Linhas rápidas matinais

– Antes tarde do que nunca; o Gustavo escreveu ontem um bonito testemunho sobre Nossa Senhora, no seu blog, recolhendo diversos fatos e enxergando, em cada um deles, a mão amorosa da Virgem Santíssima que cuida daqueles que toma como Seus. A sua narrativa “testemunha que, de fato, nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à proteção da Virgem, implorado a Sua assistência, e reclamado o Seu socorro, tenha sido desamparado”. É bom cantar os louvores da Virgem e, agradecido, testemunhar os Seus favores!

“Como o feminismo da minha mãe nos dividiu”, testemunho de Rebecca Walker. Longo, mas bonito. “Eu acredito que o feminismo é um experimento, e todo experimento precisa ser avaliado pelos seus resultados. E então, quando você vê os enormes erros que custaram, você precisa fazer alterações”.

– Tom Hanks (não sei se em um surto de bom senso ou de cinismo) recomenda que as pessoas que se sintam ofendidas com as mentiras de Anjos e Demônios não assistam ao filme. Não sei se é um bom sinal porque o ator, ao menos, reconhece que há “mentiras” no filme, ou se a frase como foi dita é do órgão de imprensa e não de Tom Hanks, ou ainda se não é muita cara de pau produzir uma obra que se sabe cheia de “mentiras” e não ver problema nenhum com isso, bastando que os descontentes “não assistam”. Depois de um dos bispos mais idosos do mundo ter criticado a película e convidado os bispos a “a denunciar o filme por atacar a fé de milhões de pessoas e difundir espetáculos obscenos”, parece que os responsáveis pelo monstro estão já se preocupando em arranjar alguma forma de livrar a própria pele e fugir da responsabilidade pela obra de ficção caluniosa.

– Mais escândalos (de natureza diversa, importante frisar): padre no Rio de Janeiro afastado após comprar um apartamento de luxo, e um outro padre de São Paulo expôs um carro que vai ser sorteado numa rifa dentro da Igreja (!). O primeiro, um caso de não saber o que fazer com o dinheiro; o segundo, de não saber como obter dinheiro. Sugeriria que o dinheiro [aparentemente] excedente da Arquidiocese do Rio de Janeiro fosse doado à de São Paulo, para que a igreja da Consolação pudesse ser restaurada sem que os fiéis desta precisassem se deparar com um carro dentro dela…

Entrevista com a dra. Alice Teixeira no Jornada Cristã: “[a] menina de Alagoinha foi utilizada como engôdo pelas abortistas, que usaram-na para promover o aborto no pais. Os médicos do Instituto da Infância de Pernambuco pretendiam dar seguimento à gestação e também o amparo necessário à menina. Ela acabou sendo seqüestrada pela assistente social e levada para a ONG Curumin para realizar o aborto sob a pressão de que corria risco de vida. Pai e mãe foram pressionados para aceitar tal fato e não permitiram acesso a vozes contrárias, pois se tratava de uma ótima oportunidade de comover o pais e tornar a opinião pública favorável ao aborto”.

Pensamentos soltos – na festa da Virgem de Fátima

Algumas linhas ligeiras: já passa da meia-noite, mas postergar a hora de se recolher é fazer o dia esticar um pouco mais, e o dia 13 de maio é bonito o suficiente para que mereça ser esticado. Dia de Nossa Senhora de Fátima; dia de Maria Santíssima.

Um dos tantos títulos da Virgem Santíssima! Por que tantos? Porque as grandezas da Virgem Santíssima são tantas que “não cabem” em um só. Na Anunciação, Ela é Virgo Fidelis; em Belém, é Mater Salvatoris. Aos pés da Cruz, é Mater Dolorosa; no Cenáculo, é Regina Apostolorum. Nas nossas doenças, é Salus Infirmorum; nas tristezas, Consolatrix Afflictorum. Quando pecamos – tantas, tantas vezes… ! -, é Refugium Peccatorum; em todas as nossas necessidades, Auxilium Christianorum. No Brasil, Nossa Senhora Aparecida; na França, Nossa Senhora de Lourdes. Em Portugal, Nossa Senhora de Fátima: e é esta a festa do 13 de maio, da Cova da Iria, dos três pastorinhos.

