Críticas infundadas ao acordo entre a Santa Sé e o Brasil

Os inimigos da Igreja já começaram a fazer barulho contra o acordo assinado entre a Santa Sé e o Brasil na primeira metade do mês. O alarde que está sendo feito é descabido, e baseia-se principalmente em dois pontos: (1) a ausência de debate público prévio sobre o acordo e (2) a (suposta e inexistente) concessão de privilégios à Igreja Católica que feririam a laicidade do Estado.

Quanto ao primeiro ponto, sim, não houve “debate público” sobre o assunto, por uma série de motivos. Antes do mais, o conteúdo do acordo, no decorrer das negociações, era sigiloso; depois, o “debate público” não é conditio sine quae non para toda e qualquer atitude que a União deseje tomar; por fim, o acordo jurídico tem como objetivo regulamentar uma coisa que obviamente já existe de facto desde sempre, qual seja, a presença da Igreja Católica no Brasil.

Não há nenhum problema intrínseco com o sigilo. O Observatório da Imprensa falou em “omissão da mídia sobre o acordo com o Vaticano”. Interessante que a mesma matéria, no parágrafo seguinte, fala que “há exatos dois anos tornou-se público que a Santa Sé pressionava o presidente Lula para assinar um acordo bilateral (tratado ou concordata), ameaçando o princípio da laicidade, o que ocasionou reações fortes e justificadas de amplos setores”; ora, se o assunto era já conhecido há dois anos, e se fez com que “amplos setores” reagissem fortemente, então não se pode falar em “silêncio obsequioso”. Nenhum acordo foi feito às ocultas e nem por debaixo dos panos; as negociações necessárias para que o acordo obtivesse o texto final que foi aceito bilateralmente arrastaram-se ao longo de anos. Se o conteúdo dessas negociações era sigiloso (como, de fato, até onde eu saiba era), isso é bem diferente de insinuar que a existência do acordo tenha sido mantida encoberta até a sua assinatura.

A questão do debate público é que parece cômica. Diz a mesma reportagem supracitada que “[d]eixaram de ouvir fontes respeitáveis, que têm importantes e diversas contribuições a oferecer: minorias religiosas, em sua imensa diversidade no Brasil, monoteístas e politeístas, ateus e agnósticos; defensores e defensoras dos direitos sexuais e reprodutivos; movimento de mulheres e dos setores GBLTT; grupos acadêmicos dedicados ao estudo do Estado laico; associações científicas; e defensores da liberdade de expressão, para citar apenas alguns segmentos”. Agora, digam-me: que raios de contribuições importantes têm a oferecer as minorias religiosas, os ateus e os agnósticos, os defensores das depravações sexuais e do assassinato de crianças inocentes et caterva a um acordo que se propõe a regulamentar a situação jurídica da Igreja Católica no Brasil? Ao invés de fazer baderna e espernear, valeria muito a pena ler a íntegra do acordo assinado, que nada tem a ver com nenhuma dessas “fontes respeitáveis” que, segundo o Observatório da Imprensa, deveriam ter sido ouvidas. O acordo não regulamenta as associações científicas, nem os ateus e agnósticos, nem legisla sobre (inventados) direitos sexuais e reprodutivos, e nem nada disso. Refere-se ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, e nada mais. A Igreja Católica é parte interessada neste assunto e, a União, a outra parte. O resto é conversa fiada.

Vale a pena lembrar que a Igreja Católica existe no Brasil – isto é um fato – e, segundo me consta (corrijam-me os mais versados em Direito), Ela Se encontrava em uma situação anômala desde a promulgação do Novo Código Civil em 2002, onde o único lugar onde Ela talvez “Se encaixasse” era como pessoa jurídica de direito privado, ao lado de associações, sociedades, fundações e partidos políticos (!). É evidentemente necessário que a Igreja Católica, realidade singular e incomparável, existente de facto no Brasil, tenha também um reconhecimento de iure pelo Estado Brasileiro.

Quanto à suposta concessão de direitos à Igreja Católica que seriam inconstitucionais, basta ler o texto do acordo para verificar que isto não existe. Este blog chegou a falar, dada a evidente inexistência de quaisquer privilégios ilegais concedidos à Igreja, que o risco estaria… nas entrelinhas! Ora, então a mídia anti-católica quer mobilizar a opinião pública (inclusive já tem até uma petição contra a ratificação do acordo) contra um acordo evidentemente necessário, legalmente negociado e já assinado pelas partes interessadas, apenas com base em um suposto risco que estaria nas entrelinhas do texto? É impressionante como a falta do que fazer é matéria fértil para que os desocupados se dediquem com afinco às suas fantasias e seus devaneios desconexos da realidade.

Quanto à refutação dos “riscos entrelinhados”, fique-se num só exemplo, pois é um dos pontos mais importantes do acordo. Trata-se do artigo 16.

Vínculo não-empregatício de padres, freiras, e todo o pessoal que faz trabalho voluntário para a igreja católica (artigo 16) – Este item exime formalmente o Vaticano de cumprir com as obrigação frente às leis trabalhistas brasileiras. Dada a gravidade do privilégio, seria no mínimo necessário clarear o entendimento sobre a extensão desta cláusula.

