“E deu-nos ordem pra não termos medo”…

Ontem, domingo da Divina Misericórdia, diante de um milhão de pessoas, foi beatificado o Papa João Paulo II. O Wagner Moura esteve lá. Eu infelizmente não acompanhei a transmissão ao vivo da cerimônia (era às cinco da manhã no horário do Brasil). Vi, no entanto, outras coisas – que valem a pena ser conhecidas e divulgadas.

Homilia do Papa Bento XVI. “E qual é esta causa? É a mesma que João Paulo II enunciou na sua primeira Missa solene, na Praça de São Pedro, com estas palavras memoráveis: «Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!». Aquilo que o Papa recém-eleito pedia a todos, começou, ele mesmo, a fazê-lo: abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e económicos, invertendo, com a força de um gigante – força que lhe vinha de Deus –, uma tendência que parecia irreversível. Com o seu testemunho de fé, de amor e de coragem apostólica, acompanhado por uma grande sensibilidade humana, este filho exemplar da Nação Polaca ajudou os cristãos de todo o mundo a não ter medo de se dizerem cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do Evangelho. Numa palavra, ajudou-nos a não ter medo da verdade, porque a verdade é garantia de liberdade”.

John Allen: qual a pressa em beatificar João Paulo II? “No passado, a fama de um candidato muitas vezes se espalhava só gradualmente, mas hoje o mesmo lapso de tempo nem sempre se aplica. O papado de João Paulo II explorou habilmente duas das marcas da aldeia global de hoje: a ubiquidade das comunicações e a relativa facilidade das viagens. Como resultado, pode-se argumentar que o ritmo de sua beatificação nada mais é do que um reflexo da maior velocidade com que tudo se move no século XXI”.

– Esta “homenagem a João Paulo II” está muito bem-feita. Uma vida em imagens: dezenas, quiçá centenas de fotos do novo beato, nas mais variadas ocasiões. Uma seleção feita com esmero, e ao alcance de quaisquer poucos cliques. Recomendo.

Esta cronologia é leitura fundamental. Está em espanhol, mas traz “algunas cosas que, año por año, se hicieron durante el pontificado de Juan Pablo II para defender la fe y disciplina dentro de la Iglesia”: este é o chamado “lado obscuro” do pontificado de João Paulo II, não por ser tenebroso ou de alguma maneira censurável, mas sim por não ter tido praticamente divulgação nenhuma pelos meios de comunicação.

E o Papa está mais perto dos altares! A interceder por nós. A convidar-nos ao Céu. A ordenar-nos ainda, do alto, que não tenhamos medo. Queremos a graça de obedecer-lhe! Beato João Paulo II, rogai por nós!

Em tempo, recordar é viver: “Um dia de abril”.

P.S.: Ver também “João Paulo foi o Papa da minha vida” (Dom José Cardoso Sobrinho).

Ad multos annos!

Sua Santidade celebra hoje, 16 de abril, 84 anos de vida. Este ano, na véspera do Primeiro Domingo da Paixão.

fratresinunum.com

Que Deus lhe conceda muitos anos de vida! Que o possa conservar e vivificar, e fazê-lo feliz sobre a terra, e não o entregar nas mãos dos seus inimigos. Sim, oremus pro pontifice nostro; é o melhor presente que podemos dar-lhe neste dia de hoje, e em todos os dias.

E, nele, o Senhor revela que não abandona a Sua Igreja. Nele, nós ouvimos a voz do Pescador. Nele, e com ele, nós enxergamos a grandeza da Igreja de Cristo que, iniciada há quase dois mil anos, continua viva e vivificante até os dias de hoje. Porque os homens passam, mas Pedro permanece. Sustentando a Igreja que é, Ela própria, “coluna e sustentáculo da Verdade”.

A foto, muito simpática, encontrei no Fratres in Unum, sobre os santos votos de “vivas tanto ou mais que Pedro” que cantamos na Marcha Pontifícia. Que assim seja. Felicidades, Santo Padre!

Ad multos annos!Que Deus o possa conservar e vivificar, e torná-lo feliz sobre a terra, e não o entregar aos seus inimigos.

Tragédia em Realengo

Provocou enorme comoção a tragédia acontecida na semana passada em uma escola do bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, onde um sujeito – ex-aluno do colégio – entrou no prédio e matou friamente onze crianças, tendo deixado outras treze feridas.

Eu soube do caso logo na quinta-feira, do trabalho. Lembro-me de que me chocou sobremaneira uma simples e terrível frase, jogada displicentemente entre as linhas das matérias: o homem havia “recarregado as armas várias vezes”.

