Promoção da Cultura da Vida na JMJ 2013!

Gostaria de solicitar a atenção de todos para a iniciativa abaixo. Trata-se de um projeto – idealizado por alguns jovens voluntários da JMJ 2013 – de confeccionar um pequeno “kit” pró-vida a ser colocado nas mochilas dos peregrinos que virão ao Rio de Janeiro para a próxima Jornada Mundial da Juventude. A descrição mais detalhada da proposta está aqui.

kitprovidaO kit é muito simples, e consiste apenas em uma réplica (em plástico) de um ser humano às 12 semanas de gestação e um folheto explicativo (em três idiomas) sobre o início da vida humana e a importância de que ela seja defendida desde a concepção. Cada kit (réplica + embalagem + folder + mão de obra) custa R$ 0,91 – isto mesmo, noventa e um centavos. Queremos confeccionar um milhão de kits. Como os idealizadores infelizmente não dispõem de recursos financeiros para tanto, precisam contar com a generosidade dos católicos para transformar este projeto em realidade.

A iniciativa foi recentemente divulgada em Brasília, durante o Carnaval. O Deus lo Vult! apóia com entusiasmo esta campanha. Tenho certeza de que todo mundo que está lendo este blog pode doar (ao menos!) um real e fazer com que (ao menos!) um jovem peregrino receba uma mensagem pró-vida. Tenho certeza de que pode também divulgar este projeto entre os seus amigos e familiares, a fim de angariar mais colaboradores. E, por último e mais importante, tenho certeza de que pode colocar o êxito desta campanha em suas orações pessoais, a fim de que o Espírito Santo possa abençoar esta e as demais iniciativas pró-vida que se multiplicam mundo afora.

Foi criada uma conta específica (do Banco do Brasil) para receber estas doações, que infelizmente não poderá ser deduzida do Imposto de Renda (terá que ser feita com totais desapego e desinteresse mesmo – o que é bom, pois a torna mais meritória!). Segue abaixo:

BANCO DO BRASIL
Agência: 3476-2
Conta: 222589-1
Nome: ASS NAC PRO VIDA PRO FAM
CNPJ 38.050.944/0001-48

A seguir, a mensagem oficial da campanha que recebi por email. Peço a ajuda e o empenho de todos: rezem, contribuam e divulguem!

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Olá! Como vai?

A Jornada Mundial da Juventude se aproxima e temos a expectativa de mais de 4 milhões de participantes vindos de todo o mundo. E se pudéssemos semear a cultura da vida em seus corações? Não seria maravilhoso ver uma sociedade renovada pelo amor e respeito à vida desde a concepção?

Enviamos este email para apresentar-lhe uma proposta de valorização da vida que consiste na confecção de um kit formado por uma embalagem; uma réplica – em plástico PVC – de pessoa humana com 12 semanas de gestação (com tamanho e detalhes reais); e um folder explicativo em três idiomas (inglês, espanhol e português).

Para a realização desse projeto, conseguimos o valor de custo de R$0,91 a unidade. Por menos de um real você conscientizará um peregrino! É animador ver que muitos bebês serão salvos do aborto por causa desse jovem conscientizado, onde quer que ele esteja.

Contamos com a sua intercessão, a sua divulgação e a sua doação para que essa missão possa se concretizar. Não há limites: o quanto a sua realidade financeira permitir! Cada doação será multiplicada na partilha e na ação Divina. Imagine a alegria de chegar à Eternidade e encontrar pessoas salvas pela sua doação!

Faça sua colaboração depositando o que lhe for tocado ao coração na conta especificada abaixo. Agradecemos imensamente sua generosidade!

BANCO DO BRASIL
Agência: 3476-2
Conta: 222589-1
Nome: ASS NAC PRO VIDA PRO FAM
CNPJ 38.050.944/0001-48

Para mais informações, visite: www.escolheavida.com.br

A pílula do dia seguinte: contraceptiva ou micro-abortiva?

A respeito das declarações do Card. Meisner sobre a licitude do uso da “pílula do dia seguinte” em casos de estupro (aqui o artigo original do Tornielli, aqui a tradução do Fratres in Unum) que estão provocando alvoroço nos meios católicos, é preciso dizer que o problema aqui é de ordem científica e não moral.

