Dom Afonso I, o Apóstolo do Congo

[A história é muito bonita para que a permitamos ser esquecida pelo pouco caso que o Facebook devota a tudo que não seja up-to-date. Copio-a aqui na íntegra.

Em fins do século XV, em pleno recrudescimento da escravidão negra, a Igreja estendia a Boa Nova do Evangelho aos povos da África subsaariana; enquanto negros eram traficados para o Novo Mundo como escravos, a Igreja os sagrava bispos e os enviava de volta à sua terra natal.

Isto é história. O resto é ranço anti-clerical setecentista, do qual já está mais do que na hora de nos livrarmos.

Fonte: Missionários da África.]

A história de Dom Afonso I, o Novo Constantino, o Apóstolo do Congo, o Carlomagno da África

Poucos sabem que o cristianismo na África tem uma origem muita antiga, que se confunde com os primórdios da fé. No norte africano o Evangelho chegou com a pregação dos Apóstolos e logo se encarnou na vida dos povos locais. Coptas, berberes, gregos e romanos abraçaram a Boa Nova. Na Núbia, a Igreja também se instaurou e na Etiópia a Fé está vinculada com as histórias do Antigo Testamento. Contudo, o que é ignorado é que o cristianismo na África subsaariana é mais antigo do que a evangelização da América.

Tudo começa com o ardor do Infante Dom Henrique, o visionário das Grandes Navegações. Motivados pelo interesse de chegar às Índias e descobrir o Reino cristão desconhecido – a Etiópia – os portugueses se lançaram ao mar, descobrindo o vasto continente africano. Nasce, portanto, o desejo de disseminar a fé cristã entre esses povos, anunciando a Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Divina Providência, contudo, suscitou um homem dotado de muitos dons e de uma busca incessante pelo Senhor: Nzinga Mbemba (1456 – 1542), filho de Nzinga a Nkuwu, Rei do Congo.

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Esse homem, que ficou conhecido como o “Novo Constantino” e o “Apóstolo de Congo”, foi o instrumento de Deus para o início da evangelização da África subsaariana. Ele era neto do fundador do reino, que conseguiu unificar as tribos, e como filho primogênito herdaria o trono.

Os portugueses aportaram no Congo em 1482 e em 1485 os dois reinos já tinham enviados embaixadores para as suas respectivas cortes. Em 1487 já chegavam de Lisboa quatro congoleses formados na Europa e dispostos a evangelizar o reino africano. Em 1491 mais missionários vinham de Portugal, estabelecendo missões. Tanto o Rei como o seu filho estavam felizes com o advento do cristianismo. Em 3 de maio desse mesmo ano ambos foram batizados. Agora Nzinga Mbemba era Afonso, Príncipe do Congo. Assim, o seu reino se tornava oficialmente cristão, como disse o Papa Paulo VI: “O Congo pode ser realmente chamado de o filho mais velho da Igreja na África negra”.

Afonso assim relata a sua conversão: “A graça do Espírito Santo nos iluminou com um favor único e especial, a nós regalado pela Santíssima Trindade (…) Nós recebemos a doutrina cristã tão bem que, pela misericórdia de Deus, ela foi a cada momento melhor se implantando em nossos corações. Nós definitivamente renunciamos todos os erros e idolatrias que nossos ancestrais do passado acreditaram”.

Entretanto, apenas Afonso se mostrou fiel à mensagem cristã. Muitos dos batizados retornaram aos “erros” dos ancestrais, como a poligamia e a feitiçaria. Seu outro irmão conseguiu junto ao pai que o príncipe devoto fosse exilado, juntamente com os missionários, numa província. Afonso dizia que “estava longe da face do Rei, mas feliz por sofrer pela fé de Nosso Senhor”. Sabendo da morte iminente do pai, Afonso resolveu lutar pelo seu legítimo direito de primogênito, e juntamente com chefes tribais cristãos marchou rumo à capital. Ali se depararam o imenso exército de seu irmão, formado pelos adeptos da idolatria. Antes do primeiro ataque, o pequeno grupo de cristãos se ajoelhou e invocou a intercessão de Santiago, devoção levada pelos portugueses. Quando perceberam, todos os seus inimigos estavam correndo em disparada, garantindo uma vitória fácil ao exército de Afonso. Seu irmão foi capturado e executado. Os inimigos explicaram, depois de capturados, que viram no céu uma cruz branca, Santiago e uma grande quantidade de guerreiros em cavalados negros. Impactado com esse relato, o Rei Afonso rendeu glória a Deus, fez de Santiago o patrono do Congo e mandou gravar no escudo do reino a história dessa vitória, para que fosse perpetuada.

