Miscelânea: Esquerda. Corrupção. Politicamente correto.

Três artigos muito oportunos e atuais.

– Cuidado com os pacatos!, escrito há mais de trinta anos. «Quero ser ainda mais concreto. Se a esquerda for açodada na efetivação das reivindicações “populares” e niveladoras com que subiu ao poder; – se se mostrar abespinhada e ácida ao receber as críticas da oposição; – se for persecutória através do mesquinho casuísmo legislativo, da picuinha administrativa ou da devastação policialesca dos adversários, o Brasil se sentirá frustrado na sua apetência de um regime “bon enfant” de uma vida distendida e despreocupada. Num primeiro momento, distanciar-se-á então da esquerda. Depois ficará ressentido. E, por fim, furioso. A esquerda terá perdido a partida da popularidade».

Abaixo a corrupção!, hoje publicado. «O Papa Francisco tem insistido sobre a diferença entre pecado e corrupção, entre o pecador e o corrupto. Segundo ele, pecadores somos todos nós, mas o corrupto é aquele que deu um passo a mais: perdeu a noção do bem e do mal. Já não tem mais o senso do pecado. Os corruptos fazem de si mesmos o único bem, o único sentido; negando-se a reconhecer a Deus, o sumo Bem, fazem para si um Deus especial: são Deus eles mesmos. O Papa lembrou que São Pedro foi pecador, mas não corrupto, ao passo que Judas, de pecador avarento, acabou na corrupção».

– Amestrando proletários, de ontem. Não trata diretamente de política e corrupção, mas fustiga o politicamente correto hoje hegemônico – também (e principalmente) nos nossos governantes. Recomendo muitíssimo uma leitura na íntegra, uma vez que é até difícil escolher um excerto para o ilustrar. Correndo o risco de ser injusto para com o artigo inteiro, arrisco-me por este: «A caricatura do “proletário” como um jumento apedeuta diz mais sobre as patrulhas politicamente corretas do que sobre o proletariado que elas julgam defender. […] O conhecimento verdadeiro não tem cor, sexo ou classe. E, quando tem, então não é conhecimento verdadeiro».

Chico Alencar, o “católico”, é contra a liberdade dos homossexuais procurarem ajuda para mudar o seu comportamento

Um leitor do Deus lo Vult! entrou em contato com alguns deputados a respeito do PDC 234/2011, e recebeu a resposta abaixo da assessoria de comunicação do dep. Chico Alencar (PSOL/RJ). Não se trata de nenhuma novidade, uma vez que o senhor deputado é conhecido freqüentador de seminários LGBT e, junto com o Jean Wyllys e outros, anunciou com histrionismo a sua saída da CDHM após o dep. Pastor Marco Feliciano ser apontado para a presidência da comissão.

Publico a resposta para registro, a fim de que saibamos quem está do lado do povo e quem, ao contrário, serve a interesses escusos e prejudiciais à sociedade brasileira. Ainda mais porque o sr. Chico Alencar, dito «um pensador católico para quem a política é o amor em sua dimensão social», elegeu-se com uma quantidade expressiva de votos de católicos iludidos pelo prestígio do qual o então candidato gozava nos ambientes católicos cariocas. A expressividade dos votos de Chico Alencar, aliás, brindou-nos também com uma das maiores desgraças do Congresso brasileiro: o ex-BBB Jean Wyllys, detentor do desonroso título de deputado eleito menos votado em 2010, alçado à Câmara pelos mais de 200.000 votos do seu colega mais famoso do PSOL. Dados importantes a serem guardados para o ano que vem.

* * *

Em consideração à sua mensagem, esclareço que nosso mandato não aprova o PDC 234/2011, da chamada “cura gay”, por considerar que:

1- De acordo com o Conselho Federal de Psicologia e a comunidade científica mundial, a homossexualidade não constitui distúrbio, perversão ou doença. Portanto, não demanda tratamento psíquico ou médico. A Psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da rica sexualidade humana, permitindo a superação de preconceitos e discriminações.

2- O projeto viola os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (art. 1º, proteção da dignidade da pessoa humana; art. 3º promoção do bem de todos sem discriminação ou preconceito; art. 196º, direito à saúde).

