Aprendendo a pensar com o Dr. Rosinha

Via Facebook, fico sabendo que o Dr. Rosinha, em seminário pró-aborto realizado na Câmara dos Deputados, menosprezou os manifestantes contrários ao assassínio de crianças e disparou que os jovens católicos “precisavam aprender a pensar”.

Vamos, portanto, “pensar”, esta atividade que parece tão cara aos militantes pró-aborto. Vejamos se eles realmente fazem aquilo que exigem dos outros ou se, ao contrário, agem de modo oportunista e irracional.

Comecemos com o básico. Todos sabemos, por exemplo, que a população brasileira é em sua grande maioria contrária à descriminalização do aborto no país. Sabemos, ainda, que os nossos parlamentares dizem acreditar que “todo poder emana do povo”, em nome do qual eles exercem os seus mandatos. Seria de se esperar, portanto, que os nossos congressistas fossem também, em adequada proporção, contrários à liberação do aborto no Brasil, refletindo assim o pensamento do povo brasileiro, certo?

Se fôssemos pensar, sim, isso parece bastante correto. É difícil até imaginar como poderia ser diferente. Não obstante, na contramão dos anseios do povo em nome do qual (não nos esquecemos!) os deputados dizem exercer os seus mandatos, foi realizado ontem e hoje, na Câmara dos Deputados, com dinheiro público portanto, um simpósio onde se defendia, verbis, «a legalização do aborto como opção para reduzir a mortalidade materna na América Latina».

Exercitemos o pensamento: resta alguma dúvida de que essa proposta é frontalmente contrária ao que deseja o nosso povo? Por qual obscura razão, portanto, tal ataque à soberania nacional deveria (ou mesmo poderia) ser realizado às expensas do erário brasileiro? Os deputados não dizem exercer os seus mandatos em nome do povo do Brasil? Por qual razão defendem interesses estrangeiros ao invés de lutarem para fazer valer a vontade dos cidadãos brasileiros?

Continuemos. Lá pelas tantas, uma “especialista” que estava com a palavra [«Carmen Barroso, membro do Grupo Independente de Especialistas da Comissão de Informação e Prestação de Contas sobre a Saúde das Mulheres e das Crianças (CoIA) da Organizações das Nações Unidas (ONU)»] soltou a seguinte pérola:

“É muito importante mudar a lei, para que a mulher possa decidir sobre seu próprio corpo”, disse. “Estudos mostram que criminalização do aborto não diminui sua prática”, complementou. Conforme ela, as taxas de aborto estão diminuindo nos países onde a prática é legalizada, e aumentando nos países que a proíbem.

Não é a primeira vez que ouvimos o disparate, cuspido com ares de seriedade científica. Inobstante, por mais que nós pensemos e pensemos, não somos capazes de alcançar a extraordinária razão pela qual as mesmas pessoas praticariam mais uma coisa que é proibida do que a mesma coisa após ela ser liberada! Não dá, é simplesmente impossível que essa matemática mal-assombrada seja verdadeira. Qualquer pessoa capaz de pensar o percebe com a clareza de uma evidência.

Mas concedendo – para argumentar e contra todas as evidências – que o número absoluto de abortos realmente diminuísse após ele ser legalizado, esta redução não poderia jamais se dar por causa da descriminalização, e sim por outras razões quaisquer (p.ex., porque as ONGs pró-aborto deixaram de injetar dinheiro no país, porque se passou a fazer propaganda contra o aborto, ou por qualquer outro motivo análogo). Ora, se tal fosse verdade, então a diminuição das taxas de aborto não teria nada a ver com a descriminalização em si, e sim com as outras coisas (expulsão das ONGs abortistas, investimento em propaganda anti-aborto, etc.) que lhe foram concomitantes. Vamos então pensar: se a redução do número total de abortos é o objetivo que nós buscamos, e se ela se dá por meio de certas ações (fechamento de ONGs abortistas, propaganda contra o aborto, etc.) totalmente independentes da criminalização ou não da prática abortiva, então não é necessário legalizar o aborto para que ele diminua: basta realizarmos aquelas ações das quais decorre a redução da prática do aborto! Como é possível que os abortistas não tenham pensado nisso antes?

