O desespero dos abortistas

Na tentativa de minimizar a importância que tem a anencéfala Marcela de Jesus na atual discussão do STF sobre o assassinato de crianças deficientes, a mídia detonou a mais nova bomba sobre o assunto: “Não há dúvida, Marcela não era anencéfala”, noticia o ESTADAO. A mesma notícia é ecoada pelo A CIDADE, de Ribeirão Preto. Levantam-se em uníssono os jornais para atacar a pobre criança recém-falecida (cuja morte, aliás, chegou a ser comemorada em fóruns da internet).

Acontece que, na verdade, a “bomba” não é tão nova assim. Em novembro de 2007, o ESTADAO já havia anunciado que a menina “não era anencéfala”. À época, sobrou até para a Igreja:

“Até que enfim reconheceram que não é anencefalia. Nos casos clássicos, o bebê nasce com estruturas do cérebro expostas, sem membrana, nada, o que impede que sobreviva. O diagnóstico foi uma atitude política, que não visou à informação adequada, mas atender a interesses da Igreja de dizer que é possível que um anencéfalo sobreviva e que não se deve fazer aborto”, afirmou o coordenador do Programa de Medicina Fetal e Imunologia da Reprodução da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ricardo Barini.

No entanto, uma semana depois, a FOLHA publicava uma reportagem segundo a qual, para oito de nove especialistas consultados, a menina era anencéfala sim:

Marcela de Jesus, o bebê de Patrocínio Paulista que completou um ano anteontem, é mesmo anencéfala. É o que dizem oito de nove médicos de diversas especialidades ouvidos pela Folha após terem acesso ao laudo e às imagens da ressonância magnética feita na menina na semana passada.

E aí? Era, ou não era? Na verdade, a pergunta é um sofisma e não tem nenhuma relevância para o assunto ora em discussão.

Em primeiro lugar, porque pode até ser válido, do ponto de vista acadêmico, enriquecer a literatura médica com as diferenças entre “anencefalia”, “merocrania” e até (meu Deus!) “microcefalia”; mas na prática isso tem bem pouca influência, porque, se no caso de Marcela foi necessário (pelo menos) um ano para que se começasse a questionar o diagnóstico original, quais as probabilidades de que um diagnóstico pré-natal seja preciso o suficiente a ponto de distinguir um caso do outro? Oras, se não dá para diferenciar, nos exames pré-natais, se a criança é anencéfala, “merocraníaca” ou “microcéfala”, que relevância tem esta distinção bizantina na discussão do Supremo Tribunal Federal? Nenhuma.

Em segundo lugar, porque é muito conveniente a fala do sr. Heverton Petterson, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Fetal, o questionador do diagnóstico de anencefalia de Marcela e que deve ter falado hoje na segunda audiência pública do Supremo sobre o aborto de anencéfalos:

O que aconteceu com esse caso para que até vários médicos afirmassem que ela era anencéfala?

O que aconteceu é compreensível. Poucos especialistas tiveram acesso ao exames feitos por essa garota e nenhum chegou a vê-la. Muitos viram só a fotografia de frente dela, e o rosto era semelhante a de uma anencéfala, mas esse aspecto é provocado por uma série de outras anomalias, cada uma com um prognóstico diferente. Somente no exame você enxerga claramente que não se trata de um caso de anencefalia, que é a ausência de hemisférios cerebrais, de cerebelo e de mesencéfalo. No caso dela, a tomografia mostra que há tronco cerebral, mesencéfalo e parte do hemisfério cerebral. Há desenvolvimento do cérebro, só que incompleto. Portanto, não há dúvida. Não é nenhuma surpresa ela ter sobrevivido por 1 ano e 8 meses. Ela não era anencéfala.
[in “Não há dúvida, Marcela não era anencéfala”, ESTADAO 26/08/2008, grifos meus]

Quanto ao primeiro grifo, eu saliento que “poucos especialistas tiveram acesso ao[s] exames” porque não quiseram ter. Quando Marcela completou um ano de vida, A CIDADE noticiou:

A pediatra [Márcia Bear] revelou que nunca existiu interesse de grandes hospitais ou médicos especialistas em acompanhar o caso de Marcela.
“E de certa forma isso é explicável. Não existe medicação ou tratamento para a doença de Marcela. A única coisa que temos a fazer é dar a ela qualidade de vida. É o que temos feito”, disse.
Márcia Bear contou que apenas uma pessoa, o professor Okomura, um cirurgião aposentado da USP, residente em São Paulo, se interessou pelo caso da menina. Eles esteve duas vezes em Patrocínio Paulista.