Embora a Doutrina Católica expressa de maneira lapidar na Humanae Vitae diga que é ilícita «toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação» (HV 14), cabe notar que isto se refere ao ato conjugal, ou seja, à relação sexual legítima entre dois cônjuges unidos sob os laços do Sagrado Matrimônio. Obviamente não há nenhum “ato conjugal” entre um estuprador e sua vítima, e portanto evocar a HV aqui é simplesmente nonsense. É importante lembrar que, ao contrário do aborto – que é sempre moralmente condenável e um pecado de per si –, o uso de contraceptivos dentro de relações sexuais ilegítimas (como a prostituição ou o estupro) é uma non-issue. A procriação aqui é excluída não pelo uso do contraceptivo, e sim pela própria natureza do consórcio sexual gravemente desordenado.

No caso específico do estupro, há um enorme precedente para a declaração do Cardeal Meisner. Del Greco, no seu famoso “Compêndio de Moral Católica para o clero em geral e leigos”, falando justamente sobre o estupro e o risco de gravidez, diz que «em caso de uma menor estuprada (…) é lícito expelir o sêmen ou torná-lo estéril, desde que isso ocorra imediatamente depois da cópula; neste caso se verifica a defesa contra o injusto agressor» (op. cit., §200, 1.). Como o fato da vítima ser menor ou maior de idade não parece fazer diferença significativa alguma neste quesito (ou, dito de outro modo, como não se consegue imaginar por qual motivo um mesmo ato possa ser lícito ou ilícito dependendo unicamente da idade de quem o pratica), é legítimo concluir que a mulher estuprada pode licitamente fazer o que estiver a seu alcance para impedir a concepção.

O que ela não pode, claro, é atentar contra o embrião caso ele já tenha sido concebido; em uma palavra, abortar. E é aqui que as coisas começam a ficar complicadas: embora o Cardeal tenha dito com todas as letras que a chamada pílula do dia seguinte só seria legítima se fosse «utilizada com a intenção de impedir a fecundação» (traçando aqui um paralelo analógico incontestável com a doutrina de Del Greco) e tenha até mesmo rejeitado com veemência a hipótese do seu emprego enquanto micro-abortivo («seu uso “não é aceitável” quando se usa para impedir que um óvulo já fecundado se implante no útero», diz o texto traduzido pelo Fratres), o fato é que a gente não tem como garantir que exista um tal medicamento com efeitos unicamente anti-conceptivos mas não anti-implantatórios. Alguém precisa assessorar melhor o Cardeal Meisner: embora o que ele diga esteja perfeitamente correto, não se conhece um composto químico no mundo real que aja rigorosamente dessa maneira. A orientação, a rigor exata, é inexeqüível.

Especificamente sobre a pílula do dia seguinte, a Pontifícia Academia para a Vida já publicou um comunicado no ano 2000 dizendo que se trata de um medicamento anti-nidatório, que age também na parede uterina e cujo resultado (ao menos provável) é a expulsão de um embrião já fecundado. Ora, a mera possibilidade de que a droga ponha fim à vida de um ser humano em estágio embrionário já é suficiente para justificar o interdito moral ao seu emprego: se é possível que a pílula tenha efeito abortivo, então ela não pode ser utilizada. E, conforme me informou um amigo médico, a inexistência dos efeitos pré-implantatórios da pílula do dia seguinte ainda não foi demonstrada com a segurança que a gravidade da questão exige. Estão, portanto, certíssimos os hospitais católicos de Colônia ao se negarem a administrá-la. Errada é a tentativa leviana de levantar dúvidas sobre estas necessárias diretrizes práticas já corretamente seguidas pelos hospitais católicos.

Belos exemplos contra o aborto e contra a eutanásia

A vida é o bem mais precioso que possuímos, o mais importante, o mais fundamental e o que mais merece a nossa defesa intransigente; e, justamente por conta disso, as políticas que o ameaçam são as mais vis e covardes, as mais perniciosas, as mais desumanas e as que mais merecem o nosso mais veemente repúdio. A profusão de advérbios de intensidade aqui, mesmo em sacrifício do estilo, é proposital para enfatizar esta idéia: a vida não é apenas um bem. É o maior bem natural do qual dispomos, o bem do qual dependem todos os outros e o único bem cuja perda não podemos fazer nada para reverter. A vida é o bem que está no ápice da hierarquia de valores humanos.

