A Fé deve ser confessada em toda a sua pureza e integridade – Papa Francisco, Lumen Fidei

Dado que a fé é uma só, deve-se confessar em toda a sua pureza e integridade. Precisamente porque todos os artigos da fé estão unitariamente ligados, negar um deles — mesmo dos que possam parecer menos importantes — equivale a danificar o todo. Cada época pode encontrar pontos da fé mais fáceis ou mais difíceis de aceitar; por isso, é importante vigiar para que se transmita todo o depósito da fé (cf. 1 Tm 6, 20) e para que se insista oportunamente sobre todos os aspectos da confissão de fé. De facto, visto que a unidade da fé é a unidade da Igreja, tirar algo à fé é fazê-lo à verdade da comunhão. Os Padres descreveram a fé como um corpo, o corpo da verdade, com diversos membros, analogamente ao que se passa no corpo de Cristo com o seu prolongamento na Igreja. A integridade da fé foi associada também com a imagem da Igreja virgem, com o seu amor esponsal fiel a Cristo: danificar a fé significa danificar a comunhão com o Senhor. A unidade da fé é, por conseguinte, a de um organismo vivo, como bem evidenciou o Beato John Henry Newman, quando enumera, entre as notas características para distinguir a continuidade da doutrina no tempo, o seu poder de assimilar em si tudo o que encontra, nos diversos âmbitos em que se torna presente, nas diversas culturas que encontra, tudo purificando e levando à sua melhor expressão. É assim que a fé se mostra universal, católica, porque a sua luz cresce para iluminar todo o universo, toda a história.

Papa Francisco
Lumen Fidei, 48

 

De penas civis para delitos de Fé

Uma reportagem que eu li ontem n’O Globo (“Criação de igreja é negociada até em anúncio de classificados”) me levou à seguinte divagação.

Não é incomum encontrarmos casos de pastores protestantes acusados de estelionato – uma rápida busca ao Google me revelou um caso em Araçatuba, outro em São Bernardo e um terceiro em Sergipe, e isso só nos primeiros resultados. Ora, estelionato é o famoso 171 do Código Penal, cuja definição se inicia da seguinte maneira: «Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro». O itálico é meu.

A pergunta óbvia é: com que autoridade os poderes civis podem sentenciar que uma determinada doutrina religiosa é um erro? A resposta é igualmente óbvia: com nenhuma. É por isso que as supracitadas acusações foram feitas não com base nas barbaridades apregoadas pelos pastores, mas sim se referindo a certos “deslizes” que eles cometeram. O primeiro prometeu devolver uma doação e não o fez, o segundo passou a vida fazendo maracutaias com empréstimos financeiros e, o terceiro, vendeu casas populares que nunca foram entregues.

Estes casos independem da religião de seus autores: tanto faz aqui se são pastores evangélicos, umbandistas ou neo-ateus. No entanto, o estigma carregado especificamente pelos pastores evangélicos não é oriundo desse tipo de “criminalidade comum” pela qual alguns deles são condenados. Na percepção popular, o engodo está perfeitamente caracterizado a partir do instante em que o “pastor” associa qualquer tipo de benefício espiritual a doações realizadas pelos fiéis. Ora, isso não é um crime civil e sim um eclesiástico: isso, mesmo prescindindo de qualquer avaliação sobre se o sujeito é ou não capaz de fazer o que promete, chama-se em boa linguagem teológica de simonia.

O irônico da história é que o Estado inimigo da Igreja encontra-se completamente alijado do embasamento religioso que lhe possibilitaria identificar (e conseqüentemente punir) o crime da simonia. No entanto, a falcatrua religiosa não deixa de existir pelo fato das autoridades públicas deliberadamente voltarem as costas para ela e – mais importante! – os cidadãos comuns não dispõem de suficiente ideologia para deixarem de perceber a simonia como uma coisa escancaradamente errada, à qual não se pode dar livre curso na sociedade.

Qualquer pessoa em sã consciência percebe naturalmente que esta prática é abusiva, socialmente deletéria e deve ser coibida. No entanto, para os casos em que não é possível encontrar um crime comum para enquadrar o herege (punindo assim uma coisa por outra), como este impasse é resolvido?

Nas esferas mais baixas, o estigma de «crente ladrão» ou «pastor safado» é um mecanismo sociológico de defesa empregado para uma tentativa – incipiente e imperfeita, sem dúvidas – de restabelecimento da ordem social, ameaçada por uma situação anômala e escandalosa cuja proliferação é impiedosamente favorecida pela ausência de mecanismos institucionais de regulação. Este preconceito sozinho, no entanto, se não conseguir oferecer resistência à propagação da injustiça religiosa, termina por pressionar as esferas mais altas a tomarem alguma providência.

Nas esferas mais altas, a “solução” encontrada é dupla: ou se dá livre curso a toda sorte de mercenários da fé (e isso fortalece o preconceito acima referido), ou – e este é o ponto mais perigoso aqui – o Estado se arroga o direito de arbitrar questões de fé e se imiscui no relacionamento entre fiel e líder religioso, extrapolando a sua competência e sentenciando uma «coação moral e psicológica» exercida sobre a «vulnerabilidade emocional» do pobre fiel lesado – ou coisa parecida. O acerto de fato desta condenação concreta não nos pode fazer olvidar a questão de princípio, que é sobre a inexistência de jurisdição dos poderes civis em matéria religiosa. Banida a Igreja da vida pública, termina-se por forçar o Estado a absorver cercas competências que ele, em absoluto, não pode exercer.