Quanto ao segundo grifo, ele corrobora o que eu disse acima: se é “somente no exame” (o “exame” é a tomografia realizada quando a menina tinha quase um ano) que se pode enxergar claramente que a garota não é anencéfala, esta distinção é irrelevante para a presente discussão sobre a permissão de aborto (que pressupõe um feto, no ventre da mãe, sem a tomografia – realizada um ano depois – necessária para identificar as nuances técnicas das diferentes patologias) para bebês anencéfalos, e tenciona tão-somente confundir a população. Marcela de Jesus poderia ter sido abortada? SIM.

Por fim, em terceiro lugar, são palavras do sr. Thomas Gollop (o da “merocrania” – grifos meus):

Gollop afirma que há apenas dez casos descritos de merocrania na literatura médica. E que se trata de um diagnóstico que também caracteriza a morte cerebral – apesar de, por causa da presença dessa membrana, o feto poder ter uma sobrevida vegetativa.

Ou seja: para estes especialistas, tanto faz se a garota era anencéfala ou qualquer outra coisa. Em qualquer caso, ela tinha “morte cerebral”, era um estorvo, um peso morto, uma vida inútil, uma aberração que não merece a proteção do Estado. Todavia, a despeito dos especialistas, Marcela de Jesus viveu um ano e oito meses. E a importância deste fato está – desesperadamente – sendo diminuída. Marcela viveu! Que a população brasileira conheça a história de Marcelinha, para que possam, assim, ver a maldade intrínseca que escorre desta discussão toda sobre a possibilidade de se assassinarem crianças deficientes.

Sugestão de leituras:
Marcela: uma estrela do Céu, por pe. Lodi
O aborto e a teologia achada na sarjeta, por Reinaldo Azevedo

O mistério das vacinas

Desde a primeira vez que tomei conhecimento do assunto, sustentei que provavelmente era HOAX. Contudo, a cada dia, o (provável) hoax parece estar mais elaborado.

Primeiro, por causa do Requerimento de Informação que o ministro Miguel Martini apresentou. Ainda não sei se houve alguma resposta do Ministro do Ataúde, mas o ato oficial deu visibilidade ao assunto e fez com que muita gente o reproduzisse (a internet tá cheia de exemplos).

Segundo, porque as pessoas parecem estar realmente preocupadas com o assunto e estão aparentemente seguindo uma política tipo – mutatis mutandisaposta de Pascal: “se for verdade e eu me vacinar vai ser terrível, se for mentira e eu deixar de me vacinar, perco muito pouca coisa”. O vacinômetro do site oficial da campanha, no vermelho, revela isso. Não posso deixar de dar razão a este tipo de raciocínio.

Terceiro, porque existe uma pergunta que eu não consigo responder: afinal, a quem interessa a propagação da mentira? Não consigo pensar em absolutamente ninguém, salvo a existência de algum “cavaleiro do Caos” estilo Coringa, hipótese que acho pouco provável – já que, afinal, são os pró-vida de diversos lugares que advogam a favor do risco de esterilização com a vacina.

Quarto, por causa da enorme quantidade de material de diversos lugares a favor da tese de que é possível, sim, haver alguma coisa errada com as campanhas de vacinação. Basta ver os comentários aqui mesmo, nos posts sobre o assunto. Em particular, um representante da Human Life International diz, num artigo a mim sugerido entre os comentários que recebi, o seguinte:

Confronted with the results of  laboratory tests which detected its presence in three of the four vials of tetanus toxoid examined, the WHO and DOH scoffed  at the evidence coming from “right-to-life and Catholic” sources. Four new vials of the tetanus vaccine were submitted by  DOH to St. Luke’s (Lutheran) Medical Center in Manila — and all four vials tested positive for hCG!
[Confrontados com os resultados dos testes em laboratório que detectaram sua presença [do anti-hCG] em três das quatro ampolas de vacina contra o tétano examinadas, a OMS e o Departamento de Saúde das Filipinas debocharam das evidências que vinham de fontes “pró-vida e católicas”. Quatro novas ampolas da vacina foram enviadas pelo Departamento de Saúde para o Centro Médico St. Luke’s (Luterano) em Manila – e todas as quatro deram positivo no teste para hCG!tradução livre]

Quinto, por causa de algumas informações desconcertantes que tenho recebido por email (de fontes idôneas e, pelo menos, merecedoras de um pouco de crédito – os nomes e lugares estão alterados):

Em 01/08/2008, eu havia encaminhado o e-mail abaixo [sobre vacinas produzidas na Índia a partir de fetos abortados] para FULANA que é chefe da farmácia do Posto de Saúde de TAL LUGAR. (…) No dia 09/08/2008, você encaminhou e-mail sobre a vacina de rubéola e eu encaminhei cópia para FULANA. Eu liguei para FULANA e ela confirmou que as vacinas são da Índia, e confirmou também que são exatamente as vacinas de aborto, pois ela viu na bula que é a vacina RA273.