A necessidade desta cláusula é bastante óbvia: impedir que ocorram coisas análogas ao que vem acontecendo com as igrejas protestantes, onde os ex-pastores pedem indenizações às suas ex-igrejas pelos “serviços prestados” conforme as leis trabalhistas vigentes no Brasil. Imaginem um sacerdote “largar a batina” e, ainda por cima, desejar ser indenizado pelo tempo que esteve a serviço da Igreja! Não encontrei dados sobre casos do tipo no Brasil, mas é óbvio que o vínculo entre um padre e uma paróquia não é trabalhista nos moldes da CLT e, sendo assim, nada mais justo que isso esteja expressamente disposto em algum lugar.

Fica claro, portanto, que as queixas dos que estão fazendo alarde e reclamando do acordo assinado entre a Santa Sé e a República do Brasil carecem de embasamento; quanto ao primeiro ponto, a exigência é descabida e, quanto ao segundo, a acusação é inexistente. Como as queixas não têm cabimento, procuram eles fazer muito barulho, na tentativa de que a profusão deste possa suprir, sob alguma ótica irracional, a completa inexistência daquele. Não nos furtemos, pois, ao debate público que eles desejam, e respondamos aos críticos com firmeza e propriedade. E rezemos, para que tal acordo possa dar frutos o quanto antes e a Igreja Católica possa mais facilmente cumpria a Sua missão divina nesta Terra de Santa Cruz.

Sexualidade: no Brasil e na Espanha

– O presidente Lula disse recentemente, falando sobre as aulas de (des)educação sexual, que é “preciso acabar com a hipocrisia religiosa, e isso vale para todas as religiões”. Também disse o presidente que “[é] preciso convencer os pais do mundo todo de que educação sexual em casa é tão importante quanto comida”. Em casa, nós concordamos; qual é então o motivo da ingerência estatal com as aulas de depravação nas escolas?! O programa do Governo para a destruição das crianças brasileiras já está em pleno funcionamento há muito tempo. Falta-lhe um nome. Qual será? “Moral Zero”? “Castidade Zero”? “Pureza Zero”? “Pudor Zero”?

Não é a primeira vez que o Lula-católico-a-seu-modo ofende grosseiramente a Igreja, chamando-lhe de “hipócrita”. Na defesa dos preservativos que ele fez em março, foi a mesma coisa. Engraçado que, recentemente, ele anunciou um plano nacional contra a intolerância religiosa. Será que isso não vale para a Igreja Católica?

Mulher espanhola dá um testemunho de que é possível superar a homossexualidade. Marta Lozano escreveu um livro narrando a sua história de vida, e a maneira como ela encontrou a paz após lutar contra as suas más inclinações ao longo de anos. Nos nossos tempos em que é politicamente incorreto discordar do homossexualismo, é muitíssimo oportuno o testemunho de que é possível, sim, reencontrar a sua própria identidade e reorientar-se sexualmente.

Antes simplesmente não me sentia mulher. Agora, pelo contrário, sinto-me plenamente identificada com o sexo feminino e sobre tudo, sinto-me muito mais a gosto comigo mesma, mais sossegada e com mais paz interior. Minha vida social e pessoal também variou substancialmente. Agora me sinto mais livre e mais feliz, relaciono-me mais e melhor com a gente, em meu trabalho me encontro mais satisfeita e me ilude meu futuro [e me entusiasma o meu futuro, conforme uma tradução mais fiel de y me ilusiona mi futuro; o tradutor deu uma escorregada na falsa cognata (p.s.)].

Vale a pena ler a entrevista concedida pela autora (em espanhol).

Venda de abortivos no Brasil

Recebi a seguinte notícia por email (clique para ampliar), falando sobre como é extremamente fácil conseguir medicamentos abortivos no Brasil:

abortivo-circula-livre1Manuela [nome fictício] não teve dificuldades para conseguir o Cytotec nas duas vezes em que induziu o aborto. A primeira gravidez ocorreu aos 19 anos. “Eu não estava preparada e não queria voltar para casa com um filho no colo”, conta. Segundo ela, o primeiro aborto foi “normal”, com poucas cólicas. A segunda vez ocorreu no ano seguinte. Durante o procedimento, Manuela sentiu dores e sangrou muito. Ela confessa que estava entre o segundo e o terceiro mês nas duas situações e que ingeriu quatro cápsulas, que custaram, no total, cerca de R$ 100.

A mesma notícia diz ainda que, “[d]iariamente, técnicos investigam sites suspeitos e removem anúncios de medicações ilegais. A pena para a venda pode chegar a três anos de prisão. Denúncias de venda irregular de produtos podem ser feitas pelo Disque Saúde (0800 61 1997)”.

