“Reforma contra o Modernismo”

A Montfort publicou uma interessante entrevista concedida pelo pe. Joseph Luzuy, do Instituto Cristo Rei (instituto que, segundo insinua o Fedeli, não poderia contar com o apoio da Montfort porque “aceita a Missa Nova”; o que confere uma certa isenção à entrevista). Destaco alguns aspectos que julguei mais relevantes.

[S]obre a cruz[,] Cristo, morrendo[,] não  foi compreendido. Ele expirou no mistério e não houve necessidade de tradutores ou de divulgadores para explicar aquele mistério. Portanto, se Cristo morto na Cruz é o mistério por excelência, por que razão a Missa deveria ser toda e racionalmente compreensível?

A comparação é primorosa, e confesso ser a primeira vez que a vejo! Se por um lado é verdade que os ritos litúrgicos “devem adaptar-se à capacidade de compreensão dos fiéis” (Sacrossantum Concilium, 34), por outro lado é igualmente verdade que a Paixão de Cristo – tornada presente em cada missa – é um dos principais Mistérios da nossa Fé e, portanto, por definição, transcende a compreensão humana. Esta verdade anda bem esquecida nos nossos dias, e neste sentido o latim ajuda a manter o Santo Sacrifício envolto num saudável véu de mistério, até mesmo por dificultar aos fiéis a compreensão completa e meramente racional de todas e cada uma das partes da Liturgia.

Sempre defendi que existem “graus de ignorância”. Oras, a Santa Missa simplesmente não pode ser compreendida em sua totalidade. Portanto, o latim (não-compreendido) ajuda os fiéis a saberem que não entendem por completo o que está se desenrolando diante dos seus olhos. Eles não sabem e sabem que não sabem. O vernáculo, ao contrário, passa a falsa impressão de que se entende completamente tudo o que está acontecendo, afinal, o significado das palavras é conhecido… portanto, hoje em dia, não é que as pessoas “compreendam mais” a missa por causa do vernáculo, é exatamente o contrário: eles não compreendem e julgam compreender, e isso é muito pior do que o primeiro caso. É uma ignorância muito mais grave.

Creio que esteja se dando, especialmente após o Vaticano II, mas não por culpa dele, um processo de protestantização da cultura religiosa, da liturgia e nos próprios estudiosos.

A acusação é grave, mas respeitosa e digna de atenção. O problema – já infinitas vezes reportado – é a utilização indevida de textos conciliares para que sejam “justificadas” as maiores barbaridades. Creio já ter falado aqui, mas repito: urge resgatar o Concílio da mão dos hereges e colocá-lo de novo a serviço da Igreja de Cristo, para a maior glória de Deus.

Circulam rumores que esteja em estudo uma reforma da liturgia, com a troca da paz antes do Ofertório, a comunhão de joelhos e o canon em latim, o senhor confirma isso?

“Não sei quando isso se dará. Mas eu também ouvi os mesmos rumores e me congratulo com eles. Posso confirmar lhe que essas  indicações estão em vias de serem feitas: nada sei sobre a real atuação e o tempo. Mas o projeto existe.”

Não é a primeira vez que isto é noticiado; permita Deus que o Papa Bento XVI, gloriosamente reinante, possa ser conservado ainda por muitos anos no trono de Pedro! E, às vésperas do aniversário de um ano da entrada em vigor do motu proprio Summorum Pontificum (próximo domingo, dia 14 de setembro, festa de Exaltação da Santa Cruz), rezemos pelo Papa e pelo triunfo da Santa Igreja:

V. Oremus pro Pontifice nostro Benedictus.
R. Dominus conservet eum, et vivificet eum, et beatum faciat eum in terra, et non tradat eum in animam inimicorum eius.

Pater Noster.
Ave Maria.

Deus, omnium fidelium pastor et rector, famulum tuum Benedictus, quem pastorem Ecclesiae tuae praeesse voluisti, propitius respice: da ei, quaesumus, verbo et exemplo, quibus praeest, proficere: ut ad vitam, una cum grege sibi credito, perveniat sempiternam. Per Christum, Dominum nostrum. Amen.