É fabulosa a aparição de Fátima: a Rainha dos Céus, mais brilhante que o Sol, aparecendo num lugarejo pobre de Portugal que, depois, transformou-se em um dos maiores santuários marianos do mundo. Aparecendo a três crianças pobres. Confiando-lhes segredos do Céu. Prometendo-lhes o Céu.

Gosto de pensar em Maria Santíssima como Mãe, uma Mãe de quem os filhos – crianças! – dependem completamente, e que pode dar-lhes mais até do que eles ousam sonhar. Não sei se Lúcia, Francisco e Jacinta tinham, antes de se encontrarem com a Virgem Santíssima, aquele desejo ardente do Céu que nós somos chamados a ter. Mas Ela lhes disse que eles iriam para o Céu: doces palavras, reconfortante promessa. Ainda mais depois da visão do Inferno. Ainda mais depois de saberem exatamente do que tinham escapado.

Eu também quero ir para o Céu, a despeito das minhas muitas falhas e dos meus numerosos pecados. E rogo a Deus sempre que me conserve e aumente a cada dia este santo desejo, esta consciência clara de que as melhores recompensas valem quaisquer esforços, e vale a pena lutar na terra para alcançar um dia o Céu. A despeito das minhas muitas falhas…

Gosto daquela oração à Virgem Santíssima que pus no blog, do lado direito. Poucas palavras: Recordare, Virgo mater, in conspectu Dei, ut loquaris pro nobis bona, et ut avertat indignationem suam a nobis. Arriscando traduzi-las: lembrai-Vos, Virgem Mãe, na presença de Deus, de falar coisas boas em nosso favor, e de afastar a Sua indignação de nós. E, olhando para mim, não consigo encontrar coisas boas, dignas de serem faladas na presença do Todo-Poderoso. Só Maria Santíssima é capaz deste portentoso milagre: arranjar coisas boas para falar em favor de um pecador miserável, de um verme desprezível. Porque Ela é Mãe, e as mães sabem falar bem dos seus filhos, por piores que sejam. É a minha esperança: que o amor materno de minha Mãe Santíssima seja maior do que as minhas falhas e imperfeições.

“E que afasteis de nós a indignação de Deus”: e que nos livre da condenação. Como rezamos todos os dias no terço: “livrai-nos do fogo do Inferno”. Como na Cova da Iria, como em Fátima, diante dos três pastorinhos, prometendo-lhes o Céu. Promessas de uma Rainha que é rica e poderosa, mas que – além disso – é Mãe e ama os Seus filhos. Eu também quero, ó Virgem Santíssima, ser contado no número dos que a Vós pertencem. A Vossa proteção recorro. Não desprezeis as minhas súplicas. Livrai-me de todos os perigos – ó Virgem Gloriosa e Bendita!

“Aborto em Recife: um crime sem investigação” – por pe. Lodi

[Reproduzo email do pe. Lodi, sobre o caso do aborto realizado em Recife na menina menor de idade que havia engravidado de gêmeos após ser estuprada pelo padrasto.]

Aborto em Recife: um crime sem investigação

(dois gêmeos foram mortos; a menina e sua mãe estão incomunicáveis)

No dia 4 de março de 2009, em Recife foi praticado um crime de aborto em uma menina de nove anos, natural de Alagoinha (PE), que havia sido transportada à capital para o procedimento pré-natal. Os gêmeos abortados, com cerca de vinte semanas de vida, provavelmente respiraram e choraram antes de morrer. Até agora ninguém informou em qual lata de lixo eles foram lançados.

Na noite do dia anterior, a menina grávida e sua mãe foram transferidas às pressas do hospital em que se encontravam (o Instituto Materno Infantil de Recife – IMIP) para outro (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros – CISAM), onde os médicos fizeram o aborto. Membros do grupo pró-aborto Curimim, financiados pela International Women’s Health Coalition (IWHC), foram ao IMIP e convenceram a mãe analfabeta a pedir a alta da filha. Mãe e filha foram transportadas para o CISAM em companhia de Dra. Vilma Guimarães, ginecologista e coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do IMIP.