Uma única coisa enfim é certa: quanto mais nós pensamos, menos justificativas encontramos para as atitudes preconceituosas, arrogantes e irracionais de parlamentares como o Dr. Rosinha, que se utilizam de arrazoados disparatados e sem o menor cabimento para trair os interesses do povo brasileiro em cujo nome dizem exercer seus mandatos legislativos.

Fica claro, assim, que os jovens pró-vida não têm nenhuma dificuldade em pensar, muito pelo contrário. O problema, o verdadeiro problema aqui, é que certos parlamentares gostam de arrotar os mais gritantes despautérios com trejeitos de superioridade intelectual, por acreditarem que os seus opositores não pensam. No que estiver ao nosso alcance, contudo, vamos desmascará-los quantas vezes for necessário. No que depender de nós, quebrarão a cara tantas vezes quantas pretendam fingir ser o que não são.

«Quero Viver! Você me ajuda?»

Avisos ligeiros, mas importantes: ocorre neste momento a 6ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida em Brasília. Ainda não tenho fotos. Quem as encontrar, por gentileza disponibilize aqui. A Marcha reuniu-se na Torre e, de lá, caminha em direção ao Congresso Nacional. O tema deste ano é «Quero Viver! Você me ajuda?», e sobre esta importante mobilização a Dra. Lenise Garcia deu recentemente uma entrevista a Zenit.

Ainda: está confirmada para amanhã (05 de junho) a votação do Estatuto do Nascituro na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. As informações do Brasil Sem Aborto são as seguintes:

Está confirmada para o dia 05/06 a votação na Comissão de Finanças e Tributação do PL 478/07, mais conhecido como Estatuto do Nascituro, como se pode ver pela pauta.

[…]

Pedimos também a sua assinatura para a aprovação do Estatuto do Nascituro.

Se puder, compareça ao Congresso Nacional, para acompanhar a votação. Se não puder ir pessoalmente, acompanhe pelo Twitter do Brasil sem Aborto.

Os dados para entrar em contato com os deputados são os mesmos que já foram publicados aqui. Acompanhemos mobilizados, principalmente em oração, estas importantes batalhas travadas em defesa da vida humana inocente!

Estatuto do Nascituro: alguns esclarecimentos

Tendo em vista as críticas que o Estatuto do Nascituro vem recebendo de todos os lados (de um indiscutível pró-vida como o pe. Lodi a uma abortista radical como a Débora Diniz!), o Brasil Sem Aborto publicou um importante texto de esclarecimento (veja-se aqui) que deve ser lido por todas as pessoas interessadas em formar uma opinião sobre o assunto – a fim de que, para apoiá-lo ou se lhe opôr, seja considerado «o texto [do Projeto de Lei] atualmente em discussão, e não textos antigos ou que só existem no imaginário de cada um».

É importante a leitura do documento preparado pelo Brasil Sem Aborto na íntegra. Trago aqui apenas as duas conclusões que julgo mais importantes, porque a respeito destes temas também aqui no Deus lo Vult! foram veiculadas opiniões que não se sustentam à luz do texto do projeto de lei ora em apreciação na Câmara dos Deputados:

Conclusão: o Estatuto do Nascituro trata o embrião como pessoa, garantindo-lhe os direitos, embora não use diretamente esse termo, mas outros análogos, fazendo referência a “dignidade e natureza humanas”, e a “direitos de personalidade”.

[…]

Conclusão: em matéria penal, nada muda. O Código Penal continua como está, e as divergências na sua interpretação, que atualmente ocorrem, continuarão ocorrendo do mesmo modo: nem mais, nem menos.