Este simples fato revela uma frieza que foge à compreensão e aumenta a revolta. Ele não chegou correndo e descarregando metralhadoras, atirando a esmo. Ele escolheu as suas vítimas, uma a uma, na maior parte meninas (dez mortas e dez feridas); atirou para matar, na cabeça ou no peito, e de forma tão fria e deliberada que se permitiu recarregar os revólveres enquanto mantinha as crianças e funcionários da escola sob terror intenso, sob verdadeiro pânico! Uma coisa é um crime passional; outra, um crime premeditado. Uma terceira coisa é um crime premeditado cometido “com pausas”, com interrupções para recarregar as armas do crime, com tempo o bastante para se pensar calmamente no que se está fazendo e, mesmo assim, não abrir a menor brecha para nenhuma espécie de arrependimento – não vacilar nem por um instante. E, se os primeiros casos são bárbaros e injustificáveis, este último consegue ser ainda pior. É estarrecedor.

Várias interrogações surgem quando nos deparamos com uma tragédia destas proporções – interrogações das mais diversas. Pode-se perguntar onde estava Deus naqueles momentos terríveis. Pode-se aproveitar a comoção para fazer lobby político barato a favor do desarmamento dos cidadãos de bem. Pode-se questionar quais as motivações de um crime tão hediondo. Mas existe também uma pergunta emblemática que um amigo me fez e que, creio, merece consideração.

Como é possível que diversos adolescentes de doze, treze ou catorze anos (sem falar nos funcionários da escola!) tenham ficado inertes enquanto um único sujeito calmamente os matava um a um? Como é possível que ninguém tenha reagido? Que o medo intenso provoque reações imprevisíveis nas pessoas – podendo levá-las inclusive a ficarem paralisadas – é algo perfeitamente aceitável; que, no entanto, ninguém, nem uma única pessoa, tenha cogitado pular em cima do desgraçado para detê-lo e (quiçá às custas da própria vida, mas a situação era extrema) salvar os demais, é algo extremamente preocupante. Revela de maneira trágica o triste estado de passividade no qual se encontra a nossa população.

“Eram crianças!”, alguém pode dizer. Muitas aspas aqui! Aos doze anos, São Luís já era rei da França. E, depois, não existem crianças sozinhas em um colégio: certamente havia também professores e funcionários. Eu entendo perfeitamente que nem todo mundo seja como São Luís, mas o porquê de não haver uma única pessoa a demonstrar um mínimo de senso de sobrevivência, eu não consigo entender. Não era simplesmente um assalto ou um seqüestro, o bandido estava matando pessoas lenta e sistematicamente, mesmo sem que elas reagissem! Ninguém pensou que, se é para morrer nas mãos de um louco, é melhor – ou, vá lá, é menos ruim – morrer agarrando-se à vida, morrer lutando, morrer tentando não morrer?

Isto é inexplicável, é dramático, é triste, é profundamente triste. O Papa Bento XVI se disse “profundamente consternado” com a tragédia, e isso não é exagero retórico. Na verdade, creio não haver palavras para exprimir como todos nós, no Brasil e no mundo, nos sentimos ao tomar conhecimento deste atentado estúpido e covarde.

Mais uma vez, em uma escola… O vídeo abaixo foi feito pelo Diogo Cysne, e relembra algumas tragédias similares acontecidas anteriormente ao redor do mundo, às quais é impossível não fazer referência quando se toma conhecimento do que aconteceu em Realengo.

Que nós possamos “construir uma sociedade fundada sobre a justiça e o respeito pelas pessoas”: este foi o desejo expresso pelo Sumo Pontífice e não se trata simplesmente de uma frase de efeito. É uma necessidade premente. Tragédias assim são terríveis máculas que, quando pensávamos que iriam ser superadas e se transformar em páginas de vergonha da história da humanidade, insistem em voltar a acontecer. Que Deus tenha misericórdia de nós! Que a dor possa nos fazer despertar para a necessidade de sermos melhores. Que as vítimas desta tragédia possam descansar em paz. E que todos os amigos e familiares possam, ainda que contra todos os prognósticos, manter a esperança e superar da melhor forma possível este lamentável episódio ocorrido na Cidade Maravilhosa.

Súplica ao Santo Padre por um ano mariano – assine e divulgue!

A devoção à Virgem Santíssima não é acidental ao Cristianismo. É-lhe completamente essencial; uma vez que o cristão é chamado à imitação de Nosso Senhor, e uma vez que Nosso Senhor foi perfeitamente filho da Virgem Santíssima, seremos cristãos verdadeiros somente na medida em que nos abrirmos filialmente Àquela que o próprio Cristo, do alto do Calvário, deu-nos por Mãe. É impossível seguir a Cristo sem fazer-se, tal como o Verbo Encarnado, filho de Maria Santíssima.

O Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Santíssima, de São Luís de Montfort, está prestes a completar 300 anos. Trata-se de um livro precioso, cujos abundantes frutos espirituais podem ser amplamente testemunhados por todos aqueles que deram ouvidos às palavras do grande santo francês e, confiantemente, entregaram-se com tudo o que possuíam à Virgem Santíssima. Aqueles que tiveram a coragem de professar o Totus Tuus podem testemunhar as maravilhas que o Altíssimo realizou em suas vidas por meio d’Aquela que é Medianeira de Todas as Graças.

Para melhor propagar esta santa devoção e para oferecer aos homens do mundo moderno a chance de alcançarem incontáveis graças por meio da Santíssima Virgem, estamos promovendo esta súplica ao Santo Padre Bento XVI para que ele proclame um ano mariano em 2012/2013. Para exaltar Aquela que é inimiga de todas as heresias e, assim, opôr uma poderosa resistência aos vícios que hoje grassam em nossa sociedade. Para louvar a Mãe de Deus, a fim de que Deus seja mais perfeitamente louvado – como Ele deseja ser louvado. Para alcançar as graças que nós precisamos nos tempos atuais, a fim de sermos santos, e a fim de apressarmos o triunfo do Imaculado Coração da Virgem. Em honra de Nossa Senhora, para a maior glória de Deus e salvação das almas.

Somos testemunhas dos frutos de graça e santidade que a proclamação do Ano Sacerdotal, feita por Vossa Santidade, fez brotar para a Igreja do mundo inteiro. Por esta razão, sugerimos humildemente que um Ano Mariano poderia ser uma grande oportunidade para reavivar a Devoção a Toda Santa Mãe de Deus no coração dos fiéis e propagar a prática da “Consagração Total a Jesus por Maria”, como é ensinado pelo próprio São Luis, e como o Servo de Deus João Paulo II viveu e testemunhou.

Não deixe de assinar esta petição. Não deixe de divulgá-la a todos os seus conhecidos. E não deixe de rezar, suplicando ao Todo-Poderoso esta grande graça para toda a Igreja. Que a Virgem Santíssima interceda pela Igreja do Seu Divino Filho; que Ela possa ser honrada nesta terra e que, por meio d’Ela, possamos receber todas as graças que Deus quer derramar sobre nós.

Clique aqui e assine a petição.

Parlamentares comprometem-se a lutar contra o aborto

[Publico, na íntegra, notícia conforme recebi por email do “Comitê Pernambucano da Cidadania Pela Vida – Brasil sem Aborto”. É um bálsamo, uma lufada de ar fresco, um oásis neste deserto de imoralidade que é o século XXI. Em tempos como este no qual vivemos, os nomes dos parlamentares presentes a este evento merecem (aliás, devem) ser registrados.

Mundo afora, enquanto o Papa pede “aos médicos para proteger as mulheres do pensamento de que o aborto pode ser uma solução para dificuldades sociais, financeiras ou problemas de saúde”, o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists britânico recomenda dizer às mulheres que “abortar é mais seguro do que ter um filho”. Também enquanto isso, um anúncio sobre aborto em mulheres negras gera polêmica nos Estados Unidos e, aqui em Recife, um homem encontra fetos jogados num saco de lixo. A situação é realmente desesperadora. Que Deus tenha misericórdia de nós todos, e a Virgem Santíssima seja o nosso auxílio neste combate.]

Parlamentares pró-vida comprometem-se a dar continuidade a luta contra a legalização do aborto no Brasil

O Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto) promoveu, nesta quarta-feira, 2 de março, um café da manhã na Câmara dos Deputados, para apresentar as atividades do movimento em defesa da vida, e partilhar com os deputados federais iniciativas e propostas de ação legislativa em 2011.

O evento foi aberto pela Dra. Lenise Garcia (Presidente do Movimento Nacional pela Cidadania Brasil Sem Aborto), que fez uma síntese da história do Brasil Sem Aborto, e das conquistas obtidas pelo movimento, especialmente na rejeição do PL 1135/91, que visava despenalizar o aborto no Brasil.  Representaram o Movimento Brasil Sem Aborto, além da presidente, Jaime ferreira Lopes (vice-presidente), Luis Eduardo Girão (Secretário Nacional de Finanças) e Prof. Hermes Rodrigues Nery (Secretário-Geral).

