Não sei se o presidente quer “se converter” ao anglicanismo, mas certamente ele ficaria muito mais à vontade e seria muito mais coerente se fosse porta-voz do cisma de Henrique VIII.
Digo isso por causa de duas tristes notícias que têm algo em comum. Primeira: Brasil introduz agenda gay na OEA. Segunda (abaixo reproduzida conforme recebi por email): para Rowan Williams (arcebispo anglicano da Cantuária), relacionamentos gays são “comparáveis ao casamento”. Estão, portanto, o presidente petista e o cristão não-católico em perfeita sintonia, este tentado justificar teologicamente a desastrosa atuação política daquele.
Sobre a vergonha brasileira no exterior [leiam, se possível, a notícia original da C-FAM], destaco:
This is not the first time Brazil has pushed a pro-homosexual agenda at the international level.
[Esta não é a primeira vez que o Brasil propôs uma agenda pró-homossexual a nível internacional – tradução livre]
De fato. É assunto antigo – e sempre o PT. Recomendo aos interessados a preciosa cronologia do combate à castidade no Governo Lula feita pelo padre Lodi.
Sobre o desmoronamento do anglicanismo, encontra-se em tal estado de confusão o chefe da Comunhão Anglicana que ele chega ao ponto de proferir sem pudor os seguintes disparates blasfemos:
I concluded that an active sexual relationship between two people of the same sex might therefore reflect the love of God in a way comparable to marriage, if and only if it had about it the same character of absolute covenanted faithfulness.
[Eu cheguei à conclusão de que um relacionamento – com práticas sexuais – entre duas pessoas do mesmo sexo pode refletir o amor de Deus de uma forma comparável ao casamento, se e somente se ele [o relacionamento gay] tiver a sua [do casamento] mesma característica de compromisso de absoluta fidelidade – tradução livre]
Para o dr. Williams, então, a profana caricatura do ato conjugal que é a relação homossexual… reflete o amor de Deus do mesmo jeito! Como não se indignar diante de tamanha lesa-majestade divina? São Paulo escreveu que era importante até haver heresias (oportet et haereses inter vos esse – Epistula I ad Corinthios 11, 19), para que os virtuosos se manifestassem; que as blasfêmias do Arcebispo da Cantuária possam, então, abrir os olhos dos bons anglicanos e fazê-los – pela intercessão de São Thomas More – retornar sem demora à verdadeira e única Igreja de Cristo.
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Anexo: recebido por email.
União gay reflete amor divino, diz chefe da Igreja Anglicana
DA REDAÇÃO
Relacionamentos homossexuais podem “refletir o amor de Deus” de forma comparável ao casamento, se forem duradouros e fiéis, escreveu o arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, 58, em cartas trocadas com um psiquiatra evangélico entre 2000 e 2001, quando ainda era arcebispo de Gales. O arcebispo da Cantuária é o líder da Igreja Anglicana.
O jornal britânico “The Times” teve acesso às cartas nesta semana, dias depois de terminada a Conferência de Lambeth -cúpula anglicana que acontece a cada dez anos. Os escritos repercutiram na imprensa britânica.
Em meio à crise sobre casamento homossexual e ordenação de mulheres e gays, a conferência foi boicotada pelo bloco, majoritariamente africano, de bispos conservadores que ameaçam rachar a Comunhão Anglicana, terceiro maior grupo cristão, com 77 milhões de fiéis.
O encontro propôs um acordo conciliatório -o que pode acontecer em cinco anos. Enquanto isso, Williams pediu que “as igrejas norte-americanas” mantenham moratória na ordenação e celebração de casamento de homossexuais.
A crise estourou em 2003, quando a Igreja Episcopal dos EUA (braço americano dos anglicanos) ordenou um bispo assumidamente gay.
Williams saíra-se bem na cúpula com a indefinição numa questão que pode levar ao maior cisma dos 450 anos de anglicanismo. Com as cartas, no entanto, sua situação pode complicar-se.
Segundo as correspondências de Williams, as proibições bíblicas referem-se apenas a heterossexuais que buscam uma “diversidade de experiências eróticas” e não às pessoas “homossexuais por natureza”. Por outro lado, o arcebispo separou a opinião enquanto teólogo da posição como líder religioso.
Williams, que antes se opunha aos homossexuais, diz ter mudado de opinião ao, como professor em Cambridge, debater nos anos 80 com estudantes que acreditavam que a Bíblia não proibisse o homossexualismo, mas a promiscuidade.