3- Sustar exatamente estes artigos de uma Resolução do CFP não é simples exercício de atribuição do Poder Legislativo: é posicionamento quanto a diretrizes profissionais que não lhe dizem respeito, e abertura a que todas as distorções retrógradas, medievais mesmo, possam se manifestar, em nome de um falso ‘atendimento a angústias’.

“O Amor é essencial, o sexo é acidente: pode ser igual, pode ser diferente” (Fernando Pessoa)

Na esperança de sua reflexão sobre essas ponderações,

Chico Alencar

Indicações ligeiras: protestos, ATEA e JMJ

– A popularidade de Dilma e o Nordeste. «O Nordeste foi o grande laboratório do populismo do PT. Por meio de programas, como, por exemplo, Bolsa Família, que transfere muito pouco dinheiro para famílias pobres da região. Não houve na região nenhum programa de maciço incentivo à industrialização, a formação de mão de obra qualificada e fatores semelhantes. Com isso, o Nordeste se transformou na grande fonte de votos do PT e dos seus candidatos. Não é de se admirar que na pesquisa apresentada pelo Instituto Datafolha, Dilma tenha 45% das preferências dos votos nessa região».

– Quem paga? «Novo e oportuno exemplo dessa inversão vem agora do sr. Tarso Genro, que atribui a “grupos pagos de extrema direita” as depredações ocorridas em várias cidades do Brasil. Esse grotesco arremedo de intelectual e escritor sabe perfeitamente bem que os atos de violência ocorreram sobretudo nos primeiros dias, quando havia praticamente só radicais de esquerda nas ruas – estes sim, pagos pelo sr. George Soros e pelo Foro de São Paulo –, muito antes de que qualquer cristão, conservador ou patriota fosse “melar”, como disseram os esquerdistas, o tão bem planejadinho tumulto destinado a forçar um “upgrade” do processo revolucionário comunista».

– Vereadores do PT e PSOL pagam fiança em delegacia de Fortaleza para libertar agitadores presos em protesto. «Segundo informa o jornalista Roberto Moreira em seu blog, o vereador petista Ronivaldo Maia disse que o pagamento da fiança que libertou os agitadores, foi em solidariedade aos manifestantes. O parlamentar afirmou que foi acertado que haveria uma cota entre alguns vereadores para reembolsar o que fora pago por ele».

– A ATEA e a apologia ao assassinato de religiosos cristãos. E, por enquanto, ninguém denunciando isso para a Polícia Federal. Será um cristianismo masoquista? «Eles citam a imagem de um personagem que “irá caçar os que produzem a miséria e o atraso, ninguém escapará”. Os dizeres ainda incluem: “Uma nova era começou, e ela veio para ficar.” Tecnicamente, tudo normal, não fosse o fato da ATEA selecionar uma página em específico (e somente essa) onde o tal personagem mata um pastor que também é deputado federal, fazendo clara alusão a Marco Feliciano. No contexto de uma página de disseminação de ódio contra religiosos, fica evidente a mensagem da ATEA: “cristão bom, é cristão morto”».

Sobre as atrações na Jornada Mundial da Juventude. «Como já disse antes não contra que os artistas seculares participem do evento religioso, até acho muito bom para mostrar a todos que é possível viver a fé católica sem estar em um ambiente religioso. Sim, é possível ser ator e ser católico (Jim Caviezel é um exemplo disso), ser cantor e ser católico (Harry Connick Jr. e Elba Ramalho hoje mostram isso), ser advogado e ser católico (eu me incluo nessa), e tantos outros casos. A questão não está na sua atividade profissional ou ambiente, mas em seu testemunho de vida».

Republicação de post sobre o Gabriel Chalita no qual a Canção Nova deu sumiço

[O post abaixo estava até ontem disponível aqui. Hoje, misteriosamente desapareceu, mas eu consegui recuperá-lo através do cache do Google. Cheguei a tempo e o salvei em arquivo pdf. Agora não some mais. A Canção Nova parece ter o péssimo hábito de varrer para debaixo do tapete aquilo que não é conveniente; lembrem-se do pe. José Augusto. No entanto, a emissora precisa entender que, em tempos de internet, não é mais possível ocultar informações. Não dá mais para manipular assim as pessoas. A quem interessa esconder informações verdadeiras? Quem é o responsável pela censura a opinião de um blogueiro? Os filhos de Deus temos o dever moral de amar e defender a Verdade, por mais que Ela pareça ser inconveniente. Da última vez que eu conferi, eram outros os que preferiam as trevas da mentira e da ignorância. P.S.: Há não muito tempo o deputado estreou um programa na Rede Vida de televisão.]

blog-do-tiba

Deputado Gabriel Chalita fala sobre aborto, união homossexual e excomunhão.