Deputados retiram assinaturas

Uma boa notícia: lembram do PL 1135/91, que tenciona descriminalizar o aborto no Brasil, que sofreu duas derrotas estrondosas este ano, que ia ser arquivado, e só não o foi porque o José Genoíno, junto com mais uma penca de deputados abortistas, apresentou um requerimento para que ele fosse deliberado em plenário?

Esta semana, dois deputados apresentaram requerimentos para que as suas assinaturas fossem retiradas do recurso que permitiu o não-arquivamento do projeto. Um deles, o sr. Carlos Abicalil (PT-MT); o segundo, o sr. Carlos Santana (PT-RJ). Acredito que a pressão feita pelos eleitores surtiu efeito, graças a Deus.

A lista continua grande e, salvo engano, a retirada dos dois nomes não vai mudar o fato de que, por ter sido apresentado um recurso, tal projeto perdeu a chance de ser definitivamente encerrado. Mas não ia ser bonito se mais deputados seguissem os passos dos dois petistas? Escrevam aos dos seus Estados (a lista está no primeiro link – não tem o email, tem apenas o nome, perdão)! Lutemos para que os deputados sejam, realmente, representantes da vontade do povo brasileiro – que é em sua esmagadora maioria contrário ao aborto.

Perseguição à Igreja na China

Recebi por email de um sacerdote amigo e disponibilizo, com os grifos que recebi. Procurando a referência no google, vi que já havia sido publicado por dois blogs que eu não conhecia:

Pesadelo Chinês
Fátima em Foco

A propósito: todos conhecem o Ajuda à Igreja que Sofre? Vejam o “Fé e Esperança da China”, do último boletim que eu recebi.

* * *

Anexo: recebido por email

Hostilidade ao catolicismo bate recordes nas Olimpíadas

“Eles têm rostos de pedra. Eles encaram carrancudos os estrangeiros em Pequim. É preciso fazer algo. O fato de andarem armados e com um ar sinistro piora as coisas”, alertou Gerhard Heiberg membro norueguês do Comitê Olímpico Internacional (COI) a respeito dos policiais e soldados que garantem a segurança da Olimpíada.

Mas os membros do colaboracionista COI riram dele, noticiou o norueguês Aftenposten.

Nos mesmos dias os bispos e sacerdotes católicos fiéis a Roma da área de Pequim e circunvizinhanças recebiam ordem dos policiais marxistas de “cara de pedra” para não distribuírem os sacramentos durante os Jogos. Nem sequer a Unção dos Enfermos para os agonizantes.

As igrejas “patrióticas” ? i. é, do cisma socialista montado pela ditadura ? permaneceram abertas e exibem faixas convidando a rezar pelo bom sucesso dos Jogos. Sacerdotes e bispos “patrióticos” sorriem aos visitantes estrangeiros, dão entrevistas aos jornalistas elogiando a liberdade religiosa sob o socialismo e distribuem Bíblias com o imprimatur do regime ateu!

Mas, no aeroporto, a alfândega confisca as Bíblias trazidas por turistas estrangeiros.

Mons. John Tong, bispo coadjutor de Hong Kong, informou AsiaNews, foi convidado a assistir à inauguração. O prelado compareceu em espírito de diálogo e de distensão com o comunismo. Em Pequim, ele quis visitar o arcebispo. Resposta imediata: NÃO. Mons. Tong, como convidado, foi para o hotel indicado. Ali soube que devia ficar pelo menos duas noites, mas ele tinha visto só para uma noite! O hotel o pôs na rua. Foi salvo por um fiel que lhe deu hospedagem…

Os bons sacerdotes da capital tiveram que se exilar temporariamente no interior. O fluxo contrário está proibido. Os policiais de “ar sinistro” impedem que os provincianos ingressem em Pequim de medo que sejam portadores de germens de denúncia.

Os policiais vasculham áreas residenciais e centros de transporte à procura de indesejáveis “infiltrados”, informou UCANews, agência que recebe muitos dados por vias extra-oficiais desde a capital e o interior da China.