Dom Afonso iniciou o processo de evangelização do Congo. Nos lugares de culto da antiga religião mandou construir igrejas. O antigo chefe do culto pagão, guardião da água sagrada, tornou-se cristão, Dom Pedro, e passou a ser o guardião da água batismal das igrejas. Em seguida foi enviado para Lisboa como embaixador. O Rei passou a pregar depois de cada Missa, conclamando os fiéis para que rezassem e pedissem mais missionários.

Um novo grupo de missionários chegou ao Congo em 1508. Foram recebidos com grande entusiasmo por Dom Afonso, que fez uma belíssima pregação, passando por toda a história da salvação, desde Adão e Eva chegando à Redenção em Cristo. Contudo, ainda sendo apresentados como “santos servos”, os missionários se mostraram homens de escândalo. Em carta enviada para o Rei de Portugal, Afonso diz: “Nesse reino a fé ainda está frágil como um vidro devido ao mau exemplo daqueles que vieram pregá-la (…) Hoje Nosso Senhor é crucificado de novo pelos muitos ministros do Seu Corpo e Sangue. Nós preferíamos não ter nascido para ver como nossas inocentes crianças (…) vão para a perdição graças a esses maus exemplos”. A situação se tornou tão escandalosa que o Núncio em Lisboa sugeriu ao Papa que a esses missionários fosse aplicada a lei dos orientais, permitindo que se casassem. Outra opção apresentada foi a evacuação do Congo de todos os brancos, clérigos e leigos, substituindo-os por gente nova de boa conduta.

A esperança de Dom Afonso era a formação de um clero autóctone. Em 1508 um grupo de congoleses foi enviado para Lisboa, para iniciar os estudos seminarísticos. Entre eles estava Dom Henrique, seu filho. Em 1520 este foi ordenado sacerdote e em 1521, com permissão pontifícia, foi sagrado bispo – o primeiro bispo negro da Igreja -, sendo nomeado Auxiliar de Funchal, na Ilha da Madeira, da qual dependia até então o Reino do Congo. Como Bispo, esforçou-se para aumentar o número de missionários no reino e ver erigida uma diocese no país. Infelizmente Dom Henrique faleceu prematuramente um ano antes da viagem para Lisboa. O Rei também queria fazer um ato de submissão à Roma, para evitar depender religiosamente dos portugueses.

Dom Afonso era um verdadeiro Rei cristão, preocupado com a evangelização do seu reino, com a justiça e com a educação. Abriu escolas para as meninas, combateu a escravidão e lutou pela manutenção da independência de seu país frente aos portugueses. Um contemporâneo seu, em carta ao Rei Manuel de Portugal, diz: “Seu cristianismo é tanto que parece para mim não o de um homem, mas o de um anjo que Deus enviou a esse reino para convertê-lo. Fala tão bem e com tanta segurança que parece que o Espírito Santo constantemente fala através dele. Durante suas audiências ou na resolução de um litígio, Dom Afonso somente fala de Deus e dos santos”. Ao final de sua vida, o Rei viu o aumento da oposição portuguesa em São Salvador, a capital. Muitos estavam incomodados com a proibição do comércio de escravos. Em 1540, Dom Afonso foi alvo de um atentado, armado por um sacerdote, durante a Santa Missa, mas de modo miraculoso saiu ileso. Dom Afonso faleceu três anos depois, com 85 anos e uma fé inabalável. Com sua morte, seu filho Pedro foi feito Rei. Em 1596 foi erigida, finalmente, a diocese de São Salvador do Congo, a primeira da África subsaariana. Hoje nós a conhecemos como Arquidiocese de Luanda.

A história desse bravo e santo homem nos mostra a força da fé e o ardor daqueles que buscam a santidade. Dom Afonso estava movido pelos sentimentos de Cristo, por isso via como urgente a evangelização do Congo. A Igreja, que jamais teve motivações racistas, esforçou-se desde sempre para a promoção do cristianismo entre os africanos. A existência de sacerdotes e bispos congoleses já no século XVI é um resposta acachapante àqueles que reproduzem afirmações mentirosas sobre a nossa fé. Que o exemplo de Dom Afonso seja sempre recordado, o seu modelo de catolicidade que ultrapassando os obstáculos geográficos e culturais consagrou-se pela propagação do Evangelho.