Durante uma entrevista à Folha/UOL

http://www1.folha.uol.com.br/poder/poderepolitica/2013/05/1276152-as-acusacoes-sao-todas-absurdas-diz-gabriel-chalita.shtml

O Deputado Federal Gabriel Chalita se posicionou na coluna do meio, defendeu a união civil homossexual, criticou a Igreja quanto à excomunhão de um padre e o pior, disse ser a favor do aborto, nota-se, “em caso de estupro.”

Entenda, quando o assunto é aborto, não se tem concessões. Aborto é o tipo de tema do qual só existem dois lados: Os que são totalmente contra e os que são totalmente a favor. Porque a evidências, inclusive científicas, já deixaram muito claro onde a vida humana se inicia.

Quem emite opinião tentando defender um terceiro ponto, na verdade emite a opinião mais corrompida de todas, porque tenta se apresentar como moderado e equilibrado, quando na verdade está dizendo: “A vida de um inocente e indefeso deve ser eliminada se… o pai for estuprador… se o legislativo ou judiciário decidirem… se a mãe for pobre… e por aí vai. Em tempos mais remotos alguém chamaria isso de hipocrisia.

Quem se posiciona relativizando o direito à vida, de fato está contra toda a vida humana. A vida tem seu valor por si mesmo, independe de circunstâncias, sejam elas quais forem. Relativize o direito à vida e está desmontando toda a base de todos os direitos humanos.

Agora observe o que disse o deputado Chalita sobre Marta Suplicy:

“A Marta tem um história de luta em defesa de temas que nos fascinam… é por isso que admiro tanto a Marta Suplicy, tenho muito carinho por ela, pelos temas que ela defende…A Marta é uma mulher polêmica no bom sentido, que compra briga que é sincera…ela briga por aquilo que acredita, ela defende com entusiasmo…São Paulo vai ganhar muito se tiver essa mulher no Senado da República” 

vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=LUrPGiLxDpc

Quando Chalita elogiou Marta Suplicy dizendo ser fascinado pelos temas que ela defende, já ali revelava qual de fato eram seus pensamentos; Quando classificou como boataria as denúncias da Regional Sul 1 da CNBB, sobre os fatos históricos da tentativa de PT implantar o aborto no país demonstrou mais um pouco; Quando processou a Comunidade Católica Família de Deus, num processo absurdo, também mostrou seu perfil. Agora vem ratificar sua posição quando revelou fazer parte do conjunto de suas opiniões pessoais, a legitimidade da união civil homossexual, o direito de um sacerdote católico defender o adultério, o homossexualismo e o sexo antes do casamento, sem ser excomungado e o direito da mulher abortar.

O dep. Chalita tem todo direito de se expressar e dizer o que quiser, e que o faça, assim saberemos de suas reais intenções, mas que fique claro, essas não são as posições da Igreja, de um cristão e nem da maioria da população brasileira.

Não quero, com este post, causar polêmica ou coisa desse tipo, mas não acho que tenho o direito de refutar o direito à informação a tantos católicos que apoiaram o deputado e votaram nele; Muito menos nesse momento em que uma postura tão grave contra princípios básicos da fé católica é declarada publicamente. Envolvendo uma pessoa pública, de grande visibilidade e que por muito tempo foi identificado como promotor dos princípios católicos, penso ser necessário, com risco de um dia ter que responder a Deus por omissão, se posicionar, esclarecer e corrigir.

Não penso que um Deputado Federal seja incriticável, ainda mais quando este mesmo relativiza valores inegociáveis à moral e à ética.

Para os mais simplistas quero deixar claro, não estou “falando mal”, estou constatando evidências, baseado nas próprias declarações de Chalita. Quem não concorda, desafio a me mostrar onde e em que ponto sou negligente e me comprometerei com a correção do texto

Eu desejaria que a história fosse outra, mas contra fatos não há argumentos e contra posições erradas cabe a correção.