A pressa dos abortistas tinha razão de ser, uma vez que o pai biológico da menina Sr. Erivaldo (que vive separado da mãe), contrário ao aborto, estava dirigindo-se ao IMIP, acompanhado de um advogado, para pedir a alta da filha. Para os defensores do aborto havia o risco iminente de que o IMIP fosse obrigado a deixá-la sair, uma vez que, mesmo após a separação, o pai biológico continuava, por lei, a exercer o poder familiar sobre a filha. E mais: havia o risco – nada pequeno – de que a gravidez prosseguisse normalmente e que fossem dadas à luz, por cesariana, duas lindas crianças, que seriam batizadas pessoalmente pelo próprio Arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho! Imagine-se o ônus para a causa abortista se uma gravidez gemelar em uma menina de nove anos se convertesse em ícone da causa pró-vida!

Com “uma ação ágil e coordenada de grupos feministas” [1], o aborto foi feito por médicos do CISAM. Mediante a divulgação sistemática de mentiras pelos meios de comunicação social, o caso se transformou em um grande espetáculo em favor dos abortistas e contra o Arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho. Após o crime consumado, a menina, a mãe e uma irmã da menina, de 13 anos, também ela vítima de abuso sexual, foram colocadas em um “abrigo”[2] desconhecido e inacessível, onde se encontram até hoje guardadas (ou encarceradas?), impedidas de se comunicar com o Conselho Tutelar de Alagoinha (unanimemente contrário ao aborto) e com o próprio pai Sr. Erivaldo.

A seguir alguns importantes esclarecimentos sobre o triste episódio.

O QUE SE DIZ…

A VERDADE

No Brasil o aborto é legal em dois casos, previstos no Código Penal.

Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico:

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

No Brasil, o aborto diretamente provocado é sempre crime, haja ou não pena associada a ele. O artigo 128, CP, não diz que o aborto “é permitido”. Nem sequer que “não é crime”. Diz apenas “não se pune”. A lei pode deixar de aplicar a pena ao criminoso após o crime consumado (por exemplo, fica isento de pena o furto praticado entre parentes – art. 181, CP), mas não pode dar permissão prévia para cometer um crime.

Se a gestante estiver correndo risco de vida, o médico que pratica o aborto fica isento de pena.

Para que o médico autor do crime fique isento de pena, não é suficiente que a gestante tenha corrido “risco de vida”. É necessário provar que não havia outro meio – a não ser o abortopara salvar a vida da gestante.

em 1965, o médico legal Dr. Costa Júnior dizia que essa hipótese jamais ocorre, pois o aborto é mais perigoso para a mãe que o prosseguimento da gravidez. E advertia: “não envolvam a Medicina no protecionismo ao crime desejado[3]

A menina de nove anos grávida de gêmeos corria risco iminente de morrer, caso o aborto não fosse praticado.

Na manhã do dia 3 de março, o diretor do IMIP Dr. Antônio Figueira, disse a Dom José Sobrinho, na residência episcopal e na presença de toda uma equipe de profissionais convocada para estudar o caso, que a menina não corria risco iminente de vida e que, se os pais o desejassem, a gestação poderia ser levada a termo com os cuidados do hospital.

Na tarde do mesmo dia, o IMIP deu alta à menina, a pedido da mãe[4], sob influência do grupo Curumim, alegando que não havia risco iminente para a menina.

Como a gravidez da menina resultou de um estupro, os médicos que praticaram o aborto ficam isentos de pena.

Para que os autores do crime gozem da não aplicação da pena, não basta que a gravidez tenha resultado de um estupro. É necessário que o aborto tenha sido precedido do consentimento da gestante. No caso, como a gestante é incapaz, é necessário que tenha havido o consentimento de ambos os pais, que a representam legalmente.

O consentimento da mãe da menina foi suficiente para isentar os médicos da pena.

Provavelmente, o consentimento da mãe foi obtido mediante fraude, o que torna a conduta dos médicos enquadrada no artigo 126, parágrafo único, CP, ou seja, reclusão de três a dez anos.

O consentimento do pai biológico da menina não era necessário para isentar os médicos da pena.

Ainda que a mãe tenha dado livre e validamente o seu consentimento, isso não é suficiente para deixar os médicos impunes, uma vez que havia a oposição do pai biológico. Compete a ambos os pais representar os filhos incapazes nos atos da vida civil (art. 1634, V, CC), e o poder familiar não se extingue pela separação dos pais (art. 1632, CC).

Faltando o consentimento do pai, a conduta dos médicos enquadra-se no artigo 125, CP (“provocar aborto, sem o consentimento da gestante”), cuja pena é reclusão de três a dez anos.