“O Papa pode estar certo” – Edward C. Green

[Original: Washington Post
Tradução: SOVA
]

O PAPA PODE ESTAR CERTO

por Edward C. Green
publicado no The Washington Post
em 29 de março de 2009, pg A15

Quando o Papa Bento XVI disse, recentemente, que a distribuição de camisinhas não está resolvendo, e pode até estar piorando, o alastramento do HIV/AIDS na África, ele detonou uma explosão de protestos. A maioria dos comentários não-católicos foi altamente crítica em relação ao Papa. Uma charge do Philadelphia Inquirer, reimpressa no The Post, mostrou o Papa como um vampiro pregando a uma multidão de doentes e moribundos africanos dizendo: “Bem-aventurados os doentes, pois eles não usaram camisinhas”.

No entanto, a verdade é que as evidências empíricas atualmente disponíveis concordam com as palavras do Papa.

Nós, liberais que trabalhamos nos campos da HIV/AIDS e do planejamento familiar em âmbito global, correríamos um terrível risco em termos profissionais se nos puséssemos ao lado do Papa num assunto tão polêmico quanto este. A camisinha se transformou num símbolo da liberdade e – junto com a contracepção –  da emancipação feminina, de tal forma que aqueles que questionam a “ortodoxia do preservativo” são acusados de serem contra aquelas causas. Meus comentários são somente sobre a questão dos preservativos funcionarem como meio de alastramento da epidemia generalizada de AIDS na África – nada mais que isso.

Em 2003, Normam Hearst e Sanny Chen, da Universidade da Califórnia, conduziram um estudo sobre a efetividade da camisinha para o Programa das Nações Unidas para a AIDS e não encontraram nenhuma evidência de que as camisinhas estivessem funcionando como medida de prevenção da AIDS na África. A UNAIDS discretamente renegou o estudo. (Os autores depois negociaram para publicar seus achados na edição trimestral da Studies in Family Planning). Desde então, os principais artigos publicados em outras publicações com peer revisions, tais como Lancet, Science e BMJ, confirmaram  que a camisinha não funcionou como uma intervenção primária [primary intervention] nas populações que sofrem com grandes epidemias dessa doença na África. Em um artigo de 2008 intitulado “Reassessing HIV prevention”, dez peritos em prevenção à AIDS concluiram que “mesmo após muitos anos de promoção generalizada e frequentemente agressiva, o uso consistente de camisinha não alcançou uma diminuição mensurável de novas infecções da epidemia na África subsaariana”.

Permita-me rapidamente acrescentar que a promoção do uso de camisinha funcionou em países como a Tailândia e Cambodja, onde a principal causa de transmissão do HIV é o sexo comercial e onde foi possível forçar uma política de uso em 100% dos prostíbulos (mas não fora deles). Em teoria, a promoção do uso da camisinha deveria funcionar em qualquer lugar. E, intuitivamente, algum uso da camisinha deveria ser melhor do que o não uso. Mas não é o que mostram as pesquisas na África.

E por que não?

Uma razão é a chamada “compensação de riscos”. Isto é, quando as pessoas pensam que estão mais seguras porque usam camisinhas ao menos uma parte das vezes, então elas acabam por praticar um sexo mais “arriscado” [engage in riskier sex].

Outro fator é que as pessoas raramente usam camisinhas em relacionamentos estáveis porque fazer isso implicaria numa falta de confiança. (E se a taxa de uso da camisinha sobe é possível que estejamos assistindo a um aumento do sexo casual ou comercial). Contudo, são essas relações sexuais que levam à piora da epidemia na África. Lá, a maior parte das infecções se dá na população em geral e não nos “grupos de alto risco”, como os “trabalhadores do sexo”, homens gays ou usuários de drogas injetáveis. E em significante proporção da população africana, as pessoas têm dois ou mais parceiros sexuais regulares ao mesmo tempo [who overlap in time]. Em Botswana, que tem um dos maiores índices de incidência de HIV, 43% dos homens e 17% das mulheres pesquisados tinham dois ou mais parceiros sexuais regulares no ano anterior.