Como sabemos, o PL 478 está para ser apreciado na Câmara. Continuemos em mobilização: também para desmistificar as lendas que, neste momento, pululam internet afora sobre o projeto. Também para esclarecer as pessoas, combatendo as falsas informações irresponsavelmente transmitidas nos meios de comunicação.

Atualização em 06/05/2012 sobre Estatuto do Nascituro

Atualizando os meus leitores sobre o que aconteceu com a votação do Estatuto do Nascituro, reproduzo mensagem que recebi hoje (06 de maio) da Dra. Lenise Garcia, presidente do Movimento Brasil Sem Aborto. No corpo dessa postagem eu trago apenas uma seleção resumida das informações mais relevantes; ao final, os leitores poderão baixar o comunicado na íntegra [P.S.: que também já se encontra disponível no site do Brasil Sem Aborto].

– Na última sessão (24 de abril p.p.) da Comissão de Finanças e Tributação (que é a Comissão da Câmara onde o projeto se encontra atualmente), foi dito que o projeto seria apreciado em uma sessão extraordinária.

– Não obstante, «[o] que se constata hoje (06.05.2013) é que a pauta publicada é a da Sessão ORDINÁRIA com 63 itens e o Estatuto do Nascituro está colocado no item no 18 da pauta».

– Ou seja, «não haverá SESSÃO EXTRAORDINÁRIA com pauta única para apreciação do Estatuto do Nascituro». Ele está normalmente na pauta da próxima sessão (quarta-feira, depois de amanhã).

– Quarta-feira, então, podem acontecer duas coisas. Pode ser feita uma solicitação de inversão de pauta que, se aprovada, (1) fará com que «o Estatuto do Nascituro seja apreciado logo após a análise dos Requerimentos da pauta». Caso contrário, (2) «é pouco provável que [o projeto] seja apreciado nesta sessão da próxima quarta-­feira, até porque tem uma audiência pública marcada para as 11 horas deste mesmo dia».

– Por isso, a solicitação do Brasil Sem Aborto é a seguinte:

A nossa sugestão é que a partir de hoje retomemos a pressão sobre os parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação, enviando emails, ligando para os gabinetes solicitando que o parlamentar vote pela aprovação do Parecer do Deputado Eduardo Cunha­ PMDB/RJ. Mas também é importante que os parlamentares seja pressionados em seu Estado, em sua base eleitoral. E, nesse sentido, deve­ se procurar o parlamentar ou sua assessoria NO ESTADO pedindo o voto pela aprovação do Estatuto do Nascituro.

– E ainda: «[a] partir de agora a pressão deve ser permanente, todos os dias».

– Cliquem no link abaixo para terem acesso ao comunicado na íntegra e, junto com ele, uma tabela com todos os membros da CFT e seus respectivos contatos.

Atualização em 06/05/2012 sobre Estatuto do Nascituro

Continuemos fazendo o que estiver a nosso alcance para a aprovação desse tão importante projeto. Que a Santíssima Virgem nos proteja e guarde, e São Miguel Arcanjo nos defenda no combate!

Notícias urgentes do front: Estatuto do Nascituro

Os meus leitores certamente já conhecem o “Estatuto do Nascituro”, projeto de lei ora em trâmite na Câmara dos Deputados que «dispõe sobre a proteção integral ao nascituro» (Art. 1º), onde este «é o ser humano concebido, mas ainda não nascido» (Art. 2º). Trata-se de um projeto de lei da mais alta importância para a defesa da vida, uma vez que explicita os deveres da sociedade para com os seres humanos ainda não nascidos, inscrevendo expressamente os direitos destes no ordenamento jurídico do Brasil. Aqui o inteiro teor.

Pois bem. Pelo Brasil Sem Aborto, fomos informados de que ontem (quarta-feira, 17 de abril de 2013) o projeto estava na pauta do dia da Comissão de Finanças e Tributação, para ser votado e muito provavelmente aprovado (uma vez que o parecer do relator é pela aprovação). As tentativas de tirá-lo da pauta foram frustradas. No entanto, quando se realizou a verificação do quórum, foi constatado que faltava um deputado (havia 16 presentes, e o quórum mínimo é de 17). Por conta disso, os trabalhos da Comissão foram encerrados.