Casos como o da criação de igreja anunciada em classificados de jornais provocam uma justa indignação e, por serem extremamente caricatos, servem para ilustrar com eloqüência aquela máxima medieval que justificava a imposição de penas civis para questões religiosas. Sobre isso dizia Santo Tomás de Aquino:

É muito mais grave corromper a fé, que é a vida da alma, do que falsificar a moeda, que é o meio de prover à vida temporal. Se, pois, os falsificadores de moedas e outros malfeitores são, a bom direito, condenados à morte pelos príncipes seculares, com muito mais razão os hereges, desde que sejam comprovados tais, podem não somente ser excomungados, mas também em toda justiça ser condenados à morte.

Summa, II-IIae, q. 11, art. 3
apud Ecclesia Una

Se a pena aplicada é de prisão ou de morte, trata-se de questão secundária e acidental: trata-se do ordenamento jurídico de cada época. O que é interessante aqui é verificar o ressurgimento (ou será que ele nunca desapareceu?) deste princípio tão criticado pelos modernos. Ao que parece, na cabeça de alguns, se é a Igreja que aponta os desvios religiosos para os poderes públicos, então isso é uma coisa absurda e inadmissível; mas se são os próprios poderes públicos a, por conta própria, identificarem, julgarem e punirem crimes de Fé, então está tudo muito bem e a isso se chama avanço e progresso. O perigo escondido nesta contradição não pode ser ignorado. A mim, esta prerrogativa de César não me parece nada sadia.

Miscelânea: Esquerda. Corrupção. Politicamente correto.

Três artigos muito oportunos e atuais.

– Cuidado com os pacatos!, escrito há mais de trinta anos. «Quero ser ainda mais concreto. Se a esquerda for açodada na efetivação das reivindicações “populares” e niveladoras com que subiu ao poder; – se se mostrar abespinhada e ácida ao receber as críticas da oposição; – se for persecutória através do mesquinho casuísmo legislativo, da picuinha administrativa ou da devastação policialesca dos adversários, o Brasil se sentirá frustrado na sua apetência de um regime “bon enfant” de uma vida distendida e despreocupada. Num primeiro momento, distanciar-se-á então da esquerda. Depois ficará ressentido. E, por fim, furioso. A esquerda terá perdido a partida da popularidade».

Abaixo a corrupção!, hoje publicado. «O Papa Francisco tem insistido sobre a diferença entre pecado e corrupção, entre o pecador e o corrupto. Segundo ele, pecadores somos todos nós, mas o corrupto é aquele que deu um passo a mais: perdeu a noção do bem e do mal. Já não tem mais o senso do pecado. Os corruptos fazem de si mesmos o único bem, o único sentido; negando-se a reconhecer a Deus, o sumo Bem, fazem para si um Deus especial: são Deus eles mesmos. O Papa lembrou que São Pedro foi pecador, mas não corrupto, ao passo que Judas, de pecador avarento, acabou na corrupção».

– Amestrando proletários, de ontem. Não trata diretamente de política e corrupção, mas fustiga o politicamente correto hoje hegemônico – também (e principalmente) nos nossos governantes. Recomendo muitíssimo uma leitura na íntegra, uma vez que é até difícil escolher um excerto para o ilustrar. Correndo o risco de ser injusto para com o artigo inteiro, arrisco-me por este: «A caricatura do “proletário” como um jumento apedeuta diz mais sobre as patrulhas politicamente corretas do que sobre o proletariado que elas julgam defender. […] O conhecimento verdadeiro não tem cor, sexo ou classe. E, quando tem, então não é conhecimento verdadeiro».

«Eu o segurei nos braços e o abracei enquanto seu coração batia»

Toda vida vale a pena. Bebê nasce prematuro – 19 semanas e três dias – e vive somente alguns minutos.

bebeprematuro

«Eu o mantive perto do meu coração, contei os dedos dos seus pés e beijei sua cabecinha. Guardarei para sempre as calorosas lembranças que tenho dele».

Mais fotos aqui e aqui.

Os contraceptivos e a banalização do sexo

Um dos aspectos menos compreendidos da doutrina da Igreja Católica diz respeito à proibição dos contraceptivos. O problema acontece porque este ensinamento é as mais das vezes deslocado do seu lugar natural e, com isso, a sua correta apreciação fica prejudicada. Geralmente não adianta meramente citar os documentos magisteriais sobre o assunto, porque eles se direcionam a uma situação distinta daquela que os interlocutores estão geralmente imaginando – o que contribui para a confusão.

O ensinamento católico encontra a sua formulação lapidar na conhecida Humanae Vitae de Paulo VI: é «de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação» (HV 14). A expressão mais importante aqui é «ato conjugal», que evidentemente pressupõe dois cônjuges: um esposo e uma esposa unidos pelos sagrados liames do Matrimônio. O que a Igreja diz aqui, simplesmente, é que para os esposos não é uma «via legítima para a regulação dos nascimentos» (id. ibid.) recorrer à contracepção artificial.

Penso que, para a maior parte das pessoas, o recurso aos contraceptivos dá-se não num contexto de entrega conjugal, mas sim de sexo fora do Matrimônio. Ora, sexo fora do Matrimônio é já pecado de per si: trata-se ou de adultério ou de fornicação, em qualquer dos casos uma grave violação do Sexto Mandamento que não passa a ser pecaminosa somente por causa do preservativo utilizado e nem deixa de sê-lo caso o ato sexual seja feito sem camisinha. Para uma correta compreensão do ensinamento católico é preciso, penso, separar as duas coisas. Ou melhor, as três coisas.

