[OFF] Eu, com câncer (VI): o apoio dos amigos

As Escrituras Sagradas dizem que quem tem um amigo fiel, encontrou um tesouro. Como comentei algures, a expressão é exata: trata-se de um tesouro encontrado, não de uma coisa que você conquiste ou mereça. Um amigo é uma graça no sentido mais literal da palavra: um presente que lhe é concedido, uma dádiva que você recebe, um favor que lhe é feito e pelo qual você não pode senão sentir-se grato.

Eu não mereço os amigos que eu tenho e nem tenho palavras para expressar a minha gratidão pelo que eles fizeram e continuam fazendo por mim. A foto abaixo foi tirada no hospital, sábado último, em uma visita inesperada e emocionante que recebi.

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Como disse um deles, “cada um raspou o que podia entre o que a esposa/noiva/namorada deixou e a atividade profissional permitia”. Cabelo, barba e bigode. Simplesmente se juntaram na casa de um deles, rabiscaram frases de apoio num fundo de papelão e deram fim aos seus cabelos e demais pelos faciais. Com o gesto de amizade, abriram mão de mais cabelos do que a quimioterapia me tirou. Registraram tudo, claro. Depois eu pude ver as fotos, algumas das quais (as que encontrei no Facebook) vão abaixo. Vejam que coisa extraordinária. Eu não fazia a menor idéia de nada disso.

Volto a dizer que não tenho palavras para expressar o quanto fiquei tocado pelo gesto de carinho e consideração. Vejo algumas pessoas comentarem sobre o quanto estão aprendendo comigo ao acompanhar essa minha saga ou como é admirável a minha postura diante do câncer e coisas afins. Honestamente, não me vejo fazendo nada a não ser a minha obrigação. Tenho até medo de estar – Deus me livre! – desperdiçando este tempo favorável que o Bom Deus me concedeu para a minha santificação e para o bem de toda a Igreja, e este é um tema recorrente em minhas orações.

Nada há de heróico em mim ou em minhas atitudes. Os que vêem as postagens do Deus lo Vult! ou as atualizações de status do Facebook, na verdade, estão vendo somente uma parte da história; como canta a Florbela, “as lágrimas que choro, branca e calma, / ninguém as vê brotar de dentro d’alma! / Ninguém as vê cair dentro de mim!”. Ou, como diz o Erasmo Carlos, naqueles versos pelos quais sempre tive tanta afeição: “sempre me dizem, quando fico sério: / ‘ele é um homem e entende tudo’. / Por dentro, com a alma atarantada, / sou uma criança, não entendo nada”.

Sim, na verdade eu não passo de um jovem mimado e cheio de direitos como tantos que existem por aí. Possivelmente até pior do que muitos que existem por aí. É claro que eu não tenho condição alguma de enfrentar uma doença grave como um câncer e nem muitíssimo menos de ser exemplo para ninguém nessa situação. Mas existe um testemunho que eu posso oferecer:

O valor dos amigos. Se algumas vezes eu pareço estar de pé, é porque sou sustentado por um exército; se vez por outra pareço elevar-me alto, é porque para o alto sou lançado por uma multidão. Se algo merece ser conhecido nessa história toda, é a importância das orações de intercessão. Caso um dia alguém duvide da eficácia das orações, que ponha os olhos sobre essas linhas e dê um pouco de crédito a quem é um testemunho vivo dos frutos que rezando se podem arrancar a Deus. E caso alguém se admire com alguma coisa que encontrar por aqui, que saiba serem suas orações diretamente responsáveis por minhas atitudes diante da minha doença. A todos os que me acompanham: que Deus lhes recompense! Só Ele sabe o bem que vocês me têm feito.

Eu não mereço os amigos que tenho, como eu disse acima. E tenho certeza de que apenas sou o que sou por conta deles; porque eles não desistem de mim, a despeito de minhas muitas fraquezas, e porque têm a caridade de pedir a Deus em meu favor, mesmo quando eu próprio disso me esqueço. Já disse que tenho uma dívida de gratidão impagável (e que só faz aumentar…) para com as pessoas que vêm rezando por mim desde dezembro, não somente os que rasparam a cabeça em solidariedade a mim como também a multidão invisível e desconhecida de pessoas que por acaso ouvem a minha história e se dignam oferecer uma Ave-Maria em favor de um enfermo desconhecido. Se existe alguma força em mim, é essa. Se existe alguma lição a ser aprendida aqui, é a do valor da oração do próximo. Deus não deixa de superar as nossas expectativas.