O destino dado aos bebês abortados é irrelevante para o caso.

Sendo o aborto um crime que deixa vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito (art. 158, CPP), que deve ser feito nos cadáveres dos gêmeos e na menina submetida ao aborto. A ocultação dos cadáveres serve para encobrir o crime.

A ocultação da menina, de sua irmã e da mãe é necessária para que elas fiquem a salvo do assédio da imprensa.

A ocultação da menina, de sua irmã e da mãe interessa aos abortistas, a fim de que não seja possível a investigação sobre o crime. “O rapto de menores com ocultamento dos pais para realizar um aborto supostamente legal já foi praticado várias outras vezes na América Latina por organizações feministas. Já ocorreu pelo menos três vezes na Bolívia e uma vez na Nicarágua, mas é a primeira vez que ocorre no Brasil[5]

O aborto foi feito por motivos humanitários, em benefício da própria menina.

O aborto foi feito por interesses espúrios, instrumentalizando a menina para a propaganda abortista financiada internacionalmente pela International Women’s Health Coalition (IWHC), que patrocina o grupo Curumim.

Dom José Cardoso Sobrinho excomungou os médicos que fizeram o aborto.

O Arcebispo não excomungou ninguém. Apenas informou que, segundo o Código de Direito Canônico, “quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententie (automática)” (cânon 1398).

Se a excomunhão é automática, Dom José não precisaria ter avisado.

Justamente por ser um pena automática, é necessário que os fiéis sejam avisados de sua existência. De acordo com o Direito Canônico, para que alguém incorra na excomunhão automática, é necessário que conheça essa pena anexa ao crime (cânon 1324, §1, n.9 e §3). Dom José cumpriu seu dever ao anunciar a pena de excomunhão, a fim de que os médicos católicos, ao menos por temor da pena, poupassem a vida dos gêmeos. Foi um último recurso tentado para salvar os inocentes.

Não é justo que seja excomungada uma menina de nove anos.

A menina não foi excomungada, uma vez que não é passível de nenhuma pena canônica quem, no momento do delito, não tinha completado 16 anos. Provavelmente a mãe também não foi excomungada, se foi coagida por medo grave a dar consentimento ao aborto (cânon 1323, n. 1 e n. 4).

Para concluir, transcrevemos as interrogações do pároco de Alagoinha Pe. Edson Rodrigues, inseridas em seu blog no dia 24.04.2009:

DOIS MESES DEPOIS, EM QUE DEU O CASO DA MENINA?[6]

Já se passaram dois meses do triste episódio aqui de Alagoinha e ainda estamos querendo entender alguns fatos que até hoje ninguém explica. Muitos merecem um esclarecimento, visto que se trata de vidas que estão em jogo. Como Pastor de uma comunidade que deve se questionar a cada sobre as conseqüências do infeliz fato de nossa pequena de 9 anos ter engravidado de gêmeos do próprio padrasto e, lamentavelmente, não ter tido o direito de ver as suas duas filhas, pergunto:

1 – Onde estão a menina e a sua mãe, visto que aqui na cidade nenhum de nós (pai biológico da criança, Conselho Tutelar, Polícias, Autoridades constituídas, Igrejas e a própria comunidade) não tem conhecimento sequer de onde estejam?

2 – Por que tanto sigilo. Entendo que se queira preservar a garota e sua mãe do assédio da mídia para que não estrague mais o fato do que já estragou. Mas as pessoas citadas acima, nenhuma delas é jornalista. Por que tanto mistério até para o pai biológico da criança? O que está por trás disso?

3 – “Aborto realizado, caso encerrado”, assim dizem alguns. Será? Eu diria, “aborto realizado, crime consumado”. Neste país, crimes são passíveis de punições, pelo menos deveriam ser. E este? De quem é a culpa da morte das duas meninas? Quem deve pagar por isso?

4 – Onde estão as provas reais da “legalidade” deste aborto até hoje devidas pelo Hospital ao Conselho Tutelar de Alagoinha?

5 – Por que o Conselho Tutelar daqui, que acompanhou o fato do início ao seu trágico fim, foi banido do caso, sem que receba nenhuma informação?