Esperamos que Gabriel Chalita declare que estava equivocado; Se isso ocorrer eu voltarei aqui e farei um artigo elogiando a postura de um cristão que sabe reconhecer seus erros e voltar atrás. Sinceramente, eu gostaria de fazer isso. Caso contrário cabe a nós a oração por ele, para que não colabore na prática com aquilo que ele disse acreditar.

Poderíamos chegar a alguma outra conclusão? Algum argumento que justifique o deputado? Está aberto para quem se aventurar, usando a razão lógica, chegar em outro resultado.

Abaixo trecho da entrevista do deputado:

Folha/UOL: E os temas que são relevantes para líderes religiosos e que, muitas vezes, são transplantados para o debate político? Temas como aborto, casamento gay, descriminalização do uso de drogas, entre outros, que têm sido usados por vários candidatos nas campanhas. Essas discussões são próprias para as campanhas políticas?
Gabriel Chalita: Eu acho que elas diminuem o debate político. Elas são ruins para o debate político. É claro que as pessoas saberem o que os candidatos pensam faz parte do processo, o que cada candidato pensa. Agora, você transformar uma eleição presidencial em um debate sobre aborto…

Folha/UOL: Eu digo, se ela não foi vítima de um estupro e quiser fazer um aborto até a 12ª semana de gravidez, o sr. acha que isso não deveria ser permitido?
Gabriel Chalita: Não deveria ser permitido por uma questão que, para mim, é constitucional, que é o amplo direito à vida. Ali tem vida. Onde tem vida, você tem que proteger o direito à vida.

Folha/UOL: Mas no caso do estupro, pode?
Gabriel Chalita: O caso do estupro pode. Ela não é obrigada a fazer. É uma decisão dela. Você tem uma diminuição disso porque aquilo foi praticado por meio de um crime.

Folha/UOL: Mas aí, então, pela mesma concepção, vai se tirar uma vida do mesmo jeito.
Gabriel Chalita: É. Pela mesma concepção, você pode matar alguém como legítima defesa. Você também está tirando uma vida, mas você tem uma previsão legal que te garanta que faça isso, porque você seria morto, então, para não ser morto, você tem o direito de defender a sua vida.

Folha/UOL: Mas, nesse caso, não há uma vida em risco.
Gabriel Chalita: Você está defendendo uma vida da mulher. Você não sabe quem, enfim, a estuprou. Então, já houve uma construção legal nesse sentido.

Folha/UOL: Casamento gay. Deve haver alguma ampliação no que já existe a respeito de casamento gay no Brasil na legislação?
Gabriel Chalita: Eu acho que o Supremo decidiu isso de uma forma muito correta, mostrando que você não pode ter nenhum tipo de preconceito a uma relação estável entre duas pessoas, sejam elas do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Agora, no caso das igrejas, eu acho que cada igreja tem que decidir o casamento que ela faz. Agora, contra todo tipo de preconceito, eu acho que é lamentável uma sociedade que tenha quaisquer sentimentos de homofobia, que destrua as pessoas porque elas têm uma orientação sexual diferente ou porque elas têm uma história de vida diferente.

Folha/UOL: Por exemplo, já que o sr. está falando sobre isso, teve o caso desse padre – padre Beto, de Bauru – que foi excomungado por ter manifestado apoio ao relacionamento amoroso entre pessoas do mesmo sexo. O sr. concordou com essa atitude de excomunhão do padre Beto, de Bauru?
Gabriel Chalita: A Igreja está dizendo que ele não foi excomungado por causa disso. Está dizendo que ele foi excomungado porque ele desobedeceu bispo, enfim, ele fez um juramento de obediência, ele desobedeceu isso, não é? Eu, na verdade, por causa da defesa dele da questão das pessoas poderem ser felizes, eu não vejo com bons olhos isso. Eu acho que ele tem o direito de expressar…

Folha/UOL: O sr. não vê com bons olhos…
Gabriel Chalita: A excomunhão. É. Padre Cícero foi excomungado também, não é?

