Desmascarem o lobo, mesmo a despeito da conivência da Arquidiocese!

Parece que houve, em Natal, quem não gostasse das nossas críticas ao Frei Betto. Em seu perfil do Facebook, o Diácono Francisco Adilson da Silva, «[a]ssessor do Vicariato Episcopal para as Instituições e Pastorais Sociais» da Mitra de Natal, publicou um panfleto em defesa do «renomado e venerável Frei Betto» (sic) contra o que chamou de um «grupo neonazista qualquer, infiltrado na Igreja» (sic!).

O texto (um printscreen do qual se encontra devidamente armazenado no Fratres in Unum para a eventualidade dele desaparecer) é uma piada pronta. Vejamos um exemplo que é representativo de todo o comunicado. Destilando um rasgar de vestes histriônico e evidentemente atrapalhado com as similaridades entre o prefixo “anti-” e a preposição “ante”, o Diácono nos atira à face o seu repúdio por esta «atitude de ingerência pastoral na “Igreja Particular” alheia [que] mostra claramente uma expressão ante eclesial. Mais que isto, no mínimo foi uma atitude ante evangélica, de cerceamento de liberdade, uma “louvação à ditadura”, uma atitude autoritária e violenta para com esta nossa Arquidiocese de Natal». Ora, trata-se de um fantástico exemplo de muito palavrório e nenhum conteúdo!

A única coisa que há em todo o texto é este tom afetado unido ao mais absoluto silêncio quanto ao mérito da nossa acusação. Uma pirotecnia burlesca que pretende, por força de retórica, desviar a atenção dos problemas que nós levantamos e aos quais o texto em momento algum sequer tenta dar alguma resposta.

Fomos injustos em chamar o Frei Betto de (p.ex.) «um dos maiores expoentes» da Teologia da Libertação? Bastava ao Diácono Francisco mostrar-nos que o religioso não tem nada a ver com esta excrescência pseudo-religiosa! As frases que sustentamos terem sido proferidas (ouvimos de viva voz!) pelo Frei Betto não são representativas do seu pensamento? Era suficiente, então, mostrar-nos onde o dominicano as repudia! Sem dizer uma palavra sobre o mérito das nossas críticas, no entanto, o Diácono Francisco parece admiti-las. Parece que, para ele, mais escandaloso do que um frade que esculhamba a Igreja Católica é haver católicos que protestem contra esta criminosa condescendência empregada pela Mitra de Natal para com um manifesto inimigo do Cristianismo.

Não nos alonguemos muito na demonstração do óbvio. Sustenta o senhor diácono que «o renomado e venerável Frei Betto» é «internacionalmente conhecido pela sua luta pela vida»? Pois vejamos por quais posições o senhor Betto é conhecido no Brasil e no mundo:

– “Embora contrário ao aborto, admito a sua descriminalização em certos casos” – Frei Betto, in “Direito ao Aborto”.

– “Sob a ótica cristã, a dignidade de um ser não deriva daquilo que ele é e sim do que pode vir a ser. Por isso, o cristianismo defende os direitos inalienáveis dos que se situam no último degrau da escala humana e social”. – Id. Ibid.

– “Ora, o mais cômodo é exigir que se mantenha a penalização do aborto. Mas como fica a penalização do latifúndio improdutivo e de tantas causas que, no Brasil, levam à morte, por ano, de cerca de 21 entre cada 1.000 crianças que ainda não completaram doze meses de vida?” – Id. Ibid.

– “Há temas muito mais importantes do que aborto e religião para se discutir em uma campanha eleitoral” – Frei Betto, in Carta Capital («Frei Betto lamenta que papa seja ‘usado como cabo eleitoral’»).

– “De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória -diria, terrorista- acusar Dilma Rousseff de “abortista” ou contrária aos princípios evangélicos” – Frei Betto, in Blog do Jamildo («Frei Betto sai em defesa de Dilma na polêmica do aborto»).

“El debate acerca de si el ser embrionario merece o no reconocimiento de su dignidad no debe inducir al moralismo intolerante, que ignora el drama de mujeres que optan por el aborto por razones que no son de mero egoísmo o conveniencia social. […] La defensa del don sagrado de la vida es lo que plantea la pregunta de si es lícito mantener el aborto al margen de la ley, poniendo también en peligro la vida de innumerables mujeres que, por falta de recursos, tratan de provocárselo por medio de plantas, venenos, agujas o la ayuda de aficionadas, en precarias condiciones higiénicas y terapéuticas”Frei Betto, in “Aborto: Por una legislación en defensa de la vida”.