Pois bem, a julgar pelos fatos, eu sinceramente não sei o que os tais técnicos estão fazendo o dia inteiro. Basta digitar “Comprar Cytotec” no google para se encontrar dezenas de anúncios de venda do veneno abortivo. Para ficar em um só exemplo, este blog diz o seguinte:

Se você mora num país onde não há acesso ao aborto seguro e você deseja realizar um aborto medicinal com Mifepristone e Misoprostol, por favor consulte nos e teremos o prazer de lhe ajudar nesta empreitada. Este é um serviço de ajuda ao aborto medicinal online que te ajudara e te fornecerá o aborto medicinal. Uma mulher pode também fazer um aborto até 16 semanas de gravidez utilizando apenas Misoprostol.

[…]

sabendo que o (cytotec) é um medicamento usado para ulcera. Logo após o intervalo de 6 a 8 hs,terá inicio a menstruação.Recomendo, ao inicio de cólicas procure um medico CASO VC QUEIRA, (MAS COM O USO DO INJETÁVEL VC TERA UM ABORTO NATURAL E ESPONTÃNEO) ,para que ele tome as providencias cabiveiscaso necesita..não prescisa falar nada, simplesmente se queixa de dores. (dores menstruais, colicas dores abdominais, contrações uterinas etc), [esta vírgula (e todos os demais erros) pertence(m) ao original!]

É vergonhoso que este veneno seja vendido à luz do dia, e que crianças estejam sendo assassinadas sem que ninguém pareça se importar ou tomar providências. Que Deus tenha misericórdia de nós todos, e Nossa Senhora da Conceição Aparecida livre o Brasil da maldição do aborto.

Conversão de Gramsci

Esta manhã, o [arce]bispo Luigi De Magistris, emérito da Penitenciária Apostólica [literalmente, pró-penitenciário maior emérito], em uma intervenção feita durante a apresentação do primeiro catálogo internacional dos santos, revelou os pormenores das últimas horas de vida do ideólogo do PCI [Partido Comunista Italiano] Antonio Gramsci: “O meu conterrâneo Gramsci tinha no seu quarto uma imagem de Santa Teresinha do Menino Jesus. Durante sua última doença, as irmãs da clínica onde ele convalescia levavam aos doentes a imagem do Menino Jesus para que a beijassem. Não a tinham levado a Gramsci. Ele disse: ‘por que não me trouxeram [a imagem]?’ Trouxeram-lhe então a imagem do Menino Jesus e Gramsci a beijou. Gramsci morreu com os Sacramentos, retornando à Fé de sua infância. A misericórdia de Deus nos ‘persegue’ santamente. O Senhor não Se conforma em nos perder”.
[do blog de Andrea Tornielli]

Instituto del Buen Pastor - Latinoamérica
Mons. De Magistris. Foto: Instituto del Buen Pastor - Latinoamérica

Tive a grata oportunidade de conhecer o Monsenhor De Magistris quando estive em Roma no início do ano; andando de batina e de chapéu saturno, rezando naquela igreja (não me recordo o nome!) que fica na entrada da parte administrativa do Vaticano (onde fica o L’Osservatore Romano e onde os guardas suíços não deixam você entrar), ou recebendo-nos amavelmente no seu apartamento. Atencioso e sorridente, a despeito da idade avançada; tenho boas lembranças dele. João Paulo II escreveu-lhe cartas; ele já ordenou Legionários de Cristo e também Sacerdotes do IBP.

A notícia da conversão de Antonio Gramsci é excelente! Deus ama o pecador e espera o retorno do filho pródigo, a despeito de todo o mal que ele possa ter feito em sua vida. O Pai permanece de braços abertos, até o último momento; nas inspiradas palavras do Monsenhor, é uma santa perseguição da Misericórdia d’Aquele que não Se conforma em nos perder.

A imprensa “desmentiu” a conversão de Gramsci. Não considero a história inverossímil; ademais, julgo que o testemunho das freiras que o assistiram nos últimos dias e de um monsenhor de quem só possuo excelentes referências é digno de mais crédito do que as reclamações dos comunistas italianos. Que a Virgem Santíssima seja em seu favor, e o pensador italiano possa descansar em paz.

Vale a pena ver o que disse o Yashá Gallazzi em seu blog:

Não deixa de ser irônico que um fervoroso seguidor da “Igreja do Marxismo dos últimos dias” tenha sentido, no final da vida, a necessida[de] básica do ser humano pelo perdão e pela misericórdia.

[…]

Essa é a grandeza da fé cristã – que, sim, uniu o mundo ocidental: abraçar fraternalmente até aqueles que se dedicaram a acabar com ela. O amor, sabe-se, vence qualquer tipo de ideologia homicida.

Vejam ainda:

Gramsci e o catolicismo – “Erguei-Vos, Senhor”
A conversão de um pecador – “Igreja Una”

O Estado e a Depravação Sexual

Reinaldo Azevedo, hoje: protejam suas crianças do molestamento do Estado. É um texto longo, como o próprio Reinaldo diz, mas recomendo enfaticamente a leitura, para quem tiver estômago. Refere-se a um “kit” para as aulas de (des)educação sexual que o Ministério da Saúde está enviando às escolas. Não sei se a depravação está já generalizada por todo o território brasileiro ou se ainda se restringe à terra da garoa; mas as fotos exibidas pelo Reinaldo foram enviadas por uma pai de família que mora em São José do Rio Preto, no interior do Estado de São Paulo.