Sem querer aumentar o alarmismo, mas já o tornando quase insuportável, ouvi ontem de uma médica que trabalha no TAL LUGAR que é isso mesmo e não tem novidade. Anos atrás, por determinação da direção do hospital, todas as mulheres que passavam por exame ginecológico teriam recebido dose dessa mesmíssima vacina indiana.

Intrigada, foi questionar a razão para a medida e ouviu como resposta que tratava-se, realmente, de um programa de controle de natalidade, mas que não era divulgado para não causar polêmica.

Segundo a médica, que é ginecologista, o número de mulheres inférteis ou com problemas para engravidar cresceu consideravelmente após essa medida.

Ainda, disse-me ela, outra orientação do hospital era para que se realizasse laqueaduras nas parturientes, sem que essas soubessem, especialmente nas “nordestinas” que engravidavam que nem coelhos.

Aterrorizado, indaguei por que ela continuava trabalhando por lá e por que não denunciava tudo isso. Respondeu-me, como era esperado, que precisava “ganhar a vida” e que se um dia fosse obrigada a falar oficialmente sobre isso, negaria tudo. E termina tentando fazer piada: – Acordo toda manhã e vou trabalhar no TAL LUGAR.

Sexto, porque eu não posso deixar de concordar que existe uma tremenda desproporcionalidade na campanha – Por causa de somente 17 casos de rubéola em bebês em gestação por ano, o Ministério da Saúde quer a vacinação de 70 milhões de brasileiros, mesmo em quem já teve a doença e em que já foi vacinado (Min. Martini, RI 3321/2008) – que é-me completamente inexplicável.

Sétimo, porque tem gente séria e bem conhecida – como o Heitor de Paola e a Graça Salgueiro – estudando mais a fundo o assunto e apresentando, como resultado preliminar, que há indícios de que as vacinas têm, sim, um objetivo esterilizante e de controle populacional.

Em suma… os fatos de que eu tenho conhecimento, até o momento, são estes. É forçoso reconhecer que, ao lado dos argumentos contra a tese, há fortes indícios de que alguma coisa não está muito bem explicada. Enquanto isto, é bem provável que o vacinômetro continue no vermelho…

STF – A grande farsa continua

Após o escandaloso jogo de cartas marcadas de três meses atrás, o Supremo Tribunal Federal deu início ontem a mais uma farsa grotesca na qual a vítima é a vida humana indefesa. A primeira audiência pública (de três que estão agendadas) sobre se deve ou não o Estado permitir o assassinato covarde e brutal de crianças deficientes foi bem reveladora.

Primeiro fato: os delinqüentes que fazem parte do STF não estão nem aí para essas audiências públicas, pois têm já bem formados os seus preconceitos e opiniões estúpidas: apenas cumprem uma agenda para enganar a população e parecer que o assunto está sendo realmente discutido com a seriedade que deveria. A prova disso é que, dos onze retardados que fazem parte do STF, apenas um deles – o ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo – esteve presente à audiência pública de ontem. E o único ministro presente, sendo precisamente o relator do processo que autoriza a chacina eugênica, tem as suas próprias convicções que independem de quantas audiências públicas aconteçam nesta Terra de Santa Cruz.

Pois é o mesmo Marco Mello a dizer (TERRA):

O Supremo está atento às diversas óticas, mas decidirá acima de tudo sob o ângulo constitucional, tornando prevalecente a Constituição Federal, que a todos, indistintamente, submete.

E todo mundo já sabe que decidir “sob o ângulo constitucional” é um código que significa terem os semi-deuses do STF poder (auto-atribuído) para decidir o que é constitucional e o que não é, e o cretino viés da Casa da Mãe Joana Federal já foi exaustivamente demonstrado no primeiro capítulo da farsa [a questão das CTEHs] à qual foi submetido o povo brasileiro.

Segundo fato: a convocação de representantes religiosos (quando o assunto não é religioso) tem o objetivo de lançar a infamante pecha de “obscurantista” à questão da defesa da vida das crianças deficientes, como eu já disse aqui, e tem também o objetivo de “minar” a força da posição religiosa através de manifestações contraditórias de religiões distintas, como eu também já disse aqui.