Eis, portanto, apresentado por suas próprias palavras, o “renomado e venerável” frei Betto! Eis as bandeiras pelas quais o religioso é “internacionalmente conhecido”: por defender o aborto e acobertar abortistas! Diante disso, onde fica a alardeada «luta pela vida» do frade dominicano? Como o Diácono Francisco tem coragem de defender um frei que é publicamente conhecido por defender posições morais totalmente incompatíveis com as da Igreja Católica?

Refaço os pedidos de ontem. O malfadado seminário ocorrerá em Natal hoje e amanhã. A palestra do Frei Betto está marcada para logo mais, às 19h00. Peço aos católicos verdadeiros que não se deixem intimidar pela tagarelice do Diácono Francisco: façam-se presentes e confrontem o frade abortista! Levem textos de sua [do Betto] própria autoria e perguntem se ele concorda com o que está neles escrito; levem documentos do Magistério Católico contra o aborto e perguntem, também, se o frei os aceita ou rejeita. Desmascarem o lobo, mesmo a despeito da conivência da Arquidiocese! Não deixem que ele envenene os presentes com o seu anti-catolicismo mal-disfarçado.

E este escândalo ainda exige esclarecimentos. O Setor Social da Mitra já deu a sua triste resposta através do Diácono Francisco. Escrevamos, portanto, à Cúria Diocesana, ao Arcebispo Metropolitano e à Nunciatura Apostólica:

curia@arquidiocesedenatal.org.br – Cúria da Arquidiocese de Natal
jaimevrocha@terra.com.br – Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo
nunapost@solar.com.br – Nunciatura Apostólica. Dom Giovanni D’Aniello

Já basta de ficarmos calados, já chega de deixarmos frades corrompidos e diáconos rebeldes espezinharem a mensagem evangélica e envergonharem a Igreja de Cristo – que não é “do Frei Betto” e nem “de Natal”, mas é Católica e, d’Ela, fazemos parte todos nós. E portanto o que acontece em Natal nos interessa sim. Não temos o direito de nos omitirmos quando os inimigos de Cristo se levantam para zombar d’Ele, mesmo que isso aconteça mais ou menos distante da Província Eclesiástica de nossa residência. Não nos intimidemos com os sofismas desesperados atrás do qual os corruptos tentam ridiculamente se proteger. Importar defender a Igreja, mesmo que diáconos e frades queiram nos fazer desanimar.

Teologia da Libertação em Natal – promovida pela Arquidiocese!

Soube que a Arquidiocese de Natal vai promover um seminário amanhã e sábado (dias 10 e 11 de maio) que, entre outras coisas, contará com uma «palestra sobre “O papel civilizatório dos Movimentos Sociais e a luta pela democratização”, proferida pelo Frei Beto, frade dominicano, autor de mais de 50 livros, e que já recebeu vários prêmios pela atuação em prol dos direitos humanos».

A escolha do palestrante é assombrosa, e se caracteriza como um triste sinal de retrocesso no (árduo!) processo de recatequização desta Terra de Santa Cruz que muitos de nós nos esforçamos por levar a cabo nestes dias que correm: recatequização que é necessária justamente porque a famigerada Teologia da Libertação conseguiu reduzir em larga medida os fiéis católicos brasileiros a condições quase pagãs. Ora, o referido frei é nada menos do que um dos maiores expoentes deste câncer pseudo-religioso responsável por apodrecer o maior país católico do mundo: como é possível que uma Arquidiocese tenha a coragem de conferir chancela a um evento onde este senhor, com toda a certeza, vai – como de costume – vomitar suas diatribes contra a Igreja de Cristo?

