Blood Money: coletiva de imprensa e entrevista exclusiva com o produtor do filme em Recife

[O autor do Exsurge, Gustavo Souza, esteve presente à coletiva de imprensa que o produtor do filme Blood Money, David Kyle, concedeu aqui em Recife. É o autor da reportagem seguinte, que me foi enviada por email, inclusive da entrevista exclusiva com o produtor do filme que vai ao final. Agradeço pelo material, que espero ser útil àqueles que estão acompanhando a repercussão do documentário no Brasil.]

2013-11-13 12.47.21

Uma coletiva de imprensa

“Coletiva de Imprensa”: uma porção de jornalistas sabatinando alguém que – quase sem tempo para respirar – tenta responder a perguntas cujas premissas são mais longas que os questionamentos em si. Esta, talvez, seja uma descrição bem verossímil do que é uma entrevista coletiva. Mas com um detalhe: as perguntas (frise-se: enormes!) muitas vezes são feitas com uma, digamos, “sagacidade jornalística”… Se o entrevistado não tomar cuidado, corre o sério risco de cair em armadilhas ideológicas.

David Kyle – escritor, produtor e diretor de Blood Money: Aborto Legalizado – parece ser um especialista em “campo minado”: com seriedade, clareza, objetividade e sinceridade, livrou-se de alguns dardos que lhe foram lançados ontem (13) pela manhã, no Marante Plaza Hotel, em Boa Viagem (Recife – PE), durante uma coletiva que durou pouco mais de uma hora.

Nela estavam presentes Marcos Toledo, do Jornal do Commércio; Júlio Cavani, do Diário de Pernambuco; Marcos Fernandes, do LeiaJá; E eu, um “jornalista” católico. Marcaram presença também: o diretor da Estação Luz Filmes (produtora que adquiriu os direitos de exibição do documentário no Brasil), Luís Eduardo Girão; Iraponan Arruda, do movimento “Brasil sem Aborto”; a assessora (local) de imprensa, Joana Aquino; e a tradutora, Érica Bandeira.

Respostas de David Kyle

Ao ser questionado sobre a participação de religiosos no filme, respondeu:

A intenção nunca foi fazer um filme religioso. Mas, inevitavelmente, quem está ligado a este tema é religioso. Os não-religiosos em geral evitam falar sobre isso. Não acham que seja importante. Os religiosos, por sua vez, não estão promovendo sua religião, mas a causa da vida. Mesmo que no filme haja sacerdotes, o intuito foi preservar a causa científica. Todos os argumentos apresentados são lógicos, fáticos, sem “causas” religiosas.

Ao ser questionado sobre quais as expectativas que tinha com relação à recepção do filme no Brasil, respondeu:

Espero que vá muita gente. Não só para assistir ao filme, mas para promover a causa da vida. É preciso quebrar o tabu que a sociedade criou. É preciso falar do polêmico.

Sobre o forte teor negativo de alguns depoimentos dados (que associam, por exemplo, o aborto ao nazismo, ao racismo, etc.):

Apenas mantivemos as câmeras ligadas. Não manipulamos nenhum testemunho. Apenas demos o espaço para as pessoas falarem, e elas – livremente – se acusaram em alguns momentos. Esta é a avaliação e a sensação que elas têm sobre o que fizeram. A mídia americana apresenta apenas um lado da história e ninguém diz nada. Fiz o filme para adolescentes (para os quais o uso de imagens é importante). Por isso é que apresento as imagens de Hittler, de Obama, de Ronald Reagan, etc. A concepção ideológica da Planned Parenthood guarda, efetivamente, uma estreita relação com a mentalidade nazista. São fatos, não suposições.

Sobre sua escolha por fazer um documentário mais “leve”, isto é, sem as cenas chocantes e sanguinárias que outras obras a este respeito trazem, afirmou:

Alguns grupos até me criticaram por não colocar cenas mais fortes. Eu acho que não é necessário. Prefiro gráficos e palavras. A expressão das mulheres que falam em Blood Money já é chocante. Então basta. Eu vi pessoas chorando no cinema, em certas cenas. Portanto, imagino que tenha sido atingido o objetivo de tocar as pessoas mais profundamente. Mas sem recorrer a cenas de grande impacto.

Acha que o filme tem a capacidade de mudar a realidade?

Várias pessoas serão atingidas, de modo que isso pode acontecer. O maior desejo é informar. Nada vai mudar se nos calarmos. É preciso escutar os dois lados. Eu espero que nos EUA se torne ilegal novamente. Mas não exatamente por causa do filme e sim por causa da consciência social. As chances são reais: lá, 51% de pessoas são contrárias ao aborto atualmente. Os jovens são, em grande medida, responsáveis por isso. Desde 1973, 52 milhões de abortos foram praticados nos EUA. Isso é o que acontece nos EUA. Estes são os fatos que precisam mudar.

Sobre a Planned Parenthood:

A Planned Parenthood implantou-se no Afeganistão e funciona com a mesma sistemática dos EUA. Ela tem um modelo – que veio ou virá para o Brasil se o aborto for liberado. Nada da visão do filme é inaplicável ao Brasil. A Planned Parenthood é a maior instituição promotora do aborto no mundo e dita as regras onde quer que esteja.