Em Tianjin, na província de Hebei, onde está Pequim, os bispos fiéis foram postos em prisão domiciliar sob estrita vigilância, e proibidos de ter contato com seus sacerdotes. Só os padres “patrióticos” podem administrar os sacramentos.

Os leigos católicos foram ameaçados caso recebam bons padres nas suas casas.

Proibições semelhantes vigoram nas províncias de Anhui e Shandong, na China oriental, acrescentou UCA News. No nordeste da China, o bispo Joseph Wei Jingyi de Qiqihar disse ter recebido advertência telefônica oficial para interromper as atividades religiosas durante os Jogos.

Em Wuqiu, condado de Jinxian, Hebei, – sempre segundo UCANews – o esquema represivo marxista montou um posto de controle frente à catedral do bispo fiel a Roma D. Julius Jia Zhiguo a fim de vigiá-lo 24 horas sobre 24. Cada duas horas, quatro agentes entram na residência do bispo perseguido para monitorar o que está fazendo. O prelado, corajosamente segue celebrando a Missa todos os dias.

Na Mongólia Interior um sacerdote fiel a Roma contou a UCA News que os padres tiveram quer cancelar as aulas de catecismo e as romarias no mês de agosto.

As comemorações da festa da Assunção de Nossa Senhora – 15 de agosto – corriam sério risco de serem canceladas.

Bebê ameaçado de morte

Renata tomou a vacina de rubéola no último dia 9, dentro da Campanha Nacional de Vacinação contra a doença, que termina no próximo dia 12 (sexta-feira), sem saber que estava grávida (…) e não quer nem pensar na possibilidade de ter um filho com algum tipo de má-formação. Por isso acredita que o aborto é a melhor opção.

– Quando descobri que estava grávida, procurei uma médica num posto de saúde. Ela me disse que os riscos de o bebê nascer com problemas são muito pequenos, e me encaminhou para o pré-natal de alto risco. Mas eu não quero ficar me torturando durante nove meses para ver se a criança é normal. Não me perguntaram se eu estava grávida na hora de tomar a vacina. A campanha na televisão não falava nada sobre isso. Só me perguntaram se eu tinha alergia a ovo. Vou procurar uma clínica clandestina.
[O GLOBO, 09 de setembro de 2008 – grifos meus]

A vacina anti-rubéola não apresenta problemas se for aplicada em gestantes, diz a mesma matéria d’O GLOBO e também o site oficial da campanha de vacinação (q. 28). A informação não convence quem leia a questão seguinte (a q. 29) ou quem gaste um tempinho procurando na internet:

A única contra-indicação [da vacina contra a rubéola] é para mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez.
(Diário de Natal, 10 de setembro de 2008)

Embora nenhum defeito congênito tenha sido relatado em mulheres que fizeram a vacina  [anti-rubéola] durante a gestação, não é aconselhável a vacinação durante a gravidez, devido aos riscos teóricos por tratar-se de vírus atenuados.
(“Gravidez Segura” – UFRGS)

Caso a mulher não esteja imunizada, ela deve receber essa vacina [anti-rubéola] e não engravidar até seis meses após sua aplicação. A vacina não deve ser aplicada na gestante.
(G1, 31 de agosto de 2008)

No entanto, o [maior] problema não é tanto a irresponsabilidade do Ministério da Saúde em não avisar que a vacina é contra-indicada para as mulheres que estão grávidas (e, neste sentido, a queixa da Renata é justa); o que é revoltante é uma mulher dizer na imprensa nacional que vai matar o seu filho, procurando uma clínica de aborto clandestina, e ninguém fazer nada!

Assassinato de crianças é crime. A Renata diz publicamente que vai cometer um crime. A esta altura, pode ser até que já tenha cometido. E vai ficar tudo por isso mesmo? Perdeu-se completamente o senso moral, a ponto de uma mulher chegar à imprensa para dizer que vai abortar? Revoltante. Peço a todos uma ave-maria pelo bebê que corre risco de vida. E mais uma pela mãe assassina. Que Deus tenha misericórdia de nós.