Folha/UOL: O sr. acha, então, que não foi a melhor atitude da Igreja?
Gabriel Chalita: Eu não quero criticar [a Igreja]. Eu acho que a Igreja erra e acerta, mas…

Folha/UOL: Nesse caso?
Gabriel Chalita: Eu vi, inclusive, a demonstração do povo de Bauru pelo grande padre que ele é, pela forma carinhosa como ele trata as pessoas, pela liderança dele. Agora, eu não tenho detalhes do motivo da excomunhão, como é que ela foi desenvolvida. Eu também não quero ser leviano com relação a isso. Mas, quando eu vi a primeira colocação na imprensa, de que ele foi excomungado por causa disso, eu achei incorreta a excomunhão. É a minha opinião de leigo ali vendo. Eu acho que as pessoas precisam ser acolhidas, não excomungadas.

Organizadores tentam defender os corruptores da juventude que convidaram para os atos centrais da JMJ!

A respeito de uma nota (que se encontra no Facebook – também aqui) redigida pelo revmo. pe. Renato Martins, «Diretor Executivo do Setor Atos Centrais JMJ RIO 2013», sobre a escandalosa escolha de alguns «artistas» mundanos para participarem da JMJ, é preciso dizer quanto segue:

Me entristeceu profundamente, as mensagens postadas nas redes sociais, mensagens enviadas por WhatsApp e outros meios de comunicação. Católicos atacando cristãos!

A nós, o que nos entristeceu profundamente foi ver a completa falta de senso dos organizadores da JMJ, que não têm vergonha em emporcalhar um evento católico com personalidades imorais e parecem não ver problema em consagrar um espaço de evangelização à divulgação do estilo de vida anti-católico encarnado pelos «artistas famosos» aos quais a organização da JMJ parece julgar importante dar vez e voz.

Também estarão na Jornada, alguns artistas famosos que ofereceram seus dons voluntariamente, para participarem deste projeto, por acreditarem que a JMJ, é uma grande oportunidade de transformação da juventude e da sociedade. Qual o pecado que há nisto?

O pecado está no fato de que estes «artistas famosos» são conhecidos expoentes de tudo o que existe de mais podre na sociedade contemporânea, justamente aquelas coisas que são mais combatidas pela Igreja Católica. O pecado está no fato de que a mensagem passada por estes «artistas» em suas aparições públicas, para além de quaisquer características de suas vidas particulares (que não conhecemos e não vêm ao caso), é justamente uma mensagem de corrupção da juventude e degeneração da sociedade. O pecado reside no fato de que a «transformação da juventude e da sociedade» propagada pela Igreja é exatamente o contrário da “transformação” que estes artistas realizam quotidianamente com sua vida pública e, portanto, é um escândalo que eles recebam palco na JMJ para propagar a sua obra de apodrecimento da moral e dos bons costumes. O pecado, enfim, está no fato de que parece que não existe ninguém com um mínimo de bom senso na Organização da Jornada, uma vez que, não satisfeitos em realizar um escândalo de proporções diabólicas, ainda vêm a público defendê-lo e atacar os católicos que se sentem ofendidos com este vitupério às coisas sagradas e esculhambação de um evento voltado à evangelização da juventude!

Em meio a tantas criticas, me chamou atenção as dirigidas ao jovem Luan Santana! Porque criticar a participação de um jovem, que conquistou a fama de forma honesta, começou a trabalhar tão novo desejando conquistar os seus sonhos?

O «jovem Luan Santana» é o garoto que, como mostramos, faz apologia à sexualidade livre (e até ao estupro!) em suas músicas e canções [p.s.: e que se gaba publicamente de ter uma coleção de roupas íntimas das suas fãs (!) e de manter esporadicamente relações sexuais com elas após os seus shows (!!)]. Dizer que isso é uma «forma honesta» de «trabalhar» e «conquistar os seus sonhos» (sic!) é um escárnio a tantos jovens que, estes sim, trabalham anonimamente de forma honesta e digna e, longe dos holofotes da mídia, esforçam-se na medida de suas capacidades para serem sal da terra e luz do mundo. Na contramão dos esforços dessa juventude sadia e honesta estão «artistas» como o Luan Santana, ofendendo a Deus com suas canções desonestas e conduzindo uma juventude perdida ao redemoinho do hedonismo e do sexo desenfreado tão eloqüentemente louvados nas músicas e shows do jovem cantor. Desgraçadamente, esta juventude honesta não tem quem a represente ou defenda, e ainda precisa aturar sacerdotes responsáveis pela organização de um evento católico da magnitude da JMJ defenderem as imoralidades encarnadas por certos «artistas famosos» que dedicam as suas vidas à descristianização da sociedade brasileira!