Sobre a necessidade de “mostrar o outro lado”, isto é, um lado positivo na realização de abortos, foi enfático:

Quando foi a última vez que você viu um documentário sobre o lado bom da Alemanha nazista ou serial killers? Não há justificativa para tais comportamentos.

Sobre se a promoção e realização de abortos está concentrada apenas nas grandes fundações (Ford, Rockfeller, etc), respondeu:

Há médicos que faziam isso individualmente. E outras organizações também. Marie Stopes, por exemplo, é uma fundação independente que promove isso.

Sobre a indústria abortista:

Os anticoncepcionais não são feitos para funcionar 100%. A maioria das que abortavam usavam-nos. Assim a indústria ganha dinheiro ao vender o anticoncepcional e também, depois, quando precisava corrigir a falha por ele provocada com o aborto.

Sobre se teve alguma motivação pessoal – surgida a partir de algum episódio de sua história de vida) – para produzir o filme, alegou:

Não.

Sobre o aspecto legal do aborto nos EUA:

A constituição americana é o limite sobre até onde o governo pode ir. Diversos grupos tentam fazer algo para mudar isso. Alguns estados colocam mais restrições sobre o modo e o período de praticar o aborto. Mas, abolir de vez ainda é difícil – por causa do lobby abortista.

Sobre a associação de Obama ao movimento pró-aborto, esclareceu:

Associo as ideias de Obama às de outro político porque é claro. Ambos mostraram publica e abertamente qual o seu pensamento a respeito do aborto.

Sobre os frutos que o filme tenciona produzir, falou:

Toda a mulher que assistir ao filme vai lembrar as cenas e vai manter sua gravidez.

Sobre ultrassonografia:

Uma das leis é tornar o ultrassom obrigatório antes do aborto. As instituições de planejamento familiar não querem isso. Por quê? Porque a maioria das mulheres desiste diante da imagem de seus bebês na tela do monitor de vídeo usado na ultrassonografia.

Sobre o filme “bruto”, declarou:

Ao fim, tinha 5 horas de filme. Precisei editar bastante…

Sobre se havia tentado maior divulgação do filme entre os canais de TV aberta ou por assinatura, disse:

Não é uma grande companhia. Não quer fazer muito dinheiro. Não tentou penetração em grandes canais e em TV por assinatura.

Sobre as vendas de DVD com o filme, informou:

Desde janeiro de 2011, todos os dias vendeu um DVD. Apenas em um dia não vendeu.

Luís Eduardo Girão – Diretor da Estação Luz Filmes

O diretor da Estação Luz Filmes também deu algumas breves declarações. Segundo Girão, os veículos midiáticos no Brasil têm auxiliado a instigar o debate sobre o aborto. Ele avalia isto positivamente. Para ele, trazer este tema à tona, tirá-lo da gaveta, lançar luzes sobre os diversos aspectos que o envolvem, é fundamental. O diretor da Estação Luz Filmes informou que, até o momento, 10 salas, em 9 cidades do Brasil, exibirão o filme. Apenas o Rio de Janeiro conta com duas salas. De acordo com ele, a mobilização popular é o que garante a permanência do filme em cartaz. Nos Estados Unidos, ele recorda, este filme circulou apenas por salas alternativas. O Brasil está sendo o primeiro país em que a película entra no circuito comercial, concorrendo – inclusive – com outras produções norte-americanas mais populares (como Thor 2 – O Mundo Sombrio, atualmente em exibição).

Luís Eduardo Girão complementou em alguns momentos a explanação de Kyle. Chamou a atenção para alguns detalhes subjacentes, mas fundamentais, que – em sua opinião – devem ser enfatizados ao se falar de aborto: primeiramente, recordou o caráter eugênico deste “planejamento familiar” propalado por instituições abortistas (de acordo com ele, não é coincidência que o maior índice de abortamento nos EUA esteja entre os negros). Em seguida, recordou que a implementação de um controle de natalidade a nível mundial (que já vem ocorrendo sorrateiramente) pode afetar a soberania das nações. Por fim, alertou que falar do aborto como questão de “saúde pública” implica não em oferecer meios de abortar, mas em tratar doenças como o alcoolismo, a dependência química e a depressão – que muitas vezes acometem as mulheres que se submetem a um abortamento.

Girão aventa a possibilidade de, em breve, produzir algo relacionado ao trabalho do Dr. Bernard Nathanson, que se tornou um ícone do movimento pró-vida depois de filmar, na década de 80, o documentário “Grito Silencioso”. O Dr. Nathanson faleceu em fevereiro de 2011.

Entrevista exclusiva com Gustavo Souza

Ao final da coletiva, David Kyle permitiu-se responder a ainda algumas perguntas. Confira.

Tradução: Érica Bandeira

Como foi conseguir financiamento para Blood Money?

Não recebi dinheiro de instituição nenhuma. O financiamento da obra se deu integralmente por meio de doações recebidas de pessoas físicas. Não recebi dinheiro de nenhuma empresa.

Você sofreu algum tipo de perseguição (política, social, religiosa, etc.) por causa do filme?

Não. Nunca sofri nenhuma ameaça nem perseguição alguma. Nos EUA esta discussão é aberta. Fala-se disso naturalmente.