Meus queridos amigos, ex imo cordemuito obrigado! Continuem rezando. Escrevo já de casa. Terminei hoje a terceira sessão de quimioterapia, e estou radiante. Meio caminho andado. A vida é sempre surpreendente. As coisas pioram apenas para poder melhorar. Graças a Deus eu já vivi um pouco, e já aprendi a antever o desabrochar da primavera nas folhas secas que o outono lança ao chão.

Lírios do Céu para uma festa de profissão religiosa

Gostaria de registrar este singelo relato que encontrei no Facebook. Está relacionado com o que aconteceu aqui em Pernambuco, em Cimbres, onde Nossa Senhora apareceu no século passado. A história é bem conhecida inclusive na capital; infelizmente, o local exato das aparições parece se encontrar hoje in partibus infidelium, sob o controle arbitrário de um punhado de índios que decidem quem pode entrar nas terras, e até onde, com grave prejuízo para os devotos afeitos a romarias…

O relato não tem associação direta com as aparições; é somente um mimo de Nossa Senhora e, talvez justamente por isso, seja tão tocante em sua simplicidade. Talvez nos atraiam principalmente essas coisas que nos vêm como se não tivessem propósitos maiores, como se fossem puro agrado gratuito – como é gratuito o amor. Lírios para a festa de jubileu, simples assim. Que essa delicadeza dos Céus possa enternecer o nosso coração e inflamar a nossa alma de amor à Virgem Imaculada. Que recorramos a Ela como a uma Mãe que sempre sabe o que é melhor para os Seus filhos. Que essa filial confiança seja a nossa salvação.

A Ir. Adélia, última vidente de Cimbres, faleceu há poucos meses aqui em Recife. Era dia 13 de outubro. Aniversário do Milagre do Sol.

* * *

Fonte: “Nossa Senhora das Graças apareceu em Cimbres”

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O trecho foi retirado do livro “Aqui o céu se encontra com a terra”. Autoria de Ione Maria Paiva. 9ª Edição, pag. 100.

“Nazaré da mata (Pernambuco) marcou muito a vida da Irmã Adélia. Foi lá que comemorou seu Jubileu de Prata de vida religiosa. Era permitido que a família fizesse uma festa. Padre Petronilo e Padre Mário, com quem se dava muito, celebraram a Santa Missa em Ação de Graças. Mas na véspera da festa, para tristeza de todos, não havia flores para enfeitar o altar. Perto da Igreja havia um canteiro de lírios do mato, cor de rosa, muito bonitos, mas que naquela época do ano só tinham folhagem. Mas aconteceu que no dia da festa aquele canteiro amanheceu todo florido. Chamou tanto a atenção de todos que foi batida uma fotografia da Irmã Adélia com o sobrinho Carlos Augusto no meio daquelas flores que , com certeza, foram mandadas por Nossa Senhora como presente seu por aquele dia tão importante e festivo. Eram tantos lírios que deram para ornamentar a igreja, o refeitório, os quartos, enfim toda a casa ficou enfeitada com aquele rosa singelo dos lírios”.

Considerai os lírios dos campos como nascem; não fiam nem tecem: contudo digo-vos, nem Salomão em toda sua glória, jamais se vestiu como um deles. (Lc.12,27).

“Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários”

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=WmMPc_xZJfA

«Antes de te formar no ventre de tua mãe, Eu te conheci; 
antes que fosses dado à luz, Eu te consagrei, 
para fazer de ti profeta das nações»
Jr 1, 5

É belíssimo! Não sei a idade do garoto; mas noto que ele, entre outras coisas, recita o Gloria [«O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir o texto deste hino por outro», IGMR 53] e usa casula por cima da estola [«o sacerdote que se veste com a casula, conforme as rubricas, não deixe de pôr a estola», RS 123], cuidados que infelizmente nós nem sempre observamos nas nossas paróquias. Que a Virgem Santíssima abençoe e fortaleza a sua vocação; com sacerdotes assim, o nosso futuro estará melhor.

O título do post é o Salmo 8, 3a.

Ninguém quer ser morto!

Reforçando o convite da I Marcha em Defesa da Vida que acontecerá em Recife no próximo dia 30 de setembro, divulgo este vídeo promocional com música do Nando Cordel.

Ninguém quer ser morto, eis a grande verdade que os abortistas querem sufocar a todo custo. Façamos o que está ao nosso alcance para garantir a outros seres humanos o direito de nascer, a chance de viver, de amar, de ser alguém.

