Deputados retiram assinaturas

Uma boa notícia: lembram do PL 1135/91, que tenciona descriminalizar o aborto no Brasil, que sofreu duas derrotas estrondosas este ano, que ia ser arquivado, e só não o foi porque o José Genoíno, junto com mais uma penca de deputados abortistas, apresentou um requerimento para que ele fosse deliberado em plenário?

Esta semana, dois deputados apresentaram requerimentos para que as suas assinaturas fossem retiradas do recurso que permitiu o não-arquivamento do projeto. Um deles, o sr. Carlos Abicalil (PT-MT); o segundo, o sr. Carlos Santana (PT-RJ). Acredito que a pressão feita pelos eleitores surtiu efeito, graças a Deus.

A lista continua grande e, salvo engano, a retirada dos dois nomes não vai mudar o fato de que, por ter sido apresentado um recurso, tal projeto perdeu a chance de ser definitivamente encerrado. Mas não ia ser bonito se mais deputados seguissem os passos dos dois petistas? Escrevam aos dos seus Estados (a lista está no primeiro link – não tem o email, tem apenas o nome, perdão)! Lutemos para que os deputados sejam, realmente, representantes da vontade do povo brasileiro – que é em sua esmagadora maioria contrário ao aborto.

Bebê ameaçado de morte

Renata tomou a vacina de rubéola no último dia 9, dentro da Campanha Nacional de Vacinação contra a doença, que termina no próximo dia 12 (sexta-feira), sem saber que estava grávida (…) e não quer nem pensar na possibilidade de ter um filho com algum tipo de má-formação. Por isso acredita que o aborto é a melhor opção.

– Quando descobri que estava grávida, procurei uma médica num posto de saúde. Ela me disse que os riscos de o bebê nascer com problemas são muito pequenos, e me encaminhou para o pré-natal de alto risco. Mas eu não quero ficar me torturando durante nove meses para ver se a criança é normal. Não me perguntaram se eu estava grávida na hora de tomar a vacina. A campanha na televisão não falava nada sobre isso. Só me perguntaram se eu tinha alergia a ovo. Vou procurar uma clínica clandestina.
[O GLOBO, 09 de setembro de 2008 – grifos meus]

A vacina anti-rubéola não apresenta problemas se for aplicada em gestantes, diz a mesma matéria d’O GLOBO e também o site oficial da campanha de vacinação (q. 28). A informação não convence quem leia a questão seguinte (a q. 29) ou quem gaste um tempinho procurando na internet:

A única contra-indicação [da vacina contra a rubéola] é para mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez.
(Diário de Natal, 10 de setembro de 2008)

Embora nenhum defeito congênito tenha sido relatado em mulheres que fizeram a vacina  [anti-rubéola] durante a gestação, não é aconselhável a vacinação durante a gravidez, devido aos riscos teóricos por tratar-se de vírus atenuados.
(“Gravidez Segura” – UFRGS)

Caso a mulher não esteja imunizada, ela deve receber essa vacina [anti-rubéola] e não engravidar até seis meses após sua aplicação. A vacina não deve ser aplicada na gestante.
(G1, 31 de agosto de 2008)

No entanto, o [maior] problema não é tanto a irresponsabilidade do Ministério da Saúde em não avisar que a vacina é contra-indicada para as mulheres que estão grávidas (e, neste sentido, a queixa da Renata é justa); o que é revoltante é uma mulher dizer na imprensa nacional que vai matar o seu filho, procurando uma clínica de aborto clandestina, e ninguém fazer nada!

Assassinato de crianças é crime. A Renata diz publicamente que vai cometer um crime. A esta altura, pode ser até que já tenha cometido. E vai ficar tudo por isso mesmo? Perdeu-se completamente o senso moral, a ponto de uma mulher chegar à imprensa para dizer que vai abortar? Revoltante. Peço a todos uma ave-maria pelo bebê que corre risco de vida. E mais uma pela mãe assassina. Que Deus tenha misericórdia de nós.