O tal kit contém coisas como um DIU, um diafragma, pílulas anti-concepcionais, pílula do dia seguinte, camisinha feminina e… um pênis de borracha (!), para ser usado nas aulas práticas (!) onde os alunos vão aprender a colocar a camisinha. O “público-alvo” desta educação petista são meninos e meninas de 12 ou 13 anos em diante. Não é novidade. Houve já, no ano passado, o escândalo da cartilha de educação sexual, lembrada pelo Reinaldo no texto acima linkado, e que vale a pena copiar aqui:

A cartilha sexual de Lula é destinada a jovens entre 13 (!!!) e 19 (!!!) anos, como se essa faixa etária existisse. Observem: estamos falando praticamente de uma criança e de um adulto, ambos expostos à mesma informação e, lamento dizer, estimulados a praticar sexo, inclusive entre si — o que pode até configurar crime. Tanto uns quanto outros lerão nas cartilhas entregues por Lula coisas assim:

– O beijo é como chocolate por “aguçar todos os sentidos” e “liberar endorfinas”. E tem uma vantagem: “queima calorias”, ao contrário do doce.
– Há espaço na cartilha para o estudante — de 13 a 19 anos, reitero — relatar suas “ficadas”. E o governo federal ensina que ficar compreende “beijar, namorar, sair e transar”.
– O pênis com a camisinha é chamado de “O pirata de barba negra e de um olho só [que] encontra o capuz emborrachado”. A associação entre pênis e pirata merece um estudo…
– O uso dos verbos no imperativo não deixa a menor dúvida: “Colocar o preservativo pode ser uma excelente brincadeira a dois. Sexo não é só penetração. Seduza, beije, cheire, experimente!”.

A cartilha de Lula é pornografia pura e simples. E eu não lastimo apenas o gosto estético de quem redigiu, mas também a saúde mental. Quem se dirige a crianças e adolescentes nessa linguagem tem problema. Precisa se tratar. Se algum adulto, na minha presença, referir-se a sexo, nesses termos, com as minhas filhas no ambiente, leva um tapão na orelha. Leva um pé no traseiro.

Sinceramente, isso já ultrapassa em muito todos os limites do tolerável. Estamos falando de um pênis de borracha! Como criticou muito apropriadamente o Reinaldo (que, óbvio, não publicou a foto do dito cujo), “alunos de 12, 13 anos estão sendo expostos a um “material didático” que não pode ser exibido em blogs e jornais voltados para o público adulto”. A educação dos filhos compete aos pais em primeiríssimo lugar, e só subsidiariamente ao Estado, como ensina a boa Doutrina Católica e também a Lei Natural. É óbvio ululante que esta pornografia chula ministrada em sala de aula para adolescentes de treze anos, além de ser uma agressão estatal aos direitos da Família, não pode provocar senão profundas deformações morais nos alunos. Crianças que têm contato com utensílios eróticos, que lêem material pornográfico e são incentivados a escrever neles as suas “experiências”, que são apresentadas a toda uma gama de apetrechos contraceptivos e abortivos (como o DIU ou a pílula do dia seguinte), que podem pegá-los gratuitamente e por si próprias nos postos de saúde (ou nas “máquinas de camisinhas” das escolas), que fazem “aulas práticas” nas salas de aula para aprenderem a sua utilização, tudo isso no clima da mais absoluta normalidade e não raro à revelia da sua família… que espécie de jovens irão se tornar? Será que é preciso ser psicótico ou neurótico, ou ultra-conservador e reacionário, ou alienado fundamentalista, ou estar vendo chifre em cabeça de cavalo, para perceber que tal processo não pode produzir senão monstros?

Evocam tanto a laicidade do Estado para retirar dos espaços públicos quaisquer referências a Deus ou à religião, sob o (furado) pretexto de que a exposição de um certo conjunto de crenças pode ferir as susceptibilidades das pessoas que não lhe são adeptas; mas e quanto a esta palhaçada pornográfica? Ela ofende, se não todas, uma parte sem dúvidas muito considerável das religiões existentes! Por que, quando se trata de impôr a depravação moral nas escolas públicas, o governo não se preocupa com a pluridade religiosa e a diversidade cultural do povo brasileiro – ao contrário, as desrespeita frontalmente? O Estado está firmemente empenhado em impôr a sua própria “moral” aos seus cidadãos, numa clara extrapolação das suas funções e num flagrante desrespeito ao seu povo. Colocam-se mil dificuldades para o ensino do Catecismo nas escolas; mas, para ensinar o anti-catecismo, o Partido é rápido e eficaz, e não aceita nenhuma discordância! Por acaso isto é governo? Isto é educação? Isto é respeito? Quanta patifaria!

Presépio Já!

Extraído do site Reino da Virgem Mãe de Deus, da autoria do Marcio Antonio Campos, no ano passado. Campanha mais que oportuna. Nestes dias em que o Natal é tão atacado, importa dar testemunho público da nossa Fé Católica e Apostólica.