Lembro-me de Frei Beto aqui em Recife, há uns três ou quatro anos, na tristemente célebre “Jornada Teológica Dom Hélder Câmara” que o pessoal da “Igreja Nova” costuma(va?) organizar. O evento era já “tradicional”, mas eu nunca havia me interessado por ele; este ano eu fui. O auditório da Faculdade de Filosofia do Recife transformara-se, ao longo daqueles dias, numa sucursal do Inferno. Os palestrantes eram todos do alto escalão: Frei Beto, padre J. B. Libânio e Ivone Gebara. Fuçando aqui uns emails antigos, achei umas transcrições de frases então proferidas pelo frei Beto, das quais fui testemunha auricular. Tenho a data: 24 de agosto de 2009. Ei-las:

– “Dom Hélder descobriu que o grande inimigo não era o Comunismo, mas, a miséria, a fome e a desigualdade”;

– “Jesus – que foi em tudo igual a nós, exceto no pecado – teve a mesma fé que nós temos, inclusive teve crises de fé […] ele não tinha a visão de Deus”;

– “Os ricos se preocupam em querer saber como garantir a *vida eterna*, e os pobres querem saber como garantir a *vida neste mundo*. Jesus elogia a postura dos pobres […] Jesus não veio para que salvemos a nossa alma na vida eterna”;

– “Vocês vão me perguntar ‘você é espírita?’, e eu responderei: ‘também’ […] Um amigo espírita disse num debate com um padre católico que ‘as nossas práticas de falar com os mortos foram aprendidas com vocês católicos. Afinal, vocês também não se comunicam com seus santos?'”

– Contando uma historinha inventada por ele, onde, do céu, Dom Hélder narrava as preocupações dele com a vida na terra, sugeriu que Dom Hélder “é vizinho de Francisco de Assis (sic) e Buda no céu”;

– Ainda colocando palavras na boca do personagem Dom Hélder na historinha acima:

– “O Papa Bento XVI não transmite alegria e esperança como João XIII” (abrindo um parêntese ainda disse: “Quem diria que teríamos saudades de João Paulo II?!?!?!”);

– “Até quando os homossexuais serão discriminados por quem se diz discípulo de Jesus?”;

– “Sonho com uma Igreja onde a mulher possa celebrar missa”.

– Durante as perguntas enviadas a ele pelos ouvintes ao final da palestra soltou algumas pérolas:

– Quando perguntado sobre se Cristo veio ou não para salvar as almas e conduzir o homem à vida eterna, e confrontado com alguns versículos bíblicos e parágrafos do Catecismo, confirmou o que já havia dito anteriormente e falou que “esse negócio de salvar as almas não tem sentido: o homem é corpo e alma – o Verbo se fez carne e habitou entre nós – e não apenas alma”;

– Quando confrontado com a doutrina imutável da Igreja acerca do sacerdócio feminino (cf. JPII in Ordinatio Sacerdotalis) e com a nova excomunhão para aqueles que ousarem ordenar mulheres (assim como também para as mulheres ordenadas), falou que a doutrina da Igreja já mudou muito durante a história, e deu exemplos: “No começo do século XX carícias entre um casal *casado* eram consideradas pecado”; “Antigamente não se ordenavam deficientes físicos para o sacerdócio”;

– Registro que as pessoas debocharam e deram gargalhadas quando ouviram falar em “Catecismo da Igreja”, “Ordinatio Sacerdotalis” e “excomunhão”.

Não me consta que o religioso tenha jamais modificado o teor de suas conferências ao longo dos anos. Não se entende, portanto, o porquê de convidá-lo para dizer estas barbaridades em um seminário pretensamente católico, organizado por uma Arquidiocese católica.

Tomei conhecimento no Facebook de um apelo do Pe. Paulo Ricardo [p.s.: na verdade, o apelo foi divulgado numa página do Facebook mantida por alunos do pe. Paulo, e não pelo próprio sacerdote – sorry, my mistake], ao qual faço coro:

Peço que enviem um enviando um email para o Bispo Dom Jaime Vieira Rocha, pedindo que a participação do Frei beto não seja permitida e pedindo comunhão com a Fé de Roma.

curia@arquidiocesedenatal.org.br – Cúria da Arquidiocese de Natal
setorsocial@arquidiocesedenatal.org.br – Responsável p/ promoção do evento
jaimevrocha@terra.com.br – Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo
diocesedemossoro@uol.com.br – Dom Mariano Manzana, participante
nunapost@solar.com.br – Nunciatura Apostólica. Dom Giovanni D’Aniello

E peço também que os católicos de Natal se esforcem para participar deste evento, a fim de confrontar este senhor com a Doutrina da Igreja e não permitir que as barbaridades que ele é conhecido por vomitar passem em Natal sem um contraponto católico. Já passou da hora de enterrar definitivamente esta pseudo-teologia anti-católica e anti-cristã. Tenhamos a coragem de enfrentar estes espectros que ainda cercam a Igreja Católica ávidos por assombrá-La! Eles não resistem à exposição serena e firme da verdadeira mensagem do Evangelho da qual a Igreja é guardiã.

