mais significativos e faço alguns comentários.

A propósito, o texto da matéria na edição impressa da revista é (diferente do que aparece na internet) “Pelo fim da hipocrisia”. Não poderia ser mais apropriado.

Por que o senhor defende o aborto de anencéfalos?
Para mim é pacífico: não há a menor possibilidade de sobrevivência quando não se tem cérebro.

Há. Marcela de Jesus que o diga. E há diversos casos de crianças anencéfalas mundo afora que viveram após o parto. Entre os diversos graus de anencefalia existentes, temos exemplos (todos diagnosticados como “anencéfalos” nos exames pré-natais; todos cujos pais receberam a sugestão de “interromper a gravidez”) dos mais variados: um dia, três dias, uma semana, doze dias, e até dois anos.

Contrapondo, então, a fala do Marco Mello aos fatos, chega-se inelutavelmente à seguinte conclusão: há muita possibilidade de sobrevivência quando não se tem cérebro. Chega-se até à Magistratura e ganha-se uma cadeira no Supremo Tribunal Federal!

Em 2004, o plenário do STF derrubou uma liminar concedida pelo senhor que autorizava a interrupção da gestação de anencéfalos. Por que o senhor decidiu trazer o assunto à tona novamente?
Tomei como base o resultado da recente votação na corte do uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas. (…) Desta vez, a votação será menos apertada do que foi no caso das células-tronco. Diria que teremos um 7 a 4 ou um 8 a 3. E, depois que o Supremo bater o martelo, não adiantará recorrer ao Santo Padre.

Aqui, o Ministro confessa que o primeiro passo do plano orquestrado foi a aprovação das pesquisas com células-tronco embrionárias. O segundo passo é a aprovação do aborto para os anencéfalos. Os passos seguintes, ele dirá mais na frente. Saliento, outrossim, o desrespeito religioso do Ministro para com a figura do Santo Padre, junto com – de novo – a caracterização do problema como sendo uma questão religiosa, coisa que não é. A tática do Marco Mello é repetir o mesmo lenga-lenga ad nauseam até que a população absorva “por osmose” aquilo que ele não consegue demonstrar por via racional.

O senhor acredita que a maior flexibilização do STF abre a possibilidade para a discussão do aborto em geral?
Sem dúvida. O debate atual é um passo importante para que nós, os ministros do Supremo, selecionemos elementos que, no futuro, possam respaldar o julgamento do aborto de forma mais ampla.

Eis o terceiro passo da tática maquiavélica do Ministro: a legalização do aborto em geral. Eis, agora, os próprios abortistas a confessar que a questão das células-tronco era o primeiro passo para a legalização do aborto. Um verdadeiro efeito dominó bastante previsível, e que foi denunciado, mas infelizmente encontrou ouvidos surdos e céticos. É necessário fincar as bandeiras nos limites devidos, é necessário impedir o trem de encarrilhar; porque, uma vez que a primeira derrota é sofrida, as outras vêm quase como por conseqüência natural. Quem não oferece resistência às pequenas coisas não vai poder oferecê-la às grandes.

Para os que se opõem ao aborto, no entanto, a mulher não tem direito a essa liberdade. A Igreja Católica, por exemplo, argumenta que a vida deve sempre ser acolhida como um dom.
É preciso esclarecer que a vida pressupõe o parto. O Código Civil prevê o direito do nascituro, ou seja, daquele que nasceu respirando por esforço próprio.

Hein?!!! Cada vez mais o sr. Ministro dá provas de que é possível haver sobrevida longa sem cérebro. Em primeiro lugar, o Código Civil “põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro” (Código Civil, art. 2º). Em segundo lugar – e muitíssimo mais aberrante -, nascituro é justamente o ser humano concebido mas ainda não nascido, i.e., o feto no ventre da mãe! Onde o sr. Ministro foi buscar a definição dele, só Deus sabe.

Dessa forma, o debate se estende para outras áreas, talvez até mais pantanosas do que o aborto, como a eutanásia.
A eutanásia pressupõe uma irreversibilidade da vida. Mediante laudos médicos que comprovem o quadro, as decisões poderão ficar a cargo de outra pessoa. Afirmo isso com base no princípio da dignidade da pessoa humana. E não pode haver dignidade com uma vida vegetativa.

Quarto passo do plano do sr. Ministro: a Eutanásia. Trocando em miúdos, é a implantação da cultura da morte de maneira generalizada. E ainda há os que se recusam a ver.

