O show da mídia

Existem certas coisas estranhas nos brasileiros. Lembro-me de que, antes do trágico desfecho do seqüestro da garota de Santo André, eu escrevi alguma coisa aqui sobre egoísmo e caridade citando, como exemplo, o crime (à época, ainda em curso). Após a tragédia, a comoção nacional e o show da mídia, entendi que eu não tinha nada a acrescentar e resolvi ficar calado.

Rompo o silêncio agora, de maneira breve, por causa de um fenômeno curioso que identifiquei nos últimos dias: a (invejável) mobilização de pessoas que a mídia é capaz de provocar! Como é possível que a comunidade “Eloá e Nayara ♥ Justiça”, do orkut, consiga ter mais de 540.000 membros? Participo há anos de algumas comunidades que (p.ex., a “Católicos”) que ainda não chegaram aos 100.000. É certo que o escopo das duas comunidades é diferente, mas nós estamos falando de meio milhão de pessoas, em menos de um mês, só no orkut – é muita gente!

O que leva tanta gente a se unir em torno de uma causa? Por que nós não conseguimos, p.ex., meio milhão de assinaturas contra o aborto, se o número de brasileiros que é contrário ao assassinato de seus concidadãos é bem maior do que isto? Só posso acreditar que é o fator emoção, deliberadamente alimentado pela cobertura que a mídia faz da tragédia; afinal, na Rede Globo não passa O Grito Silencioso

Às vezes, tenho a [injusta, forçoso reconhecer, porque há honrosas exceções] sensação de que o Quarto Poder só faz besteiras. No caso concreto do assassinato da menina, p.ex., eu consigo ver pelo menos dois problemas muito sérios: o primeiro – e o mais evidente – é o fato incontestável de que os holofotes atrapalham o trabalho dos policiais. Sim, eu acredito na existência de policiais sérios (como pareciam ser os que estavam responsáveis pelo seqüestro), e acho profundamente injusto falar em uma tragédia de incompetência. Se houve incompetência, foi precisamente da mídia, porque é um absurdo permitir candidamente que a tensão natural de uma situação como um seqüestro seja elevada à n-ésima potência por meio da ampla divulgação em cadeia nacional de todos os detalhes do caso ainda em andamento. Estou sinceramente convencido de que o desfecho poderia ter sido completamente diferente se os envolvidos no caso pudessem fazer o que estavam fazendo em paz.

O segundo problema, enxerga-se na comunidade de orkut com meio milhão de internautas. Estes casos esporádicos terminam por servir como uma espécie de “válvula de escape” para a população brasileira, atônita diante do caos no qual a sociedade está imersa; então eles vão ao velório, comentam o assunto no trabalho ou na faculdade, entram na comunidade do orkut que pede justiça, e pronto. Tranquilizam-se, e nada muda, até o próximo escândalo e a próxima vítima indefesa que provoque a indignação dos brasileiros. As cenas comotivas mostradas na TV e nos jornais, desde o “acompanhamento” da operação até o velório, dão a impressão de que alguma coisa está sendo feita quando não está.

A cortina de fumaça montada pelo Quarto Poder impede as pessoas de verem que morrem muito mais “eloás” do que as que saem na televisão – só que a esmagadora maioria delas não tem nome e não tem glamour – e ninguém se importa nem com elas, nem com as verdadeiras causas do problema. A imprensa, que poderia ser uma coisa muito boa, mau utilizada no Brasil, puxa o país para cada vez mais fundo no buraco.

Bassuma e a Comissão de “Ética” do PT

Acabei de receber o email abaixo, da Frente Parlamentar em Defesa da Vida. Merece ampla divulgação; para que todos percebam de uma vez por todas – como já foi tido inúmeras vezes – que o monstro petista é perigoso e precisa ser enfrentado com seriedade.

* * *

Prezados amigos e amigas Pró-Vida,

Em anexo, a nota dos deputados federais Luiz Bassuma e Henrique Afonso, ambos do PT, sobre a Comissão de ética para a qual foram convocados por conta de suas posições públicas contra a legalização do aborto no Brasil.

Divulguem.

Jaime F. Lopes
Assessor da Frente Parlamentar em Defesa da Vida – Contra o Aborto.