Parlamento Europeu e aborto

Saiu na sexta-feira passada: Parlamento Europeu deplora posição da Igreja sobre contracepção. Não tem quase nada de novo na resolução votada pelo Parlamento; é o mesmo blá-blá-blá criminoso de sempre, onde se confessa pela milésima vez que um dos objetivos da ONU é a disseminar a prática do aborto a nível mundial. No entanto, pelo menos para mim, é inusitada a fixação de datas: em 2015, o Parlamento Europeu quer que o acesso ao aborto seja universal:

Segundo reconhece a edição de hoje de L’Osservatore Romano, nesta resolução se propõe chegar em 2015 ao «acesso universal à saúde reprodutiva», que inclui explicitamente o recurso ao aborto, especialmente nos países em vias de desenvolvimento.

Aborto não é direito, o crime não pode ser legalizado, não importa o que digam a Organização das Nações Unidas, o Parlamento Europeu, o José Gomes Temporão et caterva. Criminosos permanecem sendo criminosos, não importa quanto poder detenham. É uma vergonha que a humanidade permaneça inerte enquanto doentes mentais propagam suas ideologias assassinas como se fossem a coisa mais normal do mundo. Kyrie, eleison!

Eleições americanas e o aborto

Saiu hoje n’O GLOBO: Nova pesquisa confirma empate entre Obama e McCain. A mídia torce para o candidato democrata (que, aliás, aparentemente tem até twitter); não surpreende, pois Barack Obama promete trabalhar para que o aborto seja amplamente permitido nos Estados Unidos. E isto não é segredo, está no site da campanha dele:

Barack Obama understands that abortion is a divisive issue, and respects those who disagree with him. However, he has been a consistent champion of reproductive choice and will make preserving women’s rights under Roe v. Wade a priority as President. He opposes any constitutional amendment to overturn the Supreme Court’s decision in that case.
[Barack Obama entende que o aborto é uma questão que divide, e respeita aqueles que discordam dele. Entretanto, ele tem sido um sólido campeão do direito de escolha e vai fazer da manutenção dos direitos das mulheres conquistados em Roe vs. Wade uma prioridade como presidente. Ele se opõe a qualquer emenda constitucional para derrubar a decisão da Suprema Corte neste casotradução livre.]

Já o candidato republicano é de posição contrária:

McCain, que é contra o aborto, respondeu à mesma pergunta [sobre quando ele acredita que um bebê começa a ter direitos humanos] de modo direto: “A partir do momento da concepção”.

“Serei um presidente pró-vida, e esta presidência terá políticas pró-vida”, concluiu.

McCain vai ganhar as eleições, porque os americanos não são brasileiros e, lá, eles costumam levar a sério questões éticas e morais. Por exemplo, em San Francisco, o Arcebispo George Niederauer tenciona impedir uma democrata abortista de comungar. Segundo noticiado em G1:

No programa “Meet the Press”, Pelosi afirmou que o assunto sobre quando começa a vida – se na concepção ou na gestação- é uma controvérsia que divide a Igreja Católica.

[…]

Segundo o arcebispo, a origem da vida não é um tema controvertido na Igreja e, de acordo com o catecismo, “a vida humana deve ser respeitada e protegida desde o momento da concepção”.

[Saliento eu que “na gestação” é uma expressão absolutamente incompreensível e destituída de significado, podendo inclusive (o que julgo provável) ser creditada à péssima qualidade da agência de notícias  (a EFE…) responsável pela matéria.]

Alguém consegue imaginar uma coisa dessas no Brasil? Que inveja dos Estados Unidos!

II Marcha Nacional em Defesa da Vida – LEMBRANDO

Lembrando o que já noticiei aqui anteriormente: amanhã, dia 10 de setembro, ocorre na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a II Marcha Nacional em Defesa da Vida.

Repetindo-me:

Participe da II Marcha Nacional da Cidadania pela Vida

No dia 10 de setembro de 2008, quarta-feira, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, concentração a partir das 15h, em frente à Rodoviária, você tem um compromisso com a defesa da vida. Apareça para manifestar com o seu grito e seu canto, o seu amor pela vida. Mobilize! Convide sua família, amigos, vizinhos e sua comunidade. Dê sua contribuição e diga NÃO à legalização do aborto no Brasil.