A primeira coisa, a se dizer para os casais casados, é que a regulação artificial da natalidade é intrinsecamente desordenada. Para isso valem as razões evocadas na Humanae Vitae e em outros documentos similares, que apontam para o nexo intrínseco entre «o significado unitivo e o significado procriador» (HV 13) do ato conjugal como querido por Deus e inscrito na natureza sexuada humana.

A segunda coisa, a se dizer para os solteiros, não pode ser simplesmente «não use camisinha». O que é preciso lhes dizer é que não façam sexo fora do casamento. Isso é uma coisa muito mais básica do que o veto à contracepção artificial, e se explica à luz da antropologia cristã e do significado mais profundo da sexualidade humana, que não pode ser reduzida ao hedonismo doentio com o qual é tratada nos dias de hoje. Pretender explicar a imoralidade da contracepção para gente que ainda não entendeu sequer que não pode sair por aí tendo relações sexuais com desconhecidos (*) é uma tática evidentemente fadada ao fracasso.

[(*) Para fins de intimidade conjugal, um amigo, um namorado ou mesmo um noivo é um desconhecido. É uma pessoa que, por sua própria condição, não tem o direito a certas intimidades que são próprias dos esposos unidos em uma empresa comum para a vida inteira: enquanto este compromisso mútuo não for firmado, e enquanto permanecer aberta a possibilidade de que os caminhos de ambos venham a se separar, duas pessoas são estranhas entre si independente do tempo há que se conheçam e da quantidade de informações sobre a outra que cada uma delas possua.

O amor conjugal está alicerçado sobre a entrega integral em vistas ao futuro, e não sobre o tempo gasto no passado. Ter passado algum tempo (por grande que ele seja) com uma pessoa é coisa banal, que se pode advogar até mesmo em favor de animais irracionais; em princípio, um cachorro pode ter passado a sua vida inteira com uma única cadela, ou um boi com uma única vaca, e nem por isso é-nos possível elevar o “relacionamento” deles ao patamar do amor humano.

Ao contrário, devotar o seu futuro a um companheiro é ato de liberdade por excelência, único digno da natureza humana que detém inteligência e vontade para ser senhora da própria existência. É fácil assenhorear-se do que já passou, entregar fatos consumados sobre os quais não se pode fazer mais nada; o que é verdadeiramente digno e humano é entregar o que ainda não é (e nada, a não ser o próprio amor, impede que seja diferente). Enquanto esta entrega não for feita, repito, duas pessoas são a rigor desconhecidas entre si. Não por acaso a Bíblia emprega a palavra “conhecer” para se referir aos atos sexuais.]

Uma terceira coisa se precisa dizer a respeito dos preservativos, e que é ligeiramente diferente das duas acima. Refere-se aos efeitos sociais deletérios da contracepção artificial. Sobre estes, é útil citar as palavras do saudoso D. Estêvão Bettencourt:

Não se deve argumentar a partir da onda de erotismo hoje existente para legitimar o sexo livre. Essa onda seria incoercível e, de certo modo, obrigaria jovens e adultos à prática sexual extraconjugal. — Na verdade, não é a freqüência ou a pujança de um determinado comportamento que o torna lícito. Como os assaltos dos malfeitores e a corrupção dos homens públicos são freqüentes, mas nem por isso são legitimados, assim também o sexo livre, por mais freqüente que seja, fica sendo reprovável. É muito mais sadio e educativo incitar os jovens e a sociedade ao uso regrado do sexo (por que não dizer, à castidade?) do que se deixar dominar pelos modismos; aliás, a disciplina e o autodomínio, no caso, são a única solução cristã.

É fácil ver que, num círculo vicioso, a promiscuidade é retroalimentada precisamente por estas tentativas de se lhe “minimizar” os danos. É fácil ver que as incontáveis campanhas de “sexo seguro” que empestam a nossa sociedade contemporânea têm o efeito de predispôr as pessoas (mormente os jovens) ao sexo livre e irresponsável, como se os males decorrentes de uma vida sexual desordenada unicamente se resumissem a meia dúzia de doenças sexualmente transmissíveis; como se, mutatis mutandis, o único problema do destempero à mesa fossem taxas de colesterol elevadas, e os mais deploráveis espetáculos de glutonice pudessem se transformar na mais sublime expressão da dignidade humana se forem seguidos de cuidadosas lavagens estomacais. À luz de tudo isso, é fácil perceber como os contraceptivos na verdade agravam o problema, que – parafraseando D. Estêvão – só pode ser corretamente enfrentado à luz de disciplina e de autodomínio, coisas cujo abandono não conduz senão à degradação humana. E disso, infelizmente, a nossa sociedade dá um triste testemunho.

Chico Alencar, o “católico”, é contra a liberdade dos homossexuais procurarem ajuda para mudar o seu comportamento

Um leitor do Deus lo Vult! entrou em contato com alguns deputados a respeito do PDC 234/2011, e recebeu a resposta abaixo da assessoria de comunicação do dep. Chico Alencar (PSOL/RJ). Não se trata de nenhuma novidade, uma vez que o senhor deputado é conhecido freqüentador de seminários LGBT e, junto com o Jean Wyllys e outros, anunciou com histrionismo a sua saída da CDHM após o dep. Pastor Marco Feliciano ser apontado para a presidência da comissão.

Publico a resposta para registro, a fim de que saibamos quem está do lado do povo e quem, ao contrário, serve a interesses escusos e prejudiciais à sociedade brasileira. Ainda mais porque o sr. Chico Alencar, dito «um pensador católico para quem a política é o amor em sua dimensão social», elegeu-se com uma quantidade expressiva de votos de católicos iludidos pelo prestígio do qual o então candidato gozava nos ambientes católicos cariocas. A expressividade dos votos de Chico Alencar, aliás, brindou-nos também com uma das maiores desgraças do Congresso brasileiro: o ex-BBB Jean Wyllys, detentor do desonroso título de deputado eleito menos votado em 2010, alçado à Câmara pelos mais de 200.000 votos do seu colega mais famoso do PSOL. Dados importantes a serem guardados para o ano que vem.