Esta verdade é tão óbvia que uma miríade de atitudes humanas a testemunha a cada instante. Ninguém quer ser morto, e toda a odisséia humana nesta terra pode ser vista como uma desesperada tentativa de continuar existindo a despeito de um mundo hostil; toda vida humana pode ser narrada aos moldes do sobrevivente que se debate para fugir às garras da fome, da sede, da doença, da velhice, do tempo, da guerra; da morte, em suma. Podem dizer que este quadro é simplista, uma vez que existem incontáveis outro valores – como a Fé, a honra, o amor, etc. – que soem ser defendidos até às custas da própria vida; e eu serei o primeiro a concordar com esta acusação. Mas nem por isso o que digo se torna menos verdadeiro: afinal, o sacrifício da própria vida só se transforma em uma coisa louvável em altíssimo grau justamente porque a própria vida é em si um bem em grau altíssimo. Os próprios contra-exemplos aqui aduzidos atestam a luminosa validade da regra. Sim, um soldado que morre tentando salvar outras pessoas é um herói, mas ele o é justamente porque a sua vida tem um valor inestimável e, por isso, é heróico entregá-la por outrem. Fosse uma coisa de somenos importância – digamos, como uma trufa de chocolate -, não haveria heroísmo algum em abrir mão dela em benefício de outras pessoas. Exigir-se-lhe-ia, até.

A vida é um bem tão precioso que, como se dizia acima, não é exagerado dizer que as pessoas dedicam a sua vida a preservá-la. E, como é comum nos seres humanos, este instinto protetor dirige-se não somente a eles próprios, mas também às pessoas que lhes são caras. Duas notícias que vi hoje confirmam esta verdade. Duas belas notícias.

A primeira, sobre um bebê que nasceu com o coração para fora do peito (há um vídeo aqui). Tão logo a anomalia foi descoberta, ainda durante a gravidez, como infelizmente é comum acontecer, sugeriu-se à mãe que abortasse a sua filha; como jubilosamente é também comum acontecer, a mãe disse que isso estava fora de cogitação. A menina nasceu sob os cuidados de cirurgiões obstetras, cardiotorácicos e plásticos; sobreviveu, e passa bem; teve alta, e já está em casa com a mãe.

A segunda, sobre dois pais que mantiveram o seu filho vivo por anos revezando-se diuturnamente no bombeio de um saco ressuscitador. O rapaz sofreu um acidente, e a família não tinha condições de arcar com os custos do tratamento em um hospital. Tratou-o em casa, do jeito que podia, mesmo isso significando dedicar a vida a bombear manualmente ar para os pulmões do filho que não conseguia respirar sozinho. Depois que a história foi divulgada num jornal local, um médico ofereceu-lhe tratamento hospitalar. O rapaz segue vivo, e diz não saber se será capaz de agradecer aos seus pais um dia.

Histórias assim revigoram a nossa esperança na humanidade; através delas, nós podemos ver que os homens continuam a reconhecer a importância capital da vida humana a despeito do desolador avanço da cultura da morte nos meios ditos “intelectuais”. Ainda há esperança! Contra a glorificação do aborto, há uma mãe que mobiliza multidões de médicos para recolocar o coração de seu bebê dentro do peito; contra a exaltação da eutanásia, há um casal de chineses respirando por seu filho vinte e quatro horas por dia. Que sejam pessoas assim a povoar o nosso futuro! É reconfortante descobrir que, em nosso mundo, apesar de tudo, ainda há pessoas dispostas a consumir a própria vida para testemunhar – com atos! – que é preciso defender a vida humana desde a concepção até a morte natural.

Curtas: moral e bons costumes, objeção de consciência no Uruguai, reconhecimento jurídico de nascituro como pessoa e mulher que tenta matar filho por não poder cuidar dele

Governador do Rio de Janeiro aprova lei sobre moral e bons costumes. «Sancionado na quinta-feira pelo governador Sérgio Cabral, o projeto de lei, de autoria da deputada Myrian Rios (PSD), tem a finalidade “promover o resgate da cidadania, o fortalecimento das relações humanas e a valorização da família, da escola e da comunidade como um todo”».