Para toda a vida

Esta eu vi no blog do Carmadélio. Lembrei-me de outra propaganda da KFC que já pusera aqui; objetivos bem diferentes (afinal, neste caso é uma figura representativa da fidelidade conjugal sem outro objetivo que não enaltecer a própria vida conjugal), mas um mesmo plano de fundo. Uma mesma idéia de comunhão de almas até o fim. Uma mesma defesa apaixonada daquela união que é, segundo a Doutrina Católica, imagem no mundo da união entre Cristo e a Igreja. Entrega total e fiel por todos os dias da vida, até que a morte imponha a terrível separação.

Ontem, lembrei-me também de uma outra propaganda de geladeiras (acho que era da Consul) que vi há alguns anos. Era uma câmera dentro da geladeira, que só mostrava a porta sendo aberta e fechada: abria e aparecia uma menina pequena pegando algo, depois fechava. Abria e aparecia uma adolescentezinha, depois fechava. E assim, sucessivamente, apareciam uma jovem, uma universitária, uma noiva nos braços do marido, uma mulher grávida, uma outra criança pequena. E o slogan dizia “Consul: para toda a vida”. E é um alento ver que “toda a vida” ainda tem uma conotação católica, ao menos no terreno do apelo popular: se as propagandas utilizam-se destes valores, é porque a população (ainda) lhes é bem receptiva. E isto é um reconfortante refrigério. Fica a (agradável) sensação de que ainda há esperança.

Os últimos quatro meses – Mãe de anencéfala

Quem disse que não faz sentido?

Quem é capaz de dizer que não vale a pena…?

Não ao aborto. Porque também os que vão nascer devem ser levados em consideração. Também os que vão morrer têm direito a voto.

Ver também: Nascimento de Esther Ferreira Villamil Martins.

Virgem Mãe Aparecida

Salve a Virgem Aparecida, Padroeira e Imperatriz do Brasil! Salve Aquela por meio da Qual a nossa Pátria recebe todas as graças. Salve Aquela que é Rainha do Brasil e a Quem – malgrado os esforços dos prosélitos irreligiosos – o país homenageia pública e oficialmente neste dia de hoje, a Ela consagrado.

Salve Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida! É a homenagem dos Seus Filhos. Que Ela digne-Se olhar para nós. Que Ela recorde-Se de falar, na presença de Deus, coisas boas a nosso favor – a despeito de nossos pecados. Que Ela nos consiga as graças das quais precisamos com tanta urgência. Que Ela rogue por nós.

Dez dicas para jogar terra nas viagens do Papa

[Eu vou reproduzir na íntegra esta tradução do Oblatvs (aqui em espanhol, aqui no original italiano) – os colchetes são da lavra do reverendíssimo sacerdote – porque ela é genial. Lembra bastante esta outra piada daqui; é frustrante ver como o tempo passa, o tempo voa, mas o modus operandi da mídia anti-clerical continua o mesmo…]

OS PRINCÍPIOS EDITORIAIS SEGUIDOS POR TANTOS JORNALISTAS

1) Prepare escrupulosa e antecipadamente cada visita ou viagem apostólica de Bento XVI:

a) crie uma bela polêmica sobre os custos da viagem;

b) selecione acuradamente as possíveis temáticas (padres pedófilos, declínio de fiéis, desobediência dos bispos [exceto no Brasil, onde isto não existe!]; eventuais contrastes com Protestantes, Judeus e Muçulmanos);

c) faça de forma que a viagem seja precedida de uma crescente escalada de polêmicas. Eventualmente e no último minuto, finja estar chocado com o comportamento da mídia [se você quiser parecer “independente” e imparcial];

d) apresente a viagem como “a mais difícil do Pontificado”;

e) dê a máxima ressonância às manifestações de protesto que estão sendo organizadas. Inflacione as cifras que os organizadores lhe fornecem e insinue que os manifestantes serão mais numerosos que os fiéis;

f) avise aos seus leitores que as Missas e as Vigílias presididas pelo Papa Bento ficarão certamente desertas;

g) evidencie o fato de que o Papa Bento não conhece a realidade dos vários países que visita porque vive fechado no Vaticano (acariciando gatinhos, escrevendo livros e tocando piano);

h) entreviste sempre Hans Küng [no Brasil serve o genérico, Leonardo Boff], uma verdadeira garantia;

i) pergunte sempre ao Padre Lombardi se, durante a viagem, o Papa encontrará vítimas de padres pedófilos;

j) no dia do embarque do Papa, escreva um artigo absolutamente negativo sobre a viagem em que fique claro que ninguém está esperando o Papa e que ele será acolhido com a frieza do gelo siberiano;

k) se por acaso o Papa visita a Alemanha, não se esqueça de citar a famosa frase “Nemo propheta in patria”.

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