Para ilustrar como o resultado foi bem atingido, veja-se esta manchete do YAHOO: “Religiosos divergem no STF sobre aborto de anencéfalos”. É um prato cheio para os ministros! Agora, além de dizerem que a proibição de se assassinar crianças deficientes indefesas é “obscurantismo religioso”, eles vão poder dizer que, ainda mais, os próprios religiosos divergem entre si! E, como exemplo desta divergência, poderão citar o seguinte “religioso”:

O bispo Carlos Macedo de Oliveira, da Igreja Universal, disse que deveria ser liberada a realização dos abortos. Depois de afirmar que a sociedade é tradicionalmente machista, o bispo defendeu que as mulheres têm o direito de decidir se querem ou não abortar um feto.

Vergonha e escândalo para o cristianismo ter o seu nome utilizado por esta laia de gente!

Terceiro fato: Marcela de Jesus é, definitivamente, a chave da questão. A criança realmente incomoda. A pequena guerreira – anencéfala – que viveu providencialmente durante um ano e oito meses (e, estou convencido, só não viveu mais propter peccata nostra) é o verdadeiro flagelo dos abortistas, o argumento factual, do qual todos os defensores do assassinato sistemático de crianças fogem como o diabo foge da cruz.

Os parentes de Marcela não foram convidados, mas dona Cacilda – a mãe da menina – estava lá:

A mãe da menina, Cacilda Ferreira, estava no STF, assistiu a toda a audiência e tirou fotografias com religiosos favoráveis à manutenção da gravidez nesses casos. [YAHOO]

Isso mostra quem realmente se importa com a questão. Não são os ministros do Supremo que nem sequer estavam lá, mas sim a mãe de uma menina com anencefalia que, sem ser convidada, apresentou-se. Salomão descobriu certa vez quem era a mãe verdadeira de uma criança ao mandar cortar o bebê no meio e identificar qual das duas pretendentes se importava realmente com ele (cf. 1Rs 3, 16-28). Quem verdadeiramente se importa com esta questão não são os ministros ausentes, e sim uma mãe que estava lá. Olhemos para isto, a fim de que possamos julgar com clareza qual das duas partes litigantes está do lado da verdade.

Sugestão de leituras:

André Petry, o ardiloso
Direitos dos fetos anencéfalos [FOLHA de ontem – versão para não assinantes]

Justiça feita contra a Playboy

Mais uma boa notícia: como comentei aqui en passant há alguns dias, uma senhora chamada Carol Castro havia pousado nua para a Playboy segurando um terço. A agressão barata, graças a Deus, não ficou impune. Como informa O GLOBO, “o juiz Oswaldo Freixinho, da 29ª Vara Cível do Rio, proibiu a Editora Abril de mandar para as bancas novas revistas com esta foto específica de Carol Castro”.

Um dos responsáveis pela ação foi o padre Lodi:

A ação foi pedida em conjunto pelo Instituto Juventude Pela Vida, do Rio e pelo padre Lodi, de Goiás, representados pelos advogados Renato Beneduzi e Ricardo Brajterman.

A editora Abril disse que ainda não havia sido informada da decisão do juiz e que a edição da revista só sairia das bancas no dia 09 de setembro. No entanto, o sr. Brajterman disse que “[o] mandado de citação sai nesta terça-feira. A Editora Abril tem 72 horas para cumpri-lo, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento”.

Melhor ainda: conforme foi noticiado n’O Fuxico, a determinação do juiz é que “a Editora Abril fica proibida de realizar ensaios, com quaisquer modelos, utilizando motivos religiosos”. Ou seja: elimina-se não somente a blasfêmia atual, mas afirma-se claramente que a Editora não tem direito à blasfêmia e a ofender a religião das outras pessoas! Deo Gratias.

Ainda n’O Fuxico, o advogado diz que “a intenção não é retirar a revista das bancas”. Ou seja: está proibida a editora de imprimir novas tiragens da revista, mas não é obrigada a recolher as que já existem. No entanto, é já uma grande vitória!

A atriz – que se justificou dizendo estar representando uma personagem de Jorge Amado – afirmou ainda:

Tive uma criação católica. Peço desculpas se ofendi alguém.