A propósito, o deputado Jean Wyllys não perdeu a chance de reclamar da nova lei no Twitter – o que não deixa de ser uma curiosa confissão involuntária de que o gay-way-of-life do qual Sua Insselença é ferrenho defensor vê na defesa da moral e dos bons costumes uma ameaça à sua causa. Bom saber.

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Médicos ginecologistas no Uruguai recusam-se a fazer abortos. Segundo informa ACI Prensatodos os ginecologistas de Salto (quarto estado mais populoso do país) apresentaram objeção de consciência; em outros lugares, são mais de noventa por cento!

Uma lei pró-aborto já fora vetada no Uruguai uma vez, mas os abortistas não descansaram e, infelizmente, conseguiram aprová-la no último trimestre do ano passado. Entidades pró-vida do país estão trabalhando para revogá-la.

Curiosa, ainda, é uma informação publicada no primeiro link: o Ministério da Saúde do país pretende exigir uma justificativa “real” (!) da objeção de consciência, pois considera que alguns médicos “abusam” (!!) desta alternativa sem ter razões religiosas ou filosóficas para tal. Ou seja, agora um órgão do Governo considera avaliar a consciência de cada um para julgar se ela está objetando validamente ou não! O disparate chega a ser cômico, mas é preciso tomar cuidado com ele. Afinal, se aceita, uma sandice dessas pode abrir um perigoso precedente.

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Tribunal dos EUA considera bebê não-nascido como pessoa. Alvissareira notícia, que chegou a ser classificada pela Personhood USA como «a mais importante sobre o reconhecimento de direitos pessoais de nascituros desde 1973»!

O caso envolveu duas mulheres que teriam colocado seus filhos, ainda no ventre, em risco de morte, tendo ingerido drogas ilegais. No Alabama é crime expor uma criança a substâncias reguladas como tóxicas. O filho de uma das mulheres nasceu prematuro, com 25 semanas, e morreu 19 minutos depois do parto. A autópsia mostrou que o bebê morreu por exposição à metanfetaminas.

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– Americana tenta matar o filho com faca e afirma: ‘Não posso cuidar, e não quero que ele sofra’. Qualquer semelhança não é mera coincidência: esta é rigorosamente a mesma “justificativa” apresentada por uma miríade de defensores do aborto quando querem “argumentar” a favor do “direito” da mulher de decidir se deixa ou não o seu filho nascer. Por que no primeiro caso a mulher deve ser presa e, neste último, receber recursos do Governo para concretizar o seu intento assassino?

De acordo com o jornal ‘Daily News’, ela foi detida logo após tentar matar o próprio filho, de 17 anos, com uma faca. Além do ato da mãe, chocante por si só, também causou espanto a justificativa dada no momento em que os policiais chegaram ao local:

– Eu queria matá-lo porque não tenho condições de cuidar dele, e não quero que ele sofra – afirmou Sheronda.

As autoridades foram acionadas por John Burroughs, um vizinho da família. Ele ligou para o 911 (equivalente ao brasileiro 190) depois de ouvir os pedidos de socorro da boca do próprio jovem, que saiu de casa correndo: “Ei, senhor! Você pode me ajudar? Minha mãe está tentando me matar”, teria dito o rapaz.

“Ei, senhor, você pode me ajudar? Minha mãe está tentando me matar”. Aqui, quem o disse foi um rapaz de 17 anos. Mas a mesmíssima súplica poderia ter saído dos lábios de uma criança cuja mãe está procurando abortá-la, se esta criança pudesse falar. Ouçamos a voz dos inocentes! Eles clamam por socorro.

Histórias do aborto no Brasil: Elba Ramalho e Dilma Rousseff

Saiu hoje no Youtube. São dois pequenos fatos que não convém deixar caírem no esquecimento. Primeiro, a Elba Ramalho falando sobre o seu cachê cortado pelo Ministério da Cultura quando o então ministro Juca Ferreira descobriu que ela faria um show em Brasília na seqüência da Caminhada pela Vida. E, depois, os famosos vídeos da sra. Rousseff defendendo, com todas as letras, a sua posição de que o aborto deve ser legalizado no Brasil.