Parlamento Europeu e aborto

Saiu na sexta-feira passada: Parlamento Europeu deplora posição da Igreja sobre contracepção. Não tem quase nada de novo na resolução votada pelo Parlamento; é o mesmo blá-blá-blá criminoso de sempre, onde se confessa pela milésima vez que um dos objetivos da ONU é a disseminar a prática do aborto a nível mundial. No entanto, pelo menos para mim, é inusitada a fixação de datas: em 2015, o Parlamento Europeu quer que o acesso ao aborto seja universal:

Segundo reconhece a edição de hoje de L’Osservatore Romano, nesta resolução se propõe chegar em 2015 ao «acesso universal à saúde reprodutiva», que inclui explicitamente o recurso ao aborto, especialmente nos países em vias de desenvolvimento.

Aborto não é direito, o crime não pode ser legalizado, não importa o que digam a Organização das Nações Unidas, o Parlamento Europeu, o José Gomes Temporão et caterva. Criminosos permanecem sendo criminosos, não importa quanto poder detenham. É uma vergonha que a humanidade permaneça inerte enquanto doentes mentais propagam suas ideologias assassinas como se fossem a coisa mais normal do mundo. Kyrie, eleison!

Eleições americanas e o aborto

Saiu hoje n’O GLOBO: Nova pesquisa confirma empate entre Obama e McCain. A mídia torce para o candidato democrata (que, aliás, aparentemente tem até twitter); não surpreende, pois Barack Obama promete trabalhar para que o aborto seja amplamente permitido nos Estados Unidos. E isto não é segredo, está no site da campanha dele:

Barack Obama understands that abortion is a divisive issue, and respects those who disagree with him. However, he has been a consistent champion of reproductive choice and will make preserving women’s rights under Roe v. Wade a priority as President. He opposes any constitutional amendment to overturn the Supreme Court’s decision in that case.
[Barack Obama entende que o aborto é uma questão que divide, e respeita aqueles que discordam dele. Entretanto, ele tem sido um sólido campeão do direito de escolha e vai fazer da manutenção dos direitos das mulheres conquistados em Roe vs. Wade uma prioridade como presidente. Ele se opõe a qualquer emenda constitucional para derrubar a decisão da Suprema Corte neste casotradução livre.]

Já o candidato republicano é de posição contrária:

McCain, que é contra o aborto, respondeu à mesma pergunta [sobre quando ele acredita que um bebê começa a ter direitos humanos] de modo direto: “A partir do momento da concepção”.

“Serei um presidente pró-vida, e esta presidência terá políticas pró-vida”, concluiu.

McCain vai ganhar as eleições, porque os americanos não são brasileiros e, lá, eles costumam levar a sério questões éticas e morais. Por exemplo, em San Francisco, o Arcebispo George Niederauer tenciona impedir uma democrata abortista de comungar. Segundo noticiado em G1:

No programa “Meet the Press”, Pelosi afirmou que o assunto sobre quando começa a vida – se na concepção ou na gestação- é uma controvérsia que divide a Igreja Católica.

[…]

Segundo o arcebispo, a origem da vida não é um tema controvertido na Igreja e, de acordo com o catecismo, “a vida humana deve ser respeitada e protegida desde o momento da concepção”.

[Saliento eu que “na gestação” é uma expressão absolutamente incompreensível e destituída de significado, podendo inclusive (o que julgo provável) ser creditada à péssima qualidade da agência de notícias  (a EFE…) responsável pela matéria.]

Alguém consegue imaginar uma coisa dessas no Brasil? Que inveja dos Estados Unidos!

II Marcha Nacional em Defesa da Vida – LEMBRANDO

Lembrando o que já noticiei aqui anteriormente: amanhã, dia 10 de setembro, ocorre na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a II Marcha Nacional em Defesa da Vida.