Informações pelo telefone: (61) 3345-0221
E-mail: brasilsemaborto@gmail.com
Visite o site: www.brasilsemaborto.com.br

Neste momento em que os poderes constituídos maquinam contra a Lei de Deus e esforçam-se para implantar, a ferro e a fogo, o aborto nesta terra de Santa Cruz, é importante que nós façamos a nossa parte e, fazendo-nos presente, defendamos o direito à vida, desde a concepção até a morte natural.

Da série “recordar é viver”:

“É um disparate alguém defender o aborto” (José Gomes Temporão, 10/04/2007).

“Governo não pretende tomar nenhuma iniciativa sobre a questão da legalização do aborto” (José Gomes Temporão, 28/05/2007).

Quem duvida que o aborto é uma questão de saúde pública “está delirando” ou tem algum “problema mental” (José Gomes Temporão, 05/2007).

“Defendemos o direito de escolha da mulher grávida sobre a antecipação dos partos nesses casos [de anencefalia]” (José Gomes Temporão, 05/09/2008).

É, portanto, imperativo que o povo católico possa cobrar que o Excelentíssimo senhor Ministro da Saúde seja menos cara de pau. Nós não queremos o aborto. Aborto é assassinato. Assassinato não pode ter amparo legal.

Os que não puderem ir à Brasília (por exemplo, meu caso), estão convidados a rezarem um terço pelo sucesso da caminhada. Pedindo aos Céus misericórdia. Que Nossa Senhora nos ajude.

IURD abortista

Como se não fosse suficiente que os protestantes rompessem a unidade da Igreja e debochassem da Verdade Revelada, retalhando-A ao seu bel prazer, a sanha diabólica da Igreja Universal do Reino de Deus (melhor seria nomeada “do Reino de Satanás”, pois é blasfêmia usar o nome de Deus para propagar idéias tão contrárias às Suas Santas Leis) atingiu já há algum tempo o fundo do poço quando o Edir Macedo resolveu fazer campanha pública a favor do assassinato de crianças no ventre de suas mães. Não cheguei a ver, mas me foi dito que a Record veiculou algumas vezes propagandas em favor do aborto. Entretanto, vi e li a seguinte reportagem da Folha Universal do última dia 31 de agosto, assinada pelo próprio Edir Macedo:


[Clique para ampliar]

Faltam-me palavras para responder a tão blasfemas colocações. Satanás aqui se apresenta não mais transvestido de anjo de luz, mas de rosto descoberto mesmo, deleitando-se com a subserviência de seus sequazes. Se o aborto já é, em si, inadmissível para a mais bárbara das sociedades, muito mais revoltante é que seitas auto-intituladas “cristãs” defendam este crime abominável.

E a matemática tacanha do líder da IURD chega a ser ridícula. Primeiro, pergunta ele qual a chance de um bebê abortado perder a salvação, e responde: “nenhuma” (esquece-se ele, como todo protestante, que o Batismo é necessário para a salvação e, portanto, da sorte eterna dos bebês abortados, nós não podemos garantir nada); em seguida, afirma que a chance de uma pessoa que “nasça” ser salva vai estar condicionada à aceitação de Jesus e, por conseguinte, o céu ganha probabilisticamente mais almas com o aborto do que com o nascimento.

A mera tentativa de se fazer esta espécie de conta é o supra-sumo da estupidez e da desumanidade (afinal, sob a ótica meramente quantitativa, vamos matar não só as crianças não-nascidas como também as nascidas, pois também estas correm o risco de se danarem ao atingirem a idade da razão); no entanto, o que consegue ser ainda mais impressionante é a ignorância dos aspectos mais básicos relacionados à salvação dos homens! É evidente que, se Deus criou os homens com inteligência e vontade dando-lhes a possibilidade de se salvarem ou se perderem, foi porque Ele quis assim; caso contrário, se quisesse apenas estatísticas estratosféricas no Céu, era só criar os homens sem vontade livre. Deus não é matemático, e Edir Macedo – que tem experiência em inflacionar os lucros da sua empresa que ele diz ser uma igreja – pretende ensinar ao Altíssimo como incrementar o superávit de almas que ingressam na Bem-Aventurança Eterna. Seria cômico, se não fosse ridículo.