* * *

Em consideração à sua mensagem, esclareço que nosso mandato não aprova o PDC 234/2011, da chamada “cura gay”, por considerar que:

1- De acordo com o Conselho Federal de Psicologia e a comunidade científica mundial, a homossexualidade não constitui distúrbio, perversão ou doença. Portanto, não demanda tratamento psíquico ou médico. A Psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da rica sexualidade humana, permitindo a superação de preconceitos e discriminações.

2- O projeto viola os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (art. 1º, proteção da dignidade da pessoa humana; art. 3º promoção do bem de todos sem discriminação ou preconceito; art. 196º, direito à saúde).

3- Sustar exatamente estes artigos de uma Resolução do CFP não é simples exercício de atribuição do Poder Legislativo: é posicionamento quanto a diretrizes profissionais que não lhe dizem respeito, e abertura a que todas as distorções retrógradas, medievais mesmo, possam se manifestar, em nome de um falso ‘atendimento a angústias’.

“O Amor é essencial, o sexo é acidente: pode ser igual, pode ser diferente” (Fernando Pessoa)

Na esperança de sua reflexão sobre essas ponderações,

Chico Alencar

Indicações ligeiras: protestos, ATEA e JMJ

– A popularidade de Dilma e o Nordeste. «O Nordeste foi o grande laboratório do populismo do PT. Por meio de programas, como, por exemplo, Bolsa Família, que transfere muito pouco dinheiro para famílias pobres da região. Não houve na região nenhum programa de maciço incentivo à industrialização, a formação de mão de obra qualificada e fatores semelhantes. Com isso, o Nordeste se transformou na grande fonte de votos do PT e dos seus candidatos. Não é de se admirar que na pesquisa apresentada pelo Instituto Datafolha, Dilma tenha 45% das preferências dos votos nessa região».

– Quem paga? «Novo e oportuno exemplo dessa inversão vem agora do sr. Tarso Genro, que atribui a “grupos pagos de extrema direita” as depredações ocorridas em várias cidades do Brasil. Esse grotesco arremedo de intelectual e escritor sabe perfeitamente bem que os atos de violência ocorreram sobretudo nos primeiros dias, quando havia praticamente só radicais de esquerda nas ruas – estes sim, pagos pelo sr. George Soros e pelo Foro de São Paulo –, muito antes de que qualquer cristão, conservador ou patriota fosse “melar”, como disseram os esquerdistas, o tão bem planejadinho tumulto destinado a forçar um “upgrade” do processo revolucionário comunista».

– Vereadores do PT e PSOL pagam fiança em delegacia de Fortaleza para libertar agitadores presos em protesto. «Segundo informa o jornalista Roberto Moreira em seu blog, o vereador petista Ronivaldo Maia disse que o pagamento da fiança que libertou os agitadores, foi em solidariedade aos manifestantes. O parlamentar afirmou que foi acertado que haveria uma cota entre alguns vereadores para reembolsar o que fora pago por ele».

– A ATEA e a apologia ao assassinato de religiosos cristãos. E, por enquanto, ninguém denunciando isso para a Polícia Federal. Será um cristianismo masoquista? «Eles citam a imagem de um personagem que “irá caçar os que produzem a miséria e o atraso, ninguém escapará”. Os dizeres ainda incluem: “Uma nova era começou, e ela veio para ficar.” Tecnicamente, tudo normal, não fosse o fato da ATEA selecionar uma página em específico (e somente essa) onde o tal personagem mata um pastor que também é deputado federal, fazendo clara alusão a Marco Feliciano. No contexto de uma página de disseminação de ódio contra religiosos, fica evidente a mensagem da ATEA: “cristão bom, é cristão morto”».

Sobre as atrações na Jornada Mundial da Juventude. «Como já disse antes não contra que os artistas seculares participem do evento religioso, até acho muito bom para mostrar a todos que é possível viver a fé católica sem estar em um ambiente religioso. Sim, é possível ser ator e ser católico (Jim Caviezel é um exemplo disso), ser cantor e ser católico (Harry Connick Jr. e Elba Ramalho hoje mostram isso), ser advogado e ser católico (eu me incluo nessa), e tantos outros casos. A questão não está na sua atividade profissional ou ambiente, mas em seu testemunho de vida».

Republicação de post sobre o Gabriel Chalita no qual a Canção Nova deu sumiço

[O post abaixo estava até ontem disponível aqui. Hoje, misteriosamente desapareceu, mas eu consegui recuperá-lo através do cache do Google. Cheguei a tempo e o salvei em arquivo pdf. Agora não some mais. A Canção Nova parece ter o péssimo hábito de varrer para debaixo do tapete aquilo que não é conveniente; lembrem-se do pe. José Augusto. No entanto, a emissora precisa entender que, em tempos de internet, não é mais possível ocultar informações. Não dá mais para manipular assim as pessoas. A quem interessa esconder informações verdadeiras? Quem é o responsável pela censura a opinião de um blogueiro? Os filhos de Deus temos o dever moral de amar e defender a Verdade, por mais que Ela pareça ser inconveniente. Da última vez que eu conferi, eram outros os que preferiam as trevas da mentira e da ignorância. P.S.: Há não muito tempo o deputado estreou um programa na Rede Vida de televisão.]

blog-do-tiba

Deputado Gabriel Chalita fala sobre aborto, união homossexual e excomunhão.