E como fez para obter os dados que precisava para produzir o documentário?

Os dados científicos eu obtive por meio de consulta a especialistas de diversas áreas. Os depoimentos, evidentemente, eu colhi de pessoas que haviam praticado o aborto.

Mas como o senhor chegou até estas pessoas?

A maior parte delas está ligada a movimentos pró-vida nos EUA. Algumas tinham receio de falar, é verdade. Mas fui atrás daquelas que eram indicadas por seus próprios parentes e amigos. Eles as estimulavam a que contassem sua história. E elas relatavam os fatos a mim na esperança de que, ao expor o que ocorreu em suas vidas – e as consequências que advieram de seus atos – pudessem ajudar outras mulheres a não cometer aborto.

Pensou em fazer outro tipo de filme sobre a mesma temática? Um romance baseado em fatos reais, por exemplo.

Sim. Isto é uma possibilidade. Existem situações novas que surgem a todo o momento e que me motivam a fazer outras produções neste sentido. Mas não a nada definido até o momento.

Se tivesse oportunidade de gravar novamente o filme, faria algo diferente?

Como se trata do meu primeiro filme, certamente há coisas a melhorar. Mas não me recordo agora de algo específico que eu modificaria.

Acha que é possível produzir uma obra semelhante aqui no Brasil, onde a indústria do aborto ainda é clandestina?

Sim, claro. Se quiserem, podem fazê-lo. Uma obra neste sentido terá efeitos em qualquer país onde for produzida.

Resenha: Blood Money

Cinema lotado, com pessoas sentadas inclusive ao chão. Amigos dos mais diversos lugares reunidos em peso no Cine Rosa e Silva. Presenças ilustres, como a do produtor americano David Kyle e a do diretor da Luz Filmes, Luís Eduardo Girão. Assim foi a première de «Blood Money» em Recife à qual tive o privilégio de assistir hoje à noite.

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O filme me surpreendeu muito positivamente. Trata-se de um documentário e, como todo documentário, não tem o apelo intrínseco de um blockbuster de ação; mas tem o seu ritmo próprio que é bastante cativante. Há uma história que se descortina diante dos olhos dos espectadores, e ela não é trivial: chegamos – por diversas vezes – a nos perguntar o que virá depois. A história da indústria do aborto é-nos contada como em camadas, e quando parece que atingimos o fundo do poço o filme nos surpreende com um outro aspecto da questão ainda mais tenebroso do que aquele que acabáramos de assimilar.

Há uma frase logo no início do filme que o resume bem: nós reconhecemos a vida quando a vemos, e a reconhecemos ainda melhor quando a vemos ser tirada. Mais adiante, uma das mulheres entrevistadas – que já trabalhou numa clínica de abortos – vai dizer que ninguém pode lidar todos os dias com mortes e mentiras sem que isso o afete profundamente. E penso ser este o ponto central do documentário: as nefastas conseqüências – individuais e sociais – de um império de mentiras, da mais radical negação da realidade.

A história começa, claro, com Roe v. Wade. A conhecida farsa gerou um precedente, mas há uma questão de fundo muitas vezes negligenciada: por que deveríamos defender um precedente somente por ele existir? Isso não faz sentido em ciência alguma e também não faz sentido em nenhum dos ramos do Direito, à única exceção das decisões dos Tribunais. As coisas devem ser defendidas por serem corretas, e não meramente porque são antigas. Mas, curiosamente, embora o monstruoso erro de Roe v. Wade já seja amplamente reconhecido, ainda se insiste em seguir uma jurisprudência sabidamente injusta. E as conseqüências disso o documentário passa então a apresentar.

A mudança de enfoque é sempre sutil. Os sucessivos aspectos do problema parecem se encadear, chamam-se uns aos outros, como abyssus ad abyssum invocat in voce cataractarum. O aborto é apresentado sucessivamente como um negócio lucrativo, como um instrumento de controle racial (sabiam que a Planned Parenthood prefere abrir suas clínicas de aborto em bairros de minorias, e que crianças negras são abortadas em proporção muito maior do que as brancas?), como uma violência contra a mulher, como causa de inúmeras seqüelas físicas e psicológicas. Ao final do filme, é impossível disfarçar a revolta: é tudo inadmissível.

É inadmissível que direitos humanos básicos sejam assim violados ao arbítrio de terceiros. É inadmissível que se possa livremente lucrar milhões de dólares com a desgraça de mulheres fragilizadas. É inadmissível que o mais escancarado racismo encontre um campo vasto de ação no aborto legalizado. É inadmissível que as mulheres não recebam nenhuma espécie de apoio no momento em que se encontram mais vulneráveis – diante de uma gravidez inesperada. É inadmissível que o Governo avise aos cidadãos sobre os malefícios de tudo, do cigarro à gordura hidrogenada, mas silencie criminosamente quanto aos males causados pelo aborto. É inadmissível que esta história macabra seja verdadeira e, longe de fazer parte d’algum passado distante e tenebroso, tenha plena cidadania no nosso mundo moderno e dito civilizado.