Para registro dos tempos estranhos em que vivemos. Parece completamente surreal que o destino de recursos do Ministério da Cultura tenha algum dia sido determinado pelas posições morais dos artistas que os deveriam receber; mas a Elba Ramalho diz que aconteceu. Parece totalmente inacreditável que uma abortista notória tenha se fantasiado de militante pró-vida durante uma campanha presidencial e as pessoas tenham acreditado nisso; mas é um fato amplamente documentado, com registros de declarações da própria presidente – cuja palavra, que ora diz uma coisa e ora o seu contrário, naturalmente não tem valor algum.

Keep Calm and defend life: abortistas vêm perdendo desde Roe v. Wade!

Alvissareira capa da TIME! Vi no Secretum Meum Mihi; o LifeNews.com também publicou.

Time Jan-14-2013 cover

“Quarenta anos atrás, os ativistas pró-aborto conquistaram uma vitória épica com Roe v. Wade. E vêm perdendo desde então”.

São os próprios abortistas que o dizem! Quanto a nós, basta mantermos a calma e seguirmos defendendo a vida. A abominação não pode durar pra sempre. O terror há de passar.

O aborto nunca salva a vida de uma mulher. Ele apenas mata um bebê.

Interessante este curto vídeo sobre o aborto, produzido após uma mulher indiana ter morrido na Irlanda alegadamente porque os médicos locais se recusaram a fazer-lhe um aborto. A notícia repercutiu mundo afora; curiosamente, as declarações dos bispos irlandeses sobre a licitude do “aborto indireto” ninguém publicou.

Os ativistas pró-aborto foram rápidos em condenar a atitude dos médicos irlandeses:

Halappanavar teve forte dores no dia 21 de Outubro. Ela estava a perder o bebé e, de acordo com o seu marido, pediu várias vezes a interrupção da gravidez após ter sido informada de que o feto não sobreviveria. Mas Halappanavar e o seu marido foram informados de que a Irlanda é um país católico e como o feto ainda tinha batimento cardíaco, o procedimento estava fora de questão. Halappanavar morreu de septicemia; a sua família acredita que este desfecho teria sido evitado se a interrupção da gravidez tivesse sido realizada.

A história está evidentemente mal contada e tudo o que nós sabemos é que uma mulher grávida, infelizmente, morreu de infecção. Que o aborto pudesse salvar-lhe a vida é apenas especulação sem fundamento; aliás, de acordo com o repórter irlandês que cobriu o caso, pode ser que nem tenha havido uma solicitação de aborto – donde não se pode falar, portanto, em “omissão” dos médicos, e tudo o que nós temos aqui é – mais uma vez – o lobby abortista aproveitando-se da tragédia alheia para fazer propaganda da sua agenda ideológica.

Não existe aborto terapêutico. Não há cura que possa advir da morte de alguém. Postular que o sacrifício de um ser humano inocente possa ser exigido para salvar a vida de alguém é superstição pagã, e não ciência médica. Não existe verdadeiro respeito à vida quando se descarta o ser humano que a mulher doente carrega em seu ventre.  Nunca é demais deixar claro: o aborto nunca salva a vida de uma mulher. Ele apenas mata um bebê.

Na Dinamarca, onde o aborto é legalizado, a taxa de mortalidade entre as mulheres que abortam é três vezes maior do que entre as que não abortam

O aborto é intrinsecamente errado porque é o assassinato direto de um ser humano inocente, é um mal em si; e o que é mal em si não pode ser utilizado nem mesmo para se obter um fim bom. Assim, p.ex., supondo-se que certos efeitos bons pudessem decorrer [da legalização] do aborto (p.ex., uma melhoria da saúde das mulheres de um país), ainda assim o aborto não poderia ser aceito. A discussão aqui não é meramente utilitarista, e sim de princípios: se for sempre errado matar um ser humano, então os seres humanos não podem ser mortos em nenhuma situação. Trazer a discussão para uma casuística forçada (“ah, vejam as pobres mulheres que morrem fazendo abortos clandestinos!”) é falsificá-la e se furtar a encará-la no campo dos princípios, que é o seu lugar natural e, portanto, é o foro onde ela deve ser tratada.