Mesmo assim, isso seria motivo para criticar tão duramente a participação de um “pecador” se assim desejarem chama-lo? Se alguns pensam que sim, eu discordo! Relembrem o que disse Jesus: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.

Os pecados do Luan Santana não estão em questão, e sim precisamente a mensagem que o jovem dedica a vida a transmitir com suas músicas lascivas e libertinas. Nosso Senhor andava com os publicanos e as prostitutas, sim, mas os convidava a abandonarem a sua vida de pecados. Sinceramente, defender a participação na JMJ de indivíduos publicamente conhecidos pela defesa e promoção de um estilo de vida em tudo contrário ao que ensina a Santa Igreja é um sofisma diabólico dos mais grosseiros, que estamos acostumados a encontrar nos lábios dos escarnecedores e inimigos de Cristo mas que, na pena de um sacerdote católico, é um doloroso golpe aos católicos e uma terrível ofensa a Nosso Senhor.

Se o nosso comprometimento com Cristo fosse tão forte, como as criticas que saem de nós, não precisaríamos de uma Jornada Mundial da Juventude! Não seria preciso que o Papa nos relembrasse a ordem do Senhor: Ide e fazei discípulos entre todas as nações! Estaríamos tão imersos nesse compromisso de fazer discípulos, que não procuraríamos excluir os discípulos!

Mais uma vez, estas palavras são uma piada de mau gosto. Não existem “discípulos” a serem “excluídos” aqui, e sim porta-vozes de uma sociedade degenerada aos quais nós achamos necessário, sim, negar os palcos e os holofotes que deveriam estar voltados para as mensagens cristãs das quais a nossa juventude está tão sedenta justamente porque os seus olhos e ouvidos são diuturnamente bombardeados pelo lixo moral que toca nas nossas rádios e aparece em nossas televisões – o mesmíssimo lixo moral que os organizadores da JMJ parecem empenhados em reverberar ao mundo inteiro através dos atos oficiais da Jornada Mundial da Juventude. Se o Luan Santana (ou quem quer que seja) quiser participar como peregrino da JMJ, será muitíssimo bem-vindo! No entanto, dar-lhe palco e conferir (mesmo tacitamente) uma aprovação moral ao estilo de vida depravado que o seu trabalho (dito “honesto”!) apregoa Brasil afora é criminoso, é um ultraje à Igreja de Cristo e uma zombaria a Nosso Senhor.

Não precisamos do tom afetado destas notas públicas eivadas de orgulho ferido que intentam lançar sobre católicos honestos a responsabilidade pelo escândalo que a Organização da JMJ – e somente ela – provocou com estas ultrajantes escolhas de «artistas» imorais para “representar” a juventude católica brasileira diante do mundo inteiro. Repito o que já disse antes: se restasse um mínimo de decência aos responsáveis por esta infâmia, estes representantes do que existe de pior na nossa Pátria seriam imediatamente “desconvidados” e seria emitido um mea culpa público por esta deplorável atitude com a qual os organizadores da Jornada envergonharam perante o mundo os católicos do Brasil.

#VemPraRua: Impôr pauta de esquerda é oportunismo que não me representa!

Ainda sobre as manifestações, mais três textos interessantes.

VeríssimoCadê o De Gaulle?. «O Marx tem uma frase: se uma nação inteira pudesse sentir vergonha, seria como um leão preparando seu bote. Uma nação envergonhada dos seus políticos e das suas mazelas está inteira nas ruas. Resta saber para que lado será o bote desse leão».

RamalheteQuem quer um título de nobreza?. «A situação não está sob o controle de ninguém; as propostas que vão e vêm no plano político, por ignorarem o momento histórico mundial, assemelham-se mais à distribuição de títulos nobiliárquicos que precedeu imediatamente a Revolução Francesa que a propostas reais».