________________________________________________________

NOTA  PÚBLICA

AO POVO BRASILEIRO E AOS MILITANTES DO MOVIMENTO PRÓ-VIDA

1.     No dia 12 de junho de 2008 a Secretaria Nacional de Mulheres, instância integrante da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, por meio de sua representante Laisy Moriére, entrou com uma representação solicitando a “instalação imediata de Comissão de Ética” para os Deputados Federais Luiz Bassuma PT/BA e Henrique Afonso PT/AC tendo como fato as suas posições públicas contra a legalização do aborto no Brasil, fundamentando este pedido em decisão aprovada no III Congresso do Partido dos Trabalhadores, bem como em Resolução aprovada no 10º Encontro Nacional de Mulheres do PT, realizado em Brasília, nos dias 17 e 18 de maio de 2008.

2.     Nesta terça-feira, 11 de novembro de 2008, os Deputados Federais que assinam esta nota, receberam em seus respectivos gabinetes, na Câmara dos Deputados, notificação do Coordenador da Comissão de Ética do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, Danilo de Camargo, na qual não consta a assinatura do mesmo, mas consta a assinatura do Secretário Geral Nacional do Partido dos Trabalhadores, José Eduardo Cardozo em que determina “o prazo de 10 (dez) dias, a partir desta data, para apresentar defesa escrita”.

3.     Considerando que as nossas posições contrárias à legalização do aborto no Brasil sempre foram públicas entendemos que o povo brasileiro e os militantes pró-vida têm direito de serem informados quanto a esta providência de uma instância do Partido dos Trabalhadores em propor uma Comissão de Ética, em âmbito nacional do Partido, para avaliar e decidir se devemos ser submetidos às sanções previstas pela Comissão de Ética que vão desde a uma mera advertência formal até a expulsão do partido.

4.     Queremos aqui reafirmar  nossas posições públicas em defesa da vida – desde a concepção e nosso direito de militância para impedir que o aborto seja legalizado em nosso país. Cumpriremos a convocação de estarmos na Comissão de Ética conclamando os membros desta Comissão a cumprirem o que determina o Estatuto do PT, em seu artigo 67, parágrafo 2º: “Excepcionalmente e somente por decisão conjunta da Bancada e da Comissão Executiva do Diretório correspondente, precedida de debate amplo e público, o parlamentar poderá ser dispensado do cumprimento de decisão coletiva, face a graves objeções de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo”. (grifos nossos)

5.     O direito à vida é o primeiro e mais fundamental de todos os direitos humanos e, sendo assim, aqueles que advogam a defesa e a promoção desse direito estão em sintonia não só com as suas convicções pessoais, mas em consonância com o que determina a Constituição Brasileira em seu artigo 5º quando afirma a “inviolabilidade do direito à vida”, Declaração Universal dos Direitos Humanos, Declaração Americana de Direitos Humanos, bem como em sintonia com a maioria da população brasileira que, em diversas pesquisas de opinião tem manifestado posicionamento contrário à mudança da legislação que criminaliza o aborto no Brasil.

Pelo direito à Vida desde a concepção e contra a legalização do aborto no Brasil.

Brasília, 12 de novembro de 2008.

Deputado Federal Luiz Bassuma – PT/BA
Deputado Federal Henrique Afonso – PT/AC

A fraude do aborto no Uruguai

Foi noticiada de maneira cândida na mídia recifense a aprovação de uma lei que descriminaliza o aborto pelo senado do Uruguai. Em duas votações apertadas (49 a 48 na Câmara dos Deputados, 17 dos 30 votos no Senado), foi aprovado um projeto de lei “que faria do país o mais liberal da América do Sul na abordagem da questão”.

O que a Folha de Pernambuco não falou foi sobre a fraude realizada pelos abortistas para conseguir esta legalização. Eis a palhaçada dos defensores do assassinato de crianças:

No dia 17 de outubro de 2007 foram votados no Senado dois projetos de defesa da saúde sexual e reprodutiva. O primeiro, que não legalizava o aborto, foi aprovado no geral. O segundo, que legalizava o aborto, foi rejeitado totalmente e não poderia ser mais votado na presente legislatura.

No dia 6 de novembro de 2007 o Senado tinha como único item da ordem do dia votar no particular o projeto já aprovado no geral e que não legalizava o aborto. Em vez disso, reconsideraram este projeto, votaram-no novamente e, nesta ocasião, apesar de que este projeto já havia sido aprovado, o rejeitaram. Depois votaram novamente, sem tê-lo reconsiderado, o segundo projeto que já havia sido rejeitado, o qual legalizava o aborto, e o aprovaram.