Causam particular comoção os testemunhos das mulheres que praticaram aborto. Uma delas diz que jamais teria abortado se o seu companheiro dissesse por um momento que eles poderiam ter aquela criança. Outra afirma que, longe de encontrarem compreensão e apoio, elas se deparam com homens que dizem “eu posso te dar 300 dólares e nós continuamos bem, ou tu podes decidir ter este filho e a porta da rua é aquela ali”. A outra, aos prantos, diz que sua família toda ficava o tempo inteiro dizendo que ela tinha que resolver isso, que precisava ir pra clínica, que tinha que se apressar. Todas, em suma, relatam em uníssono a mesma coisa: nunca se tratou de uma «escolha». Elas foram empurradas para o aborto porque não lhes havia mais nada o que fazer. Nunca lhes foi dada nenhuma outra opção.

http://www.youtube.com/watch?v=mx3ZHc54RE4

E esta é talvez uma das maiores sacadas deste documentário: trazer à luz todo o sofrimento das mulheres que abortam, transformando-as em verdadeiras protagonistas da película. No fundo, é sim sobre mulheres que nós estamos falando: mulheres cujas vidas foram destruídas por hipócritas interesseiros que se aproveitaram de um momento de fragilidade para lhes vender uma “solução” que só fez agravar ao infinito os seus problemas. Mulheres nas quais os pró-aborto não pensam jamais. Mulheres que também são vítimas dessa ideologia assassina, cujos tentáculos se estendem igualmente sobre crianças abortadas e mães coagidas a abortar.

É por isso que é importante assistir Blood Money: porque ele trata sobre a talvez mais inconveniente das verdades que interesses escusos tudo fazem para manter na penumbra e na obscuridade. Como disse o produtor do filme antes do início da exibição: trata-se de mostrar a verdade às pessoas que não têm noção do que está por trás do lobby pró-aborto. Trata-se de uma luta travada com base no engodo e na desinformação, contra os quais é necessário levantar a verdade dos fatos. Este documentário que estréia no próximo dia 15 de novembro presta-se muito bem a desmistificar o aborto, e só isso já seria o bastante para valer uma ida ao cinema. Acrescente-se a isso a envergadura dos testemunhos, a qualidade técnica, a envolvente trilha sonora e a empolgante capacidade narrativa, e não pode mais haver desculpas para permanecer em casa. Assista e divulgue, e com isso colabore para um mundo melhor.

Documentário sobre aborto ganha destaque na mídia recifense

O portal NE10 (Jornal do Commercio) colocou uma chamada de primeira capa para uma resenha do filme Blood Money:

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A matéria, somente publicada hoje à tarde, chegou a entrar no ranking das mais lidas do dia:

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Abaixo, alguns trechos da crítica. Para lê-la na íntegra, acessem aqui.

  • «Sem levantar bandeiras religiosas e com argumentos científicos de que “a vida humana inicia no momento da concepção” e “mãe e feto são dois indivíduos independentes e distintos”, o documentário não condena as mulheres que praticaram o aborto, mas, ao contrário, considera que elas também são vítimas de uma indústria milionária».
  • «O documentário é narrado pela cientista e ativista de movimentos negros dos EUA, Alveda C. King, sobrinha do pacifista Martin Luther King e envolvida em discussões sobre o mecanismo de controle racial nos EUA».
  • «Segundo Luís Eduardo Girão, diretor da Estação Luz Filmes, que junto com a Europa Filmes lança a produção no Brasil, esta é a primeira vez que o cinema tira o aborto da invisibilidade».

Sessões de Blood Money em Recife: comprem os ingressos

Seguem as datas e horários das exibições de Blood Money que até agora estão confirmadas para Recife. Os ingressos já podem ser adquiridos na bilheteria do Cine Rosa e Silva.

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Tem sido bastante difícil conseguir salas de cinema para que as pessoas possam assistir a este filme. E, na verdade, temos ainda bem poucas exibições: apenas sete, a maior parte delas com horários bem inconvenientes (dez horas da manhã, really?!). Mas estas «sessões especiais» com certeza servirão como termômetro para o cinema decidir se deixa o filme em cartaz por mais tempo. Por isso, é importante irmos ao cinema.

Há uma certa má vontade com a exibição do filme: muitos donos de cinema pensam que documentários não dão bilheteria. E, de fato, não costumam dar: mas este documentário específico é importante e deve ser visto pelo maior número possível de pessoas. Para que isso ocorra, ele precisa ficar em cartaz por algum tempo – pelo maior tempo possível. E isso só acontecerá se o filme estiver dando uma boa bilheteria.

Os cinemas não vão fazer caridade e nem militância pró-vida. Eles querem lucro, e precisamos dar-lhes lucro se quisermos manter o filme em cartaz. Não basta telefonar, compartilhar nas redes sociais, divulgar o filme: é preciso ir vê-lo nas salas de cinema. Sem isso, nada adianta.

Temos já sete sessões: o melhor seria se as lotássemos antes mesmo da sexta-feira. Quem puder comprar antecipadamente os seus ingressos, que o faça: já estão sendo vendidos desde ontem. Assim o cinema vai perceber que a procura pelo filme está grande. Assim faremos algo concreto para informar a sociedade brasileira sobre os males que a indústria do aborto está espalhando pelo mundo.