Essa múltipla concomitância de parceiros sexuais se assemelha a uma gigantesca rede invisível de relacionamentos através da qual o HIV/AIDS se espalha. Um estudo em Malawi conclui que mesmo se o número médio de parceiros for levemente superior a dois, praticamente dois terços dessa população foi interconectada através dessa rede de relacionamentos sexuais.

Então, o que funcionou na África? Estratégias que quebraram essa rede de relacionamentos sexuais múltiplos concomitantes – ou, numa linguagem coloquial, mútua fidelidade monogâmica ou, ao menos, redução no número de parceiros, especialmente concomitantes. Celibato [closed] ou fidelidade poligâmica também podem funcionar.

No programa de prevenção lançado em Uganda, que começou em 1986, o foco foi Sticking to One Partner [“aderindo a um parceiro”] ou Zero Grazing (que significa  permanecer fiel dentro de um casamento poligâmico) e Loving Faithfully [“amar com fidelidade”]. Estas simples mensagens funcionaram. Mais recentemente, dois países com os maiores índices de infecção, Suazilândia e Botswana, lançaram campanhas que desencorajam as pessoas terem múltiplos e concomitantes parceiros sexuais.

Não me entendam mal: eu não sou anti-camisinha. Todas as pessoas deveriam ter pleno acesso à camisinha e ela deve sempre ser uma estratégia substituta para aqueles que não querem ou não conseguem permanecer em uma relação de mútua fidelidade. Este foi o ponto-chave no “Consenso de 2004” publicado e endossado por mais de 150 peritos em AIDS, incluindo representantes das Nações Unidas, Organização Mundial da Saúde e Banco Mundial. Estes peritos também afirmaram que para os adultos sexualmente ativos, a primeira prioridade deveria ser promover a mútua fidelidade. Além disso, liberais e conservadores concordaram que a camisinha não podem vencer os desafios que permanecem críticos na África, tais como o sexo entre gerações, a desigualdade de gênero e o fim da violência doméstica, estupro e coerção sexual.

Certamente é hora de se começar a prover uma prevenção da AIDS na África baseada mais em evidências.

O autor é pesquisador senior na Harvard School of Public Health.

Curtas de fim de tarde

– O Cardeal Cañizares escreveu um belo prefácio à edição espanhola do livro “A Reforma de Bento XVI”; trata sobre a recepção do motu proprio Summorum Pontificum e – mais especificamente – sobre o lugar do Rito Tridentino na Igreja hoje. São palavras dele: “a vontade do Papa não foi unicamente satisfazer aos seguidores de Dom Lefebvre, nem limitar-se a responder aos justos desejos dos fiéis que se sentem ligados, por diversos motivos, à herança litúrgica representada pelo Rito Romano, mas também, e de maneira especial, abrir a riqueza litúrgica da Igreja a todos os fiéis, tornando possível assim a descoberta dos tesouros do patrimônio litúrgico da Igreja a quem ainda o ignora”. Palavras consoladoras.

“Ocidente não tem direito de impor preservativo a africanos”, é o que escrevem jovens de Camarões em uma carta aberta divulgada na Europa. Lembro-me de ter comentado em algum lugar que era interessante como todo mundo reclamava das palavras do papa Bento XVI sobre o preservativo ditas na sua viagem apostólica à África; todo mundo, menos os africanos. Este estudantes falaram o que deveria ser falado: “[d]izemos com firmeza nosso ‘não’ a este modelo cultural totalmente estranho a nossos valores e tradições, que nos está sendo imposto como determinante da melhoria de nossa vida”; e ainda exigiram que “peçam perdão ao Papa e aos africanos”! Brava África!

– Um pastor carioca diz que a homossexualidade é bênção de Deus enquanto que, na Austrália, um livro infantil (para crianças a partir de 11 anos) que aborda a homossexualidade gera polêmica. Até onde irá esta campanha de inversão de valores? Miserere nobis, Domine!

– O TCU aponta que mortos e políticos estavam recebendo dinheiro do Bolsa Família; provavelmente uma quantia mais gorda, já que o preço dos votos varia de acordo com quem os estão vendendo, e sói acontecer que políticos cobrem mais pelo mesmo produto. Mas talvez não sejam questões de comércio e sim assuntos familiares mesmo; afinal, os companheiros são parte da família, não é?