Durante uma entrevista à Folha/UOL

http://www1.folha.uol.com.br/poder/poderepolitica/2013/05/1276152-as-acusacoes-sao-todas-absurdas-diz-gabriel-chalita.shtml

O Deputado Federal Gabriel Chalita se posicionou na coluna do meio, defendeu a união civil homossexual, criticou a Igreja quanto à excomunhão de um padre e o pior, disse ser a favor do aborto, nota-se, “em caso de estupro.”

Entenda, quando o assunto é aborto, não se tem concessões. Aborto é o tipo de tema do qual só existem dois lados: Os que são totalmente contra e os que são totalmente a favor. Porque a evidências, inclusive científicas, já deixaram muito claro onde a vida humana se inicia.

Quem emite opinião tentando defender um terceiro ponto, na verdade emite a opinião mais corrompida de todas, porque tenta se apresentar como moderado e equilibrado, quando na verdade está dizendo: “A vida de um inocente e indefeso deve ser eliminada se… o pai for estuprador… se o legislativo ou judiciário decidirem… se a mãe for pobre… e por aí vai. Em tempos mais remotos alguém chamaria isso de hipocrisia.

Quem se posiciona relativizando o direito à vida, de fato está contra toda a vida humana. A vida tem seu valor por si mesmo, independe de circunstâncias, sejam elas quais forem. Relativize o direito à vida e está desmontando toda a base de todos os direitos humanos.

Agora observe o que disse o deputado Chalita sobre Marta Suplicy:

“A Marta tem um história de luta em defesa de temas que nos fascinam… é por isso que admiro tanto a Marta Suplicy, tenho muito carinho por ela, pelos temas que ela defende…A Marta é uma mulher polêmica no bom sentido, que compra briga que é sincera…ela briga por aquilo que acredita, ela defende com entusiasmo…São Paulo vai ganhar muito se tiver essa mulher no Senado da República” 

vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=LUrPGiLxDpc

Quando Chalita elogiou Marta Suplicy dizendo ser fascinado pelos temas que ela defende, já ali revelava qual de fato eram seus pensamentos; Quando classificou como boataria as denúncias da Regional Sul 1 da CNBB, sobre os fatos históricos da tentativa de PT implantar o aborto no país demonstrou mais um pouco; Quando processou a Comunidade Católica Família de Deus, num processo absurdo, também mostrou seu perfil. Agora vem ratificar sua posição quando revelou fazer parte do conjunto de suas opiniões pessoais, a legitimidade da união civil homossexual, o direito de um sacerdote católico defender o adultério, o homossexualismo e o sexo antes do casamento, sem ser excomungado e o direito da mulher abortar.

O dep. Chalita tem todo direito de se expressar e dizer o que quiser, e que o faça, assim saberemos de suas reais intenções, mas que fique claro, essas não são as posições da Igreja, de um cristão e nem da maioria da população brasileira.

Não quero, com este post, causar polêmica ou coisa desse tipo, mas não acho que tenho o direito de refutar o direito à informação a tantos católicos que apoiaram o deputado e votaram nele; Muito menos nesse momento em que uma postura tão grave contra princípios básicos da fé católica é declarada publicamente. Envolvendo uma pessoa pública, de grande visibilidade e que por muito tempo foi identificado como promotor dos princípios católicos, penso ser necessário, com risco de um dia ter que responder a Deus por omissão, se posicionar, esclarecer e corrigir.

Não penso que um Deputado Federal seja incriticável, ainda mais quando este mesmo relativiza valores inegociáveis à moral e à ética.

Para os mais simplistas quero deixar claro, não estou “falando mal”, estou constatando evidências, baseado nas próprias declarações de Chalita. Quem não concorda, desafio a me mostrar onde e em que ponto sou negligente e me comprometerei com a correção do texto

Eu desejaria que a história fosse outra, mas contra fatos não há argumentos e contra posições erradas cabe a correção.

Esperamos que Gabriel Chalita declare que estava equivocado; Se isso ocorrer eu voltarei aqui e farei um artigo elogiando a postura de um cristão que sabe reconhecer seus erros e voltar atrás. Sinceramente, eu gostaria de fazer isso. Caso contrário cabe a nós a oração por ele, para que não colabore na prática com aquilo que ele disse acreditar.

Poderíamos chegar a alguma outra conclusão? Algum argumento que justifique o deputado? Está aberto para quem se aventurar, usando a razão lógica, chegar em outro resultado.

Abaixo trecho da entrevista do deputado:

Folha/UOL: E os temas que são relevantes para líderes religiosos e que, muitas vezes, são transplantados para o debate político? Temas como aborto, casamento gay, descriminalização do uso de drogas, entre outros, que têm sido usados por vários candidatos nas campanhas. Essas discussões são próprias para as campanhas políticas?
Gabriel Chalita: Eu acho que elas diminuem o debate político. Elas são ruins para o debate político. É claro que as pessoas saberem o que os candidatos pensam faz parte do processo, o que cada candidato pensa. Agora, você transformar uma eleição presidencial em um debate sobre aborto…

Folha/UOL: Eu digo, se ela não foi vítima de um estupro e quiser fazer um aborto até a 12ª semana de gravidez, o sr. acha que isso não deveria ser permitido?
Gabriel Chalita: Não deveria ser permitido por uma questão que, para mim, é constitucional, que é o amplo direito à vida. Ali tem vida. Onde tem vida, você tem que proteger o direito à vida.

Folha/UOL: Mas no caso do estupro, pode?
Gabriel Chalita: O caso do estupro pode. Ela não é obrigada a fazer. É uma decisão dela. Você tem uma diminuição disso porque aquilo foi praticado por meio de um crime.