Por fim, entre um monte de lixo que não vale nem a pena comentar, pergunta o estúpido pastor: “O que é mais pecaminoso, a relação sexual ilícita ou o aborto?”. Em primeiro lugar, é óbvio que o aborto é mais pecaminoso (embora ambos sejam pecados graves que levam ao inferno), pois é assassinato de um inocente. E, em segundo lugar, concedendo somente para fins argumentativos que ambos os pecados fossem de igual magnitude… o que é que o Edir Macedo está insinuando? Que, uma vez já cometido o pecado grave do adultério ou da fornicação, “tudo bem” que se cometa em seguida a este o pecado do aborto? “Tá no inferno, abraça o capeta” – é esta a teologia deste excremento religioso?!

Escândalo, vergonha, blasfêmia. É nisto que consiste esta porcaria que o auto-intitulado “pastor” faz circular entre os seus “fiéis”. É melhor ler besteira do que ser analfabeto, diz o velho ditado; mas tenho cá as minhas dúvidas se o autor deste aforismo popular seria da mesma opinião se tivesse lido a Folha Universal. É fundamental que as baboseiras do Edir Macedo sejam refutadas, afinal, o escândalo já está de bom tamanho. E as almas envenenadas pela peçonha do desgraçado merecem conhecer a Verdade que liberta – e não serem escravas das mentiras de Satanás apresentadas por quem se diz “pastor”, mas na verdade é lobo por debaixo da pele. Graças a Deus que a pele, de tão rota, já deixa ver claramente os cascos, o rabo, os chifres e sentir o cheiro de enxofre. Que a Virgem Santíssima livre as almas ignorantes das garras da Universal. E que Deus tenha misericórdia do charlatão que é líder desta seita diabólica.

O Nevoeiro

[ATENÇÃO! SE NÃO QUISER SABER O FINAL DO FILME, NÃO LEIA!]

Fui assistir “O Nevoeiro” hoje à noite – minha falta de carteira de estudante acaba por me empurrar para as sessões promocionais das segundas-feiras. O filme é tosco e cansativo – afinal, os monstros sem pé nem cabeça e a explicação ridícula da origem deles são maçantes -, mas tem alguns aspectos (dois, pelo menos) que podem render alguns comentários interessantes.

Primeiro: a crente. Óbvio que não gostei da personagem, em primeiro lugar por ser um claro exemplo de violação do Segundo Mandamento e de zombaria feita com as Escrituras Sagradas, e em segundo lugar por uma questão de justiça – nem o protestante mais tapado conseguiria ser como aquela mulher. A caricatura é grotesca e inverossímil; mas não pude deixar de olhar para o fundamentalismo daquela senhora sem me lembrar dos cátaros medievais. Não por similaridade de comportamento, porque imagino que nem os albigenses conseguiam ser tão insuportáveis quanto aquela mulher; mas (guardadas as devidas proporções) por causa do comportamento deletério para a sociedade.

O que faz a maluca? Enquanto os monstros estão matando todo mundo (as pessoas ficaram presas pelo nevoeiro dentro de um supermercado), ela “funda” uma seita da qual é pastora suprema e, convencendo as pessoas aterrorizadas de que tem um contato direto com Deus e de que as tragédias estão acontecendo como punição por causa dos pecados das pessoas, torna a convivência dentro do supermercado absolutamente impossível. Após ela pintar a miséria – chegando até a acusar um soldado de ser o responsável pela abertura das portas do inferno e incitar o povo a lançá-lo aos monstros, o que foi prontamente feito -, a cena apoteótica é quando as últimas pessoas sensatas [entre elas, uma criança] estão pensando em sair do supermercado para pegar o carro e fugir do nevoeiro e a doente aparece com uma faca dizendo que ninguém vai sair e exigindo a criança em sacrifício (!) para aplacar a ira divina.