Mesmo assim, é interessante ver que até a nível utilitarista o aborto é uma péssima idéia. Recentemente divulgou-se (aqui no original de LifeSiteNews.com; aqui em uma adaptação para o português) um estudo realizado na Dinamarca com mulheres em idade fértil ao longo de 25 anos. Uma das suas conclusões é que um único aborto realizado aumenta o risco de morte materna em 45% em comparação com as mulheres que nunca fizeram um aborto. E este efeito é cumulativo (o que se chama, segundo LSN, de “dose effect”): para mulheres que fizeram dois abortos, este percentual aumenta para 114%; com três ou mais, chegamos a um risco de morte 192% maior em comparação com quem nunca realizou um aborto. Ou seja, praticamente três vezes maior.

Atenção! Não estamos falando simplesmente de mortes decorrentes diretamente do aborto em si (digamos, complicações pós-abortivas), é lógico, porque a taxa de mortalidade por complicações de aborto de quem nunca realizou aborto algum é zero. Está-se falando de mortalidade em geral. O Abstract do artigo explica a sua metodologia: foram utilizados «dados das mulheres nascidas entre 1962 e 1993 (n = 1.001.266) (…) para identificar relações entre padrões de término de gravidez e taxas de mortalidade ao longo de 25 anos». Analisando-se um universo de mais de um milhão de mulheres, descobriu-se que as mulheres que realizaram abortos apresentavam uma taxa de mortalidade até três vezes maior do que aquelas cujas gravidezes sempre terminaram em nascimentos! E ainda nos querem convencer que os promotores do aborto estão preocupados com a saúde das mulheres…

Aqui não se trata, repitamos, de mortes decorrentes de abortos clandestinos realizados “em condições inseguras”: nós estamos falando da Dinamarca, onde o aborto é legalizado há quase quarenta anos (legislação obtida via Wikipedia)! Ou seja, legalizar o aborto só fez com que as taxas de mortalidade entre as mulheres que abortam fossem três vezes maiores do que entre as que não abortam. À luz destes dados, cabe perguntar quais são os reais interesses por detrás dos que promovem o aborto. Será que estão realmente falando da saúde das mulheres?

Com base nestes números, podemos com segurança dizer que a verdadeira “questão de saúde pública” responsável por altos índices de mortalidade materna é o aborto em si, e não a sua proibição. Muito pelo contrário até: se desejamos melhorar a saúde das nossas mulheres, é fundamental garantir que elas não realizem jamais nenhum aborto, para que assim possam viver mais e melhor.

Seminário pró-vida na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo

O seminário “O Estado Brasileiro entre a Vida e a Morte” foi realizado há dois meses em São Paulo, mas só agora eu vi os vídeos que disponibilizo abaixo. O evento foi «realizado para debater a necessidade de manter uma postura pró-vida e antiaborto», e contou com presenças ilustres como o Dr. Rodrigo Pedroso e a Profa. Renata Gusson (para quem não lembra, é a mesma mulher que deu uma lição de moral nos nossos parlamentares no último Dia Internacional da Mulher).

Após o seminário, a Profa. Renata foi entrevistada por Zenit sobre a situação do aborto no Brasil. Vejam lá.

Curtas: Ecologia e Panteísmo, EVP e consciência, aborto e condenação, União Européia e imagens de santos nas moedas, Joaquim Barbosa e a presidência do STF

– Da Teologia da Libertação para o Ecoterrorismo panteísta: Boff clama pela salvação da “Mãe Terra” crucificada. «“Dentro dessa opção pelos pobres é preciso colocar o grande pobre que é a Mãe Terra, que é a Pachamama, a Magna Mater, a Tonantzin, a Gaia, é o grande pobre devastado e oprimido”, afirmou» o notório herege.

Esta outra fonte coloca as coisas em termos ainda mais ridículos quando cita outro “pensamento” do ex-frei (que, verdade seja dita, eu não encontrei de primeira mão):

Ainda segundo este visionário profeta da “religião” verde, a “Mãe Terra” estaria preparando um novo ser capaz de “receber o espírito”.

Esse “novo homem” – alias, assaz diferente dele – não seria outra coisa senão uma lula gigante.