O questionário preparatório para a Assembléia do Sínodo dos Bispos sobre a Família

Em preparação para a Assembléia Extraordinária do Sínodo dos Bispos – que acontecerá no próximo ano e abordará o urgente tema da Família -, foi recentemente tornado público um questionário que o Papa preparara para supostamente ser respondido por todos os católicos do mundo. O citado questionário trazia perguntas sobre casais de fato, casais em segunda união, duplas gays e a doutrina da Humanae Vitae, entre outras coisas.

Vi primeiro a notícia no Facebook, ainda na semana passada, e a idéia de se consultar todos os católicos do mundo sobre o tema me pareceu duplamente absurda. Primeiro pela (evidente) virtual impossibilidade logística de uma consulta desta magnitude, e segundo porque semelhante “democracia direta” era obviamente estranha à constituição da Igreja.

Depois, vi a notícia no Infovaticana. O absurdo escopo da pesquisa continuava presente:

O Papa Francisco preparou uma pesquisa mundial para todos os católicos do mundo [sic: a todos los católicos del mundo] que, segundo o Annuarium Statisticum, são no total 1,214 bilhão [1214 millones].

Ora, a notícia fazia questão de informar o número de católicos atualmente existentes no mundo, o que era um indicativo bastante claro de que seriam todos estes, afinal de contas, os destinatários da pesquisa! O que continuava me parecendo totalmente nonsense.

Fui procurar. Na verdade, trata-se de um procedimento absolutamente normal para a preparação das assembléias do Sínodo dos Bispos: estas reuniões são precedidas por um Instrumentum Laboris elaborado a partir de – entre outras coisas – consultas enviadas às Conferências Episcopais a respeito do tema sobre o qual o Sínodo se vai debruçar. Por exemplo, o último Sínodo dos Bispos, de 2012, dizia o seguinte em seu Instrumentum Laboris (grifos meus):

[1.] Com o intuito de facilitar a preparação específica deste evento foram preparados os Lineamenta. Aos Lineamenta e aos questionários responderam as Conferências Episcopais, os Sínodos dos Bispos das Igrejas Católicas Orientais sui iuris, os Dicastérios da Cúria romana e da União dos Superiores Gerais. Acresce também as observações de Bispos, sacerdotes, membros de institutos de vida consagrada, leigos, associações e movimentos eclesiais. Um processo de preparação muito participado que confirma quanto este tema escolhido pelo Santo Padre está no coração dos cristãos e da Igreja hodierna. Todos os pareceres e as reflexões alcançadas foram recolhidas e sintetizadas neste Instrumentum laboris.

Ou seja, não se trata de nenhum “questionário inédito”, uma vez que este é o procedimento padrão universalmente adotado na preparação das Assembléias do Sínodo dos Bispos. A menos, é claro, que o “ineditismo” aqui se refira ao conteúdo da pesquisa – afirmação que é uma verdadeira platitude, uma vez que as perguntas são tão “inéditas” quanto é a primeira vez que o Sínodo se reúne pra tratar deste tema específico…

O documento de preparação pode ser encontrado em português aqui. Ele consta de uma introdução e do questionário. São diversas perguntas, algumas das quais muito interessantes, como por exemplo:

  • Em que medida – e em particular sob que aspectos – este ensinamento [da Bíblia, da “Gaudium et spes”, da “Familiaris consortio” e de outros documentos do Magistério pós-conciliar sobre o valor da família segundo a Igreja católica] é realmente conhecido, aceite, rejeitado e/ou criticado nos ambientes extra-eclesiais? Quais são os fatores culturais que impedem a plena aceitação do ensinamento da Igreja sobre a família?
  • Como é contestada, na prática e na teoria, a lei natural sobre a união entre o homem e a mulher, em vista da formação de uma família? Como é proposta e aprofundada nos organismos civis e eclesiais?
  • Em todos estes casos [convivência ad experimentum; uniões livres de facto, sem o reconhecimento religioso nem civil; os separados e os divorciados recasados]: como vivem os batizados a sua irregularidade? Estão conscientes da mesma? Simplesmente manifestam indiferença? Sentem-se marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os sacramentos?
  • Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em conformidade com este tipo de união [homossexual]?
  • No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é necessário comportar-se pastoralmente, em vista da transmissão da fé?
  • Qual é o conhecimento real que os cristãos têm da doutrina da Humanae vitae a respeito da paternidade responsável? Que consciência têm da avaliação moral dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos? Que aprofundamentos poderiam ser sugeridos a respeito desta matéria, sob o ponto de vista pastoral?
  • Como promover uma mentalidade mais aberta à natalidade? Como favorecer o aumento dos nascimentos?
  • Em que medida as crises de fé, pelas quais as pessoas podem atravessar, incidem sobre a vida familiar?

Trata-se de perguntas pertinentes e incômodas; fico imaginando a cara de certos prelados brasileiros quando, por exemplo, forem responder sobre «[c]omo favorecer o aumento dos nascimentos» em suas dioceses…

São perguntas que delineiam de forma bastante clara a tônica das discussões das quais será palco a Cidade Eterna no ano que vem. Muito bem elaboradas, cirúrgicas até, sem dar margens para tergiversações. Excelentes.