Dom Rifan, O Caos. «Segundo análise da imprensa, a mensagem deixada pelas manifestações foi clara: o sentimento contra a política atual. (…) Se urge uma reforma política, uma reforma dos políticos é mais urgente ainda!».

O tempo vai passando e a incômoda pergunta continua à volta de nossos ouvidos: o que dizer? Redobro os meus conselhos de orações: precisamos gastar mais tempo de joelhos diante de Nosso Senhor Sacramentado pedindo-Lhe misericórdia para esta Terra de Santa Cruz, e com os dedos percorrendo nervosos as contas do Rosário em súplicas à Virgem da Conceição Aparecida que Se digne salvar o Brasil. Este é sem dúvidas o conselho mais importante que eu posso dar neste momento.

Mas me permito outros dois tostões. Ontem foi veiculada no site da Câmara dos Deputados uma notícia «sobre urgência para PL do tratamento gay». Desde que as manifestações começaram, várias coisas já foram decididas a toque de caixa: a PEC 37 foi defenestrada, os míticos royalties do petróleo ganharam dono, a corrupção se transformou em “crime hediondo”. Com toda a desgraça, essas eram de fato reivindicações da maior parte dos brasileiros que foram às ruas. Se vão ser medidas eficientes ou não é outra história, mas o fato é que todos ou quase todos os manifestantes queriam, sim, que elas fossem adotadas.

Há contudo outras bandeiras que não são desfraldadas pela totalidade – nem mesmo pela maior parte! – dos que vão às ruas. E os sedizentes “líderes” das multidões que não aceitam lideranças já se aproveitaram, marotamente, para empurrar as próprias reivindicações como se fossem da Nação que está nas ruas. A notícia da Câmara acima referida fala em uma pauta que contém, entre outros, os seguintes itens:

  • «Em favor do Estado laico efetivo e contra o Estatuto do Nascituro (PL 478/07), a PEC 99/11 (que permite às igrejas propor ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal) e o PDC 234/11 (que se refere ao tratamento da homossexualidade)»;
  • «O arquivamento do projeto do tratamento da homossexualidade (PDC 234/11)»;
  • «A destituição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, “por entender que a representação dos direitos humanos não deve ser realizada por um deputado que através de sua atuação pública fere os direitos humanos”».

Ora, nem a pau que são estas as reivindicações que estão levando os brasileiros às multidões para as ruas! A inclusão destes pontos (escancaradamente da agenda esquerdista) em uma pauta supostamente oriunda de manifestações populares que inclusive são marcadas por um forte teor anti-esquerdista é picaretagem pura, é mau-caratismo desonesto de quem está tentando levantar na surdina as mesmas velhas bandeiras que, nas ruas, estão sendo rasgadas pelo povo brasileiro. É oportunismo barato que urge ser desmascarado.

Você que está inconformado com esta sem-vergonhice, faça saber aos senhores deputados que esta “pauta” adulterada não reflete os anseios daqueles que estão nas ruas lutando contra a corrupção.

Você que de alguma maneira é comunicador, não permita esta reescrita calhorda da história contemporânea e não deixe as pessoas se esquecerem da incontestável «pauta conservadora» dos recentes protestos – assumida até mesmo pelos manifestantes de esquerda.

E você que está indo às ruas, gaste cinco minutos do seu tempo para dizer que este oportunismo não lhe representa, para deixar claro que não existe consenso na multidão a respeito destes temas morais e para mostrar que são muitos, sim, os que não concordam com a agenda pró-aborto e pró-homossexualismo que os derrotados da esquerda estão desesperados por vender como se fosse a essência dos protestos.

Uma palavra de S. Josemaría

[No dia de San Josemaría Escrivá, trago uma palavra do santo particularmente adequada para os tempos em que estamos vivendo. Tempos em que nos sentimos esmagados sob as forças do mundo. Tempos em que trememos e desanimamos diante da vastidão dos exércitos de Satanás… Tempos, enfim, que exigem sobremaneira orações, para que dos Céus venha o nosso socorro. A máxima inaciana – afinal de contas, temos um Papa Jesuíta! – do “reze como se dependesse somente de Deus e trabalhe como se dependesse apenas de você” permanece, talvez mais do que nunca, uma orientação segura para os que queremos fazer das nossas pobres vidas um sacrifício agradável ao Deus Todo-Poderoso. Que a Santíssima Virgem olhe por nós e nos guarde. Que, apesar dos nossos muitos pecados, Ela intervenha na História mais uma vez em nosso favor.]