Repetindo-me:

Participe da II Marcha Nacional da Cidadania pela Vida

No dia 10 de setembro de 2008, quarta-feira, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, concentração a partir das 15h, em frente à Rodoviária, você tem um compromisso com a defesa da vida. Apareça para manifestar com o seu grito e seu canto, o seu amor pela vida. Mobilize! Convide sua família, amigos, vizinhos e sua comunidade. Dê sua contribuição e diga NÃO à legalização do aborto no Brasil.

Informações pelo telefone: (61) 3345-0221
E-mail: brasilsemaborto@gmail.com
Visite o site: www.brasilsemaborto.com.br

Neste momento em que os poderes constituídos maquinam contra a Lei de Deus e esforçam-se para implantar, a ferro e a fogo, o aborto nesta terra de Santa Cruz, é importante que nós façamos a nossa parte e, fazendo-nos presente, defendamos o direito à vida, desde a concepção até a morte natural.

Da série “recordar é viver”:

“É um disparate alguém defender o aborto” (José Gomes Temporão, 10/04/2007).

“Governo não pretende tomar nenhuma iniciativa sobre a questão da legalização do aborto” (José Gomes Temporão, 28/05/2007).

Quem duvida que o aborto é uma questão de saúde pública “está delirando” ou tem algum “problema mental” (José Gomes Temporão, 05/2007).

“Defendemos o direito de escolha da mulher grávida sobre a antecipação dos partos nesses casos [de anencefalia]” (José Gomes Temporão, 05/09/2008).

É, portanto, imperativo que o povo católico possa cobrar que o Excelentíssimo senhor Ministro da Saúde seja menos cara de pau. Nós não queremos o aborto. Aborto é assassinato. Assassinato não pode ter amparo legal.

Os que não puderem ir à Brasília (por exemplo, meu caso), estão convidados a rezarem um terço pelo sucesso da caminhada. Pedindo aos Céus misericórdia. Que Nossa Senhora nos ajude.

IURD abortista

Como se não fosse suficiente que os protestantes rompessem a unidade da Igreja e debochassem da Verdade Revelada, retalhando-A ao seu bel prazer, a sanha diabólica da Igreja Universal do Reino de Deus (melhor seria nomeada “do Reino de Satanás”, pois é blasfêmia usar o nome de Deus para propagar idéias tão contrárias às Suas Santas Leis) atingiu já há algum tempo o fundo do poço quando o Edir Macedo resolveu fazer campanha pública a favor do assassinato de crianças no ventre de suas mães. Não cheguei a ver, mas me foi dito que a Record veiculou algumas vezes propagandas em favor do aborto. Entretanto, vi e li a seguinte reportagem da Folha Universal do última dia 31 de agosto, assinada pelo próprio Edir Macedo:


[Clique para ampliar]

Faltam-me palavras para responder a tão blasfemas colocações. Satanás aqui se apresenta não mais transvestido de anjo de luz, mas de rosto descoberto mesmo, deleitando-se com a subserviência de seus sequazes. Se o aborto já é, em si, inadmissível para a mais bárbara das sociedades, muito mais revoltante é que seitas auto-intituladas “cristãs” defendam este crime abominável.

E a matemática tacanha do líder da IURD chega a ser ridícula. Primeiro, pergunta ele qual a chance de um bebê abortado perder a salvação, e responde: “nenhuma” (esquece-se ele, como todo protestante, que o Batismo é necessário para a salvação e, portanto, da sorte eterna dos bebês abortados, nós não podemos garantir nada); em seguida, afirma que a chance de uma pessoa que “nasça” ser salva vai estar condicionada à aceitação de Jesus e, por conseguinte, o céu ganha probabilisticamente mais almas com o aborto do que com o nascimento.