Como católico, o senhor não entra em conflito por suas convicções a respeito desses temas?
Nenhum. Não potencializo a religião a ponto de colocar em segundo plano a razão. (…) Nós, integrantes do Supremo, os guardiões maiores da Constituição, não podemos nos render à apatia, que é o mal do nosso século.

O Ministro Marco Mello diz ser católico. Claro, tão católico quanto as Abortistas pelo Direito de Matar. Haja cretinice. Os “guardiões maiores da Constituição” são exatamente os criminosos que a seqüestram, desprezam, mutilam, deformam. O povo brasileiro deveria fazer uma campanha: pela liberdade da Constituição, e pela aposentadoria compulsória dos Magistrados descerebrados. Afinal, já basta de tanta hipocrisia.

Aborto – más notícias

Foi com pesar que recebi hoje as duas notícias abaixo.

Primeiro, o Ministro do Ataúde, José Gomes Temporão, disse que a anencefalia de Marcela de Jesus era uma farsa:

O ministro José Gomes Temporão (Saúde) disse que a avaliação de médicos de que Marcela Ferreira não era anencéfala desvenda uma farsa.

Segundo, a Corte Suprema de Justiça mexicana julgou ontem que o aborto no país é constitucional:

A Corte Suprema de Justiça do México considerou ontem, por oito votos a três, constitucional a lei vigente desde abril de 2007 na capital, Cidade do México, que permite o aborto até a 12ª semana de gestação.

Rezemos. Para que Deus tenha misericórdia de nós todos.

Acaso será eterna contra nós a vossa cólera? Estendereis vossa ira sobre todas as gerações?
Não nos restituireis a vida, para que vosso povo se rejubile em vós?
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia, e dai-nos a vossa salvação.
[Sl 84, 6-8]

Cretinice explícita

Meu Deus, como é cretino o Marco Mello!

Primeiro, ele diz claramente que as audiências públicas sobre o aborto dos anencéfalos não servem para nada, já que canta vitória de “onze a zero” antes mesmo do fim dos debates:

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello acredita que a descriminalização do aborto em casos de anencefalia será aprovada por “onze a zero” na votação, prevista para ocorrer até fim deste ano.

Depois, ele afirma expressamente que o motivo da não-aprovação deste tipo de aborto até agora era Marcela de Jesus:

Segundo o ministro, “não se terá mais o gancho para não se interromper a gravidez, que era o caso Marcela”.

E, por fim, reafirma que a “porta” para o aborto destas crianças deficientes foi aberta no julgamento sobre as células-tronco embrionárias:

“O que me incentivou a tirar o processo dos fetos anencéfalos da prateleira foi a visão do Supremo com as pesquisas com células-tronco” disse ele a jornalistas no final da audiência.

A quem quiser ver a reportagem completa, está aqui. Tenha Deus misericórdia de nós todos, e seja em favor do Brasil a Virgem Soberana, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Audiência Pública

Descobri somente agora que o site de notícias do STF está transmitindo flashes sobre a segunda audiência pública a respeito do aborto de fetos anencéfalos.

Cliquem e vejam:

http://www.stf.gov.br/portal/cms/listarNoticiaStfDia.asp

Na ordem do dia, as intervenções de hoje:

1. Conselho Federal de Medicina

Representante: Dr. Roberto Luiz D’Ávila

Currículo: Médico Cardiologista; Coordenador da Câmara sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos; Conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina e do Conselho Federalç de Medicina; Ex-Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina; 1º Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina; Membro do Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde sobre Morte Súbita; Mestre em Neurociências e Comportamento; Professor Adjunto da UFSC; Coordenador da Câmara Técnica de Informática em Saúde; doutorando em Medicina/Bioética pela Universidade do Porto/Portugal.

2. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Representante: Prof. Dr. Jorge Andalaft Neto

Currículo: Prof. Titular de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Santo Amaro. Mestre e Doutor em Obstetrícia pela Unifesp – Escola Paulista de Medicina. Membro da Comissão Nacional de Aborto Previsto em Lei da Febrasgo.

3. Sociedade Brasileira de Medicina Fetal

Representante: Everton Neves Petterson

4. Deputado federal Luiz Bassuma

Currículo: É Engenheiro de Petróleo pela Universidade Federal do Paraná. Foi Vereador da cidade de Salvador, Deputado Estadual da Bahia pelo Partido dos Trabalhadores. Está no 2º mandato de Deputado Federal pelo PT. Dedica-se às questões relacionadas com a energia, defesa do consumidor e é Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida – Contra o Aborto.