Folha/UOL: Mas aí, então, pela mesma concepção, vai se tirar uma vida do mesmo jeito.
Gabriel Chalita: É. Pela mesma concepção, você pode matar alguém como legítima defesa. Você também está tirando uma vida, mas você tem uma previsão legal que te garanta que faça isso, porque você seria morto, então, para não ser morto, você tem o direito de defender a sua vida.

Folha/UOL: Mas, nesse caso, não há uma vida em risco.
Gabriel Chalita: Você está defendendo uma vida da mulher. Você não sabe quem, enfim, a estuprou. Então, já houve uma construção legal nesse sentido.

Folha/UOL: Casamento gay. Deve haver alguma ampliação no que já existe a respeito de casamento gay no Brasil na legislação?
Gabriel Chalita: Eu acho que o Supremo decidiu isso de uma forma muito correta, mostrando que você não pode ter nenhum tipo de preconceito a uma relação estável entre duas pessoas, sejam elas do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Agora, no caso das igrejas, eu acho que cada igreja tem que decidir o casamento que ela faz. Agora, contra todo tipo de preconceito, eu acho que é lamentável uma sociedade que tenha quaisquer sentimentos de homofobia, que destrua as pessoas porque elas têm uma orientação sexual diferente ou porque elas têm uma história de vida diferente.

Folha/UOL: Por exemplo, já que o sr. está falando sobre isso, teve o caso desse padre – padre Beto, de Bauru – que foi excomungado por ter manifestado apoio ao relacionamento amoroso entre pessoas do mesmo sexo. O sr. concordou com essa atitude de excomunhão do padre Beto, de Bauru?
Gabriel Chalita: A Igreja está dizendo que ele não foi excomungado por causa disso. Está dizendo que ele foi excomungado porque ele desobedeceu bispo, enfim, ele fez um juramento de obediência, ele desobedeceu isso, não é? Eu, na verdade, por causa da defesa dele da questão das pessoas poderem ser felizes, eu não vejo com bons olhos isso. Eu acho que ele tem o direito de expressar…

Folha/UOL: O sr. não vê com bons olhos…
Gabriel Chalita: A excomunhão. É. Padre Cícero foi excomungado também, não é?

Folha/UOL: O sr. acha, então, que não foi a melhor atitude da Igreja?
Gabriel Chalita: Eu não quero criticar [a Igreja]. Eu acho que a Igreja erra e acerta, mas…

Folha/UOL: Nesse caso?
Gabriel Chalita: Eu vi, inclusive, a demonstração do povo de Bauru pelo grande padre que ele é, pela forma carinhosa como ele trata as pessoas, pela liderança dele. Agora, eu não tenho detalhes do motivo da excomunhão, como é que ela foi desenvolvida. Eu também não quero ser leviano com relação a isso. Mas, quando eu vi a primeira colocação na imprensa, de que ele foi excomungado por causa disso, eu achei incorreta a excomunhão. É a minha opinião de leigo ali vendo. Eu acho que as pessoas precisam ser acolhidas, não excomungadas.

Organizadores tentam defender os corruptores da juventude que convidaram para os atos centrais da JMJ!

A respeito de uma nota (que se encontra no Facebook – também aqui) redigida pelo revmo. pe. Renato Martins, «Diretor Executivo do Setor Atos Centrais JMJ RIO 2013», sobre a escandalosa escolha de alguns «artistas» mundanos para participarem da JMJ, é preciso dizer quanto segue:

Me entristeceu profundamente, as mensagens postadas nas redes sociais, mensagens enviadas por WhatsApp e outros meios de comunicação. Católicos atacando cristãos!

A nós, o que nos entristeceu profundamente foi ver a completa falta de senso dos organizadores da JMJ, que não têm vergonha em emporcalhar um evento católico com personalidades imorais e parecem não ver problema em consagrar um espaço de evangelização à divulgação do estilo de vida anti-católico encarnado pelos «artistas famosos» aos quais a organização da JMJ parece julgar importante dar vez e voz.

Também estarão na Jornada, alguns artistas famosos que ofereceram seus dons voluntariamente, para participarem deste projeto, por acreditarem que a JMJ, é uma grande oportunidade de transformação da juventude e da sociedade. Qual o pecado que há nisto?

O pecado está no fato de que estes «artistas famosos» são conhecidos expoentes de tudo o que existe de mais podre na sociedade contemporânea, justamente aquelas coisas que são mais combatidas pela Igreja Católica. O pecado está no fato de que a mensagem passada por estes «artistas» em suas aparições públicas, para além de quaisquer características de suas vidas particulares (que não conhecemos e não vêm ao caso), é justamente uma mensagem de corrupção da juventude e degeneração da sociedade. O pecado reside no fato de que a «transformação da juventude e da sociedade» propagada pela Igreja é exatamente o contrário da “transformação” que estes artistas realizam quotidianamente com sua vida pública e, portanto, é um escândalo que eles recebam palco na JMJ para propagar a sua obra de apodrecimento da moral e dos bons costumes. O pecado, enfim, está no fato de que parece que não existe ninguém com um mínimo de bom senso na Organização da Jornada, uma vez que, não satisfeitos em realizar um escândalo de proporções diabólicas, ainda vêm a público defendê-lo e atacar os católicos que se sentem ofendidos com este vitupério às coisas sagradas e esculhambação de um evento voltado à evangelização da juventude!

Em meio a tantas criticas, me chamou atenção as dirigidas ao jovem Luan Santana! Porque criticar a participação de um jovem, que conquistou a fama de forma honesta, começou a trabalhar tão novo desejando conquistar os seus sonhos?