No entanto, como não poderia deixar de ser, há os espíritos de porco. Por exemplo, o Janer Cristaldo expôs sobre o assunto esta boçalíssima análise:

É a Igreja sondando seus bispos para ver se pode ampliar o rebanho sem causar muitos estragos na instituição. A interdição ao homossexualismo não é dogma. Dogmas só tratam de questões de fé. Ocorre que faz parte da doutrina da Igreja, uma doutrina tão sólida quanto os dogmas. Não seria de espantar que, num esforço insólito de “aggiornamento” – e de ampliação de mercado – a Santa Madre desse o salto inesperado.

“Esqueceu-se” apenas o articulista de que a Igreja é infalível em Fé e em Moral e, portanto, a interdição aos atos de homossexualismo é tão irreformável quanto a crença «na ressurreição do Cristo, na virgindade de Maria e no deus três-em-um». Simplesmente não há “aggiornamento” possível aqui, e nem se pode compreender sob qual lógica uma pergunta sobre «atenção pastoral» aos homossexuais poderia indicar uma “abertura” da Igreja ao homossexualismo que não fosse imediatamente fechada por outra pergunta sobre o aprofundamento da «lei natural sobre a união entre o homem e a mulher (…) nos organismos civis e eclesiais». A superficialidade desta análise seletiva do Cristaldo chega a ser deprimente.

Se ainda fosse possível haver alguma dúvida sobre o objetivo deste documento preparatório, a sua apresentação feita pelo Cardeal Erdö exorcizaria definitivamente qualquer espírito de confusão. O prelado explica com todas as letras; nele,

a família aparece como uma realidade que desce da vontade do Criador e constitui uma realidade social. Portanto, não é uma mera invenção da sociedade humana, muito menos de qualquer poder puramente humano, mas sim uma realidade natural, que foi elevada por Cristo Nosso Senhor no contexto da Graça divina… O documento, assim como a própria Igreja, une estritamente a problemática da Família com a do Matrimônio.

E o arcebispo Bruno Forte arremata, citando João XXIII:

Não se trata, em definitivo, de debater assuntos de doutrina, em outras partes já explicados pelo Magistério recente… O convite que se faz a toda a Igreja é o de escutar os problemas e expectativas que estão vivendo hoje em dia tantas famílias, mostrar-se próxima delas e oferecer-lhes de forma crível a misericórdia de Deus e a beleza da resposta ao Seu chamado.

É este e não outro o caminho da Igreja de todos os séculos, é este e não outro o caminho da Igreja de hoje. Rezemos pela próxima Assembléia Extraordinária do Sínodo dos Bispos! Que ela possa ajudar a luz de Cristo a resplandecer com renovado fulgor; que possa fazer a beleza da resposta ao chamado de Deus ser apresentada aos homens modernos em toda a sua formosura.

Apoio Episcopal ao filme «Blood Money»: Dom Fernando Saburido

O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, está empenhado na divulgação do documentário «Blood Money» sobre o qual já falamos aqui. Sua Excelência enviou uma circular a toda a Arquidiocese informando sobre o filme e instruindo os leigos a «motivar o povo de Deus a assistir ao filme e divulgá-lo». Não deixemos de fazer a nossa parte para que esta produção chegue ao conhecimento do maior número possível de pessoas.

O documento segue abaixo (clique nele – ou aqui – para fazer o download de sua versão em .pdf).

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Destrinchando a polêmica sobre a psiquiatria e a pedofilia enquanto «orientação sexual»

A polêmica do dia é esta: Psiquiatras dos EUA aceitam pedofilia como “orientação sexual”. O assunto está correndo a internet. O Constantino também comentou. Parece por demais escancarado para ser verdade. Afinal, do que se trata?

Li o seguinte na ACI Digital:

A Associação Americana de Psiquiatria dos Estados Unidos (APA, por suas siglas em inglês) aceitou dentro da quinta edição do seu Manual de Diagnóstico e Estatística das Desordens Mentais a “orientação sexual pedofílica”, e a diferenciou da “desordem pedofílica”.

Fui procurar. O tal Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders existe. A sua quinta edição foi de fato recém-lançada. Trata-se realmente de um texto de referência da American Psychiatric Association.

Não tive acesso à íntegra do manual na internet, mas encontrei (no site oficial do DSM-5) um documento falando sobre parafilias na nova versão. Lá é realmente dito que a quinta edição do livro traçou uma linha separativa entre comportamento humano atípico e comportamento que causa angústia mental [mental distress] para o indivíduo ou faz com que ele seja uma ameaça séria ao bem-estar físico e psicológico de terceiros. E estabeleceu a diferença entre o comportamento atípico e a doença (possivelmente) decorrente dele:

É uma diferença sutil mas crucial, que torna possível a um indivíduo envolver-se consensualmente em comportamentos sexuais atípicos sem ser inapropriadamente rotulado com um distúrbio mental. Com esta revisão, DSM-5 claramente distingue entre interesses sexuais atípicos e distúrbios mentais envolvendo estes desejos ou comportamentos.

[It is a subtle but crucial difference that makes it possible for an individual to engage in consensual atypical sexual behavior without inappropriately being labeled with a mental disorder. With this revision, DSM-5 clearly distinguishes between atypical sexual interests and mental disorders involving these desires or behaviors.]