A mera tentativa de se fazer esta espécie de conta é o supra-sumo da estupidez e da desumanidade (afinal, sob a ótica meramente quantitativa, vamos matar não só as crianças não-nascidas como também as nascidas, pois também estas correm o risco de se danarem ao atingirem a idade da razão); no entanto, o que consegue ser ainda mais impressionante é a ignorância dos aspectos mais básicos relacionados à salvação dos homens! É evidente que, se Deus criou os homens com inteligência e vontade dando-lhes a possibilidade de se salvarem ou se perderem, foi porque Ele quis assim; caso contrário, se quisesse apenas estatísticas estratosféricas no Céu, era só criar os homens sem vontade livre. Deus não é matemático, e Edir Macedo – que tem experiência em inflacionar os lucros da sua empresa que ele diz ser uma igreja – pretende ensinar ao Altíssimo como incrementar o superávit de almas que ingressam na Bem-Aventurança Eterna. Seria cômico, se não fosse ridículo.

Por fim, entre um monte de lixo que não vale nem a pena comentar, pergunta o estúpido pastor: “O que é mais pecaminoso, a relação sexual ilícita ou o aborto?”. Em primeiro lugar, é óbvio que o aborto é mais pecaminoso (embora ambos sejam pecados graves que levam ao inferno), pois é assassinato de um inocente. E, em segundo lugar, concedendo somente para fins argumentativos que ambos os pecados fossem de igual magnitude… o que é que o Edir Macedo está insinuando? Que, uma vez já cometido o pecado grave do adultério ou da fornicação, “tudo bem” que se cometa em seguida a este o pecado do aborto? “Tá no inferno, abraça o capeta” – é esta a teologia deste excremento religioso?!

Escândalo, vergonha, blasfêmia. É nisto que consiste esta porcaria que o auto-intitulado “pastor” faz circular entre os seus “fiéis”. É melhor ler besteira do que ser analfabeto, diz o velho ditado; mas tenho cá as minhas dúvidas se o autor deste aforismo popular seria da mesma opinião se tivesse lido a Folha Universal. É fundamental que as baboseiras do Edir Macedo sejam refutadas, afinal, o escândalo já está de bom tamanho. E as almas envenenadas pela peçonha do desgraçado merecem conhecer a Verdade que liberta – e não serem escravas das mentiras de Satanás apresentadas por quem se diz “pastor”, mas na verdade é lobo por debaixo da pele. Graças a Deus que a pele, de tão rota, já deixa ver claramente os cascos, o rabo, os chifres e sentir o cheiro de enxofre. Que a Virgem Santíssima livre as almas ignorantes das garras da Universal. E que Deus tenha misericórdia do charlatão que é líder desta seita diabólica.

PT – o expurgo

Art. 66: O Partido concebe o mandato como partidário e os integrantes das Bancadas nas Casas Legislativas deverão subordinar sua ação parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos, às deliberações e diretrizes estabelecidas pelas instâncias de direção partidária, na forma deste Estatuto.
[Estatuto do Partido dos Trabalhadores]

“Católico” e “socialista” são termos contraditórios. Igualmente, são contraditórios “católico” e “petista”, “petista” e “pró-vida”. O Partido Totalitário não reconhece a ninguém o direito de discordar da cartilha anti-cristã sobre a qual se assenta a corja criminosa transvestida de partido político democrático (recomendo ENFATICAMENTE a leitura deste artigo do pe. Lodi, de seis anos atrás).

Não obstante, encontramos amiúde aqui e acolá pessoas que, demonstrando boa fé, candidatam-se a cargos políticos pelo PT. Há até exemplos de algumas delas que efetivamente fazem coisas completamente destoantes do que reza a direção do partido. Um exemplo bem conhecido é o deputado Luís Bassuma, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida. O deputado sempre foi evocado como exemplo da diversidade democrática do partido, sendo um argumento vivo contra os que teimavam em denunciar o viés totalitário do monstro vermelho.