Parlamento Belga e Papa Bento XVI

O parlamento belga condenou Bento XVI. Segundo HazteOir:

Algunos medios de comunicación y políticos europeos han desencadenado una reacción violenta en contra de las declaraciones del Papa sobre el combate al sida. La postura más intolerante ha venido por parte del Parlamento belga, quien aprobó por amplia mayoría una resolución en la que instó al Gobierno a condenar las “declaraciones inaceptables” del Papa contra el uso del preservativo en la lucha contra el sida y a protestar oficialmente ante el Vaticano.

O caso enseja pelo menos duas considerações interessantes.

Primeira: quem é o parlamento belga para “condenar” as declarações do Papa?! Note-se que não  estamos falando na mera opinião expressa por políticos belgas, e sim numa resolução aprovada que faz com que o Governo condene as “declarações inaceitáveis” de Bento XVI. Oras, o Santo Padre não está impondo a Doutrina Católica ao governo belga. O Santo Padre, aliás, nem mesmo estava falando ao governo belga! Por que motivo as suas declarações seriam “inaceitáveis” a ponto de receber não somente uma réplica no plano das idéias, mas um documento oficial do Governo? A Doutrina Católica não pode mais ser exposta? Cliquem aqui para escrever a diversas embaixadas belgas criticando esta resolução!

Segunda: posso estar enganado, mas não lembro de ter visto autoridades africanas condenarem as declarações de Bento XVI. Quem as condena são a Bélgica, a França, ONGs, etc… oras, por qual motivo será que aqueles governos a quem foram endereçadas as palavras do Papa e que mais sofrem com o problema da AIDS são justamente os que menos vemos fazer estardalhaço contra Sua Santidade? Talvez os dados abaixo – tirados da matéria de HO acima linkada – expliquem um pouco isso:

Suazilandia: 5% de católicos, 42,6% infectados de SIDA

Botswana: 4% de católicos, 37% infectados de SIDA

Sudáfrica: 6% de católicos, 22% infectados de SIDA

Uganda*: 43% de católicos, 4% infectados de SIDA

* En 1991 el 15% de la población estaba infectada en Uganda, 10 años después esa proporción se redujo al 4%. En los últimos 20 años, Uganda ha sido la única nación que ha reducido el sida hasta en un 75%, hecho reconocido por Naciones Unidas.

É muito fácil falar quando se está fora do olho do furacão…

P.S.: Esta resolução do parlamento belga foi aprovada no início do mês. O Vaticano já se manifestou contrário a ela.

Ainda o Papa e os preservativos

Para a mídia tupiniquim, o Papa “distorce fatos sobre preservativos”. Cita-se, com muita pompa, a “respeitada revista médica Lancet” para dizer que o Papa vai na contramão da ciência e – ainda mais! – que precisaria “se retratar” (parece que agora virou moda exigir retratações) por ter tido a ousadia de questionar a borracha salvadora da humanidade:

“Quando qualquer pessoa influente, seja um líder religioso ou político, faz uma falsa declaração científica que pode ser devastadora para a saúde de milhões de pessoas, ela deve se retratar ou corrigir os registros públicos”, disse o editorial.

O que não sai na mídia tupiniquim – óbvio – é o pronunciamento de Edward Green, diretor da AIDS Prevention Research Project at the Harvard Center for Population and Development Studies, que concorda integralmente com o que falou o Papa Bento XVI. Segundo ele:

“Há”, Green acrescenta, “uma associação consistente mostrada por nossos melhores estudos, inclusive o U.S.-funded Demographic Health Surveys, entre maior disponibilidade e uso de preservativos e uma maior (não menor) taxa de infecção por HIV. Isto pode ser em parte graças a um fenômeno conhecido como compensação de risco, o que significa que, quando alguém usa uma ‘tecnologia’ de redução de risco (como camisinhas), com freqüência este benefício (da redução do risco) é perdido por [este alguém] ‘compensar’ ou ‘assumir’ maiores riscos do que alguém assumiria sem a tecnologia de redução de risco”.

Curioso, não?

Ah! Outra coisa: os bispos dos Camarões deixaram claro que as declarações do Papa Bento XVI, ao contrário do que foi noticiado, não provocaram nenhum mal-estar no país africano. E acusaram o Ocidente de “desinformar” sobre a visita do Papa…