A versão taquigráfica das sessões, disponível no site do Parlamento Uruguaio e em cópias de vários outros sites pro vida, mostra tudo isto até os mais mais mínimos detalhes, que jamais foram informados ao público por parte da imprensa.

Com tudo isso, “a Câmara dos Deputados, em vez de votar um projeto que havia sido aprovado pelo Senado, votou, graças a estas fraudes, um projeto que havia sido rejeitado, como se tivesse sido aprovado”. Tal farsa grosseira é inacreditável; no entanto, acaso pessoas que defendem o assassinato de crianças indefesas poderiam agir com a mais perfeita retidão moral nos trâmites legais necessários à aprovação de sua causa assassina? Se há pessoas para os quais os fins justificam os meios, como esperar que fins torpes e doentios sejam defendidos por meios puros e ilibados?

O presidente do Uruguai, contudo, prometeu vetar a medida. Rezemos para que ele o faça, e o solo uruguaio não seja manchado pelo sangue de inocentes sob a tutela da legislação nacional. Diz a Folha que, dos países da América Latina, “[a]penas Cuba e Guiana permitem o aborto sem restrições”. Que o Uruguai não seja o próximo a seguir este péssimo exemplo.

Curtas sobre o aborto (começando a semana…)

Muita coisa!

– O pai de uma garota que teve anencefalia está fazendo um excelente trabalho de divulgação na internet da sua experiência de vida. Vejam n’O Possível e O Extraordinário. Marcelo Pires é o nome deste pai; Giovanna, o nome desta filha. Ela, com a vida que viveu e, ele, com o testemunho dado – por atos e por palavras – do que é ser um pai, lutam juntos para garantir a todas as crianças (também às deficientes) o direito de nascer. Confiram o site abaixo: uma excelente iniciativa de se montar um portal em língua portuguesa para esclarecer as pessoas sobre anencefalia:

http://www.anencefalia.com.br/

– Ainda sobre anencefalia: Marcela era anencéfala. O padre Lodi disponibiliza os laudos de médicos que atestam a existência da má-formação. Tem também um álbum com algumas fotos da pequena guerreira.

– O abortista que foi eleito presidente da maior potência do mundo já prenuncia como será o seu governo: assessor diz que Obama deve reverter ações de Bush. Entre estas ações a serem revertidas, estão (claro!) o “decreto que limita o financiamento de pesquisas científicas usando células-tronco de fetos humanos” e “leis que regulamentam o aborto”. Tenha Deus misericórdia dos Estados Unidos.

Governo promove abortismo no ENADE. É inacreditável encontrar uma cretinice deste tamanho nas provas do Governo de avaliação do Ensino Superior! A questão aplicada aos alunos de História diz o seguinte:

As melhores leis a favor das mulheres de cada país-membro da União Européia estão sendo reunidas por especialistas. O objetivo é compor uma legislação continental capaz de contemplar temas que vão da contracepção à eqüidade salarial, da prostituição à aposentadoria. Contudo, uma legislação que assegure a inclusão das cidadãs deve contemplar outros temas, além dos citados.

São dois os temas mais específicos para essa legislação:
(A) aborto e violência doméstica
(B) cotas raciais e assédio moral
(C) educação moral e trabalho
(D) estupro e imigração clandestina
(E) liberdade de expressão e divórcio

A resposta correta é a letra (a). Ou seja, para o Governo, uma instituição de Ensino Superior é boa se ela ensina aos alunos que o aborto deve estar contemplado em “uma legislação que assegure a inclusão das cidadãs”! Isto é vergonhoso e preocupante. Denunciemos, antes que seja tarde demais.

Caixinhas de surpresas

– Ao mesmo tempo em que a Califórnia proibia o “casamento” gay, outros estados americanos aprovavam outras coisas completamente diferentes e que não merecem louvor. Por exemplo, foram rejeitadas propostas que restringiam o aborto (não sei exatamente quais) no Colorado e em Dakota do Sul, e em Washington foi aprovada a Eutanásia (como diz na notícia, “suicídio acompanhado para pessoas com doenças terminais”). Triste.