6 – A questão da “excomunhão” amplamente divulgada pela imprensa nacional e internacional quis, como de fato conseguiu, desviar a atenção pública para um fato bem mais sério: o aborto, uma  decisão imperiosa da parte de “especialistas que juraram um dia preservar a vida”, e que hoje se dão ao direito de decidir sobre quem vive ou deve deixar de viver entre nós. O que é mais grave e merece mais atenção de nossa parte?

Estes e outros tantos questionamentos estão ainda em nossa mente e em nosso coração. Quem vai respondê-los? Isso a gente também gostaria de saber.

Pe. Edson Rodrigues

Roma 13 de maio de 2009.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
http://www.providaanapolis.org.br
“Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto


[1] Aborto: Caso de Pernambuco é questão de Direitos Humanos. Comissão de Cidadania e Reprodução. Disponível em: <http://www.ccr.org.br/uploads/noticias/EditorialCCR5-mar.pdf>.

[2] MENINA recebe alta e vai para abrigo com mãe e irmã. Diário de Pernambuco, 7 mar. 2009. Disponível em: <http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/07/urbana5_0.asp>.

[3] COSTA JÚNIOR, João Batista de O. Por quê, ainda, o abôrto terapêutico? Revista da Faculdade de Direito da USP, São Paulo, v. IX, p. 312-330, 1965.

[4] MÃE pede alta de menina estuprada por padrasto. JC Online 3 mar 2009. Disponível em: <http://jc3.uol.com.br/tvjornal/2009/03/03/not_177412.php>.


Sobre Anjos e Demônios

1. Opinião de um católico: “Meu maior problema com livros e filmes do tipo Anjos e Demônios é que, ao misturar ficção e realidade, a tendência é que tudo seja absorvido pelo público como realidade. (…) A pessoa vai ao cinema ver Anjos e Demônios e sai realmente achando que Galileu e Bernini eram Illuminati, que Copérnico morreu assassinado, que a Igreja atrapalha a ciência, que Pio IX era um maníaco que atravessava o Vaticano de martelo na mão, que a Igreja “marcou” quatro Illuminati (Langdon reprova o chefe da Guarda Suíça, perguntando se os católicos não leem sua própria história. Bom, nós lemos; é que La purga não é história, é invenção de Dan Brown), que os cientistas querem refazer o momento da criação, que Galileu escreveu o tal Diagramma e por aí vai. Isso é um desserviço considerável à verdade histórica, e também à ciência” – Marcio Antonio Campos.

2. Opinião de um anti-clerical: “Os Illuminati defendiam a ciência no lugar da religião, e no filme roubam um frasco de antimatéria do Large Hadron Collider para explodir o Vaticano. Embora a idéia não deixe de me agradar, o filme faz com que fique claro a perda que tal explosão causaria. As igrejas são lindas, as estátuas magníficas. Se uma coisa de bom posso dizer da Igreja Católica é que não só pensam a longo prazo como possuem um magnífico senso estético, completamente ausente do Bispo Macedo e seus templos tenebrosamente feios. […] Um dos efeitos interessantes e inusitados do filme é que deixa o espectador com todo um respeito pela Igreja. A Tradição, os Rituais, dá pra entender porque sobreviveram por mais de 2000 anos como instituição. É mais ou menos como o Judaísmo, embora no caso todos os membros preservem ativamente a cultura e os rituais, já com os católicos um monte de gente se diz seguidor mas nem lembra que Papa veio antes de João Paulo II” – Carlos Cardoso.

3. Opinião “científica” sobre o livro: “‘Anjos e Demônios’ é escrito em estilo irresistível e acessível. Você prefere não dormir só para ler mais um pouquinho. Ele trata de questões que passam pela cabeça de todos: a existência de Deus, a possibilidade de se ter fé em um Universo que parece ter profunda indiferença por nós, a reconciliação entre o científico e o espiritual. Só que o livro leva o conflito entre razão e fé à uma conflagração apocalíptica. […] A ciência é vista como uma ameaça à religião: quanto mais aprendemos sobre a natureza, mais difícil é aceitar a existência de forças sobrenaturais” – Marcelo Gleiser, 2004.