Participaram os seguintes deputados federais; Alberto Filho (PMDB/MA), Salvador Zimbaldi (PDT/SP), Áureo Lírio (PRTB/RJ), João Campos-PSDB/GO, Gonzaga Patriota-PSB/PE, Pe. José Linhares (PR/CE), Roberto de Lucena (PV/SP), Jorge Tadeu Mudallen (DEM/SP), Manato (PDT/ES), Solange Almeida (PMDB/RJ) Ronaldo Fonseca (PR/DF) e Eros Biondini (PTB/MG). Estiveram presentes deputados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

O deputado Salvador Zimbaldi, que deverá presidir a Frente Parlamentar Mista  em Defesa da Vida, destacou a importância da mobilização popular, tendo em vista que 82º da população, segundo o DataFolha, é pela vida, contra o aborto.  Para Zimbaldi este evento possibilitou o pré-lançamento desta Frente que existe desde 2005 por iniciativa do ex-deputado Luiz Bassuma que a presidiu por 5 anos. Todos os parlamentares presentes fizeram uso da palavra ressaltando a importância da unidade no trabalho em prol da vida do nascituro no âmbito do Congresso Nacional. Já o deputado Áureo Lírio do Rio de Janeiro que deverá ser o 1º Vice-Presidente da Frente afirmou que está totalmente comprometido com a luta contra o aborto, portanto, contra a sua legalização em nosso país.

O deputado federal Alberto Filho-PMDB/MA, em sua fala, fez questão de acentuar que não basta apenas ser contra o aborto, faz-se necessário ter uma militância por esta causa, trabalhando para que políticas públicas de amparo à maternidade sejam efetivamente concretizadas pelo Estado brasileiro, em todos os âmbitos de governo. Enfatizou ainda que o seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados está inteiramente à disposição da luta contra a legalização do aborto e que, pessoalmente, estará engajado nas atividades em prol da defesa da vida no âmbito do Congresso Nacional. Este deputado maranhense será o Secretário Executivo desta Frente Parlamentar.

Outros deputados também se manifestaram para apoiar a iniciativa de retomada da Frente Parlamentar em defesa da vida como Deputado João Campos, Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Deputado Pe. José Linhares, organizador da Frente Parlamentar Católica e os deputados Eros Biondini, Ronaldo Fonseca. A deputada Solange Almeida, de maneira emocionada, afirmou ter aprendido muito na legislatura passada com a experiência da luta contra a legalização do aborto e aprovação do  seu Substitutivo ao projeto de lei que trata do Estatuto do Nascituro e conclamou os parlamentares presentes a continuarem firmes na luta em defesa da vida.

Após o café da manhã, a diretoria do Brasil Sem Aborto acompanhou a instalação das Comissões de Seguridade Social e Família, e a Comissão de Constituição e Justiça.

No próximo dia 27 de abril ocorrerá o 4º encontro de legisladores e governantes pela vida, também na Câmara dos Deputados, evento que tradicionalmente é promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Vida – Contra o Aborto. Este evento deverá reunir vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais e senadores, bem como governadores de Estado.

Divulgação: súplica por um ano mariano

Próximo ano, 2012, o excelente “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort, completará 300 anos. Algumas lideranças católicas estão empenhadas em suplicar ao Santo Padre a graça de um ano mariano, para comemorar esta data e alcançar para toda a Igreja abundantes frutos de santidade, por meio da divulgação da devoção à Virgem Santíssima pelo meio preconizado por São Luís de Montfort. Quem não lembra do que se trata, veja aqui.

O vídeo abaixo foi produzido por membros da Fraternidade Arca de Maria e explica um pouco mais sobre esta devoção e os motivos da nossa súplica:

http://www.youtube.com/watch?v=t7OnM_sbsoo

Unamo-nos em oração neste pedido. Que a Virgem Soberana seja em nosso favor!

Nota sobre a banalização da sexualidade

[Publico na íntegra a nota da Congregação para a Doutrina da  Fé que foi tornada pública hoje, esclarecendo alguns aspectos sobre as palavras do Papa no livro “Luz do Mundo” – assunto que eu inclusive já comentei aqui. Faço notar que este documento descarta tanto a possibilidade de uma “extrapolação” das palavras papais para que os preservativos sejam usados com finalidade contraceptiva quanto a idéia de que se estaria expondo a doutrina do “mal menor” no caso citado. Portanto, nem contracepção, nem prostituição, nem preservativos – ao contrário do que alguns setores midiáticos animaram-se a noticiar.

A nota foi publicada em diversos idiomas no press.catholica.]

Nota da Congregação para a Doutrina da Fé

Sobre a banalização da sexualidade

A propósito de algumas leituras de «Luz do mundo»

Por ocasião da publicação do livro-entrevista de Bento XVI, «Luz do Mundo», foram difundidas diversas interpretações não correctas, que geraram confusão sobre a posição da Igreja Católica quanto a algumas questões de moral sexual. Não raro, o pensamento do Papa foi instrumentalizado para fins e interesses alheios ao sentido das suas palavras, que aparece evidente se se lerem inteiramente os capítulos onde se alude à sexualidade humana. O interesse do Santo Padre é claro: reencontrar a grandeza do projecto de Deus sobre a sexualidade, evitando a banalização hoje generalizada da mesma.