– A Rádio Vaticano publicou – sem nenhum disclaimer avisando aos navegantes que se trata de opinião pessoal em flagrante contradição com o Magistério da Igreja, o que é totalmente incompreensível – a opinião do cardeal Martini segundo a qual a Humanae Vitae afastou as pessoas da Igreja e que a questão da contracepção “poderia ser melhor abordada, da perspectiva pastoral”. Se fosse possível haver tristeza no Céu, eu diria que o jesuíta estaria arrancando lágrimas de Santo Inácio de Loyola. Para mais detalhes sobre o lamentável espetáculo (claro está que a posição do eminentíssimo cardeal carece de valor para os fiéis católicos dignos deste nome), remeto ao Igreja Una.

– A ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas [Bissexuais, Travestis, etc, etc] e Transexuais – divulgou uma nota de repúdio – pasmem!“sobre a exclusão de homossexuais do sacerdote (sic) católico”! A supradita associação “vem a público expressar indignação diante da atitude discriminatória do Vaticano em avaliar candidatos ao sacerdote por meio de exame psicológico, com rejeição daqueles que tal análise considerar serem homossexuais”. Distorções de discursos de arcebispos católicos e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pressão sobre o Conselho Federal de Psicologia, e citações de Orwell às avessas: eis o conteúdo da nota. Quando a gente pensa que já viu de tudo…

– Achei no mesmo site uma notícia relacionada: Ministério da Educação vai distribuir nas escolas fluminenses livro sobre diversidade sexual. Que coisa linda, não? Depois acham que nós não temos razão ao não querermos que as nossas crianças sejam deformadas pela deseducação do governo gayzista…

Revés das CDDs em Salvador

As abortistas pelo direito de matar – conhecida associação de senhoras que se dizem católicas e que, no entanto, são militantes a favor do aborto – estavam com um “encontro” agendado para este final de semana (dias 07, 08 e 09 de novembro) numa casa de religiosas em Salvador. O absurdo foi denunciado prontamente pelo pe. Adilton Lopes, da Arquidiocese da cidade.

Após alguns emails de protesto, a Superiora Geral da congregação religiosa responsável pela casa onde o evento iria ocorrer, Ir. Gilvania dos Santos, escreveu-nos dizendo que, tão logo soube quem eram as responsáveis pelo aluguel do espaço, cancelou o evento. São palavras do email da irmã (que vai em anexo):

Quando [as Católicas pelo Direito de Decidir] vieram falavam que se tratava de um grupo que  iam trabalhar com mulheres que foram violentadas e se denominaram cristãs.

Ou seja: estas canalhas não têm nem mesmo coragem de se apresentarem como o que realmente são, pois sabem que a pele de ovelha não engana a mais ninguém. Fica, assim, o registro da baixeza das abortistas, que tudo fazem para atacar por dentro a Igreja Católica. Graças a Deus que temos sacerdotes e religiosos santos, que não dão espaço para que os inimigos da vida humana façam a sua criminosa apologia do assassinato de crianças inocentes.

Nossos mais alegres cumprimentos à Ir. Gilvania dos Santos, pela firmeza e prontidão com as quais agiu para impedir o escândalo; que a Virgem Imaculada possa abençoar-lhe e a toda a sua congregação.

* * *

[Email do Instituto das Medianeiras da Paz]

Salvador, 06 de novembro de 2008.

Queridos Irmãos e Irmãs em  Cristo Jesus.

Graça e Paz em Jesus, o Mediador do Pai!

Hoje pela manhã precisamente a poucos minutos atrás ficamos sabendo do tipo do grupo que irão fazer encontro no Centro de Formação Jesus Mediador.

Por isso, somos convictas das raízes profundas da nossa Consagração e compromisso com os “eleitos de Deus” e enraizadas em Cristo Mediador que cortamos tal acontecimento contrário aos nossos princípios fundacionais e  cristãos.  Imediatamente, entramos em contato com a pessoa que solicitou o serviço e cancelamos dizendo o porquê não aceitamos este tipo de grupo. Quando vieram falavam que se tratava de um grupo que  iam trabalhar com mulheres que foram violentadas e se denominaram cristãs.

Somos uma congregação pobre, contudo os valores Evangélicos são os embasamento que temos para discernir criteriosamente e estarmos radicalmente a serviço da Vida. Toda a nossa missão nas várias localidades onde estamos expressamos com testemunho vivo da nossa presença e amor a Jesus Cristo  no Carisma de mediar, construindo a paz, através do ser humano desde a sua concepção. Lamento ter acontecido isso,  por falta de ter conhecimento do perfil desde grupo de Mulheres. Posso garantir que razão foi é a nossa razão.