4. Na Rádio Vaticana: “O editorial intitulado ‘O segredo de seu sucesso’ diz que a Igreja deveria se perguntar por que uma visão ‘simplista e parcial’ dela mesma, conforme a mostrada nas obras de Dan Brown, encontra tanto eco, mesmo entre católicos.  ‘Seria provavelmente um exagero considerar os livros de Dan Brown um sinal de alarme, mas talvez eles devam ser um estímulo para que se repense e renove a maneira como a Igreja emprega a mídia, para explicar suas posições sobre as questões mais candentes do momento’ − diz o editorial” – 08 de maio de 2009.

Minha opinião: não li o livro e [ainda] não assisti o filme. No entanto, diante dessas “obras” que têm valor intrínseco menor que o de um ponto do Bomclube e, não obstante, alcançam um sucesso estrondoso frente ao grande público, chega quase a me bater um verdadeiro desânimo. Porque as refutações das bobagens nunca têm o mesmo poder de penetração do que o da bobagem em si. Para ficar em um só exemplo que, pelo que eu venho lendo, é um dos pontos fortes do filme: de que adianta explicar cuidadosamente como a ciência experimental é filha da Igreja Católica, se “eu vi no cinema com o Tom Hanks que é o contrário”?

Católicos, mãos à obra! Há muito trabalho a ser feito.

Ainda mais erotismo

Uma leitora deixou um – em parte – pertinente comentário aqui no Deus lo Vult! ontem à noite. Entre outras coisas, ela disse:

[E]xiste tanto incentivo ao sexo heterossexual em tanto canto no mundo. Já olhou a letra dessas músicas de funk, hip hop, brega, forró? Internet, televisão, tudo hoje incentiva o sexo heterossexual.

É uma triste verdade, infelizmente incontestável. Para ficar em um só exemplo de tantos que poderiam ser citados, recebi dia desses de um amigo o link para este blog, comentando um vídeo que é um perfeito exemplo desta cultura erótica que permeia os nossos dias. Acredito que o vídeo foi feito em uma escola, já que as pessoas estão aparentemente fardadas. Eu não saberia precisar a idade dos meninos e meninas que aparecem, mas salta aos olhos que são crianças.

Esta dança pornográfica e apelativa é tão gritantemente imoral e tão obviamente prejudicial à educação das crianças que ninguém nem precisa ser católico para entender isso. Os próprios comentários [aliás, mal-educados] do autor do blog citado mostram isso. O outro blog lá linkado – este, que aparentemente foi a fonte original do vídeo – também revela isso: ele não tem a mínima conotação religiosa, e a autora começa o seu texto dizendo que não quer ter filhas.

No mês passado eu comentei também aqui sobre a erotização da moda infantil: mais um exemplo – entre tantos! – da degradação moral da nossa sociedade e do mundo que nós estamos deixando para os nossos filhos. Quando nós, católicos, combatemos a pornografia e tanta sujeira da qual está repleta a cultura moderna, somos chamados de ultra-conservadores, de sermos traumatizados com tabus sexuais, de estarmos fora de moda e tantas outras coisas mais. E quanto aos não-católicos que mantêm o seu senso moral relativamente intacto e têm a coragem de serem contra a erotização da sociedade na qual vivemos, eles são o quê? Influenciados pela Igreja, é isso?

Isto está errado. Salta aos olhos que está errado. No entanto, as atitudes tomadas frente ao patente erro pelos que não são católicos são sofríveis: o Eden revela um terrível pessimismo ao dizer que a culpa é “nossa que consumimos esse tipo de porcaria”, a Kellen diz que só quer ter filhos porque prefere “tem um filho garanhão e pegador de quem uma filha biscate” (sic) e a Isabela insinua que, se existe tanta apelação erótica heterossexual, não deveríamos nos preocupar tanto com a homossexual! É incrível, mas é verdade: sem Deus, o homem até percebe que está no abismo, mas não consegue nada a não ser cair cada vez mais fundo.

Convite – Missa

Homenagem publicada no Jornal do Commercio
Homenagem publicada no Jornal do Commercio

Convidamos a todos para participar da Santa Missa celebrada em ação de graças pelo aniversário natalício de pe. Romeu Gusmão da Fonte, Pároco da Igreja de Nossa Senhora do Rosário – conhecida como “paróquia da Torre”. O nosso Vigário Geral completa hoje oitenta anos de vida.

A Santa Missa será celebrada por Sua Excelência Reverendíssima Dom José Cardoso Sobrinho.