5. Sociedade Brasileira de Genética Clínica

Representante: doutor Salmo Raskin

6. Deputado Federal José Aristodemo Pinotti.

Currículo: Deputado Federal, Professor Titular por concurso emérito da USP e da Unicamp e Membro da Academia Nacional de Medicina, cadeira 22. Foi Secretário de Educação (1986-1987) e de Saúde (1987-1991) do Estado e também do Município de São Paulo. Presidente da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (1986-1992), Assessor da OMS para Assuntos de Saúde da Mulher desde 1993 e Reitor da Unicamp (1982-1986).

7. Professora Lenise Aparecida Martins Garcia

Currículo: Professora titular do Departamento de Biologia Molecular da Universidade de Brasília. Presidente do Movimento Nacional da Cidadania em Defesa da Vida – Brasil Sem Aborto.

8. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

Representante: Dr. Thomaz Rafael Gollop

Currículo: Ginecologista e Obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein Coordenador do Serviço de Cirurgia do Assoalho Pélvico (Minimamente Invasiva) do Hospital Pérola Byington – SUS-SP Professor Livre Docente em Genética Médica-USP – São Paulo/SP Professor da disciplina de Ginecologia na Faculdade de Medina de Jundiaí – SP

9. Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero – ANIS

Representante: Débora Diniz

Currículo: É antropóloga, doutora em Antropologia e pós-doutora em Bioética. Atualmente é professora da Universidade de Brasília e pesquisadora da organização não-governamental Anis – Instituto de Bioética Direitos Humanos e Gênero e compõe a diretoria da Associação Internacional de Bioética.

Santa Gianna Beretta Molla,
rogai por nós!

O desespero dos abortistas

Na tentativa de minimizar a importância que tem a anencéfala Marcela de Jesus na atual discussão do STF sobre o assassinato de crianças deficientes, a mídia detonou a mais nova bomba sobre o assunto: “Não há dúvida, Marcela não era anencéfala”, noticia o ESTADAO. A mesma notícia é ecoada pelo A CIDADE, de Ribeirão Preto. Levantam-se em uníssono os jornais para atacar a pobre criança recém-falecida (cuja morte, aliás, chegou a ser comemorada em fóruns da internet).

Acontece que, na verdade, a “bomba” não é tão nova assim. Em novembro de 2007, o ESTADAO já havia anunciado que a menina “não era anencéfala”. À época, sobrou até para a Igreja:

“Até que enfim reconheceram que não é anencefalia. Nos casos clássicos, o bebê nasce com estruturas do cérebro expostas, sem membrana, nada, o que impede que sobreviva. O diagnóstico foi uma atitude política, que não visou à informação adequada, mas atender a interesses da Igreja de dizer que é possível que um anencéfalo sobreviva e que não se deve fazer aborto”, afirmou o coordenador do Programa de Medicina Fetal e Imunologia da Reprodução da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ricardo Barini.

No entanto, uma semana depois, a FOLHA publicava uma reportagem segundo a qual, para oito de nove especialistas consultados, a menina era anencéfala sim:

Marcela de Jesus, o bebê de Patrocínio Paulista que completou um ano anteontem, é mesmo anencéfala. É o que dizem oito de nove médicos de diversas especialidades ouvidos pela Folha após terem acesso ao laudo e às imagens da ressonância magnética feita na menina na semana passada.

E aí? Era, ou não era? Na verdade, a pergunta é um sofisma e não tem nenhuma relevância para o assunto ora em discussão.

Em primeiro lugar, porque pode até ser válido, do ponto de vista acadêmico, enriquecer a literatura médica com as diferenças entre “anencefalia”, “merocrania” e até (meu Deus!) “microcefalia”; mas na prática isso tem bem pouca influência, porque, se no caso de Marcela foi necessário (pelo menos) um ano para que se começasse a questionar o diagnóstico original, quais as probabilidades de que um diagnóstico pré-natal seja preciso o suficiente a ponto de distinguir um caso do outro? Oras, se não dá para diferenciar, nos exames pré-natais, se a criança é anencéfala, “merocraníaca” ou “microcéfala”, que relevância tem esta distinção bizantina na discussão do Supremo Tribunal Federal? Nenhuma.