E aí começou a brincadeira: masoquismo sexual virou “distúrbio sexual masoquista”, fetichismo virou “distúrbio fetichista”, etc. Finalmente chegamos à cereja do bolo: o que era simplesmente pedofilia (pedophilia) virou “distúrbio pedofílico” (pedophilic disorder).

À primeira vista, portanto, vale tudo o que foi dito acima: a “sutil” mudança objetivava distinguir o comportamento do distúrbio, tornando assim possível a existência de um «desejo ou comportamento» pedofílico que não fosse intrinsecamente doentio. Porém, contudo, todavia, o mesmo documento dedica o parágrafo final a este espinhoso caso, explicando o seguinte:

No caso do distúrbio pedofílico, o detalhe (sic) notável é o que não foi revisado no novo manual. Embora tenham sido discutidas propostas durante o processo de elaboração do DSM-5, os critérios diagnósticos terminaram permanecendo os mesmos do DSM-IV TR. Apenas o nome do distúrbio será mudado de pedofilia para distúrbio pedofílico, a fim de manter a consistência com [a nomenclatura adotada n]os outros itens do capítulo.

[In the case of pedophilic disorder, the notable detail is what wasn’t revised in the new manual. Although proposals were discussed throughout the DSM-5 development process, diagnostic criteria ultimately remained the same as in DSM-IV TR. Only the disorder name will be changed from pedophilia to pedophilic disorder to maintain consistency with the chapter’s other listings.]

Note-se, portanto, a gambiarra: fez-se uma revisão completa no conceito de parafilias, a fim de distinguir entre o “comportamento atípico” e o distúrbio que o envolve. Para expressar essa mudança conceitual, adotou-se uma nova terminologia, transformando a “parafilia X” no “distúrbio X-parafílico”. Única e exclusivamente no caso da pedofilia, mantiveram-se os critérios de diagnóstico da versão anterior (i.e., para ela não vale a distinção recém-introduzida). No entanto, para manter uma nomenclatura padrão, alterou-se o nome da doença de “pedofilia” simpliciter para “distúrbio pedofílico”. Ao contrário de todos os outros casos, aqui esta nova terminologia não significa uma mudança conceitual no distúrbio psicológico.

A emenda saiu pior do que o soneto. É bastante óbvio que se vai questionar este tratamento diferenciado, feito sem o menor rigor científico. Ou pior, estas notas de rodapé serão facilmente ignoradas quando as pessoas começarem a citar e a usar somente a nova nomenclatura, havendo já introjetado a razão da mudança. No fundo, esta tentativa de salvar a credibilidade da psiquiatria ficou patética, e não terá força alguma para conter a revolução moral que já há décadas se lança impetuosa contra o que resta de bom senso na civilização ocidental. A APA não reclassificou a pedofilia como uma “orientação sexual”, mas deu todas as ferramentas para que isso – por engano ou má fé – doravante possa ser facilmente feito.

“Meu pudor está acima do dinheiro e do meu sonho”

Bastante educativa esta história de uma jovem cantora italiana! Ela tem dezoito anos e fora escalada para o papel principal em um musical de David Zard, «tal vez el mayor productor musical italiano». María Luce Gamboni seria a disputadíssima Julieta no spettacolo  «Romeo & Giulietta – Ama e cambia il mondo». Seria. Porque declinou o convite.

O motivo? Havia no espetáculo uma cena de semi-nudez. Em um dado momento, Julieta teria que se apresentar usando uma roupa transparente. Rapidamente a jovem María Luce chamou o produtor e lhe disse para procurar outra protagonista. Não quis sequer negociar, como se estivesse profundamente ofendida com a proposta indecorosa que lhe fora feita.

[P.S.: na verdade, ao que parece ela tentou negociar sim. O original em italiano diz que [l]a protagonista mancata ha chiesto alla regia di potere almeno mettersi le mutande e il reggiseno. Ma la risposta è stata perentoria: o nuda o chiamiamo qualcun altro. E lei ha detto: chiamate qualcun altro, «perché al denaro e al mio sogno ho preferito il mio pudore». Embora «mancata ha chiesto» possa realmente significar “não pediu” (e esta seja a primeira tradução do Google Translate), o verbo mancare significa também “não conseguir”, “não obter êxito” – e este sentido traduz melhor o período, que ficaria assim: a protagonista não obteve êxito em pedir ao diretor que a deixasse ao menos colocar [por baixo] a calcinha e o sutiã. A resposta [do diretor] foi peremptória: ou nua, ou chamamos outra. E ela [então] disse: [pois] chame outra, «porque ao dinheiro e ao meu sonho eu prefiro o meu pudor». O pessoal da Infovaticana melou a tradução e inverteu o sentido da frase ao meter um «[l]a protagonista principal no pidió al director poder usar por lo menos alguna ropa interior» na matéria. Traduttore, traditore: mais uma vez o adágio popular mostra por que existe. Em todo caso, é verdade que María Luce, diante da intransigência do diretor, abriu mão do papel e o mandou procurar outra cantora.]

«Por encima del dinero y de mi sueño yo prefiero mi pudor», disse a jovem. E disse ainda uma outra verdade bastante esquecida nestes tempos em que a imodéstia dos espetáculos já se transformou em coisa tão banal e corriqueira que ninguém se preocupa em questionar mais: «el canto es una cosa, despojarse de la ropa, es otra».