Sempre sustentei que um pró-vida petista ou era inocente (que achava ser capaz de desafiar o partido indefinidamente, ou não acreditava em sua maldade intrínseca) ou era conivente (e, portanto, um lobo em pele de ovelha, assumindo as posições que deveriam estar ocupadas por quem quisesse realmente oferecer resistência aos criminosos). “Mas há o Bassuma”… ouvi indefinidas vezes. Pois bem: parece que, finalmente, o Partido resolveu tomar providências contra este traidor.

Recebi por email:

Mulheres do PT conseguem levar deputado Luis Bassuma e Henrique Afonso, ambos do PT, ao Conselho de Ética Nacional do Partido.

Rosane Silva é Secretária Nacional de Mulheres da CUT, e Alessandra Terribili é integrante do Coletivo Nacional de Mulheres do PT. As duas assinam artigo em que louvam a decisão da Executiva Nacional do PT em acatar recurso para que ambos sejam avaliados pelo Conselho de Ética do Diretório Nacional do Partido em razão de suas posições públicas contra a legalização do aborto.

Desde 2005 que a Secretaria Nacional de Mulheres do PT vem tentando o que agora conseguiram. E vamos ver se o partido terá realmente a coragem de expulsá-los bem como a muitos outros parlamentares petistas que também são contra a legalização do aborto, isso sem falar dos milhares de filiados do partido que também são contra o aborto. Porque para ser coerente a decisão que o Conselho de Ética tomar deve prevalecer para todos, seja ela qual for. E aí haverá um expurgo geral dos pró-vida do PT.

Vale ressaltar que, até o momento, o deputado federal Luiz Bassuma não recebeu nenhum comunicado oficial ou mesmo informalmente sobre isso. Ressalte-se também que se por um lado realmente foi aprovado uma resolução no 3º Congresso Nacional do Partido na qual se apóia a “descriminalização do aborto e da regulamentação do atendimento de todos os casos no serviço público”, por outro lado o Estatuto do Partido dos Trabalhadores em seu artigo 67, § 2º deixa absolutamente claro que “o parlamentar poderá ser dispensado de cumprimento de decisão coletiva, face a graves objeções de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo”. Portanto, uma possível decisão do Conselho de Ética pela expulsão de parlamentares por expressar publicamente suas posições contra a descriminalização do aborto fere o referido artigo do Estatuto do Partido.

[Faço um comentário; o artigo 67 do Estatuto do PT deixa “absolutamente claro” que a dispensa do parlamentar de cumprir uma decisão coletiva por motivos de consciência só pode acontecer “[e]xcepcionalmente e somente por decisão conjunta da Bancada e da Comissão Executiva do Diretório correspondente, precedida de debate amplo e público” – ou seja, a dispensa não existe.]

E o site do “Brasil sem Aborto” publicou um “desagravo” sobre o assunto. E no site do PT está o artigo das mulheres do partido que comemoram a avaliação que o “comitê de ética” (piada) vai fazer sobre as posições do Luís Bassuma e do Henrique Afonso. A máscara está caindo.

Seria bom que as coisas fossem colocadas depressa em pratos limpos, e o PT expurgasse realmente das suas fileiras todos aqueles que não concordam com a ideologia assassina do partido. Talvez isso possibilitasse o surgimento de uma oposição verdadeira, que chamasse o monstro pelo nome e se preocupasse realmente em derrotá-lo – porque é evidente que, ameaçado por uma fera selvagem, a atitude mais sensata é procurar matá-la, não domesticá-la. Sugiro uma reação oposta àquela que foi noticiada no site do Movimento Brasil sem Aborto acima linkado: escrevam ao PT para que ele expulse o Bassuma e todos os pró-vida! Afinal, a presente situação só confunde e impossibilita uma aliança sólida entre todos os que discordam do monstro vermelho. Sim, sim, não, não. Pois certamente é melhor um pró-vida fora do covil dos criminosos do que lá dentro.

Morte cerebral e anencefalia

Dois assuntos que, nos últimos dias, ganharam uma certa projeção e merecem alguns comentários.