Estatuto do Nascituro: atualização de 08 de maio

Sobre a sessão de hoje (08 de maio) da Comissão de Finanças e Tributação que iria apreciar o Estatuto do Nascituro, as últimas informações são as seguintes:

O relator da matéria, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), comunicou que, em um acordo com o vice-líder do governo, deputado Cláudio Puty, foi estabelecido que se faria a inversão da pauta, para que o Estatuto do Nascituro pudesse sair do item 18 para o primeiro item da pauta de apreciação de projetos de lei, possibilitando, assim, “pedido de vistas” (*) – ou seja, “queimando” já essa possibilidade regimental.

Diante do impasse, o PMDB, o PSDB e o DEM entraram em obstrução [i.e., saíram do plenário] e a sessão, por falta de quórum, foi encerrada pelo presidente da comissão.

(*) “Pedido de vistas” significa possibilitar ao parlamentar avaliar melhor a proposição e, se quiser, apresentar voto em separado, destacando pontos divergentes e propondo um novo parecer. Na maioria das vezes, o pedido de vistas tem sido usado apra postergar um pouco mais a apreciação da matéria.

Continuamos, portanto, em estado de mobilização. A sessão seguinte será na próxima quarta-feira, 15 de maio – mais uma semana para pressionarmos os membros da CFT! Não deixemos de fazê-lo.

Novo bispo auxiliar de Brasília

[Press.catholica.va] «O Santo Padre nomeou bispo-auxiliar da diocese de Brasília (Brasil) o Reverendíssimo Mons. José Aparecido Gonçalves de Almeida, do clero da Diocese de Santo Amaro, até agora Sub-secretário do Pontifício Conselho para [a interpretação d]os Textos [Canônicos e] Legislativos, assinalando-lhe a Sé Episcopal Titular de Enera».

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Para quem não se recorda, o Revmo. Mons. Aparecido faz parte da equipe do “Salvem a Liturgia!” e também já apareceu recentemente aqui no Deus lo Vult!. É uma enorme alegria vê-lo subir à plenitude do Sacramento da Ordem! Que a Santíssima Virgem o culmine de graças e torne profícuo o seu ministério episcopal.

Uma questão mal colocada

Existe “cura gay”? Ou, refazendo a pergunta de um jeito melhor: quer ela exista, quer não, tem o Estado o direito de impedir os cidadãos de buscá-la junto aos psicólogos e estes de [tentar] atendê-los? A Gazeta do Povo abordou hoje esta polêmica e trouxe duas posições contrárias sobre o assunto.

O sr. Sergio Luis Braghini («psicólogo, doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP e conselheiro do CRP-PR») acha que isso é preconceito. Para ele, é tudo a respeito de uma tal «maquinaria do controle sobre a sexualidade» sobre a qual as religiões malvadas querem esmagar homossexuais felizes – ou aos quais só falta aceitarem-se gays para alcançarem a felicidade, a paz, a harmonia plena e absoluta.

Já a psicóloga Marisa Lobo ao contrário, defende que se trata «da liberdade profissional e pessoal do psicólogo, e do direito da pessoa humana de buscar ajuda para seu sofrimento psíquico em relação a sua condição homossexual não aceita». E vai além: diz que «[e]xistem homossexuais que se aceitam e são felizes com sua orientação, porém, há muitas pessoas que apresentam comportamento homossexual, mas que não aceitam tal condição e nunca o farão. E os profissionais de psicologia não podem ignorá-los. A psicologia deve ser uma ferramenta de auxílio, tanto para os que se entendem e querem viver como homossexuais, como para os que não o desejam».

No meu entender, a questão está mal colocada pelos opositores da “cura gay”. Não interessa saber se o homossexual é capaz de ser [terapeuticamente] levado a canalizar para o sexo oposto toda a libido que ele comumente devota a pessoas do mesmo sexo. A grande pergunta é se ele pode ser ajudado a controlar seus maus impulsos, a resistir às suas inclinações desordenadas e a levar uma vida [paulatinamente] livre de atos anti-naturais. E, nestes termos, a resposta me parece ser evidentemente positiva: sim, parece-me claramente possível – mesmo às ciências humanas – auxiliar um homem a praticar virtudes humanas. Negá-lo seria absurdo!