163. Não sabes se será abatimento físico ou uma espécie de cansaço interior o que se apoderou de ti, ou as duas coisas ao mesmo tempo…: lutas sem lutar, sem ânsias de uma autêntica melhora positiva, com o fim de comunicares a alegria e o amor de Cristo às almas. Quero recordar-te as palavras claras do Espírito Santo: só será coroado aquele que tiver combatido “legitime” – de verdade, apesar dos pesares.

(S. Josemaría Escrivá, “Sulco”, 163)

Sobre manifestações e análises das manifestações

A propósito das recentes manifestações que pululam Brasil afora, as duas notícias abaixo são importantes.

Primeira: o MPL botou a bola debaixo do braço e disse que não brincava mais, porque havia «várias (…) reivindicações feitas nos atos [de manifestações]» com uma pauta conservadora demais para os nobres e impolutos ideais esquerdistas dos vândalos que iniciaram a onda de protestos.

Segunda: uma pesquisa recente mostrou que o jovem «confia mais em família, Deus e si próprio que no Estado». Os números são impressionantes: «Entre os ouvidos, 53% dizem que o próprio esforço é o principal fator que contribuiu para sua vida melhorar, enquanto que o governo foi citado por apenas 2% dos entrevistados – Deus por 31% e família por 11%».

O que isso significa? Para mim, principalmente que as análises atuais são simplistas e não conseguem abarcar a totalidade do fenômeno que estamos presenciando. Se é inverossímil estarmos diante de uma primavera conservadora, a hipótese destes atos estarem sendo milimetricamente calculados pela esquerda não é menos incrível.

Precisamos rezar, mais do que nunca, para que a Santíssima Virgem da Conceição Aparecida livre o Brasil do flagelo do comunismo.

E temos o dever de fazer o que estiver ao nosso alcance para negar à esquerda a sela deste cavalo branco.

Os falsos messias esperando nas sombras – Carlos Ramalhete

[A respeito dos protestos que estão ocorrendo Brasil afora, trago um excerto da coluna do Carlos Ramalhete na Gazeta do Povo de hoje. Leiam na íntegra. O conselho que o articulista dá parece-me o melhor possível nas atuais circunstâncias e não deve ser menosprezado: não deixem que os oportunistas de plantão se utilizem das manifestações como trampolim para si próprios. Não deixem os expoentes da velha esquerda emergirem vitoriosos desta que já é a maior mobilização popular desde os Cara-Pintadas. Neguem-lhes corajosamente esta sela.]

Hoje, o que temos é um cavalo branco desgovernado, passando encilhado pelas ruas. Cada candidato ao poder o vê como seu, e sonha em montá-lo. Dilma e Lula já estão trancados com um marqueteiro, conspirando. Outros falsos messias estão esperando nas sombras.

Para que algo de bom surja desses protestos, compete a cada brasileiro, a cada jovem que partilha desta exasperação em massa, negar-lhes esta sela. Que o cavalo vá embora; que sua sela fétida não atraia mais que moscas. Não precisamos de salvadores, sim de paz social. Façamos, não deleguemos.

«A prudência impõe aos monarquistas absterem-se de qualquer participação em tais manifestações» – Dom Luiz de Orleans e Bragança

[Reproduzo o comentário que recebi via «Acontece na Monarquia». Disponibilizo para download em .pdf aqui. O conselho de “prudência” é importante e revela a sabedoria do Chefe da Casa Imperial do Brasil. O povo está nas ruas e não sabe o que quer. Tenho para mim que, no fundo, o que aquelas multidões de pessoas querem é um Rei pra chamar de seu.]

Pró Monarquia

COMUNICADO

Pró Monarquia comunica que S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, em vista da onda de protestos que se generaliza por todo o País, refletindo um fundo de insatisfação geral e evidenciando que pode haver nos bastidores quem esteja procurando tirar proveito desses acontecimentos, e ademais considerando o risco de envolvimento em atos de anarquismo, julga que a prudência impõe aos monarquistas absterem-se de qualquer participação em tais manifestações.

São Paulo, 18 de junho de 2013.