Algumas interpretações apresentaram as palavras do Papa como afirmações em contraste com a tradição moral da Igreja; hipótese esta, que alguns saudaram como uma viragem positiva, e outros receberam com preocupação, como se se tratasse de uma ruptura com a doutrina sobre a contracepção e com a atitude eclesial na luta contra o HIV-SIDA. Na realidade, as palavras do Papa, que aludem de modo particular a um comportamento gravemente desordenado como é a prostituição (cf. «Luce del mondo», 1.ª reimpressão, Novembro de 2010, p. 170-171), não constituem uma alteração da doutrina moral nem da praxis pastoral da Igreja.

Como resulta da leitura da página em questão, o Santo Padre não fala da moral conjugal, nem sequer da norma moral sobre a contracepção. Esta norma, tradicional na Igreja, foi retomada em termos bem precisos por Paulo VI no n.º 14 da Encíclica Humanae vitae, quando escreveu que «se exclui qualquer acção que, quer em previsão do acto conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação». A ideia de que se possa deduzir das palavras de Bento XVI que seja lícito, em alguns casos, recorrer ao uso do preservativo para evitar uma gravidez não desejada é totalmente arbitrária e não corresponde às suas palavras nem ao seu pensamento. Pelo contrário, a este respeito, o Papa propõe caminhos que se podem, humana e eticamente, percorrer e em favor dos quais os pastores são chamados a fazer «mais e melhor» («Luce del mondo», p. 206), ou seja, aqueles que respeitam integralmente o nexo indivisível dos dois significados – união e procriação – inerentes a cada acto conjugal, por meio do eventual recurso aos métodos de regulação natural da fecundidade tendo em vista uma procriação responsável.

Passando à página em questão, nela o Santo Padre refere-se ao caso completamente diverso da prostituição, comportamento que a moral cristã desde sempre considerou gravemente imoral (cf. Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, n.º 27; Catecismo da Igreja Católica, n.º 2355). A recomendação de toda a tradição cristã – e não só dela – relativamente à prostituição pode resumir-se nas palavras de São Paulo: «Fugi da imoralidade» (1 Cor 6, 18). Por isso a prostituição há-de ser combatida, e os entes assistenciais da Igreja, da sociedade civil e do Estado devem trabalhar por libertar as pessoas envolvidas.

A este respeito, é preciso assinalar que a situação que se criou por causa da actual difusão do HIV-SIDA em muitas áreas do mundo tornou o problema da prostituição ainda mais dramático. Quem sabe que está infectado pelo HIV e, por conseguinte, pode transmitir a infecção, para além do pecado grave contra o sexto mandamento comete um também contra o quinto, porque conscientemente põe em sério risco a vida de outra pessoa, com repercussões ainda na saúde pública. A propósito, o Santo Padre afirma claramente que os preservativos não constituem «a solução autêntica e moral» do problema do HIV-SIDA e afirma também que «concentrar-se só no preservativo significa banalizar a sexualidade», porque não se quer enfrentar o desregramento humano que está na base da transmissão da pandemia. Além disso é inegável que quem recorre ao preservativo para diminuir o risco na vida de outra pessoa pretende reduzir o mal inerente ao seu agir errado. Neste sentido, o Santo Padre assinala que o recurso ao preservativo, «com a intenção de diminuir o perigo de contágio, pode entretanto representar um primeiro passo na estrada que leva a uma sexualidade vivida diversamente, uma sexualidade mais humana». Trata-se de uma observação totalmente compatível com a outra afirmação do Papa: «Este não é o modo verdadeiro e próprio de enfrentar o mal do HIV».

Alguns interpretaram as palavras de Bento XVI, recorrendo à teoria do chamado «mal menor». Todavia esta teoria é susceptível de interpretações desorientadoras de matriz proporcionalista (cf. João Paulo II, Encíclica Veritatis splendor, nn.os 75-77). Toda a acção que pelo seu objecto seja um mal, ainda que um mal menor, não pode ser licitamente querida. O Santo Padre não disse que a prostituição valendo-se do preservativo pode ser licitamente escolhida como mal menor, como alguém sustentou. A Igreja ensina que a prostituição é imoral e deve ser combatida. Se alguém, apesar disso, pratica a prostituição mas, porque se encontra também infectado pelo HIV, esforça-se por diminuir o perigo de contágio inclusive mediante o recurso ao preservativo, isto pode constituir um primeiro passo no respeito pela vida dos outros, embora a malícia da prostituição permaneça em toda a sua gravidade. Estas ponderações estão na linha de quanto a tradição teológico-moral da Igreja defendeu mesmo no passado.