A mim, parece que este é o ponto fulcral que deve ser defendido contra a mistificação dos pró-gay: não nos deixemos confundir por sua retórica vazia! Estou até disposto a aceitar que, em certos casos, não seja possível a um psicólogo “inverter” o objeto de desejo sexual de uma pessoa. Mas daí a defender que ela não possa exercitar o controle dos seus desejos vai um passo enorme; daí a postular que ela está inelutavelmente fadada à intemperança é um salto inteiramente descabido.

Atualização em 06/05/2012 sobre Estatuto do Nascituro

Atualizando os meus leitores sobre o que aconteceu com a votação do Estatuto do Nascituro, reproduzo mensagem que recebi hoje (06 de maio) da Dra. Lenise Garcia, presidente do Movimento Brasil Sem Aborto. No corpo dessa postagem eu trago apenas uma seleção resumida das informações mais relevantes; ao final, os leitores poderão baixar o comunicado na íntegra [P.S.: que também já se encontra disponível no site do Brasil Sem Aborto].

– Na última sessão (24 de abril p.p.) da Comissão de Finanças e Tributação (que é a Comissão da Câmara onde o projeto se encontra atualmente), foi dito que o projeto seria apreciado em uma sessão extraordinária.

– Não obstante, «[o] que se constata hoje (06.05.2013) é que a pauta publicada é a da Sessão ORDINÁRIA com 63 itens e o Estatuto do Nascituro está colocado no item no 18 da pauta».

– Ou seja, «não haverá SESSÃO EXTRAORDINÁRIA com pauta única para apreciação do Estatuto do Nascituro». Ele está normalmente na pauta da próxima sessão (quarta-feira, depois de amanhã).

– Quarta-feira, então, podem acontecer duas coisas. Pode ser feita uma solicitação de inversão de pauta que, se aprovada, (1) fará com que «o Estatuto do Nascituro seja apreciado logo após a análise dos Requerimentos da pauta». Caso contrário, (2) «é pouco provável que [o projeto] seja apreciado nesta sessão da próxima quarta-­feira, até porque tem uma audiência pública marcada para as 11 horas deste mesmo dia».

– Por isso, a solicitação do Brasil Sem Aborto é a seguinte:

A nossa sugestão é que a partir de hoje retomemos a pressão sobre os parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação, enviando emails, ligando para os gabinetes solicitando que o parlamentar vote pela aprovação do Parecer do Deputado Eduardo Cunha­ PMDB/RJ. Mas também é importante que os parlamentares seja pressionados em seu Estado, em sua base eleitoral. E, nesse sentido, deve­ se procurar o parlamentar ou sua assessoria NO ESTADO pedindo o voto pela aprovação do Estatuto do Nascituro.

– E ainda: «[a] partir de agora a pressão deve ser permanente, todos os dias».

– Cliquem no link abaixo para terem acesso ao comunicado na íntegra e, junto com ele, uma tabela com todos os membros da CFT e seus respectivos contatos.

Atualização em 06/05/2012 sobre Estatuto do Nascituro

Continuemos fazendo o que estiver a nosso alcance para a aprovação desse tão importante projeto. Que a Santíssima Virgem nos proteja e guarde, e São Miguel Arcanjo nos defenda no combate!

Após corromper a juventude com seus discursos escandalosos, padre Beto é excomungado para a maior glória de Deus

Publico abaixo na íntegra o Comunicado da Diocese de Bauru referente à excomunhão do Reverendíssimo Pe. Roberto “Beto” Francisco Daniel, que escandalosamente divulgou na internet material daninho às almas em matéria sexual e, não aceitando a reprimenda feita pelo seu bispo, Dom Frei Caetano Ferrari, desgraçadamente preferiu o orgulho à humildade, dando mais valor às suas próprias idéias e “reflexões” do que ao ensinamento multissecular da Igreja Católica que é Mãe e Mestra Infalível.