Local: Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, Torre
Data: 13 de maio de 2009
Horário: 20:00

Parabéns, padre Romeu!

[OFF] Luto Rubro-Negro

Foto: JC
Foto: JC

A tristeza é inevitável. Dói porque a alma rubro-negra ficou desacostumada a despedidas. Como aconteceu ontem à noite na Ilha do Retiro. Após vencer no tempo regulamentar por 1 x 0, gol marcado aos 36 minutos do segundo tempo por Wilson, o Sport saiu da Libertadores 2009 ao perder na disputa de pênaltis por 3 x 1. Engana-se quem pensa que o resultado é o fim do sonho leonino de conquistar a América. A trajetória recente do clube encurtou as distâncias do continente. Transformou em objetivo o que antes era utopia. Hoje, o Sport está fora da Libertadores. Hoje.
Diário de Pernambuco, 13 de maio de 2009

Casa cheia. Torcida em festa. Véspera de aniversário do clube. Vitória no tempo regulamentar. Amarga derrota nos pênaltis. Adeus, Libertadores? Até logo, Libertadores.

Valeu Sport!

O Papa na Terra Santa 3: o ataque dos judeus e muçulmanos

Alguns judeus e muçulmanos insultam o Papa

12 de maio de 2009 (Catholic League)

Depois do Papa Bento XVI falar no Memorial do Holocausto Yad Vashem, o presidente da Direção [Directorate], Avner Shalev, embora tenha dito que a visita do Papa foi “importante”, lamentou que o Papa não tenha mencionado nem o anti-semitismo, nem os Nazistas. O Rabino Yisrael Meir Lau, presidente do Concílio de Yad Vashem e rabino chefe de Tel Aviv, falou que o discurso do Papa foi “desprovido de qualquer compaixão, qualquer arrependimento [regret]”. O porta-voz do Knesset [parlamento israelense], Reuven Rivlin, acusou o Papa de não pedir “perdão”, frisando que o fato do Papa ter pertencido (à força) à Juventude Hitlerista significa que ele carregava “bagagem”.

Em seguida à visita do Papa ao Yad Vashem, o líder palestino Sheik Taysir Tamimi abriu caminho à força até o púlpito em um evento inter-religioso pedindo ao Papa que lutasse por “uma paz justa para um estado Palestino e para que Israel parasse de matar mulheres e crianças e destruir mesquitas como ele fez em Gaza”; ele pediu [ainda] ao Papa que “pressionasse o governo israelense para cessar as suas agressões contra o povo palestino”.

O presidente da Catholic League, Bill Donohue, respondeu como segue:

“Quando o Papa falou em Yad Vashem, ele disse ter vindo ‘para ficar em silêncio diante deste monumento, erigido em honra da memória dos milhões de judeus assassinados na horrível tragédia da Shoah’. Avner Shalev não ouviu isso? E quanto a estas palavras do Papa? ‘Possam os nomes dessas vítimas nunca perecer! Possam os seus sofrimentos nunca serem negados, diminuídos ou esquecidos!’. O rabino Lau, que nunca perde uma oportunidade de dizer que não é o suficiente, envergonhou suas coortes [cohorts] quando disse que o discurso do Papa foi desprovido de compaixão. Quanto a Rivlin, ele deveria saber que não é o Papa quem precisa se desculpar pelos crimes dos Nazistas – sem dúvidas ele foi vítima deles. Alguma bagagem!

“O Vaticano rapidamente condenou o discurso cheio de ódio do Sheik Tamimi, como deveria ser. Onde estão os líderes muçulmanos para o condenarem? Há um tempo e um lugar para todas as coisas – e isso estava errado em ambos. Explorar a jornada do Papa por paz acenando para que ele agrida [bash] os judeus mostra quão fútil é ter um encontro inter-religioso com algumas pessoas. Evidentemente, Tamimi não entendeu o que ‘nunca mais’ realmente significa”.

Por que é importante um criterioso discernimento vocacional

Notícia escandalosa número um: Arcebispo católico declara-se gay em livro de memórias.

Notícia escandalosa número dois: Padre latino é flagrado aos beijos com mulher em praia da Flórida.

A reportagem do Estadão apresenta o arcebispo como “um herói para católicos liberais”; a reportagem d’O GLOBO chama o sacerdote de “famoso padre de uma igreja católica de Miami Beach”. Não me parece que a relação entre o “heroísmo” e a “fama” destes sacerdotes e a sua má vida moral seja uma mera coincidência.