Em conclusão, na luta contra o HIV-SIDA, os membros e as instituições da Igreja Católica saibam que é preciso acompanhar as pessoas, curando os doentes e formando a todos para que possam viver a abstinência antes do matrimónio e a fidelidade dentro do pacto conjugal. A este respeito, é preciso também denunciar os comportamentos que banalizam a sexualidade, porque – como diz o Papa – são eles precisamente que representam a perigosa razão pela qual muitas pessoas deixaram de ver na sexualidade a expressão do seu amor. «Por isso, também a luta contra a banalização da sexualidade é parte do grande esforço a fazer para que a sexualidade seja avaliada positivamente e possa exercer o seu efeito positivo sobre o ser humano na sua totalidade» («Luce del mondo», p. 170).

Urgente: Carta ao Papa e Ano Mariano

[Fonte: Cor Mariae]

Por: Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior

Penso que seja extremamente oportuna a iniciativa do meu querido irmão, Padre Rodrigo Maria, de suplicar ao Papa Bento XVI a graça de um novo Ano Mariano para 2012-2013.

Tenho ainda na lembrança as graças imensas que pude colher do Ano Sacerdotal que vivemos, por ocasião do aniversário de 150 anos da morte de São João Maria Vianney (Padroeiro dos Párocos), e que teve muitíssimos frutos de conversão na vida de tantos padres. Um novo Ano Mariano comemorando, em 2012-13, recordando os 25 anos do último ano mariano proclamado pelo servo de Deus o Papa João Paulo II e comemorando os 300 anos do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luis Maria Montfort, seria um verdadeiro tempo de graça para a Santa Igreja de Deus.

O Ano Mariano em 2012 seria uma grande oportunidade de reavivar a Devoção a nossa Mãe Santíssima no coração dos católicos e  propagar a prática da Consagração Total a Ela, como é ensinado pelo próprio São Luis.

Seria uma forma muito prática de responder aos apelos que a Virgem Santíssima fez em Fátima (1917): “Deus quer estabelecer no mundo a Devoção ao Meu Coração Imaculado. (…) Se fizerdes o que vos digo, muitas almas se salvarão e terão paz.”

Pois como diz o próprio São Luis, “foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio Dela que Ele deve reinar no mundo. (…) Por Ela Jesus Cristo vem a nós, e por Ela devemos ir a Ele.” (“Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, n. 1; 85)

Por estas razões, gostaria de me unir a esta iniciativa do Pe. Rodrigo Maria, e convidar você, caríssimo irmão e irmã, a enviar também a sua carta ao Santo Padre Bento XVI, através dos endereços que se encontram abaixo.


Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior

——-

A Sua Santidade Bento XVI

Palazzo Apostolico

Città del Vaticano (Europe)


(Enviar cópia para:)

Ao Rev.mo Monsignore

Mons. Ettore Balestrero

Sotto-Segretario per i Rapporti con gli Stati

Segreteria di Stato

Città del Vaticano (Europe)

——–


Que reine em nossos corações o puro amor de Deus!


Aos católicos, movimentos, associações e a todos que ainda conservam a fé e acreditam no amor.

Caríssimos irmãos diante da situação dramática na qual se encontro o nosso mundo; tendo diante de nossos olhos o aumento da iniquidade, o avanço do mal, a destruição dos valores, a perca da fé e o esfriamento da caridade, somos impelidos a perguntar: Até quando isso continuará? O que podemos fazer para que tudo isso mude? Para que o mal seja superado e o amor volte a prevalecer? O que fazer para que Jesus seja mais conhecido, amado e adorado por todos?

Na verdade Deus já nos deu a resposta! Em meio a esta batalha espiritual O Senhor mesmo estabeleceu sua estratégia para esmagar a cabeça do inimigo, neutralizar a ação do mal. E estender seu reinado nos corações. Ele nos deu uma mãe!

O próprio Jesus consagrou a Igreja aos cuidados de sua mãe Santíssima (“Eis aí a tua mãe”, Jo 25,19), colocando-nos sob sua autoridade, fazendo de nós seus filhos na ordem da Graça, entendendo sua maternidade espiritual sobre todos os corações para que ela nos ensinasse a amar a Deus em verdade levando-nos a fazer tudo quanto Jesus mandou.

Em Fátima (1917) a Santíssima Virgem nos recordou a vontade de Deus e sua estratégia para vencer o inimigo em meio a esta guerra espiritual; Ela nos disse: “Meu filho quer estabelecer ao mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”. Eis o remédio para os nossos tempos! Uma verdadeira devoção a Santíssima Virgem. Uma devoção que nos coloque em seu colo, ou melhor, na escola de seu Imaculado Coração, onde devemos aprender o verdadeiro amor a Deus, tornando-nos cristãos autênticos, santos, a altura dos tempos difíceis em que vivemos. O mundo precisa de santos… e Deus determinou que estes fossem formados na escola do Imaculado Coração de sua Mãe Santíssima.