O «jovem Luan Santana» é o garoto que, como mostramos, faz apologia à sexualidade livre (e até ao estupro!) em suas músicas e canções [p.s.: e que se gaba publicamente de ter uma coleção de roupas íntimas das suas fãs (!) e de manter esporadicamente relações sexuais com elas após os seus shows (!!)]. Dizer que isso é uma «forma honesta» de «trabalhar» e «conquistar os seus sonhos» (sic!) é um escárnio a tantos jovens que, estes sim, trabalham anonimamente de forma honesta e digna e, longe dos holofotes da mídia, esforçam-se na medida de suas capacidades para serem sal da terra e luz do mundo. Na contramão dos esforços dessa juventude sadia e honesta estão «artistas» como o Luan Santana, ofendendo a Deus com suas canções desonestas e conduzindo uma juventude perdida ao redemoinho do hedonismo e do sexo desenfreado tão eloqüentemente louvados nas músicas e shows do jovem cantor. Desgraçadamente, esta juventude honesta não tem quem a represente ou defenda, e ainda precisa aturar sacerdotes responsáveis pela organização de um evento católico da magnitude da JMJ defenderem as imoralidades encarnadas por certos «artistas famosos» que dedicam as suas vidas à descristianização da sociedade brasileira!

Mesmo assim, isso seria motivo para criticar tão duramente a participação de um “pecador” se assim desejarem chama-lo? Se alguns pensam que sim, eu discordo! Relembrem o que disse Jesus: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.

Os pecados do Luan Santana não estão em questão, e sim precisamente a mensagem que o jovem dedica a vida a transmitir com suas músicas lascivas e libertinas. Nosso Senhor andava com os publicanos e as prostitutas, sim, mas os convidava a abandonarem a sua vida de pecados. Sinceramente, defender a participação na JMJ de indivíduos publicamente conhecidos pela defesa e promoção de um estilo de vida em tudo contrário ao que ensina a Santa Igreja é um sofisma diabólico dos mais grosseiros, que estamos acostumados a encontrar nos lábios dos escarnecedores e inimigos de Cristo mas que, na pena de um sacerdote católico, é um doloroso golpe aos católicos e uma terrível ofensa a Nosso Senhor.

Se o nosso comprometimento com Cristo fosse tão forte, como as criticas que saem de nós, não precisaríamos de uma Jornada Mundial da Juventude! Não seria preciso que o Papa nos relembrasse a ordem do Senhor: Ide e fazei discípulos entre todas as nações! Estaríamos tão imersos nesse compromisso de fazer discípulos, que não procuraríamos excluir os discípulos!

Mais uma vez, estas palavras são uma piada de mau gosto. Não existem “discípulos” a serem “excluídos” aqui, e sim porta-vozes de uma sociedade degenerada aos quais nós achamos necessário, sim, negar os palcos e os holofotes que deveriam estar voltados para as mensagens cristãs das quais a nossa juventude está tão sedenta justamente porque os seus olhos e ouvidos são diuturnamente bombardeados pelo lixo moral que toca nas nossas rádios e aparece em nossas televisões – o mesmíssimo lixo moral que os organizadores da JMJ parecem empenhados em reverberar ao mundo inteiro através dos atos oficiais da Jornada Mundial da Juventude. Se o Luan Santana (ou quem quer que seja) quiser participar como peregrino da JMJ, será muitíssimo bem-vindo! No entanto, dar-lhe palco e conferir (mesmo tacitamente) uma aprovação moral ao estilo de vida depravado que o seu trabalho (dito “honesto”!) apregoa Brasil afora é criminoso, é um ultraje à Igreja de Cristo e uma zombaria a Nosso Senhor.

Não precisamos do tom afetado destas notas públicas eivadas de orgulho ferido que intentam lançar sobre católicos honestos a responsabilidade pelo escândalo que a Organização da JMJ – e somente ela – provocou com estas ultrajantes escolhas de «artistas» imorais para “representar” a juventude católica brasileira diante do mundo inteiro. Repito o que já disse antes: se restasse um mínimo de decência aos responsáveis por esta infâmia, estes representantes do que existe de pior na nossa Pátria seriam imediatamente “desconvidados” e seria emitido um mea culpa público por esta deplorável atitude com a qual os organizadores da Jornada envergonharam perante o mundo os católicos do Brasil.

«Setor Atos Centrais da JMJ» zomba de católicos e convida para atos centrais da Jornada expoentes da degeneração moral dos nossos tempos

Que Satanás odeia qualquer coisa que se proponha a servir para a maior glória de Deus é uma conclusão teológica da mais alta obviedade. Que ele reserve um especial ódio para a Jornada Mundial da Juventude é coisa da qual já estamos carecas de saber. Que ele conte com servos tão dedicados nos bastidores da organização da JMJ do próximo mês, contudo, é um fato que só agora nós vislumbramos em toda a sua aterradora dimensão.

O site oficial da JMJ revelou o nome dos «artistas» convidados – registre-se, convidados! – para se apresentarem de alguma maneira durante o evento. Os nomes provocam horror e perplexidade; mais ainda, soam como um escárnio dos infernos aos católicos fiéis que se empenham em fazer da JMJ um evento católico e a lutar por Deus e por Sua Santa Igreja em um mundo que Lhes é cada vez mais hostil.