Um dos “mocinhos” tinha uma arma, e com dois tiros na delinqüente o problema é resolvido. Mas fica o espécimen a ser estudado, como um exemplo (claríssimo) de quando a utilização da força é necessária para coibir uma (doentia) manifestação religiosa que provocaria uma tragédia se fosse deixada impune. E bem que poderiam ter dado dois tiros na senhora antes de tudo, para evitar a desgraça toda… não poderiam? Não, não poderiam, porque no início ela era insuportável, mas inofensiva. Agora, certamente poderiam tê-la amarrado e lançado no porão, empregando assim a força necessária – sem exageros – para manter a ordem no supermercado e possibilitar a colaboração efetiva de todos tendo em vista o bem comum (no caso, sobreviver aos monstros).

O segundo, é o fim do filme. Após conseguirem evitar os monstros e embarcarem num carro, os últimos cinco sobreviventes tentam fugir do nevoeiro andando, andando, andando… até que acaba a gasolina. Ficam, então, os cinco sem nenhuma perspectiva de sobrevivência, dentro de um carro com o tanque de combustível vazio, no meio do nevoeiro repleto de monstros assassinos… e com um revólver e quatro balas. A tentação é grande demais – afinal, o que eles podem fazer dentro do nevoeiro? O problema é que são cinco para quatro balas… todos, por fim, firmam tacitamente o acordo de que o suicídio é o melhor consolo, a última opção digna, o único caminho que restou.

Quatro tiros dentro do carro – e o protagonista, que abdicou do consolo da bala nos miolos em favor dos seus companheiros, sai do carro gritando, esgotado, para alcançar dolorosamente nas garras dos monstros o mesmo fim que os seus amigos conseguiram rapidamente com os tiros de revólver. Após gritar, chorar, chamar os monstros, eis que, por trás do nevoeiro, surge vindo em sua direção um gigante… tanque de guerra. Os soldados chegaram, trazendo caminhões de sobreviventes, tocando fogo nos monstros, e o nevoeiro começa a se dissipar, mostrando o sol a brilhar e o interminável comboio do exército salvador.

Após tudo o que eles passaram, no limiar da vitória, os cinco sobreviventes não morreram na praia – mataram-se na praia! A falta de coragem no último momento, a opção pelo caminho menos doloroso, a desistência no final, quando bastavam mais cinco minutos. A situação pode parecer sem saída; mas nunca é lícito entregar-se. Ainda que o exército salvador não viesse, não é moralmente aceitável o suicídio. Pode-se meter uma bala na cabeça da criminosa que dissemina o caos no supermercado, visando restabelecer a ordem, sim; mas não se pode meter uma bala na própria cabeça para fugir do desespero de uma (provável) morte terrível. O filme conseguiu um insólito final no qual a sobrevivência é pior do que a morte. Ensinando-nos, quiçá, as dolorosas conseqüências de uma escolha errada. Afinal de contas, nunca se sabe o que pode sair de dentro do nevoeiro; e é melhor morrer lutando do que perder as esperanças quando a aurora já rasga o horizonte.

Imposição muçulmana

Traduzo reportagem do The Daily Mail, de Londres:

* * *

Alunos punidos com suspensão por terem se recusado a se ajoelharem na sala de aula e rezarem a Allah

04 de julho de 2008

Dois alunos foram suspensos da escola após terem se recusado a se ajoelharem e “rezarem a Allah” durante uma aula de religião.

Os pais ficaram indignados quando souberam que os dois garotos do sétimo ano (11-12 anos) foram punidos por não quererem tomar parte na demonstração prática de como Allah é adorado.

Eles disseram que forçar os seus filhos a tomarem parte no exercício da “Alsager High School”, próxima de “Stoke-on-Trent” – que incluía pôr chapéis muculmanos – era uma violação de seus direitos humanos.

Uma mãe, Sharon Luinen, disse: “Isto não está correto, é levar as coisas longe demais”.

“Eu entendo que eles têm que aprender sobre outras religiões. Eu posso conviver com isso, mas serem punidos porque não quiseram se juntar à oração muçulmana já é demais”.

“Fazê-los rezarem a Allah, que não é quem eles adoram, é errado e o que mais me incomoda é que lhes disseram que eles estavam sendo desrespeitosos”.

“Eu não quero encarar como se eu tivesse algum problema com a escola, porque no geral eu estou muito feliz com ela”.