Quero expressar a cada um e a cada uma  o nosso perdão pela repercussão dessa situação e asseguro que não irá acontecer o evento na nossa instalação física. Já solicitamos a retirada do nosso nome na programação deste fato diabólico. E que fomos enganadas por estas pessoas.

Que Deus nos ajude e nos conduza a favor da vida em plenitude.
Um abraço de paz pra você!

Ir. Gilvania dos Santos
Sup. Geral

O que pensa a PJ sobre o aborto?

Há um blog de um garoto chamado “Leandro Hubo” (acho que é esse o sobrenome, a julgar pela url do site), que parece ter alguma relação com a Pastoral da Juventude. Não é um blog “da Pastoral” e não sei dizer nem mesmo se o tal Leandro tem alguma função dentro da PJ em Mato Grosso; no entanto, é um escândalo que, desde 23 de maio de 2007 (portanto, há mais de um ano), um texto anti-católico do Frei Betto defendendo o aborto esteja publicado no tal blog.

A “juventude pejoteira” aparentemente não está nem aí para o aborto, porque a busca por esta palavra no BLOG só retorna dois artigos: o do Frei Betto e um comunicado da Conferência do CELAM do ano passado, em Aparecida. Quando tanta coisa precisaria ser dita sobre o tema, é lamentável que um blog “católico”, que se apresenta como se tivesse alguma ligação com uma pastoral da CNBB, publique um texto que contraria frontalmente a posição da Igreja em um tema de tão capital importância.

No site oficial da Pastoral da Juventude não se encontra nenhum texto favorável ao aborto. Nem contrário. Um silêncio sepulcral sobre um dos temas mais dolorosos dos nossos dias; para usar uma expressão cara aos esquerdistas, estes jovens (se jovens há responsáveis pelo site) estão completamente alienados! Afinal, para que serve este site? Para a publicação de textos do Marcelo Barros? Cabe perguntar: a PJ concorda com o Leandro e com o frei Betto?

Para terminar, voltando ao BLOG, eis o excremento teológico que o frei Betto é capaz de proferir:

Sob a ótica cristã a dignidade de um ser não deriva daquilo que ele é e sim do que pode vir a ser. (Frei Betto, in “Aborto: por uma legislação em defesa da vida”)

Quanto lixo, quanto cinismo, quanta porcaria!

Duas sobre o aborto

Notícia que não sai nos jornais: morreu um bebê de sete meses, em Brasília, vítima de aborto. Por que desta vez saiu na mídia? Saiu – com outra ênfase – porque morreu também a mãe que intentou (e conseguiu) matar o filho que carregava no ventre.

O aborto é letal em 100% dos casos, e isso a mídia não mostra. Quando não morre a mãe, morre o filho (salvo algum caso miraculoso de sobrevivência à tentativa de aborto) e, portanto, sempre se perde ao menos uma vida. Seria, por conseguinte, da mais alta importância que esta prática nefanda fosse completamente proscrita da sociedade atual dita civilizada. Mas as pessoas só se importam com que vêem. Para o que vira lixo hospitalar, ninguém liga. Basta, no entanto, morrer uma mãe, que as autoridades feministas, num cinismo absurdo, vêm a público protestar contra a ilegalidade do aborto que, realizado em condições precárias, terminou por provocar esta morte. No entanto, e a morte dos bebês? Por que esta compaixão seletiva?

Que a Maria, Refúgio dos Pecadores, interceda por esta mulher, cujo nome não foi publicado; e que Nossa Senhora Protetora dos Nascituros livre as nossas crianças da sanha assassina das suas mães.

* * *

Dom Gil Antônio Moreira é bispo de Jundiaí, em São Paulo. Conta-nos, em coluna do Jornal de Jundiaí, a história do milagre que resultou na canonização de Santa Gianna Beretta Molla; recomendo a leitura, para quem ainda não o conheça.

É interessante recordar que a Dra. Giana Beretta Mola, motivada pelo seu irmão sacerdote, missionário no Brasil, tinha grande desejo de vir também ela para nosso País e exercer a medicina em favor dos mais necessitados. Para isso se preparou e estudou português por sete anos. O que não pode realizar em vida, o bondoso Pai do céu lhe está permitindo fazer após sua entrada na eternidade.