Na minha mesa de trabalho cabe um presépio. Vou providenciar.

* * *

Campanha “Presépio já”!

Consta que um dos primeiros desenhos animados dos criadores da série South Park mostrava um duelo entre Jesus e o Papai Noel para saber quem era a principal personalidade do Natal. Nunca vi esse desenho para saber se ele é apenas engraçado ou também blasfemo, ou para saber quem venceu a disputa. Já no mundo real, precisamos admitir: Papai Noel está vencendo por larga margem. E cada vez mais cedo. Ainda no fim de outubro, visitei um shopping em Curitiba, onde moro. O lugar já está entulhado de papais noéis, pingüins, árvore de Natal e outras decorações afins. E, obviamente, nenhum presépio.

Desgostoso com o que eu vi, e depois de ler em algum lugar na internet (juro que não lembro onde) sobre uma campanha que lançaram não sei em que país pra incentivar os cristãos a botar seus presépios pra agir, julguei que era hora de os cristãos iniciarem uma mobilização pela volta dos presépios. Ela funciona em várias frentes.

No âmbito doméstico – os cristãos podem fazer o óbvio: exibir presépios. Nas nossas casas, isso é garantido; e no local de trabalho, se as circunstâncias permitirem, coloquemos lá nossos presépios também. Tradicionalmente se montam presépios no dia 6 de dezembro, dia de São Nicolau; mas sinceramente não acho que devemos esperar até lá para isso – se o comércio já começou a sua decoração de Natal, não podemos esperar muito para o contra-ataque…

No âmbito comercial é que a luta se torna um pouco mais difícil. O que podemos fazer?

  • primeiro, escrever ou telefonar para lojistas ou administrações de shopping perguntando por que não existem presépios na decoração de Natal. Eu imagino que a resposta mais óbvia será “para não ofender os não-cristãos”. Bom, nesse caso respondemos que, ao excluir o presépio da decoração, estão ofendendo os cristãos – que são a maioria da população brasileira (e, portanto, de consumidores). Além do mais, se existe Natal, é só por causa daquela cena retratada no presépio.
  • segundo, partir para o confronto: se depois dos apelos para que a loja ou shopping adicione presépios na sua decoração de Natal (claro, colocar um presepinho escondido num canto, entre duzentos homens de vermelho não vale), não surtir efeito, partimos pro boicote, avisando nossos amigos católicos sobre a recusa daquele estabelecimento em colocar presépios na sua decoração.

Alguns podem considerar que boicotar estabelecimentos comerciais é uma atitude muito dura. Mas infelizmente a única linguagem que muitos comerciantes entendem é a do dinheiro. Em época de Natal, o que lojas e shoppings mais querem é vender. Para isso precisam de clientes, ou seja, precisam de nós. A mobilização de católicos já conseguiu cancelar exposições blasfemas – por que não poderíamos nos mobilizar para que o Natal volte a ser a festa do Menino Jesus? Afinal, se vamos comprar presentes para nossos familiares e amigos (e não há nada de errado nisso), por que não darmos preferência aos estabelecimentos que, na sua decoração, mostrarem o verdadeiro significado do Natal? Não importa a religião do dono do shopping ou da loja; importa é o efeito que a exposição do presépio terá sobre todos os que passarem por ali, para lembrá-los de que o Natal é a festa do Menino Jesus, e não do Papai Noel.

Basta que usemos o bom senso. Não precisamos pedir que escondam todos os Papais Noéis, ou que haja um presépio em cada corredor do shopping. Soube que em um dos maiores shoppings de Salvador existe um presépio grande na principal decoração de Natal. A meu ver, já é um ótimo começo.

Autor: Márcio Antônio Campos
Publicação original: 09 de Novembro de 2007
Extraído de www.veritatis.com.br

Projeto para a (de)formação de católicos

Vejam esta “maravilha”. Fiz questão de transcrever na íntegra.

amor-jamais-acabara

12º Encontro

Ceia: memória, comunhão e partilha

Mantra: Onde reina o amor, fraterno amor,
Onde reina o amor Deus aí está
.

1. Acolhida

(Acolher as pessoas, dando-lhes as boas-vindas e deixando-as bem à vontade.)

Canto: “Ó Senhor, nós estamos aqui”.

(Ou outro à escolha.)

1. Ó Senhor, nós estamos aqui,
junto à mesa da celebração
Simplesmente atraído por vós
desejamos formar comunhão.

Igualdade, fraternidade,
nesta mesa nos ensinais
/:As lições que melhor educam
na Eucaristia é que nos dais!:/

2. Este encontro convosco,
Senhor, incentiva a justiça e a paz!
Nos inquieta e convida a sentir
os apelos que o pobre nos faz.

Animador(a): Irmãos e irmãs, que a alegria, mística da evangelização, a esperança e a paz estejam sempre conosco como força e testemunho de comunhão eclesial! Nós nos reunimos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!

2. Oração inicial

Senhor, nosso Pai, estamos reunidos para conhecer melhor Jesus e sua proposta, e partilhar a experiência da fé. Queremos reafirmar nosso compromisso batismal como discípulos missionários de teu Filho Jesus. Ajuda-nos na fidelidade à missão. Por Cristo, nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém!