Antes mesmo da excomunhão ser declarada, diz-se que “centenas de fiéis” lotaram a igreja no último domingo (28) para a sua missa de despedida. Entre estes “fiéis” contam-se, por exemplo, «o pai de santo umbandista Ricardo Barreira», segundo a mesma reportagem. Ainda, uma vez que a Missa – toda e qualquer Missa, celebrada pelo Papa em Roma ou pelo mais humilde sacerdote da mais humilde paróquia de vilarejo – é o mesmíssimo Sacrifício de Cristo e como é bastante óbvio que a piedade católica manda procurar nas igrejas não o sacerdote que porventura esteja celebrando a Missa, mas sim Nosso Senhor que no altar é imolado misticamente, cabe perguntar se estes “fiéis” que ontem lotaram a igreja de Santo Antônio realmente merecem esse adjetivo que lhes foi dado pela Folha de São Paulo.

Ao saber da notícia, certamente padecendo comichões e fatigada devido à caça permanente de qualquer coisa que possa servir para denegrir a imagem da Igreja Católica, a Carta Capital não poupou nem a gramática e vomitou uma «excomungação (sic) do clérigo por heresia e cisma»:

excomungacao-carta-capital

Quanto a nós, parabenizamos por sua coragem e seu zelo louvável o bispo de Bauru, Dom Frei Caetano Ferrari, que soube agir com firmeza quando a Fé da Igreja se viu ameaçada e não retrocedeu mesmo tendo contra si a opinião pública anti-clerical. Que saiba Sua Excelência que se os lobos uivam e o inferno vomita impropérios, é porque o golpe foi certeiro e, o alvo, muito bem escolhido. Que a Santíssima Virgem defenda e guarde sempre o seu ministério episcopal.

* * *

Comunicado ao povo de Deus da Diocese de Bauru
sobre o Rvedo. Pe. Roberto Francisco Daniel

mitra-bauruÉ de conhecimento público os pronunciamentos e atitudes do Reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel que, em nome da “liberdade de expressão” traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal. Estes atos provocaram forte escândalo e feriram a comunhão eclesial. Sua atitude é incompatível com as obrigações do estado sacerdotal que ele deveria amar, pois foi ele quem solicitou da Igreja a Graça da Ordenação. O Bispo Diocesano com a paciência e caridade de pastor, vem tentando há muito tempo diálogo para superar e resolver de modo fraterno e cristão esta situação. Esgotadas todas as iniciativas e tendo em vista o bem do Povo de Deus, o Bispo Diocesano convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico, nomeando-o como juiz instrutor para tratar essa questão e aplicar a “Lei da Igreja”, visto que o Pe. Roberto Francisco Daniel recusa qualquer diálogo e colaboração. Mesmo assim, o juiz tentou uma última vez um diálogo com o referido padre que reagiu agressivamente, na Cúria Diocesana, na qual ele recusou qualquer diálogo. Esta tentativa ocorreu na presença de 05 (cinco) membros do Conselho dos Presbíteros.

O referido padre feriu a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor (obediência esta que prometera no dia de sua ordenação sacerdotal), incorrendo, portanto, no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos. Nesta grave pena o referido sacerdote incorreu de livre vontade como consequência de seus atos.

A Igreja de Bauru se demonstrou Mãe Paciente quando, por diversas vezes, o chamou fraternalmente ao diálogo para a superação dessa situação por ele criada. Nenhum católico e muito menos um sacerdote pode-se valer do “direito de liberdade de expressão” para atacar a Fé, na qual foi batizado.

Uma das obrigações do Bispo Diocesano é defender a Fé, a Doutrina e a Disciplina da Igreja e, por isso, comunicamos que o padre Roberto Francisco Daniel não pode mais celebrar nenhum ato de culto divino (sacramentos e sacramentais, nem mais receber a Santíssima Eucaristia), pois está excomungado. A partir dessa decisão, o Juiz Instrutor iniciará os procedimentos para a “demissão do estado clerical, que será enviado no final para Roma, de onde deverá vir o Decreto.

Com esta declaração, a Diocese de Bauru entende colocar “um ponto final” nessa dolorosa história.

Rezemos para que o nosso Padroeiro Divino Espírito Santo, “que nos conduz”, ilumine o Pe. Roberto Francisco Daniel para que tenha a coragem da humildade em reconhecer que não é o dono da verdade e se reconcilie com a Igreja, que é “Mãe e Mestra”.