Santa Gianna Beretta Molla,
rogai por nós!

Uma mesa cheia de crianças

http://it.youtube.com/watch?v=cKCRHhmHvjg

Sua tataravó teve catorze filhos; sua bisavó teve quase o mesmo número; para sua avó, três foram o bastante; e sua mãe não queria nem você, você foi somente um acidente. E você, minha garota, você vai de parceiro em parceiro, e quando você comete algum engano, escapa dele por meio do aborto. Mas algumas manhãs você acorda chorando depois de ter sonhado à noite com uma grande mesa arrodeada de crianças.

Ontem, tendo saído com alguns amigos, nada melhor do que devaneios em mesas de bar. Entre uma cerveja e um cigarro; falávamos sobre a sociedade atual, sobre o feminismo, sobre o valor da mulher, da pureza, da castidade, da virgindade, sobre a libertação sexual, sobre o Cristianismo. Falávamos, enfim, sobre a vida.

Um amigo economista nos mostrava como o feminismo, através da pretensa defesa das mulheres, tem contribuído para tornar a vida delas um verdadeiro pesadelo. Falávamos de diversas coisas; da fertilidade das mulheres (que é muito mais sensível ao tempo do que a masculina), da óbvia diminuição populacional em países cujos cidadãos “inteligentes” e “superiores” tinham poucos filhos, das óbvias conseqüências desastrosas desta regressão populacional, da suposta luta de classes entre os homens e as mulheres… enfim, sobre diversas coisas. Daria para escrever um livro, como sugerimos, brincando, em certo momento da noite. Dentre todas essas coisas que foram faladas, contudo, gostaria de escrever um pouco aqui sobre a crueldade que o feminismo faz sobre as mulheres.

Em particular, por meio da imposição de uma espécie de “ditadura da beleza”! Oras, se a revolução sexual segue o caminho absurdo de, ao invés de valorizar a pureza femina, valorizar a promiscuidade universal, quem é que sai perdendo nesta história? As mulheres, sem dúvidas. Porque se a sexualidade é livre e se a satisfação sexual é o parâmetro que mede a felicidade, e se é necessário ter mais e mais parceiros (como a menina da canção em epígrafe), então o tempo, que tem efeitos terríveis sobre as mulheres, vai inevitavelmente transformar a felicidade da juventude em frustração na idade adulta. Se as mulheres precisam “disputar” entre si para conseguir parceiros sexuais, a disputa pode ser justa dentro da faixa etária da juventude. Sempre há, entretanto, meninas jovens, e as mulheres, conforme envelhecem, vão precisar disputar com as novas gerações que vêm surgindo – o que, sem dúvidas, não é uma disputa justa. A abundância de pretendentes, a beleza física da flor da juventude, a sensação de ser desejada… tudo é palha e vira pó com o passar dos anos. E então vem a frustração.

Como canta Tom Zé: “A Brigitte Bardot está ficando velha, / envelheceu antes dos nossos sonhos. / Coitada da Brigitte Bardot,  / que era uma moça bonita, / mas ela mesma não podia ser um sonho / para nunca envelhecer”. E como conversávamos ontem: se não for para a edificação da família que estiver ordenada a faculdade sexual, a frustração é inevitável. E, para as mulheres, é ainda mais doloroso, porque a maternidade está profundamente inscrita em cada mulher. Isto significa que precisamos resgatar alguns valores perdidos; valores como castidade, pureza, virgindade. Valores como família, como filhos.

A Ditadura da Beleza joga as mulheres numa guerra sem vitória possível. Porque o tempo é destruidor certo de toda a beleza da juventude; e as novas gerações são concorrentes de peso, contra as quais as mulheres mais velhas têm pouca ou nenhuma chance. Não adianta buscar a beleza e os atrativos do corpo; importa buscar os filhos e a construção da família, única satisfação realmente duradoura. Dizia o meu amigo economista que a mãe dele estava com setenta e não sei quantos anos, e a cada ano que passava, mais bonita ela ficava para ele. Em compensação, as “velhas solteironas” que nunca quiseram formar uma família para aproveitar a sua “liberdade sexual”, muito antes do que gostariam viram a sua liberdade ser destruída por causa dos efeitos do tempo. E, quando se percebe isso, via de regra é tarde demais; famílias só se constroem na juventude.