Em segundo lugar, porque é muito conveniente a fala do sr. Heverton Petterson, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Fetal, o questionador do diagnóstico de anencefalia de Marcela e que deve ter falado hoje na segunda audiência pública do Supremo sobre o aborto de anencéfalos:

O que aconteceu com esse caso para que até vários médicos afirmassem que ela era anencéfala?

O que aconteceu é compreensível. Poucos especialistas tiveram acesso ao exames feitos por essa garota e nenhum chegou a vê-la. Muitos viram só a fotografia de frente dela, e o rosto era semelhante a de uma anencéfala, mas esse aspecto é provocado por uma série de outras anomalias, cada uma com um prognóstico diferente. Somente no exame você enxerga claramente que não se trata de um caso de anencefalia, que é a ausência de hemisférios cerebrais, de cerebelo e de mesencéfalo. No caso dela, a tomografia mostra que há tronco cerebral, mesencéfalo e parte do hemisfério cerebral. Há desenvolvimento do cérebro, só que incompleto. Portanto, não há dúvida. Não é nenhuma surpresa ela ter sobrevivido por 1 ano e 8 meses. Ela não era anencéfala.
[in “Não há dúvida, Marcela não era anencéfala”, ESTADAO 26/08/2008, grifos meus]

Quanto ao primeiro grifo, eu saliento que “poucos especialistas tiveram acesso ao[s] exames” porque não quiseram ter. Quando Marcela completou um ano de vida, A CIDADE noticiou:

A pediatra [Márcia Bear] revelou que nunca existiu interesse de grandes hospitais ou médicos especialistas em acompanhar o caso de Marcela.
“E de certa forma isso é explicável. Não existe medicação ou tratamento para a doença de Marcela. A única coisa que temos a fazer é dar a ela qualidade de vida. É o que temos feito”, disse.
Márcia Bear contou que apenas uma pessoa, o professor Okomura, um cirurgião aposentado da USP, residente em São Paulo, se interessou pelo caso da menina. Eles esteve duas vezes em Patrocínio Paulista.

Quanto ao segundo grifo, ele corrobora o que eu disse acima: se é “somente no exame” (o “exame” é a tomografia realizada quando a menina tinha quase um ano) que se pode enxergar claramente que a garota não é anencéfala, esta distinção é irrelevante para a presente discussão sobre a permissão de aborto (que pressupõe um feto, no ventre da mãe, sem a tomografia – realizada um ano depois – necessária para identificar as nuances técnicas das diferentes patologias) para bebês anencéfalos, e tenciona tão-somente confundir a população. Marcela de Jesus poderia ter sido abortada? SIM.

Por fim, em terceiro lugar, são palavras do sr. Thomas Gollop (o da “merocrania” – grifos meus):

Gollop afirma que há apenas dez casos descritos de merocrania na literatura médica. E que se trata de um diagnóstico que também caracteriza a morte cerebral – apesar de, por causa da presença dessa membrana, o feto poder ter uma sobrevida vegetativa.

Ou seja: para estes especialistas, tanto faz se a garota era anencéfala ou qualquer outra coisa. Em qualquer caso, ela tinha “morte cerebral”, era um estorvo, um peso morto, uma vida inútil, uma aberração que não merece a proteção do Estado. Todavia, a despeito dos especialistas, Marcela de Jesus viveu um ano e oito meses. E a importância deste fato está – desesperadamente – sendo diminuída. Marcela viveu! Que a população brasileira conheça a história de Marcelinha, para que possam, assim, ver a maldade intrínseca que escorre desta discussão toda sobre a possibilidade de se assassinarem crianças deficientes.

Sugestão de leituras:
Marcela: uma estrela do Céu, por pe. Lodi
O aborto e a teologia achada na sarjeta, por Reinaldo Azevedo

O mistério das vacinas

Desde a primeira vez que tomei conhecimento do assunto, sustentei que provavelmente era HOAX. Contudo, a cada dia, o (provável) hoax parece estar mais elaborado.

Primeiro, por causa do Requerimento de Informação que o ministro Miguel Martini apresentou. Ainda não sei se houve alguma resposta do Ministro do Ataúde, mas o ato oficial deu visibilidade ao assunto e fez com que muita gente o reproduzisse (a internet tá cheia de exemplos).