3. Deus nos fala pela vida

Animador(a): A celebração da Ceia do Senhor era uma prática muito comum nas primeiras comunidades cristãs. Era celebrada nas casas com alegria e simplicidade. Nos Atos dos Apóstolos encontramos os textos que falam dessa experiência como perseverança aos ensinamentos recebidos; testemunho de comunhão fraterna; fração do pão; oração e solidariedade com os pobres (cf. At 2, 42-47; 4, 32-37; 5, 12-16). “Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e possuíam tudo em comum” (At 2, 44). No início da comunidade de Corinto, parece que a Ceia ou Eucaristia era uma refeição fraterna onde todos se sentiam como irmãos num clima de alegria, confiança e comunhão.

Todos(as): “A Eucaristia, participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de Salvação, nos faz membros do mesmo Corpo (cf. 1Cor 10, 17). Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o alimento da vida em comunhão” [DA 158].

Leitor(a) 1: O Apóstolo Paulo, ao tomar conhecimento de que a celebração da ceia estava causando divisão, chama a atenção da comunidade para três dimensões essenciais dessa refeição especial:

  • Eucaristia/Ceia é memória, comunhão com Jesus e comunhão com as pessoas;
  • Eucaristia/Ceia é partilha com os mais pobres;
  • Eucaristia/Ceia é compromisso com o ato celebrado.

Por isso, na ceia eucarística não pode haver divisão, separação, privilégios, discriminação por motivo de raça ou situação social… Vamos contemplar os símbolos que trouxemos hoje para nosso encontro [Bíblia em lugar de destaque, flores, um pão e o Círio Pascal ou uma vela]. O que eles despertam em nós? Em nossas celebrações como percebemos as três dimensões acima citadas? (Motivar e dar tempo para as pessoas falarem.)

Refrão: Comungar é tornar viva a aliança com Jesus, razão de nossa esperança.

4. Deus nos fala pela Bíblia

Animador(a): Há um consenso entre os pesquisadores do Novo Testamento sobre a época em que Paulo escreveu esse texto sobre a Eucaristia/Ceia. Ele é considerado como um dos escritos mais antigos, datado aproximadamente entre os anos 51-56. No início, a celebração da Eucaristia/Ceia era feita depois de uma refeição em que os participantes traziam os alimentos e os repartiam entre si. Na comunidade de Corinto surgem alguns problemas decorrentes de divisões de classe e de mentalidade: “Ouço dizer que, quando vós vos reunis como Igreja, têm surgido dissensões entre vós” (1Cor 11, 18). Paulo alerta que a Eucaristia/Ceia não deve estar separada da dimensão de comunhão e partilha.

Leitor(a) 1: O Apóstolo recorda também que a Eucaristia é memória perpétua da paixão/morte e ressurreição de Jesus. É um sinal da Nova Aliança. Por isso, quando participa da Ceia, a comunidade vive a experiência de todos serem um no mesmo Corpo de Cristo. Paulo orienta a comunidade para a dimensão de unidade, comunhão e partilha: “Meus irmãos, quando vos reunirdes para a ceia, esperai uns pelos outros […] para que vossas reuniões não sejam para vossa condenação (1Cor 11, 33-34).

Canto acolhendo a Palavra.

Leitura atenta do texto: 1Cor 11, 17-34.

Para meditar e refletir:

1. O que diz o texto? (Repetir as palavras que mais lhe tocaram o coração.)

2. O que o texto diz para mim/nós? (Iluminação do texto para a vida e missão.)

3. Como estamos vivendo a Eucaristia em nossa vida e na vida da comunidade?

5. Deus nos envia em missão

O que o texto nos faz dizer a Deus?

(Momento de silêncio e interiorização.)

Animador(a): Num momento de silêncio, vamos interiorizar a Palavra e expressar através das preces o que o texto e a reflexão nos fizeram sentir. (Motivar o grupo para fazer preces espontâneas. Depois de cada prece, todos pedem: “Senhor, ensina-nos a viver com intensidade a dimensão pessoal, comunitária e social da Eucaristia”.)

Leitor(a) 1: Com o coração agradecido, vamos rezar a oração em que pedimos ao Pai que venha a nós seu Reino, que não nos falte o pão de cada dia e que estejamos livres de desvios em relação ao projeto amoroso de Deus: Pai Nosso

Compromisso: O que podemos assumir concretamente a partir das reflexões feitas neste encontro?

Oração Final: Deus da vida e da comunhão, ensina-nos a ser sempre mais fiéis à dimensão profunda da Eucaristia em nossa vida e missão. Reforça os laços de unidade e do testemunho de comunhão eclesial entre nós. Por Cristo Jesus, nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Bênção: Deus, que é nossa salvação, nos abençoe e faça brilhar sobre nós sua paz agora e sempre. Amém!

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

Canto final à escolha.

(Neste momento faz-se a partilha do pão entre os participantes.)