Seria interessante saber que tipo de “criação católica” teve esta menina, que lhe ensinou não só poder ela posar nua, como ainda fazê-lo utilizando objetos religiosos. Haja confusão. Graças a Deus que eu não tive esta criação católica…

Cancelado concurso de beleza para freiras

Com imensa alegria, descobri que o padre italiano Antonio Rungi cancelou o concurso de beleza para freiras que havia idealizado. De acordo com a notícia publicada pelo YAHOO,

[o] sacerdote explicou hoje que decidiu cancelar a iniciativa ao considerar que foi “mal interpretada”, pois seu objetivo era só “contar, através da internet, a vida nos conventos e os relatos mais belos da vida das religiosas”.

Oras, isto, absolutamente, não é o que foi noticiado! E, data vênia, se o objetivo fosse tão inofensivo assim, por que a decisão de cancelar o concurso? No blog do padre, ele diz que o seu intuito é dar maior atenção ao modo de vida das freiras, e diz que os conventos italianos estão morrendo por falta de vocações. A intenção sem dúvidas é nobilíssima, mas… um concurso de beleza, francamente! É precisamente por esta “mundanização” do modo de vida das freiras que os conventos estão agonizando com faltas de vocações. Retornem à espiritualidade religiosa tradicional, e as vocações irão de novo florescer; afinal, uma árvore que se separe de suas raízes em vão vai tentar dar frutos.

A Igreja e a homossexualidade

Num livro recente, “Goodbye, good men”, o repórter americano Michael S. Rose mostra que há três décadas organizações gays dos EUA vêm colocando gente sua nos departamentos de psicologia dos seminários para dificultar a entrada de postulantes vocacionalmente dotados e forçar o ingresso maciço de homossexuais no clero. Nos principais seminários a propaganda do homossexualismo tornou-se ostensiva e estudantes heterossexuais foram forçados por seus superiores a submeter-se a condutas homossexuais.

[…]

Não tenham dúvida: a Igreja é acusada e humilhada porque está inocente. Seus detratores a acusam porque são eles próprios os culpados.
[Olavo de Carvalho, Cem anos de pedofilia]

Não pode a árvore má dar bons frutos, disse Nosso Senhor no Evangelho (cf. Mt 7, 17-18; Lc 6, 43). Isto posto, são absolutamente incompreensíveis e fatalmente destinadas ao fracasso quaisquer tentativas de se integrar o homossexualismo (refiro-me às “práticas homossexuais”, aos “atos homossexuais”) a qualquer sociedade organizada, seja ela o Estado, seja a Igreja. Os pecados homossexuais, ensina o catecismo, bradam ao céu por vingança (CIC 1867peccata quae ad coelum clamant) e o desleixo ou a conivência para com estes crimes gravíssimos não poderão obter senão o justo castigo dos Céus.

Esta verdade pôde ser observada à risca nos escândalos envolvendo uma parte do clero americano, que até hoje são uma dolorosa chaga no Corpo Místico de Cristo e os inimigos da Igreja de todos os naipes utilizam para cuspir-Lhe na Face. O problema foi denunciado pelo repórter americano Michael Rose, em seu livro Goodbye, Good Men [disponível parcialmente no google books, a $18,45 na amazon e com uma resenha – que recomendo com ressalvas – escrita na Montfort]. A acusação – gravíssima – é a de que organizações gayzistas americanas infiltraram-se nos seminários católicos para garantir a presença de homossexuais entre os futuros sacerdotes, ao mesmo tempo em que tentavam escorraçar as pessoas que tinham realmente vocação sacerdotal. Um pecado desta magnitude não poderia ficar impune e o resultado foi a onda de escândalos sexuais que se abateu sobre a Igreja nos Estados Unidos há alguns anos.

A trágica experiência deveria ao menos servir para recuperar uma saudável intolerância aos sodomitas empedernidos. Note-se bem que – como falei acima – eu distingo (como, aliás, a Igreja também o faz) entre as tendências homossexuais e os pecados homossexuais. Uma coisa é um sujeito que tenha tendências homossexuais e, com o auxílio da graça de Deus, luta todos os dias para vencer as suas más inclinações – este é um santo; outra coisa é um militante gayzista que não quer senão a exaltação do vício contra a natureza e a revogação da Lei de Deus – a este, bem se aplica aquela imprecação do profeta Isaías que diz: “Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce!” (Is 5, 20). É o pecado deste último, e não a má inclinação do primeiro, que brada ao Céu e clama a Deus por vingança.

Não podem os católicos se dobrar diante do politicamente correto e passar a mão na cabeça dos pobres homossexuais vítimas da homofobia dos nossos dias, legado de séculos de injusta discriminação. Não podem eles nem mesmo menosprezar a magnitude desta ofensa a Deus; se houvesse a estratégia gayzista de infiltração nos meios católicos sido imediatamente combatida com a firmeza e a prontidão que a situação exigia, não teríamos tantos inocentes atingidos pelos escândalos e tantas almas afastadas da Santa Igreja.