Segundo, porque as pessoas parecem estar realmente preocupadas com o assunto e estão aparentemente seguindo uma política tipo – mutatis mutandisaposta de Pascal: “se for verdade e eu me vacinar vai ser terrível, se for mentira e eu deixar de me vacinar, perco muito pouca coisa”. O vacinômetro do site oficial da campanha, no vermelho, revela isso. Não posso deixar de dar razão a este tipo de raciocínio.

Terceiro, porque existe uma pergunta que eu não consigo responder: afinal, a quem interessa a propagação da mentira? Não consigo pensar em absolutamente ninguém, salvo a existência de algum “cavaleiro do Caos” estilo Coringa, hipótese que acho pouco provável – já que, afinal, são os pró-vida de diversos lugares que advogam a favor do risco de esterilização com a vacina.

Quarto, por causa da enorme quantidade de material de diversos lugares a favor da tese de que é possível, sim, haver alguma coisa errada com as campanhas de vacinação. Basta ver os comentários aqui mesmo, nos posts sobre o assunto. Em particular, um representante da Human Life International diz, num artigo a mim sugerido entre os comentários que recebi, o seguinte:

Confronted with the results of  laboratory tests which detected its presence in three of the four vials of tetanus toxoid examined, the WHO and DOH scoffed  at the evidence coming from “right-to-life and Catholic” sources. Four new vials of the tetanus vaccine were submitted by  DOH to St. Luke’s (Lutheran) Medical Center in Manila — and all four vials tested positive for hCG!
[Confrontados com os resultados dos testes em laboratório que detectaram sua presença [do anti-hCG] em três das quatro ampolas de vacina contra o tétano examinadas, a OMS e o Departamento de Saúde das Filipinas debocharam das evidências que vinham de fontes “pró-vida e católicas”. Quatro novas ampolas da vacina foram enviadas pelo Departamento de Saúde para o Centro Médico St. Luke’s (Luterano) em Manila – e todas as quatro deram positivo no teste para hCG!tradução livre]

Quinto, por causa de algumas informações desconcertantes que tenho recebido por email (de fontes idôneas e, pelo menos, merecedoras de um pouco de crédito – os nomes e lugares estão alterados):

Em 01/08/2008, eu havia encaminhado o e-mail abaixo [sobre vacinas produzidas na Índia a partir de fetos abortados] para FULANA que é chefe da farmácia do Posto de Saúde de TAL LUGAR. (…) No dia 09/08/2008, você encaminhou e-mail sobre a vacina de rubéola e eu encaminhei cópia para FULANA. Eu liguei para FULANA e ela confirmou que as vacinas são da Índia, e confirmou também que são exatamente as vacinas de aborto, pois ela viu na bula que é a vacina RA273.

Sem querer aumentar o alarmismo, mas já o tornando quase insuportável, ouvi ontem de uma médica que trabalha no TAL LUGAR que é isso mesmo e não tem novidade. Anos atrás, por determinação da direção do hospital, todas as mulheres que passavam por exame ginecológico teriam recebido dose dessa mesmíssima vacina indiana.

Intrigada, foi questionar a razão para a medida e ouviu como resposta que tratava-se, realmente, de um programa de controle de natalidade, mas que não era divulgado para não causar polêmica.

Segundo a médica, que é ginecologista, o número de mulheres inférteis ou com problemas para engravidar cresceu consideravelmente após essa medida.

Ainda, disse-me ela, outra orientação do hospital era para que se realizasse laqueaduras nas parturientes, sem que essas soubessem, especialmente nas “nordestinas” que engravidavam que nem coelhos.

Aterrorizado, indaguei por que ela continuava trabalhando por lá e por que não denunciava tudo isso. Respondeu-me, como era esperado, que precisava “ganhar a vida” e que se um dia fosse obrigada a falar oficialmente sobre isso, negaria tudo. E termina tentando fazer piada: – Acordo toda manhã e vou trabalhar no TAL LUGAR.

Sexto, porque eu não posso deixar de concordar que existe uma tremenda desproporcionalidade na campanha – Por causa de somente 17 casos de rubéola em bebês em gestação por ano, o Ministério da Saúde quer a vacinação de 70 milhões de brasileiros, mesmo em quem já teve a doença e em que já foi vacinado (Min. Martini, RI 3321/2008) – que é-me completamente inexplicável.

Sétimo, porque tem gente séria e bem conhecida – como o Heitor de Paola e a Graça Salgueiro – estudando mais a fundo o assunto e apresentando, como resultado preliminar, que há indícios de que as vacinas têm, sim, um objetivo esterilizante e de controle populacional.