Em primeiro lugar, saiu no início da semana um artigo no L’Osservatore Romano no qual criticava-se a utilização do conceito de “morte cerebral” como parâmetro para se aferir o fim da vida humana. A mídia brasileira não perdeu tempo e, no dia seguinte, anunciou aos quatro ventos que, “para o Vaticano, morte cerebral não caracteriza mais morte”. A manchete é claramente tendenciosa e tenta induzir o leitor menos atento a acreditar que o Vaticano tenha mudado alguma coisa; sobre o assunto, inclusive, o Marcio Antonio escreveu muito bem no seu BLOG (aliás, aproveito o ensejo para anunciar que o jornalista está com um excelente blog na Gazeta do Povo sobre ciência e religião, recém-saído do forno, chamado TUBO DE ENSAIO; vale a pena conferir).

Quanto a isso, é importante salientar que não existe posição definitiva da Igreja sobre o assunto; a tendência dos últimos anos é a de se considerar, sim, que a “morte cerebral” coincide com a “morte” no sentido teológico do termo (i.e., a separação entre o corpo e a alma) e que, por conseguinte, é lícita a doação de órgãos. Neste sentido, há um pronunciamento do Papa João Paulo II em agosto de 2000 que diz o seguinte:

Diante dos parâmetros hodiernos de certificação da morte quer se refira aos sinais “encefálicos”, quer se faça recurso aos mais tradicionais sinais cardiorrespiratórios a Igreja não toma decisões técnicas, mas limita-se a exercer a responsabilidade evangélica de confrontar os dados oferecidos pela ciência médica com uma concepção cristã da unidade da pessoa, evidenciando semelhanças e eventuais contradições, que poderiam pôr em perigo o respeito pela dignidade humana.

Nesta perspectiva, pode-se afirmar que o supramencionado critério de certificação da morte recentemente adoptado, isto é, a cessação total e irreversível de toda a actividade encefálica, se for aplicado de maneira escrupulosa, não parece contrastar os elementos essenciais duma sólida antropologia.

Não obstante, tal pronunciamento de maneira alguma pode ser considerado como uma definição dogmática, de modo que é perfeitamente lícito discordar desta posição e debater o assunto (como o fizeram os signatários do já citado artigo que foi publicado no L’Osservatore). Deste modo, no que concerne à aceitação da Igreja da definição de morte cerebral, temos que (1) a posição da Igreja inclina-se atualmente para a licitude da doação de órgãos (como conseqüência do reconhecimento de que o critério de “morte cerebral” é realmente um indicativo da morte humana); (2) o artigo publicado no L’Osservatore não é uma “mudança de opinião” do Vaticano, como foi noticiado nos jornais tupiniquins; e (3) nada impede que a posição da Igreja, devido ao avanço científico, venha a ser reconsiderada no que concerne a esta questão, posto que o conceito de “morte cerebral” é um conceito científico, não religioso e, portanto, foge à alçada da Igreja (devendo Ela “somente” se pronunciar sobre se estes conceitos são ou não compatíveis com a realidade humana considerada em sua integridade).

A outra questão – levantada por ocasião do debate sobre o assassinato de crianças anencéfalas – pode ser resumida no seguinte: se o critério de “morte cerebral” pode ser usado para assinalar o fim da vida, e tal utilização é adotada inclusive pela Igreja, por que o mesmo critério não pode ser usado para se demarcar o início da vida humana e, destarte, considerar como “mortos” os fetos portadores de anencefalia? A resposta – por mais que possa soar ridícula – é muito simples: não pode, porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

Na verdade, o conceito de “morte cerebral” não se assenta sobre um reconhecimento de que, sem o cérebro, o homem não existe; não tem nada a ver com a “consciência”, ou o “pensamento” do sujeito. A questão é que o funcionamento do corpo inteiro é controlado pelo sistema nervoso e, este falhando, todo o corpo inevitavelmente falha também. Após a morte cerebral, já que o sistema nervoso “morto” deixa de controlar os demais órgãos do corpo, todos eles deixam de funcionar em seguida – a menos que sejam mantidos artificialmente em funcionamento.