A Total Consagração é um meio privilegiado para se entrar no coração da Santíssima Virgem, pois por este meio, nós aceitamos livremente a maternidade espiritual de Nossa Senhora sobre nós, assumindo a condição de filhos como Jesus determinou. Se os cristãos conhecessem e vivessem a Total consagração a Santíssima Virgem, aprenderiam com a Mãe do Céu a amar a Deus e ao próximo como Jesus ensinou.


Jesus quer que se estabeleça no mundo a devoção ao coração de sua Mãe Santíssima. Como fazer?

Em 2012, o “Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem” escrito por São Luís Grignion de Montfort completará 300 anos, dando – nos uma singular oportunidade para difundir a devoção ali tão sublimemente ensinada. A concretização deste desejo do coração de Jesus expresso por Nossa Senhora e Fátima, tomará grande impulso, se conseguíssemos junto Santo Padre a graça de um ano Mariano de 2012 a 2013. Pois a exemplo do que aconteceu no ano sacerdotal, toda Igreja se volta para meditar a pessoa e a missão da Santíssima Virgem, tal como apresenta o padre de Montfort que por sua vez, poderia ser apresentado como exemplo de devoção a Santíssima Virgem, e por isso mesmo, de amor a Jesus Cristo.

Irmãos, peçamos ao Santo Padre a Graça de um Ano Mariano em 2012 para que venha ao mundo o esperado Triunfo do Imaculado Coração de Maria e consequentemente o reinado de Jesus em cada coração. Falemos com todos para que enviem carta ao Santo Padre, o Papa, bem como para os cardeais; para os nossos bispos, padres, comunidades, associações e movimentos, pedindo a estes que façam o mesmo, ou seja, que envie ao Santo Padre e aos Cardeais um pedido para que em 2012 – 2013 sejam decretado Ano Mariano.

Segue em anexo um modelo de carta que foi enviada ao Santo Padre pedindo a Graça do Ano Mariano em 2012-2013.


Nos corações de Jesus e Maria,

Pe. Rodrigo Maria


Fraternidade Arca de Maria

——-

Recife, 21 de Setembro de 2010.


A Sua Santidade


Papa Bento XVI


Beatissime Pater,

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Desejosos de contribuir com o retorno da humanidade a Cristo e com a restauração da Fé entre os batizados, queremos suplicar a Vossa Santidade a graça da proclamação de um Ano Mariano em 2012-2013 , quando o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luis Maria Grignion de Montfort completará 300 anos, bem como fará exatos 25 anos do último Ano Mariano que a Santa Igreja viveu (1987-1988), convocado pelo saudoso Papa João Paulo II.

A exemplo do que ocorreu no Ano Sacerdotal (2009-2010), quando toda  Igreja meditou sobre a natureza e importância do sacerdócio cristão – havendo sido proposta a figura de são João Maria Vianney como modelo para os sacerdotes – um Ano Mariano que propusesse a Total Consagração a Jesus por Maria seria ocasião para renovação espiritual de todo povo e incremento de uma nova evangelização .

A Total Consagração ou Santa Escravidão de amor, como é ensinada pelo padre de Montfort é de uma perene atualidade pastoral uma vez que é radicada na renovação das promessas batismais, tornando-se assim meio privilegiado para recuperação da consciência de nosso batismo, bem como de nossa vocação a bem-aventurança eterna.

A proclamação de um Ano Mariano para toda a Igreja tornar-se-ia também uma resposta positiva ao desejo de Nosso Senhor expresso por sua Mãe Santíssima aos pastorinhos de Fátima em 1917, a qual disse : “Meu Filho quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”.  De fato, a total consagração a Santíssima Virgem traduz muito bem aquela santa dependência que Jesus quis que tivéssemos para com sua Mãe Santíssima a fim de que na escola de seu Imaculado Coração aprendessemos a fazer bem tudo quanto Ele mandou.

Por ser completamente cristocêntrica a devoção à Santíssima Virgem como é proposta por São Luis de Montfort, encontrou no Papa João Paulo II um grande acolhimento, aprovação e recomendação, ao ponto de tornar-se sua dileta via espiritual, mostrando mais uma vez sua atualidade.

Santidade, tudo que os nossos dias precisam é de verdadeiros seguidores de Cristo, de homens e mulheres santas que vivam o seu batismo, que amem a Santa Igreja e a humanidade e que não tenham medo de crer e viver a fé. E não temos duvidas que estes devem ser formados na bendita escola do Imaculado Coração de Maria, pois foi Cristo quem por primeiro nos consagrou e nos confiou aos cuidados desta Mãe Santíssima a fim de que ela nos ensinasse a amar a Deus de verdade.

Padre Santo, estamos em continua oração por Vossa Santidade e por Sua missão.