Em suma… os fatos de que eu tenho conhecimento, até o momento, são estes. É forçoso reconhecer que, ao lado dos argumentos contra a tese, há fortes indícios de que alguma coisa não está muito bem explicada. Enquanto isto, é bem provável que o vacinômetro continue no vermelho…

Decisão Judicial – Playboy

Recebi por email a íntegra da decisão judicial sobre as fotos pornográficas com um terço publicadas na playboy, e reproduzo abaixo. A decisão também foi publicada neste site.

ÍNTEGRA DA DECISÃO JUDICIAL


“1. Alinha a autora, na peça de ingresso, o vilipêndio de símbolo religioso, utilizado em foto de nudez, através de revista de grande circulação, para adultos, lançada pela editora-ré.

2. Os aspectos enfocados integram conflitos aparentes de interesses constitucionalmente protegidos, na seara da liberdade jornalística, artística e religiosa.

3. Cabe ao Magistrado, em sede de tutela antecipada, ponderar os interesses de direitos difusos, para não tolher o livre acesso do cidadão à qualquer tipo de informação, com ingerência na sua vida privada ou violando a privacidade, assim como proteger o sentimento religioso.

4. Com efeito, não pode atuar o Judiciário de forma arbitrária, no recolhimento dos exemplares que se encontram nos estabelecimentos de venda, por isso que já estão disponibilizados para o público, em geral, até porque não atingida, em princípio, a integridade moral dos jurisdicionados, cuja faceta integra a fase probatória.

5. Em contrapartida, deve evitar-se o atingimento do mencionado sentimento religioso da comunidade cristã, até porque nenhum, ou pouco, prejuízo irá ser imposto à editora-ré, com a subtração de uma só foto.

6. Pelo talhe do exposto, considero que presentes, em parte, os pressupostos autorizativos, por isso que defiro, parcialmente, a tutela antecipada, para determinar à ré abstenha-se de distribuir novas revistas com a foto impugnada, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00.

7. Cite-se e intime-se, com cópias da exordial e desta decisão, cuja diligência deve ser cumprida em até 72 (setenta e duas horas).

8. Publique-se.

Oswaldo Freixinho, juiz de Direito da 29ª Vara Cível do Rio de Janeiro”.

STF – A grande farsa continua

Após o escandaloso jogo de cartas marcadas de três meses atrás, o Supremo Tribunal Federal deu início ontem a mais uma farsa grotesca na qual a vítima é a vida humana indefesa. A primeira audiência pública (de três que estão agendadas) sobre se deve ou não o Estado permitir o assassinato covarde e brutal de crianças deficientes foi bem reveladora.

Primeiro fato: os delinqüentes que fazem parte do STF não estão nem aí para essas audiências públicas, pois têm já bem formados os seus preconceitos e opiniões estúpidas: apenas cumprem uma agenda para enganar a população e parecer que o assunto está sendo realmente discutido com a seriedade que deveria. A prova disso é que, dos onze retardados que fazem parte do STF, apenas um deles – o ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo – esteve presente à audiência pública de ontem. E o único ministro presente, sendo precisamente o relator do processo que autoriza a chacina eugênica, tem as suas próprias convicções que independem de quantas audiências públicas aconteçam nesta Terra de Santa Cruz.

Pois é o mesmo Marco Mello a dizer (TERRA):

O Supremo está atento às diversas óticas, mas decidirá acima de tudo sob o ângulo constitucional, tornando prevalecente a Constituição Federal, que a todos, indistintamente, submete.

E todo mundo já sabe que decidir “sob o ângulo constitucional” é um código que significa terem os semi-deuses do STF poder (auto-atribuído) para decidir o que é constitucional e o que não é, e o cretino viés da Casa da Mãe Joana Federal já foi exaustivamente demonstrado no primeiro capítulo da farsa [a questão das CTEHs] à qual foi submetido o povo brasileiro.

Segundo fato: a convocação de representantes religiosos (quando o assunto não é religioso) tem o objetivo de lançar a infamante pecha de “obscurantista” à questão da defesa da vida das crianças deficientes, como eu já disse aqui, e tem também o objetivo de “minar” a força da posição religiosa através de manifestações contraditórias de religiões distintas, como eu também já disse aqui.