Outra mãe, Karen Williams, disse: “eu estou absolutamente furiosa, porque fizeram minha filha tomar parte nisso e eu não acho isso aceitável”.

“Eu não tenho nenhum problema com o fato de meus filhos serem ensinados sobre outras religiões, pois alguma informação não vai prejudicar ninguém”.

“Mas eles não só tiveram que rezar; a professora entrou na sala de aula e fez com que eles assistissem a um filme curto e então disse: ‘agora nós vamos pra fora, para rezarmos a Allah'”.

“E então dois garotos foram suspensos e todos os demais perderam o seu recreio por causa da professora”.

“Não somente os forçaram a rezar, como também a minha filha recebeu uma reclamação por não ter feito o exercício direito”.

“Eles nunca tinham feito isso antes, e imaginaram que eles poderiam fazê-lo em outra língua!”.

“Minha criança foi forçada a rezar a Allah em uma atividade escolar”. O avô de um dos alunos disse: “é absolutamente repugnante, não existe nenhuma outra maneira de colocar as coisas”.

“Minha filha e várias outras mães estão furiosas por terem feito suas crianças ajoelharem-se no chão e rezarem a Allah. Se elas não fizessem, seriam suspensas”.

“Eu não sou racista, eu sou amigo de um indiano há 30 anos. Também estive em um casamento muçulmano, onde me foi explicado que não seriam servidas bebidas alcóolicas, e eu respeito isso”.

“Mas se pedissem aos muçulmanos para irem a uma Igreja no Domingo e comungarem, haveria uma guerra”.

Os pais disseram que fizeram com que seus filhos se ajoelhassem e se curvassem sobre os seus joelhos em uns tapetes de oração que a professora de religião havia tirado do armário, e eles também foram instruídos a usarem chapéus muçulmanos, durante a aula de terça-feira à tarde.

O vice-diretor da escola, Keith Plant, disse: “é difícil saber agora se isto fazia parte do currículo ou não. Eu não sou um professor de religião, e sim um professor de inglês”.

“Agora é nossa ‘enterprise week’ [n.t.: não sei o que é isso; alguma espécie de evento] e muitos dos nossos funcionários estão fora”.

“A professora com o qual você precisa falar não está por aqui. Penso que é uma pena que muitos pais tenham procurado a imprensa antes de terem vindo falar comigo”.

“Falei com a professora e ela ficou de me dar a sua versão dos acontecimentos, mas isso é tudo que eu posso dizer a você por enquanto”.

Uma declaração do Cheshire County Council, em nome da escola, diz: “o diretor David Black entrou em contato com esta autoridade imediatamente após receber as queixas”.

“Questionamentos estão sendo feitos sobre as circunstâncias, em caráter de urgência, e todos os pais serão informados a contento”.

“Educar as crianças nas crenças de diferentes credos é parte da diversidade curricular, que se baseia no pressuposto de que conhecimento é essencial para compreensão”.

“Aceitamos que tal ensinamento é para ser conduzido com sensibilidade”.

* * *

Comento eu: é vergonhoso que o “respeito humano” seja levado a tal ponto. Como dizia Chesterton, a tolerância é a virtude do homem que não tem convicções; triste Europa que, tendo vencido os infiéis por meio das armas durante a Cristandade, capitule vergonhosamente diante da imposição cultural muçulmana com a qual é humilhada pelos filhos de Maomé.

É necessário afirmar corajosamente a própria identidade, é fundamental que os cristãos não aceitem se submeterem às iatagãs retóricas dos mouros. É absolutamente indispensável defender Cristo, e não deixar que os turbantes islâmicos soterrem a Cruz do Calvário. Na semana passada, saiu uma notícia segundo a qual a Santa Sé estudava declarar que um grupo editorial espanhol não é católico por causa – entre outros motivos – da publicação de uns manuais para ensino do Islam. Uma boa notícia, sem dúvidas.

Que a Cruz triunfe sobre a lua crescente. Não permita a Mãe de Deus que, após termos nos livrado do jugo infiel durante os séculos gloriosos da Idade Média, sucumbamos diante dos filhos de Maomé no século XXI.