Bauru, 29 de abril de 2013.

Por especial mandado do Bispo Diocesano, assinam os representantes do Conselho Presbiteral Diocesano.

A França legalizou o “casamento gay”

Como é sabido, na última terça-feira a França legalizou em definitivo o “casamento gay” no país. Nós acompanhamos o desenrolar dessa tragédia (aqui, aqui e aqui), e o (previsível) resultado de dois dias atrás pode passar a impressão de que nós perdemos, não valeu a pena, foi tudo em vão. Será que é isso mesmo?

Alguém insinuou ironicamente aqui no blog que isso deve ter acontecido porque os argumentos do movimento pró-família francês são tão ruins quanto os seus equivalentes brasileiros. Ledo engano. Na verdade, isso aconteceu porque o mundo moderno anda enlouquecido e absolutamente não dá mais importância a argumentos. Ora, em que lugar do planeta essa discussão é conduzida sobre bases argumentativas? Muito pelo contrário: os arautos da Revolução Moral só sabem agir na base da truculência e do apelo emocional, nada mais. Qualquer pessoa que já tenha tentado discutir esse tema com algum pró-gay sabe perfeitamente do que estou falando, e no próprio Deus lo Vult! é possível encontrar abundantes exemplos dessa curiosa patologia intelectual.

Mas, de uma forma ou de outra, o casamento gay foi legalizado na França, é fato. E agora, simplesmente perdemos? Foi tudo em vão? Penso que é possível sermos um pouco mais otimistas.

A França legalizou o “casamento gay”, mas os gritos de protesto dos que se levantaram contra essa infâmia foram ouvidos no mundo inteiro, e serviram de exemplo e estímulo àqueles que não concordam com a ideologia anti-natural que lhes está sendo imposta.

A França legalizou o “casamento gay”, mas a imprensa foi obrigada a noticiar que, em pesquisa recente, «58% dos [franceses] entrevistados se disse a favor do casamento gay» mas, por outro lado, «uma maioria (53%) se disse contra a adoção [de crianças], contra 45% a favor» – adoção esta incluída na lei aprovada anteontem, na contramão portanto da expressa vontade da maior parte dos franceses.

A França legalizou o “casamento gay”, mas sofreu dura e terrível resistência dos que são contrários à exaltação do vício e à equiparação legal entre “família” e “dupla gay”:  tanto quanto lembro, foi a primeira vez que uma lei desse tipo recebeu resistência pública tão clara e generalizada.

A França legalizou o “casamento gay”, mas não convenceu e nem silenciou os que mantêm a cabeça no lugar. Muito pelo contrário: o La Manif Pour Tous promete continuar protestando, como nos diz o Wagner Moura.

A França legalizou o “casamento gay”, mas a guerra cultural ainda não terminou, e dela ainda precisamos tomar parte – não nos é permitido desanimar. Faz diferença. Diante de um monstro tão grande e tão forte a se lançar sobre nós, qualquer mínimo dissabor que lhe consigamos impingir faz diferença.

São Jorge, rogai por nós!

No meu onomástico, não posso deixar de prestar uma ligeira homenagem a São Jorge; assim, remeto os meus leitores a este texto d’O Catequista hoje publicado, que contém uma pequena biografia do santo (incluindo a parte lendária do dragão).

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Se a memória não me trai, os detalhes da vida do santo da Capadócia só se encontram na Legenda Aurea mesmo, havendo apenas algumas linhas na “História Eclesiástica” de Eusébio que se referem ao militar que foi martirizado sob o Imperador Diocleciano. A escassez de fontes históricas primárias é contudo amplamente suplantada pela multissecular devoção a São Jorge, pela qual as graças alcançadas ao longo da história da Igreja evidentemente exigem um santo [originalmente] de carne e osso a interceder junto a Deus por aqueles que se lhe recomendam.

Que o Glorioso São Jorge possa rogar por nós e nos proteger nos combates desta vida!