A Igreja precisa de sacerdotes, sim, mas de sacerdotes santos, que estejam dispostos a consumir a própria vida no serviço do Altar, na consagração total e exclusiva ao Deus Altíssimo. Se não for para ser assim, então é melhor que nem seja. Não adianta suprir a escassez de padres ordenando qualquer um que se apresente como candidato ao ministério sacerdotal; é óbvio que quem não deseja seguir os passos do Crucificado mais do que qualquer outra coisa nesta vida não tem vocação para o sacerdócio.

Sacrificando – um mínimo que seja! – a intransigência da Fé Católica e a radicalidade do Evangelho para obter os aplausos e o reconhecimento do mundo, é ingênuo – ou até mesmo irresponsável – esperar santidade. O resultado deste pretendido promíscuo conluio impossível entre o Príncipe da Paz e o príncipe deste mundo só pode ser o escândalo do povo fiel e a humilhação da Igreja de Nosso Senhor.

Que o Deus Altíssimo Se compadeça de nós, olhe com particular cuidado para a Sua Igreja e nos conceda, sempre, santos e zelosos sacerdotes. Rezemos pelas vocações. Pelas verdadeiras vocações, e pelo expurgo das falsas.

Chefe de grupo homossexual julgado culpado de envolvimento com pedofilia

[Tradução bem livre e com muito sono; correções são bem vindas.]

EDINBURGH, Escócia, 11 de maio de 2009 (LifeSiteNews.com) – O diretor executivo de um grupo homossexual jovem e outro ativista de “direitos” homossexuais foram considerados culpados, junto com seis outros homens, de fazer parte de uma larga gangue [ring] de pedofilia descoberta na Escócia.

Naquilo que a polícia chamou de a maior rede de abuso de crianças revelada na história do país, um júri da Alta Corte de Edinburgh levou várias horas para dar o veredito de 54 acusações [charges] separadas, incluindo ataques sexuais a crianças, conspiração para abusar de crianças e posse e distribuição de pornografia infantil.

Os dois homens, identificados pela polícia como os “líderes de gangue” [ringleaders] do grupo, moradores de Edinburgh, James Rennie e Neil Strachan, foram considerados culpados de atacar crianças e, com três outros, de conspirar para abusar de crianças.

O júri da Alta Corte de Edinburgh considerou na semana passada que Rennie, o diretor executivo da “Escócia Jovem LGBT” (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) [LGBT Youth Scotland], é culpado de molestar uma criança de três meses por um período de quatro anos. Rennie renunciou ao seu cargo na LGBT Youth após sua detenção no ano passado.

Neil Strachan, 41, o secretário formador de um clube de garotos celtas e militante homossexual [campaigner on homosexual issues] foi acusado de tentar molestar um garoto de 18 meses de idade, e violentar [assaulting] um de seis anos. Foi descoberto que Strachan havia sido condenado anteriormente por delitos de abuso de crianças: em 1997 Stratchan recebeu uma sentença de três anos de prisão por ter molestado um garoto de cinco anos de idade durante dois anos.

A investigação da polícia, conhecida como Operação Álgebra, começou após imagens de pornografia infantil terem sido descobertas em um computador de trabalho que estava sendo reparado.

Rennie e Strachan enfrentarão a pena máxima de vida na prisão [a maximum penalty of life in jail] quando forem julgados no dia 29 de julho. Os outros seis enfrentam diversas sentenças menores no dia 11 de junho.

A polícia disse que a rede de pedofilia tinha contatos ao redor do mundo e, ao mesmo tempo em que diz que outras detenções surgiram da descoberta orginal, é provável que um grande número daqueles envolvidos vá permanecer desconhecido.

“Seria temerário [foolhardy] dizer que nós pegamos todo mundo”, o Det. Supt. Allan Jones da polícia de Lothian e Borders [? Allan Jones of Lothian and Borders Police] disse à BBC.

Os outros homens acusados foram: o bancário Ross Webber, 27; o gerente de padaria Neil Campbell, 46; o agente de seguros [insurance claims adjuster] Craigh Boath, 24; o funcionário público John Milligan, 40; e o recepcionista de sauna gay John Murphy, 44.