Contra a Ditadura da Beleza ergue-se como defensor das mulheres o Cristianismo, e em particular o Matrimônio Indissolúvel. Sim, porque a mulher sabe não ter condições de competir com outras mulheres indefinidamente; a Doutrina Católica vai dizer, todavia, que o marido dela, não importa o que aconteça, não importa quantas “concorrentes” apareçam, tem obrigação de estar com ela até que a morte os separe. A indissolubilidade matrimonial vai dizer que o marido deve se importar com a sua mulher e não com nenhuma outra. O que mais uma mulher quer? Que segurança maior que essa a mulher poderia esperar? Porque – vale salientar – o divórcio é extremamente injusto para com as mulheres. Afinal, após vinte anos de casados, quem tem mais chance de conseguir “construir uma nova família” pós-divórcio, o homem ou a mulher perto da menopausa?

É sobre a família que tudo deve estar construído. E o vídeo acima mostra como os valores se foram perdendo com o passar do tempo – como a terra que cai pelo caminho conforme é passada de geração em geração -, e urge recuperá-los. Como a mulher que só quer “curtir” a sua juventude, de parceiro em parceiro, abortando quando necessário. Mas, de vez em quando, ela acorda chorando, porque percebe haver alguma coisa dentro dela a lhe dizer que esta vida não tem futuro. Esta mulher é bem representativa das mulheres que encontramos na nossa sociedade, hoje em dia. Estão enganadas, mas podem ser recuperadas. Porque, no fundo, no fundo, esta mulher do vídeo – como toda mulher! – sonha com uma mesa cheia de crianças.

p.s.: a virtual totalidade das idéias acima expostas são devidas a Valter Romeiro, o meu amigo economista citado, a quem não posso deixar de agradecer.

In memoriam

A cretinice dos abortistas não tem limites. Na semana passada, um barco-abortista chamado Langenort chegou à Espanha, vindo da Holanda. A idéia diabólica por trás do plano era a seguinte: como a legislação espanhola é mais restritiva (ma non troppo…) do que a holandesa no que se refere ao assassinato de crianças inocentes, então o navio da morte se propôs a recolher, em solo espanhol, mulheres dispostas a matar os próprios filhos, levá-las até o alto-mar e, lá, praticar o crime. Como as águas internacionais não fazem parte do território espanhol, a legislação espanhola não é lá aplicada.

O barco é propriedade de uma ONG de assassinas chamada Mujeres sobre las olas (“Mulheres sobre as ondas” – Women on Waves). Chegou em Valência na sexta-feira última, 16 de outubro, e matou três crianças. As três foram carinhosamente batizadas de Maria, Marta e João, pelos defensores da vida, que denunciaram com destemor a sanha assassina do Langenort. Graças a Deus, o barco – que tencionava realizar 11 assassinatos – só conseguiu realizar quatro (a quarta vítima foi o filho de uma menor de idade, que o barco carniceiro conseguiu seduzir quando já havia anunciado que voltaria à Holanda). Eis as fotos dos bebês covardemente assassinados no ventre de suas mães:

Juan, descanse en Paz
Juan, descanse en Paz

Maria, dos dias antes de morir a manos del carnicero
María, dos días antes de morir a manos del carnicero

De no haber Carbonell acabado con su vida, Marta habria sido madre
De no haber Carbonell acabado con su vída, Marta habría sido madre

Foi feita uma denúncia contra a maldita ONG e contra as autoridades portuárias que permitiram que o Langenort – um barco vindo de outro país com o claro e manifesto intuito de burlar as leis espanholas sobre o aborto – aportasse em Valência. Centenas de pessoas, na própria sexta-feira, fizeram um manifesto em favor da vida defronte ao barco assassino. Temos motivos para dar graças a Deus, porque a expedição do Langenort à Espanha foi um fracasso.

No entanto, também temos motivos para chorar, porque quatro crianças – João, Marta, Maria e um outro que não chegou a ter nome; chamemo-lo José – foram covardemente assassinadas. Que não nos esqueçamos destes quatro pequenos espanhóis; que nos esforcemos para acabar com a abominável prática do aborto, em memória de Maria, Marta, João e José e de tantos outros seres humanos que viram lixo hospitalar nas mãos covardes dos abortistas. Não nos esqueçamos deste crime horrível. E lutemos para que o direito à vida – primeiro e mais fundamental de todos os direitos – seja universalmente respeitado neste mundo.