Importa aprender com os erros. A Congregação para a Educação Católica emitiu, em 2005, uma Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional na qual conclama os responsáveis pelos aspirantes ao sacerdócio para que tenham “um atento discernimento acerca da idoneidade dos candidatos às Ordens sacras, desde a admissão no Seminário até à Ordenação”. É o remédio salutar contra a invasão gayzista, que precisa ser aplicado com zelo e diligência, sem que se subestime o poder dos movimentos gays e sem que se permita a Satanás obscurecer a clareza da doutrina católica sobre o assunto com palavras vãs e nuances inúteis.

É necessário ter atenção. É preciso ser “prudentes como as serpentes” (cf. Mt 10, 16), pois sempre existem aqueles que querem fazer com que as determinações da Igreja sejam letra morta. Em artigo publicado na “Revista de Estudos da Religião”, nº 1 de 2006, o sr. Edênio Valle – da PUC, SP – apresenta a posição da Igreja como uma paulatina “reavaliação da postura ético-teológica a ser adotada em relação à homossexualidade e ante os homossexuais” (p. 155), e prenuncia que a Igreja deve “encontrar formas concretas para um modelo formativo novo e mais correspondente ao que a moral e a ética cristãs exigem hoje da Igreja e da vida religiosa” (p. 183). A escrita suave – sem fazer uma clara apologia ao homossexualismo mas tampouco sem condená-lo – é perigosa, pois a leniência em assunto de tamanha gravidade pode provocar resultados catastróficos no futuro. Que as palavras do Papa sejam seguidas, com firmeza e determinação, a fim de que idéias como as do sr. Valle sejam somente os últimos estertores dos feminários gayzistas moribundos, e sacerdotes realmente vocacionados e bem formados possam surgir para, com a sua vida, oferecer a Deus a repararação devida pelas aberrações produzidas pela investida gayzista contra a Igreja na segunda metade do século XX.

Freiras e concurso de beleza

A graça é falaz e a beleza é vã; a mulher inteligente é a que se deve louvar (Pr 31, 30).

Nos tempos em que a futilidade estética atinge patamares inauditos, um padre italiano tem a idéia genial de fazer um… concurso de beleza para freiras! A notícia saiu em G1 e saiu também no Times Online.

O padre Antonio Rungi tem um blog (que eu não consegui acessar hoje) e promete colocar nele as fotos enviadas pelas “candidatas”, entre as quais os internautas poderão escolher a vencedora do concurso. “Sister Italia 2008” é o nome do concurso, idealizado pelo padre que é… teólogo moral! A partir de setembro, as fotos estarão no site, disponíveis ao escrutínio cibernético.

Diz o padre que o concurso deverá aumentar o número de “vocações”. Livre-nos Deus destas “vocacionadas” sedentas de books de fotos e de passarelas! Precisamos de freiras de verdade, não de modelos vestidas de hábito.

As expectativas do padre são assustadoras:

Segundo Antonio Rungi, as reacções das freiras foram muito boas. “Foram mesmo algumas delas que me sugeriram [o concurso] e muitas já me asseguraram que vão participar”. “Espero que pelo menos um milhar de irmãs me enviem as suas fotos”, indicou. [Quiosque]

Mil freiras interessadas nesta futilidade mundana?! Libera nos Domine! Que o Deus Altíssimo suscite madres superioras que proíbam as suas freiras de participarem desta aberração.

Santa Teresa de Ávila, reformadora do Carmelo,
rogai por nós!

Ainda as vacinas esterilizantes

A questão das vacinas anti-rubéola (supostamente) esterilizantes tem corrido a internet. Já publiquei aqui no Deus lo vult! uma email do sr. Jorge Scala, advogado argentino e professor de bioética conhecido no meio pró-vida – é autor do livro “IPPF – a multinacional da morte” -, no qual ele diz (vide o primeiro link):

[P]ara que realmente una mujer generara esos anticuerpos, se requiere la repetición de las dosis […] con una sóla dosis no sería posible que la mujer genere esos anticuerpos, salvo que la dosis de esa única ingesta sea elevadísima, cosa que no se ha verificado en ninguno de los análisis bioquímicos que se hicieron.