Coisa diametralmente oposta ocorre no início da vida humana: em um embrião cujo sistema nervoso ainda não está formado, não só o seu desenvolvimento transcorre naturalmente, como ainda o próprio sistema nervoso é formado a partir do zigoto. Ou seja, se é verdade que, no fim da vida, o sistema nervoso é o “responsável” pelo funcionamento do organismo inteiro, no início da vida ocorre o contrário e o organismo já existente é auto-sustentável, sendo inclusive responsável pelo desenvolvimento do seu sistema nervoso. Na morte cerebral, a falha irreversível do sistema nervoso vai fazer com que todo o organismo venha a falecer; nos estágios embrionários do desenvolvimento humano, o organismo não só funciona perfeitamente sem o sistema nervoso como também vai produzi-lo no decorrer do seu desenvolvimento. Portanto, é evidente que são situações completamente distintas e – poder-se-ia dizer – até opostas.

Não é, portanto, um imperativo lógico que duas coisas distintas sejam tratadas de maneira idêntica; ao contrário, isto é irracional. Não é verdade que a Igreja não possa aceitar o conceito de morte cerebral se afirma haver vida nos fetos anencéfalos, e nem que Ela precise concluir que os fetos anencéfalos não estão vivos se considera o critério de morte cerebral como válido para a constatação da morte humana. Coisas distintas devem ser distintamente tratadas. No mais, é só mais um sofisma dos abortistas de todos os naipes. Nada de novo sob o sol.

Saldo da audiência

No site de notícias do STF:

Foi encerrada agora (12:35) a terceira etapa de audiências públicas na Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54, que discute a antecipação de parto de fetos anencefálicos. O relator do caso, ministro Marco Aurélio, agendou nova data para a última série de palestras – 16 de setembro, às 9h.

Ou seja: dia 16 de setembro, terça-feira, temos mais uma batalha pela frente. Mais um combate desigual, mais uma exposição à intolerância dogmática pseudo-científica, mais uma sensação de falar às pedras. Mas iremos, com a cabeça erguida, porque importa combater.

No saldo de hoje, alguns destaques. Três, ao menos, que foram noticiados no site do STJ.

Ieda Therezinha Verreschi, endocrinologista, define aborto de anencéfalos como “volta à barbárie”, e estou totalmente de acordo com ela:

Na audiência pública sobre a interrupção da gravidez de fetos sem cérebro, que ocorre neste momento no Supremo Tribunal Federal, a médica alertou para o risco de se avaliar o ser humano só pela sua eficiência. “Na intolerância diante do imperfeito perderíamos a capacidade de amar, o que diminui o ser humano”, disse.

A médica Cinthia Specian, pediatra, mostrou dados desfavoráveis ao aborto de anencéfalos, que merecem ser citados e bem conhecidos:

[A médica d]eu explicações técnicas em relação a esse processo e trouxe dados, segundo ela, que até o momento não foram levantados.

[…]

Apresentou estudo feito nos Estados Unidos com doze bebês nascidos vivos com diagnóstico de anencefalia e que persistiam com sinais clínicos de atividade cerebral por um período maior do que sete dias. Esses sinais seriam movimento dos olhos, resposta a reflexos, audição e respiração espontânea. Acrescentou que eles não foram mantidos sob intervenção na UTI, mas se mantiveram espontaneamente.

Segundo Cinthia, esses, “na verdade, são os testes clínicos exigidos para que se possa realizar e aplicar um protocolo para diagnóstico de morte encefálica”.