A história me lembrou um outro desabafo que eu publiquei certa feita aqui no Deus lo Vult!, há mais de cinco anos já. Foi quando o brasileiro Pedro Cardoso disse que os atores eram obrigados a fazer pornografia. As palavras – atualíssimas – dele foram as seguintes:

O personagem é justamente algo que o ator veste. Ao despir-se do figurino, o ator despe-se também do personagem, e resta ele mesmo, apenas ele e sua nudez pessoal e intransferível.

E isto não é exatamente o ponto fulcral da queixa de María Luce? Ora, cantar é uma coisa, e ficar nua é outra coisa completamente diferente! A voz de uma jovem cantora não é melhor apreciada quando ela tira a roupa, muito pelo contrário. O mais provável é que a atenção seja atraída para o corpo desnudo e, diante dele, a beleza do canto passe despercebida. E a jovem italiana quer ser apreciada pelo talento que tem, e não pelos dotes físicos com os quais a natureza a agraciou.

Porque isto não deixa de ser uma forma de apelação desnecessária, de coisificação da mulher – vista como um objeto sexual -, de sacrifício da arte nos altares da pornografia “soft”, de erotismo descabido, de vulgaridade dispensável. Ora, o que importa o corpo da jovem Giulietta – ou, melhor dizendo, o corpo da jovem cantora que a está representando, uma vez que despir-se do figurino é despir-se também do personagem – para a peça? Trata-se de um musical, e não de um ensaio fotográfico erótico!

É triste se deparar com um meio artístico tão erotizado assim. Mas é ao mesmo tempo reconfortante ver que uma jovem ainda é capaz de perceber o descabimento de certas exigências artísticas. E ainda é capaz de dizer “não”. E de nos ensinar que há coisas mais importantes do que o sucesso. De nos ensinar que a realização pessoal não passa necessariamente pela fama, mas sim pela coerência com os próprios valores. Que o «pudor» – esta palavra que está tão fora de moda… – ainda é mais valioso do que o dinheiro.

Documentário «Blood Money» estréia no Brasil

Não deixem de assistir o documento Blood Money – Aborto Legalizado”, que estréia no Brasil no próximo dia 15 de novembro.

http://www.youtube.com/watch?v=Z4I8FDuRBjk

Após o lançamento em São Paulo, têm início roadshows de pré-estreias, incluindo o Rio de Janeiro (6), Goiânia (7), Brasília (8), Belém (9), Curitiba (11), Salvador (12), Recife (13) e Fortaleza (14). Nestas cidades, Kyle [o diretor] falará de sua primeira incursão no cinema com esse documentário polêmico, que está se tornando um cult pelo realismo e crueza com que trata o tema e pelas denúncias que faz. O filme de 75’ entra em cartaz nos cinemas a partir de 15 de novembro.

O Blog da Vida também falou sobre o filme, acrescentando que ele «trata do funcionamento da indústria criada em torno do lucrativo negócio das clínicas de aborto, mostra[ndo] de que forma as estruturas médicas disputam sua clientela e quais os métodos aplicados pelas clínicas para realização de cirurgias abortivas».

bloodmoney

É uma oportunidade ímpar. Não deixem de assistir!

Ficha Técnica:

  • Produção Executiva: John Zipp;
  • Produção: David K. Kyle, John Zipp;
  • Roteiro e Direção: David K. Kyle;
  • Montagem: Roman Jaquez e Steve Taylor;
  • Direção de Fotografia: Jeff Butler;
  • Trilha Original: John Wenger;
  • Cinegrafistas: Jeff Butler, Nick Kyle, Chris Kyle, Ken Biles, Peter Shinn.

Notícias de um mundo enlouquecido

Essas duas notícias não são de hoje, mas valem uma meditação.

Primeiro, uma garota belga foi mutilada e posteriormente assassinada, sem que isso provocasse a menor comoção social. Ao contrário, louvaram esta barbaridade como se fosse um avanço dos direitos humanos e um respeito às liberdades individuais.

A garota – R.I.P. – chamava-se Nancy. Entre 2009 e 2012, teve os seus seios arrancados e seus órgãos genitais destruídos. Vivendo infeliz e sentindo «aversão» pelo seu corpo, foi depois friamente assassinada na presença de várias pessoas.

Sádicos psicopatas procurados pela polícia? Que nada! Pessoas que se dizem normais, exercendo o que consideram direitos legais, sob o amparo de uma legislação positiva enlouquecida.

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Segundo, um teólogo ameaça se suicidar. No ápice da sua decadência, Hans Küng deseja o «suicídio assistido».

Ele tem Parkinson avançado. A degeneração moral do velho modernista atingiu o paroxismo. Tanto chafurdou na lama que desaprendeu a olhar para o Céu. Cego dos olhos da alma há muito tempo, ameaça procurar uma «clínica» (sic) onde se matam pessoas caso perca a visão dos olhos do corpo.

Loquaz exemplo do quanto é possível cair quando se afasta da Fé! Rezemos pelos desesperados. E vigiemos. Que nos livre Deus do desespero.