Um amigo meu, médico de profissão, a quem consultei sobre o assunto, disse-me o seguinte:

[N]ão é possível que a presença de HCG “esterilize” a mulher por si só, pois é um hormônio que toda mulher tem durante a gravidez e não tem porque desenvolver anticorpos a não ser que a molécula fosse modificada em laboratório para provocar a resposta imune.

Ou seja: a história, do jeito que nos tem chegado, está mal contada e pessoas idôneas pró-vida não estão “botando fé” na denúncia. No entanto, o deputado Miguel Martini fez um requerimento de informação (Requerimento de Informação 3321 de 2008) ao Ministro da Saúde indagando precisamente sobre esta questão, citando as mesmas fontes que estão circulando na internet:

Os exemplos da Nigéria, Filipinas e Argentina mostram que vacinas contaminadas com agentes esterilizantes podem fazer parte de “inocentes” campanhas de vacinação em massa contra determinadas doenças como a rubéola. Essas vacinas são administradas sem que os vacinados tenham consciência do que lhes foi injetado. Esse fato ocorre principalmente em países do Terceiro Mundo onde a popularidade e a ampla aceitação de vacinas anti-doenças facilitam a introdução de agentes anti-fertilidade nas vacinas. Assim, campanhas de vacinação se tornam verdadeiras campanhas de controle populacional.

Repito o que já escrevi aqui: não há motivo para pânico, porque não há indícios consistentes nem da existência de vacinas esterilizantes e nem muito menos de que o sejam estas vacinas específicas aplicadas pelo Governo na presente campanha. Aparentemente, é hoax. No entanto, vamos ver no que vai dar – afinal, mais informações e mais estudos não vão fazer mal a ninguém.

Deputados Abortistas

Recebido por email – lista dos deputados que assinaram o requerimento para que o projeto de Lei do aborto fosse à votação no plenário. Se não fossem eles, o projeto seria definitivamente engavetado. Que os inimigos da sociedade sejam conhecidos e tratados como tais.

De Pernambuco – vergonha!! – sete deputados, o estado com o segundo maior número de abortistas engravatados, perdendo apenas para São Paulo. Entre eles, Raul Jungmann, que foi pré-candidato à prefeitura de Recife nas eleições deste ano mas desistiu há dois meses.

* * *

ANEXO: EMAIL recebido.

Prezados amigos:
O projeto de lei n. 1135/91 pretende legalizar o aborto no Brasil em qualquer caso e por qualquer motivo, desde a concepção da criança até o momento de seu nascimento. A última redação desse projeto de lei foi elaborada por uma comissão nomeada pelo sr. Presidente Lula (ver: http://www.portaldafamilia.org/scpainel/lula_aborto.shtml ). Esse projeto foi rejeitado por unanimidade na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), em 7 de maio deste ano, e por maioria de 57 votos contra 4 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal, no dia 9 de julho seguinte.
Para que o projeto permaneça em discussão e vá à votação no plenário o dep. José Genoíno (PT/SP) apresentou um requerimento que foi assinado por mais 62 deputados. Nesta mensagem, apresentamos a lista completa dos deputados que assinaram o requerimento do dep. José Genoino, para que o aborto seja legalizado no Brasil. Esses deputados são inimigos da vida humana e é dever de todos trabalhar para que não sejam reeleitos.
Essa lista deve ser amplamente divulgada, para que o povo brasileiro saiba quem são os deputados que fazem parte da bancada da morte.
Atenciosamente,
Rodrigo R. Pedroso
Membro da Comissão de Defesa da República e Democracia – OAB/SP.

LISTA DOS DEPUTADOS FEDERAIS
(por estado e partido)
QUE ASSINARAM O RECURSO,
para que o Plenário da Câmara dos Deputados delibere sobre o PL 1.135/91 (Descriminalização do Aborto)
ACRE (01)
Nilson Mourão – PT/AC 
AMAPÁ (03)
Dalva Figueiredo – PT/AP
Evandro Milhomen – PCdoB/AP
Janete Capiberibe – PSB/AP
AMAZÔNIA (01)
Vanessa Grazziotin – PCdoB/AM
BAHIA (06)

Nelson Pellegrino – PT/BA
Zezéu Ribeiro – PT/BA
Daniel Almeida – PCdoB/BA
Alice Portugal – PCdoB/BA
Roberto Britto – PP/BA
Severiano Alves – PDT/BA
CEARÁ (04)
José Guimarães – PT/CE
Eudes Xavier – PT/CE
Chico Lopes – PCdoB/CE
Flávio Bezerra – PMDB/CE
DISTRITO FEDERAL (01)
Magela – PT/DF
ESPÍRITO SANTO (01)
Iriny Lopes – PT/ES 
GOIÁS (01)
Rubens Otoni – PT/GO
MARANHÃO (02)
Domingos Dutra – PT/MA
Sarney Filho – PV/MA
MINAS GERAIS (03)