– x –


O amor jamais acabará (1Cor 13, 8) – Roteiros de estudo para os Círculos Bíblicos e Grupos de Reflexão sobre a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, pp. 90-94
Círculos Bíblicos 8
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Paulinas / Paulus
1ª Edição – 2008

Alguém consegue encontrar uma explicação minimamente razoável para um livro de roteiros para círculos bíblicos, supostamente católico, com o nome da CNBB, editado e vendido em livrarias católicas, em um capítulo dedicado à Eucaristia, não trazer uma única referência à presença real e substancial de Nosso Senhor Jesus Cristo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade no Santíssimo Sacramento, nem ao Sacrifício de Cristo no Calvário tornado presente de maneira incruenta sobre o altar quando se celebra o Santo Sacrifício da Missa?

“Homofobia” na UFPE

Tenho a impressão de que o meio universitário é um campo fértil para a proliferação da intolerância gayzista. Após o já célebre caso dos gays que estragaram a festa em São Paulo, apareceu hoje uma notícia no Blog de Jamildo, conhecido jornalista do Jornal do Commercio, noticiando uma denúncia de homofobia aqui na Casa do Estudante da UFPE. Verdade seja dita, a cobertura do incidente foi feita com honestidade, porque o Jamildo publicou uma carta, de um dos “homofóbicos”, onde ele se defendia das acusações.

O anônimo que se defende diz algumas coisas interessantes. Reproduzo aqui cum jubilo, feliz por encontrar coragem e bom senso entre os residentes da Casa do Estudante que são acossados pela ideologia gayzista infiltrada nos meios universitários.

[E]sse enfrentamento [entre quem se define “hetero” e “homo”] quase sempre foi incitado pelos que se dizem vítimas de preconceito.

É inadmissível que aqueles que se dizem vítimas de preconceito ajam com um preconceito às avessas, ou então, com agressividade, mesmo que não física.

Já tivemos fatos de homossexuais escalarem paredes de banheiros para verem os heteros tomarem seus banhos, ou mesmo gays que trazem seus parceiros sexuais de aventura para dentro da casa, e são assaltados por esses.

Quem quer ser respeitado não respeita pessoas nem regras. Não se dá ao respeito, portanto, não pode exigir respeito.

Em momento algum a chapa “Atitude” se valeu do fato de ter membros heterossexuais em sua composição, por julgar que este fato seja irrelevante dentro de uma gestão democrática.

Em contrapartida, a própria chapa “Ação é tudo” se valia do fato de ter homossexuais em seus discursos, fato para nós irrelevantes.

O lençol azul que foi estirado não caracteriza agressão nenhuma. A Casa é do Estudante *Masculino*, e é de conhecimento geral que o azul caracteriza a Masculinidade. Aposto como mesmo os gays receberam um enxoval azul e não rosa quando nasceram. Eu consideraria agressão outro fato, passado ainda esse ano, quando os residentes gays conseguiram um telefone rosa para a Casa. Havia como conseguir um telefone de qualquer cor, mas fizeram questão de conseguir um rosa para agredir os heteros.

Quem agride tem de estar preparado para ser agredido.

[…]

Não esperem que depois de termos ouvido tudo que ouvimos da chapa 1, de termos passado e enfrentado todos os entraves que nos foram colocados por essa chapa, agíssemos como se nada houvesse acontecido.

Se [os homossexuais] têm tanto apego às leis, comecem por não encobrir os criminosos que vocês mesmos recebem de braços abertos, passem por cuidar de cumprir as regras e deixarem de usar drogas em nosso espaço de convívio. Deixem de trazer seus parceiros sexuais efêmeros, parem de agredir os costumes e as leis de boa vivência. Dêem-se ao respeito se querem, de fato, um dia ser respeitados.

Isso parece mais choro de quem teve seus planos de comando interrompidos pela vontade da MAIORIA. Interessante que foi preciso perderem a eleição para irem buscar a imprensa e divulgar o que chamam “homofobia”. Se houvessem ganho, será que a atitude seria a mesma?

Parabéns ao autor da carta pela lucidez e pela coragem. Ninguém pode ser obrigado a aturar passivamente a “moral” gayzista nem a ser exposto às depravações sexuais dos sodomitas. Na vida em sociedade, há uma óbvia exigência de que o comportamento esteja adequado ao ambiente onde se está, no respeito às leis de boa convivência; os intolerantes gayzistas não podem se arrogar o suposto “direito” de estarem acima da Moral e dos bons costumes, transformando a Casa do Estudante “em uma Sodoma e Gomorra”.

O respeito devido a Deus

Um grande amigo meu, o Gustavo Souza, que já é provavelmente conhecido de alguns por ter alguns textos aqui publicados e por ter o seu blog relacionado na coluna lateral do Deus lo Vult, escreveu há algum tempo um interessante texto sobre o respeito ao ser humano, a cuja leitura eu remeto. Gostaria de seguir os passos do meu conterrâneo e tecer mais algumas considerações sobre o assunto, já que o mesmo aparenta ser bastante mal compreendido nos nossos dias. Mas começo sob uma outra perspectiva: pretendo falar primeiramente um pouco sobre o respeito a Deus.