O valor espiritual desses oito anos

Era uma terça-feira de 2005; penso já ter dito por aqui que me recordo profundamente daquele 19 de abril. A fumaça branca na chaminé da Capela Sistina – então a primeira fumata bianca da minha vida! – anunciava ao mundo que o sucessor do Papa João Paulo II fora escolhido. Estava na copa da faculdade, diante de uma TV ligada, através da qual eu soube que Joseph Ratzinger assumia o sólio pontifício com o nome de Benedito Dezesseis. “Não, não, Bento XVI”, alguém rapidamente me corrigiu. Daquele dia em diante, pelos próximos quase oito anos, o velho alemão foi o meu pai e o meu general, o meu líder e o meu professor, o meu mestre e o meu amigo. Foi o meu Papa!

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Há não muitos dias, no aniversário natalício do Santo Padre, eu disse aqui que Bento XVI foi o Papa da minha juventude. Já confessei aqui no blog que eu já era praticamente homem feito quando retornei à prática da religião dos meus pais; o Papa Ratzinger foi, portanto, o Sumo Pontífice cujo pontificado eu acompanhei integralmente. Talvez eu pudesse ser mais ousado e dizer que, na verdade, ele que foi o Pontífice que me acompanhou durante os anos da minha vida que merecem ser chamados de “católicos”; o fato é que, de qualquer maneira, é impossível olhar para o hoje Bispo Emérito de Roma sem um sentimento de profunda gratidão. É impossível não lembrar o dia de hoje: faz oito anos!

Ninguém diria em 2005 que o Papa recém-eleito havia de renunciar alguns anos depois. Por certo sabíamos que o luminoso pontificado de Bento XVI havia de terminar um dia, mas ninguém imaginava que ele entraria para a História dessa maneira. Eu já manifestei aqui no Deus lo Vult! a minha profunda gratidão por tudo o que o Santo Padre Bento XVI fez pela Igreja ao longo desses anos; mas não consigo me livrar da impressão de que, não importa o que eu diga, nunca será o bastante. Se a dimensão histórica daquela Grã Renúncia do dia de Nossa Senhora de Lourdes é incontestável, penso que seria grande injustiça de nossa parte não reconhecer o quanto foi também histórico o Habemus Papam de 2005.

Sobre esses anos muito poderia ser dito, mas por hoje quero me restringir à questão litúrgica. Um amigo sacerdote empregou certa vez a expressão “ressuscitar altares” para se referir ao ato de celebrar a Santa Missa naqueles tantos altares – de tantas igrejas! – que, após a Reforma Litúrgica, foram rebaixados a meros nichos de santos ou suportes de velas ou vasos de flores. Bento XVI – mormente após o Summorum Pontificum de 2007, mas em todo o seu pontificado – deu novo vigor à consciência litúrgica na Igreja e resgatou a capital importância do Sacrifício Eucarístico do Corpo e do Sangue de Deus: ao longo dos últimos anos, quantos altares não foram ressuscitados! Quem será louco o bastante para negar o valor sobrenatural dessas tantas Missas que voltaram a ser celebradas em altares abandonados – em altares originalmente erigidos para oferecer sacrifícios à Trindade Santa, desgraçadamente desviados de sua finalidade durante os negros anos do pós-Concílio?

Recordo-me de um em particular: um antigo e simples altar frontal (não era o altar-mor) da capela do Seminário de Olinda, edifício do século XVI, onde certa vez o Santo Sacrifício da Missa foi celebrado depois de décadas e eu estava presente, junto com mais um ou dois amigos. Éramos uma quantidade ínfima de pessoas, mas conosco estava a totalidade da Igreja, Triunfante, Padecente e Militante. Sobre aquela pedra Cristo foi imolado, nas intenções – entre outras – do Santo Padre Bento XVI, e sinceramente não sei se tal teria sido possível se então fosse outro e não ele o Vigário de Cristo gloriosamente reinante. Penso que somente na Eternidade nós teremos a dimensão precisa das graças que jorraram desses altares e foram derramadas sobre o mundo graças ao zelo litúrgico que Bento XVI impingiu à Igreja de Cristo.

Foi em 2005, e seria vil impiedade não nos lembrarmos com alegria e gratidão do dia de hoje. Neste 19 de abril, suplicamos ao Todo-Poderoso que possa recompensar o seu servo por todo o bem que ele realizou em Seu favor, e também para que não deixe inacabada a obra de restauração iniciada naquela terça-feira de abril. Nós, os herdeiros do legado de Bento XVI, não temos o direito de esquecer tudo isso. Triste coisa seria se deixássemos que tudo fosse em vão. Loucura seria se desprezássemos o valor espiritual desses oito anos.