E, por fim, Dernival da Silva Brandão, obstetra, defendeu a dignidade da mãe que opta por levar a termo a gravidez de um bebê anencéfalo:

O obstetra Dernival da Silva Brandão, que em 50 anos de carreira já vivenciou alguns casos de bebês anencéfalos, defendeu a manutenção da gravidez de crianças desprovidas de cérebro até o final em respeito à dignidade da vida que se forma no útero. “A mãe não pode ser chamada de caixão ambulante, como dizem por aí. Pelo contrário, ela tem sua dignidade aumentada por respeitar a vida do seu filho”, argumentou no terceiro dia da audiência pública sobre interrupção da gravidez dessas crianças.

São heróis que merecem os nossos parabéns e o nosso mais sincero agradecimento, por remarem contra a maré e, no meio do jogo de cartas marcadas do qual fazem parte estas audiências públicas, defenderem o valor da vida humana, independente do tipo de deficiência que ela possua. Muito diferente do vergonhoso espetáculo que deram as abortistas pelo direito de matar na audiência passada

A indústria do aborto na China

A despeito de toda a beleza que, por ocasião das últimas Olimpíadas, foi exibida ao mundo inteiro por meio das câmeras de televisão, a China não é um lugar bonito. Não por causa do povo chinês, que é a vítima da história; mas por causa do regime assassino e degradante lá instaurado. Não somente por causa da cínica perseguição religiosa. Mas também por causa das crianças na sarjeta, por causa dos Quartos da Morte e de Mei Ming, por causa do aborto compulsório. E por inúmeros outros motivos.

Como foi possível que a China chegasse a um estado tão lastimável? A meu ver, foi por causa de autoridades (chinesas ou não) criminosas que não foram detidas a tempo. Por exemplo: saiu no Washington Post de 12 de outubro de 2000 que a RU-486 (uma droga abortiva) que é consumida nos Estados Unidos era produzida pelos chineses. A Food and Drug Administration – uma agência do Departamento Americano de Saúde e Serviços Humanos – negou-se a revelar a origem da droga:

Quando a FDA anunciou que havia aprovado a venda da RU-486, ela tomou a decisão sem precedentes de se negar a revelar o nome ou a localização do fabricante, alegando preocupações com a segurança dos trabalhadores. O distribuidor da droga nos Estados Unidos, Danco Laboratories, também se negou a identificar a empresa.

Mas vários funcionários chineses e o chefe da “Bangkok-based Concept Foundation” que trabalharam em estreita colaboração com a companhia confirmaram hoje [N.T.: 11 de outubro de 2000] que o Hua Lian Pharmaceutical Co. produzirá a droga para os Estados Unidos.

Um funcionário da FDA em Washingtou negou-se a comentar, reiterando a posição da agência de que não iria revelar a localização do fabricante. Danco afirmou numa declaração partida de seus escritórios em New York que o lugar foi inspecionado pela FDA para garantir que ele preenche os requisitos da agência, mas que não poderia identificar a fábrica ou comentar sua localização devido a um acordo de confidencialidade.

Sobre a origem da droga, a reportagem traz ainda duas informações interessantes:

Com a ajuda da Fundação Rockefeller e da “Bangkok-based Concept Foundation”, a companhia vem trabalhando há três anos a para melhorar seu equipamento e reciclar seu pessoal, a fim de cumprir os padrões internacionais e ser obter permissão de exportar a droga.

[…]

A China começou a esperimentar a RU-486 logo em 1983, participando de testes clínicos [“clinical trials”] com a Organização Mundial de Saúde [OMS].

Encontramos, pois, envolvidas na gênese do infanticídio chinês duas velhas associações abortistas bem conhecidas: a OMS e a Fundação Rockefeller. Com a OMS, então, a colaboração vem desde o início da década de 80. Vinte e cinco anos de crimes, que resultaram nas imagens linkadas no início do post.

E hoje? Ao que me consta, a Hua Lian continua vendendo a droga abortista para os americanos. Bodas de prata de assassínio sistemático, e milhões de vidas ceifadas, de Mei Mings abandonadas, de seres humanos tratados como lixo. Até quando a humanidade estará insensível a estes bárbaros crimes que bradam ao Céu? Senhor, tende misericórdia da Tua criação!