Inicio com um parágrafo do Catecismo da Igreja Católica:

Feito membro da Igreja, o baptizado já não se pertence a si próprio mas Aquele que morreu e ressuscitou por nós. A partir daí, é chamado a submeter-se aos outros, a servi-los na comunhão da Igreja, a ser «obediente e dócil» aos chefes da Igreja e a considerá-los com respeito e afeição. Assim como o Baptismo é fonte de responsabilidade e deveres, assim também o baptizado goza de direitos no seio da Igreja: direito a receber os sacramentos, a ser alimentado com a Palavra de Deus e a ser apoiado com outras ajudas espirituais da Igreja.
[CIC 1269]

Saliento a seguinte frase: o Batismo é fonte de responsabilidade e deveres. Já manifestei aqui por diversas vezes o meu mais veemente descontentamento para com os “católicos de IBGE”, “católicos self-service”, “Católicos com Doutrina Diferente da Igreja” (CDDI’s – excelente contributo de um leitor no espaço de comments!) e outras espécies estranhas que, infelizmente, pululam como micróbios em água suja nos nossos dias. Por que essas pessoas são fontes de escândalo e provocam justa indignação naqueles que se esforçam para serem católicos fiéis? Oras, porque elas esvaziam o catolicismo daquilo que lhe é fundamental e apresentam ao mundo, com a sua vida, uma caricatura do Evangelho, uma deformação da Igreja Católica.

Para ser católico não é suficiente dizer-se católico. O Batismo não é uma mera cerimônia social. É – nos dizeres do Catecismo – fonte de responsabilidades e deveres. “Católicos” que não levam a sua vida de acordo com as exigências do seu Batismo são péssimos católicos, são traidores das promessas que fizeram um dia (ou que fizeram por eles, mas eles aceitaram livremente depois), são anti-evangelizadores na medida em que impedem a Igreja Católica de ser conhecida na plenitude de Seu esplendor de Esposa de Cristo sem ruga e sem mácula. Disse o Apóstolo que de Deus não se zomba (cf. Gl 6, 7); os católicos que não querem assumir as “responsabilidades e deveres” decorrentes do seu Batismo e se insistem em se dizer católicos mesmo assim estão faltando ao respeito devido ao Deus Todo-Poderoso.

Devemos respeito a Deus – eis uma verdade tão óbvia quanto negligenciada nos nossos dias! O “temor de Deus”, este dom do Espírito Santo tão esquecido, é o princípio da sabedoria (cf. Pr 1, 7) e é o dom “que nos faz reverenciar a Deus, e ter receio de ofender a sua Divina Majestade, e que nos afasta do mal, incitando-nos ao bem” (Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã, q. 921). Enquanto estas coisas não forem devidamente relembradas, dificilmente haverá respeito a Deus.

Hoje em dia “temor” é uma palavra à qual está associada um rótulo odioso, capaz de evocar imagens obscurantistas das quais queremos nos emancipar. Ninguém quer ter medo; dizem-nos que isto é coisa de crianças, e que foi usado como instrumento de dominação pela Igreja Católica, e outras besteiras mais. Dizem-nos ainda que Deus é um amigo ao qual devemos amar e não temer; dizem até que “temor” é para ser traduzido por “ter amor”… é verdade que Deus é nosso amigo a quem devemos amar, e é sem dúvidas verdade que devemos ter amor a Deus. Mas dizer somente isso não é dizer toda a verdade, porque Deus também é a Majestade Suprema infinitamente digna de respeito e veneração. Deus é Pai, mas também é Deus; as duas coisas não são de modo algum excludentes. Precisamos respeitar a Deus (como, aliás, precisamos respeitar os nossos pais – o respeito aos pais está radicado justamente no temor de Deus, como diz o Catecismo (cf. CIC 2217)), precisamos reverenciá-Lo, precisamos ter receio de O ofender. Isso não é um medo irracional nem uma fonte de traumas e frustrações; é, ao contrário, o princípio da Sabedoria.

Respeitar a Deus é também respeitar a Igreja, respeitar os compromissos assumidos no Batismo; respeitar a Deus é esforçar-se para ser, tanto quanto possível, um católico bom e fiel. E, aqui, nós chegamos no respeito ao próximo, que pode ser visto como um caso particular do respeito devido a Deus. A caridade – que nos manda amar ao próximo como a nós mesmos – leva-nos naturalmente a respeitar ao próximo, por amor a Deus (claro, dentro dos limites do que é verdadeiramente respeito, que o Gustavo sinalizou muito bem no texto acima linkado). É por isso que todos os problemas do mundo se resolvem com a Doutrina Católica, e é por isso que são descabidas as críticas daqueles que julgam ser “farisaísmo” (ou coisa parecida) a importância dada àquilo que a Igreja ensina. O conhecimento e a prática do Evangelho de Jesus Cristo são o único caminho seguro para a verdadeira paz nesta terra, são a única resposta às inquietudes dos seres humanos, são a única força capaz de transformar o mundo.

Spiritus sancti timoris,
miserere nobis!