Para ilustrar como o resultado foi bem atingido, veja-se esta manchete do YAHOO: “Religiosos divergem no STF sobre aborto de anencéfalos”. É um prato cheio para os ministros! Agora, além de dizerem que a proibição de se assassinar crianças deficientes indefesas é “obscurantismo religioso”, eles vão poder dizer que, ainda mais, os próprios religiosos divergem entre si! E, como exemplo desta divergência, poderão citar o seguinte “religioso”:

O bispo Carlos Macedo de Oliveira, da Igreja Universal, disse que deveria ser liberada a realização dos abortos. Depois de afirmar que a sociedade é tradicionalmente machista, o bispo defendeu que as mulheres têm o direito de decidir se querem ou não abortar um feto.

Vergonha e escândalo para o cristianismo ter o seu nome utilizado por esta laia de gente!

Terceiro fato: Marcela de Jesus é, definitivamente, a chave da questão. A criança realmente incomoda. A pequena guerreira – anencéfala – que viveu providencialmente durante um ano e oito meses (e, estou convencido, só não viveu mais propter peccata nostra) é o verdadeiro flagelo dos abortistas, o argumento factual, do qual todos os defensores do assassinato sistemático de crianças fogem como o diabo foge da cruz.

Os parentes de Marcela não foram convidados, mas dona Cacilda – a mãe da menina – estava lá:

A mãe da menina, Cacilda Ferreira, estava no STF, assistiu a toda a audiência e tirou fotografias com religiosos favoráveis à manutenção da gravidez nesses casos. [YAHOO]

Isso mostra quem realmente se importa com a questão. Não são os ministros do Supremo que nem sequer estavam lá, mas sim a mãe de uma menina com anencefalia que, sem ser convidada, apresentou-se. Salomão descobriu certa vez quem era a mãe verdadeira de uma criança ao mandar cortar o bebê no meio e identificar qual das duas pretendentes se importava realmente com ele (cf. 1Rs 3, 16-28). Quem verdadeiramente se importa com esta questão não são os ministros ausentes, e sim uma mãe que estava lá. Olhemos para isto, a fim de que possamos julgar com clareza qual das duas partes litigantes está do lado da verdade.

Sugestão de leituras:

André Petry, o ardiloso
Direitos dos fetos anencéfalos [FOLHA de ontem – versão para não assinantes]

Justiça feita contra a Playboy

Mais uma boa notícia: como comentei aqui en passant há alguns dias, uma senhora chamada Carol Castro havia pousado nua para a Playboy segurando um terço. A agressão barata, graças a Deus, não ficou impune. Como informa O GLOBO, “o juiz Oswaldo Freixinho, da 29ª Vara Cível do Rio, proibiu a Editora Abril de mandar para as bancas novas revistas com esta foto específica de Carol Castro”.

Um dos responsáveis pela ação foi o padre Lodi:

A ação foi pedida em conjunto pelo Instituto Juventude Pela Vida, do Rio e pelo padre Lodi, de Goiás, representados pelos advogados Renato Beneduzi e Ricardo Brajterman.

A editora Abril disse que ainda não havia sido informada da decisão do juiz e que a edição da revista só sairia das bancas no dia 09 de setembro. No entanto, o sr. Brajterman disse que “[o] mandado de citação sai nesta terça-feira. A Editora Abril tem 72 horas para cumpri-lo, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento”.

Melhor ainda: conforme foi noticiado n’O Fuxico, a determinação do juiz é que “a Editora Abril fica proibida de realizar ensaios, com quaisquer modelos, utilizando motivos religiosos”. Ou seja: elimina-se não somente a blasfêmia atual, mas afirma-se claramente que a Editora não tem direito à blasfêmia e a ofender a religião das outras pessoas! Deo Gratias.

Ainda n’O Fuxico, o advogado diz que “a intenção não é retirar a revista das bancas”. Ou seja: está proibida a editora de imprimir novas tiragens da revista, mas não é obrigada a recolher as que já existem. No entanto, é já uma grande vitória!

A atriz – que se justificou dizendo estar representando uma personagem de Jorge Amado – afirmou ainda:

Tive uma criação católica. Peço desculpas se ofendi alguém.

Seria interessante saber que tipo de “criação católica” teve esta menina, que lhe ensinou não só poder ela posar nua, como ainda fazê-lo utilizando objetos religiosos. Haja confusão. Graças a Deus que eu não tive esta criação católica…