De qualquer forma, eis os devaneios aos quais se é capaz de chegar quando se abandona a Fé em Cristo!

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– Sobre mentes (e almas…) e cérebros: médicos “conversam” com paciente em Estado Vegetativo Permanente:

Funciona assim: os médicos escaneiam o cérebro do paciente Scott Routley usando fMRI (ressonância magnética). Em tempo real, a ressonância indica quais áreas do cérebro estão ativas, medindo o fluxo de sangue rico em oxigênio.

Então os médicos pedem, várias vezes, para o paciente imaginar cenas como jogar tênis, ou andar pela casa. São itens bem específicos que, em voluntários saudáveis, ativam áreas predefinidas do cérebro – nos pacientes, também.

Dessa forma, os médicos conseguem perguntar “se você está sentindo dor, imagine-se jogando tênis” e ver na ressonância se o paciente imagina isso. É dessa forma que ocorre a comunicação.

Também aqui. Ora, isto muda tudo o que se acreditava sobre a consciência em pessoas que sofreram acidentes; em particular, lança por terra os “argumentos” dos que defendiam a morte – por inanição! – de pessoas que se encontravam nestas condições. Terri Schiavo, Eluana Englaro, vítimas todas da sanha assassina do homem moderno: o futuro lhes fez justiça. Lamentavelmente, tarde demais para muitos inocentes.

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– A impunidade não pode durar para sempre: foi condenada em Brasília uma mulher que cometeu aborto:

O homem que teria comprado os comprimidos e que era pai da criança insistiu para que a grávida tomasse o medicamento. Ele foi interrogado pela Justiça e recebeu uma proposta para que seu processo fosse suspenso desde que ele cumprisse obrigações judiciais. Por causa disso, ele não foi punido.

A mulher, segundo o TJDFT, não cumpriu as tarefas prometidas e teve o benefício revogado. De acordo com o processo, ela estaria proibida de “frequentar boates, inferninhos e congêneres e de ausentar-se do DF sem autorização do juízo”. Deveria também “prestar serviços à comunidade pelo período de oito horas semanais, pelo período de dois anos no Hospital Regional de Taguatinga”.

Há felizmente outros exemplos. Lembro-me de ter lido há alguns meses sobre uma mulher que seria levada a júri popular pelo mesmo crime. Não sei como ficou este processo, mas a justificativa do promotor do caso é bastante lúcida e reconfortante:

– No júri vou pedir a condenação de Keila como forma de prevenção geral. É uma punição moral para que as pessoas entendam que o aborto é criminoso, diz Moreira, admitindo que é raro que casos de aborto sejam denunciados e terminem em júri.

Aborto é crime e deve ser combatido. E ainda há pessoas nos tribunais brasileiros que estão trabalhando para defender esta verdade tão importante.

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– Na Europa como no Brasil: nova polêmica da União Européia é contra a representação das auréolas (isso mesmo, só das auréolas!) de São Cirilo e São Metódio nas moedas comemorativas da Eslováquia! O fanatismo ateísta não tem limites geográficos nem culturais: os bárbaros se encontram por toda a parte. E o negócio se reveste de tons ainda mais kafkianos porque estamos falando de outros países da UE protestando contra a figura que o Banco Central eslovaco decidiu cunhar em suas moedas!

E o articulista saiu-se com um excelente comentário sobre o assunto: «Esta petulância laicista tem seu lado cômico: como dizia Chesterton, ninguém blasfema contra Thor. Vêm-me à mente várias moedas comemorativas com deuses gregos – a espanhola de 50€ retratava o rapto da Europa pelo deus Zeus. No fundo, “sabem” que não é o mesmo. Já é alguma coisa [algo es algo]».

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Joaquim Barbosa, presidente do STF: editorial da Gazeta do Povo. «Está agora em suas mãos contribuir para a construção dessa almejada realidade. Mas, data venia, convém que não seja tomado, no exercício do cargo, pela mesma vaidade que por tantas vezes marcou sua atuação em plenário».

Como eu disse aqui há não muito tempo, não há juízes em Brasília. É bom que órgãos da imprensa secular estejam dando a sua contribuição para frear a (compreensível, mas injustificável e perigosa) presente euforia nacional com o STF.