A «Cássia Kiss» (sic) «interpretará Maria Santíssima» na Via Sacra. Não sei quem é esta senhora. Uma rápida busca no Google, no entanto, revela-me uma bonita história protagonizada por ela. É a seguinte:

A atriz Cássia Kiss, 39 anos, um aborto, dois filhos, lembra: “As pessoas têm de ter consciência de que o aborto, em qualquer circunstância, é um crime”, afirma. Ela baseia sua opinião em dois fatos de sua vida. Em 1990, alguns anos depois de ter feito o aborto, Cássia Kiss fazia parte do elenco da novela Pantanal, da Rede Manchete. Ela interpretava uma mulher forte, parideira, de nome Maria Marruá. Em uma cena antológica, a personagem dá à luz a menina Juma Marruá. “Fiquei emocionadíssima durante as gravações dessa cena. Logo depois, chorei copiosamente durante quase uma hora. Foi um momento divino. Ali comecei a descobrir o valor da maternidade e da importância de ter um filho”, diz. Numa segunda fase de sua vida, já casada e disposta a ter um filho, engravidou. Mas, com três meses de gravidez, Cássia foi surpreendida por um aborto espontâneo. “Recebi aquilo como um castigo de Deus. Mesmo traumatizada resolvi que iria tentar novamente, quantas vezes fossem necessárias. Hoje eu acho que me recusaria a fazer qualquer exame, pois, mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê, ainda assim eu levaria a gravidez adiante.”

Colocar num dos papéis mais importantes da Via-Sacra uma mulher que se arrepende de ter feito um aborto é uma escolha que tem o seu quê de louvável. Mais adequado, sem dúvidas, seria se o papel por ela desempenhado fosse o de Santa Maria Madalena arrependida, mas deixemos isso para lá. Afinal, uma atriz famosa que diz em público que «o aborto, em qualquer circunstância, é um crime» e que «levaria a [sua] gravidez adiante» «mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê» é uma boa escolha para um evento da Igreja que – na contramão do mundo moderno – coloca-Se intransigentemente contra o aborto em qualquer situação.

O mesmo, infelizmente, não pode ser dito de outros dos nomes com os quais a Organização da JMJ nos “presenteou”. Destaco dois: o Luan Santana e a Ana Maria Braga.

luan-santanaO primeiro, além de possuir uma qualidade artística (para dizer o mínimo) questionável, é entre outras coisas o autor da seguinte obra-prima: «Mãos para o alto novinha / Por que porque hoje tu ta presa / Tu tem direito de sentar / Tem direito de gritar / Tem direito de sentar de ficar de rebolar […] Fica caladinha / Fica caladinha / E desce, desce novinha». Faltam-me palavras para deplorar esta apologia ao estupro de menores que faz – sem corar de vergonha! – o garoto convidado para cantar num evento com a presença do Papa! Isto é um escândalo de proporções incomensuráveis. Será possível que não existe nenhum cantor decente – mesmo de música secular – que pudesse ser convidado pelos organizadores da JMJ? Será realmente que a melhor opção deles era convidar um fulano que enaltece a mais criminosa violência sexual nas letras de suas canções?!

ana-mariaO segundo, o de Ana Maria Braga, pode parecer à primeira vista menos chocante, mas é também escandaloso. Afinal, a apresentadora da Globo é conhecida por receber alegremente em seus programas as maiores aberrações morais, como – por exemplo – a dupla de marmanjos que teve “dupla paternidade” (sic) reconhecida e os “heróis” do Big Brother Brazil chamados a opinar (favoravelmente, é óbvio) sobre o conhecido caso do assassinato de dois gêmeos aqui em Pernambuco; o quê, por tudo o que é mais sagrado, esta senhora está fazendo na Jornada Mundial da Juventude?!

E o site da JMJ ainda tem a cara de pau de dizer que estas escolhas luciferinas foram feitas «na tentativa de representar todos os jovens do mundo». Como assim, “todos os jovens do mundo”? Quem é o jovem católico que pode se sentir minimamente representado por estes arautos do anti-catolicismo, por essas pessoas que encarnam, por seus atos públicos, tudo que é contrário à Igreja e ofensivo ao Deus Todo-Poderoso? Nós não nos sentimos “representados” por esta gente, senhores da organização da JMJ! Muito pelo contrário, nós nos sentimos traídos e humilhados. Nós enfrentamos uma barra enorme para tornar a mensagem da Igreja atrativa para a sociedade contemporânea que A odeia, e os senhores, ao invés de nos ajudarem, fazem questão de chamar para um evento de evangelização de proporções internacionais estes expoentes do anti-catolicismo reinante no mundo moderno.

Se os senhores tivessem um pingo de vergonha na cara e de temor a Deus, poriam de lado todo o respeito humano e cancelariam imediatamente estes convites ignominiosos que emporcalham a Igreja e envergonham os católicos que se esforçam por serem fiéis, fazendo publicamente um mea culpa pela completa falta de bom senso e pelo serviço que, conscientemente ou não, prestaram a Satanás. É um absurdo que as lideranças católicas, aparentemente não satisfeitas com o espaço que o anti-catolicismo detém no mundo moderno, preencham importantes espaços da Jornada Mundial da Juventude com estes luminares das desgraças do mundo moderno que tanto ofendem a Nosso Senhor.

«Os jovens e suas formas de expressão vão ser representados durante as apresentações artísticas nos Atos Centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013», é o que diz a notícia do site da JMJ. Uma ova. Esta turma não me representa e nem representa nenhum católico sério do mundo. Ao que parece, é Satanás que estará muito bem representado no Rio de Janeiro, durante a visita do Papa. Para vergonha dos católicos brasileiros e desta Terra de Santa Cruz. Ao que parece, Nosso Senhor não pode contar com ninguém para organizar dignamente a recepção do Vigário de Cristo e dos católicos de todo o mundo que virão ao Rio de Janeiro no próximo mês. Com estes organizadores, para quê Cristo precisa de inimigos?