Virgílio Guimarães – PT/MG
Jô Moraes – PCdoB/MG
Edmar Moreira – DEM/MG
MATO GROSSO (01)
Carlos Abicalil – PT/MT
MATO GROSSO DO SUL (01)
Antônio Carlos Biffi – PT/MS
PARÁ (04)
Paulo Rocha – PT/PA
Beto Faro – PT/PA
Zé Geraldo – PT/PA
Asdrubal Bentes – PMDB/PA
PARANÁ (02)
Angelo Vanhoni – PT/PR
Max Rosenmann – PMDB/PR
PERNAMBUCO (07)
Pedro Eugênio – PT/PE
Fernando Ferro – PT/PE
Maurício Rands – PT/PE
Raul Jungmann – PPS/PE
Silvio Costa – PMN/PE
Ana Arraes – PSB/PE
Inocêncio Oliveira – PR/PE
RIO DE JANEIRO (05)
Jorge Bittar – PT/RJ
Carlos Santana – PT/RJ
Edmilson Valentim – PCdoB/RJ 
Chico Alencar – PSOL/RJ
Brizola Neto – PDT/RJ
RIO GRANDE DO NORTE (01)
Sandra Rosado – PSB/RN
RIO GRANDE DO SUL (04)
Marco Maia – PT/RS
Luciana Genro – PSOL/RS
Pompeo de Mattos – PDT/RS
Darcísio Perondi – PMDB/RS
RONDÔNIA (01)
Eduardo Valverde – PT/RO
RORAIMA (01)
Francisco Rodrigues – DEM/RR
SÃO PAULO (13)
José Genoíno – PT/SP
Paulo Teixeira – PT/SP
Jilmar Tatto – PT/SP
Vicentinho – PT/SP
Cândido Vaccarezza – PT/SP
Devanir Ribeiro – PT/SP
José Mentor – PT/SP
Cláudio Magrão – PPS/SP
Arnaldo Jardim – PPS/SP
Ivan Valente – PSOL/SP
Regis de Oliveira – PSC/SP  (12)
Paulo Pereira da Silva – PDT/SP
Dr. Ubiali – PSB/SP
AO TODO 63 DEPUTADOS ASSIM DIVIDIDOS POR PARTIDO
1. PT 31 Deputados (49,20 %)
2. PC do B 07 Deputados (11,11 %)
3. PSB 04 Deputados (6,33 %)
4. PDT 04
5. PMDB 04
6. PSOL 03 (4,76 %)
7. PPS 03
8. DEM 02 (3,17 %)
9. PMN 01 (1,58 %)
10. PR 01
11. PV 01
12. PSC 01
13. PP 01

Portugal veta divórcio

Tendo recebido, para ser promulgado como lei, o Decreto nº 232/X, da Assembleia da República, que aprova o Regime Jurídico do Divórcio, decidi, nos termos do nº 1 do artigo 136º da Constituição da República Portuguesa, não promulgar o referido diploma.
[Aníbal Cavaco Silva, presidente de Portugal]

“Em Portugal sempre se conservará o dogma da Fé”, disse Nossa Senhora em Fátima. Merece aplausos a luta do presidente português para que na terra de Camões conserve-se também a Moral. O sr. Cavaco Silva, presidente da República, devolveu ontem (20 de agosto) à Assembléia da República o diploma de alteração do Regime Jurídico do Divórcio sem o promulgar, utilizando-se do seu poder de veto.

A Associação PAIS PARA SEMPRE publicou no seu BLOG sobre o assunto:

Texto final dos projetos de lei
Presidente veta novo regime jurídico sobre o divórcio
Mensagem do Presidente à Assembléia da República
Posição Oficial dos partidos no Parlamento sobre o veto
Partido Socialista vai manter a sua posição [contrariando o veto presidencial]

A Lusa (agência de notícias de Portugal) acusa a sociedade de estar dividida com a atitude do presidente. É bem possível – daquela divisão que Nosso Senhor disse que iria trazer à terra (cf Mt 10, 34-36). Que Nossa Senhora de Fátima continue abençoando Portugal.

P.S.: Só esclarecendo, o que o presidente vetou foi uma ampliação dos casos em que o divórcio é permitido em Portugal. Nas terras banhadas pelo Tejo, o divórcio já é – e continua sendo – permitido em alguns casos.