Em espírito de filial submissão, de joelhos, pedimos Sua Bênção paternal.

Nos corações de Jesus e Maria,


Padre Rodrigo Maria


Fraternidade Arca de Maria

“A verdade sobre os preservativos”

[Reproduzo trechos de um artigo (de 2004) do pe. Martin Rhonheimer, porque é bastante esclarecedor sobre as atuais polêmicas envolvendo o Papa e os preservativos. O texto na íntegra está disponível no Oblatvs. Todos os grifos são meus.]

A verdade sobre os preservativos

Martin Rhonheimer

Mas o que dizer das pessoas promíscuas, dos homossexuais sexualmente ativos e das prostitutas? O que a Igreja Católica lhes ensina é que simplesmente não deviam ser promíscuos, mas fiéis ao único parceiro sexual; que a prostituição é um comportamento que viola gravemente a dignidade humana, principalmente a dignidade da mulher e, portanto, não devia ser praticada; e que os homossexuais, como todas as outras pessoas, são filhos de Deus e amados por Ele como todos são, mas que eles deveriam viver me continência como toda e qualquer pessoa solteira.

Mas e se eles ignoram este ensinamento e correm o risco de contrair o HIV, deveriam eles usar preservativos para impedir a infecção? A norma moral que condena a contracepção como intrinsecamente má não se aplica a estes casos. Nem pode haver um ensinamento da Igreja sobre isto; é simplesmente um non-senso estabelecer normas morais para tipos de comportamento intrinsecamente imorais. Deveria a Igreja ensinar que um estuprador nunca deve usar preservativo porque ao fazer isto, além do pecado de violência sexual, ele estaria desrespeitando “o recíproco e completo dom pessoal de si e, portanto, viola o Sexto Mandamento”? Por certo que não.

O que devo dizer, como padre católico, a pessoas promíscuas ou homossexuais soropositivos que usam preservativos? Procurarei ajudá-los a viver uma vida sexual moral e bem ordenada. Mas eu não lhes direi que não usem preservativos. Simplesmente não falarei disto com eles e presumirei que se eles escolheram fazer sexo, manterão ao menos um senso de responsabilidade. Com tal atitude, respeito plenamente o ensinamento da Igreja Católica sobre contracepção.

Bento XVI e a camisinha II: a cretinice dos meios de comunicação

Sou surpreendido por uma matéria do Gazeta Online que tem o seguinte singelo título: “Vaticano: todos podem usar preservativos para evitar HIV”. A chamada: “Usar preservativos é um mal menor que transmitir o vírus HIV para um parceiro sexual – mesmo que isso signifique que uma mulher evitou uma possível gravidez, disse o Vaticano”. Manchetes análogas podem ser encontradas mundo afora. Como é possível tão universal desinformação?

Recapitulemos. O Papa disse ser possível haver alguns casos em que “a utilização do preservativo [por um garoto de programa] possa ser um primeiro passo para a moralização”. O Papa não disse nem mesmo que estes “podem” usá-los! Daí me vem um jornal dizer que “todos podem usar preservativos”, e ainda afirma ser isto “segundo o Vaticano”?

O Papa não falou sobre o que os garotos de programa podem ou não fazer. Apenas constatou um fato: o prostituto que usa preservativos impõe, de algum modo, limites à sexualidade desregrada. Como o Taiguara escreveu na lista “Tradição Católica”:

O que entendi é que, no caso da prostituta que utiliza camisinha, a significação real do uso da camisinha é completamente diversa do “sexo livre” apregoado: o uso da camisinha pela prostituta tem para ela a finalidade de evitar o contágio da doença venérea ao parceiro; para isso, ela mesma se impõe um limite (que ela pensa ser um limite válido, pois acredita que a camisinha realmente barra o contágio) e, desta feita, o próprio condom, símbolo da liberação sexual, ganha no caso concreto a conotação de um limite, contraria o próprio sexo livre.

Isto não é uma autorização para se usar preservativos. A proposição “garotos de programa podem usar preservativos” simplesmente não se encontra no texto do Papa – este é um fato objetivo contra o qual é impossível tergiversar. De onde tirou então o jornal que “todos podem usar preservativos”?

O impressionante fenômeno só revela uma gigantesca contradição dos inimigos da Igreja. Se, por um lado, postulam que Ela deva ser ostracizada e banida da vida pública das sociedades civilizadas, por outro lado saúdam com ânimo e júbilo esta – alegada! – “mudança de posição” da Igreja sobre os preservativos. Aliás, desejam tanto que a Igreja “mude” de opinião que passam a projetar isso na maneira como fazem jornalismo, por meio de um wishful thinking tão forçado, mas tão forçado, que se transforma em falsificação intelectual pura e simples.