O projeto volta à pauta (para discussão e votação) uma semana depois, no dia 24 de abril, quarta-feira próxima. É por isso urgente entrar em contato com os deputados que fazem parte da Comissão, pedindo-lhes que se façam presente à sessão da próxima quarta-feira e votem pela aprovação do PL 478/2007. Abaixo, um arquivo (em .pdf) contendo essas informações em maiores detalhes e uma tabela com o nome e os contatos de todos os deputados que atualmente compõem a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Cliquem no link:

Comunicado Urgente – Estatuto do Nascituro

Façamos a nossa parte pela aprovação do Estatuto do Nascituro. Entremos em contato com os deputados para lhes pedir a aprovação do projeto. Divulguemos essa mensagem a todos os nossos amigos – temos uma semana até a votação! Mobilizemo-nos em favor dessa causa tão importante. E que a Santíssima Virgem Maria seja em nosso favor, e São Miguel Arcanjo nos defenda no combate contra os mercenários da Cultura da Morte.

O Marco Feliciano não me representa, mas o Pedro Gontijo também não

A nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB «sobre a eleição da Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados» é desconcertante. Eu sinceramente nem sei o que falar. Se por um lado é justo precaver-se contra a militância política do pastor que ofende e hostiliza católicos, por outro lado é fato inconteste que as propaladas «mobilizações da sociedade civil» contra o Dep. Marco Feliciano não têm por alvo outra coisa que não a visão tradicional de Matrimônio cuja defesa ostensiva tem marcado a atuação parlamentar do referido pastor.

Alguém já disse com muita propriedade que não importa quem esteja na presidência da CDHM: se for alguém com posições claras e inegociáveis a favor do Matrimônio tradicional será alvo da mesma truculência que hoje a turba anti-democrática devota ao pastor da Assembléia de Deus. O alvo dos manifestantes não é o pastor, e sim a repulsa ao “casamento gay” que ele personifica. O resto é só cortina de fumaça para disfarçar a intolerância dos que militam para conferir direitos ao vício sodomita.

É verdadeiramente lamentável que estejamos tão mal-representados na Câmara, mas o fato é que a causa pró-família aparentemente não conta, entre os parlamentares, com muitos deputados diferentes dos que formam a assim chamada “bancada evangélica”. E se a política é a arte do possível, considero que se juntar aos que atualmente se mobilizam contra o pastor é se associar perigosamente à causa gay. É no mínimo uma irresponsabilidade sem tamanhos! Afinal de contas, parece óbvio para qualquer um que possua percepção política que a única minoria “prejudicada” na CDHM sob o Marco Feliciano será a formada pelos homossexuais que querem subverter o ordenamento jurídico brasileiro com a introdução de privilégios descabidos para a própria “classe”. Os quilombolas não serão reescravizados, as mulheres não serão espancadas, os índios não serão chacinados, os nordestinos não serão expulsos do sul do país, nada; a única coisa que se pode realisticamente esperar da atuação do Feliciano na referida Comissão será o atravancamento da agenda gay, a única coisa que ele pode politicamente fazer é frear um pouco o galope alucinado a que o gayzismo avança no Brasil.

Criticar o pastor é chutar cachorro morto, e aparentemente nem a própria CBJP se pergunta os reais motivos escusos pelos quais de repente todo mundo começou a malhar o infeliz deputado! É óbvio que o Marco Feliciano não me representa; no entanto e infelizmente, ele representa (talvez por mera vacuidade política) a visão clássica de “Matrimônio” que eu e a maioria dos brasileiros esposamos. É justo questionar a seriedade do pastor sim, mas para ser honesto é preciso questionar a seriedade de todo o sistema de governo brasileiro e da própria noção de “democracia” tupiniquim, da qual o pastor não se afasta tanto a ponto de justificar o seu sacrifício com a simultânea preservação de todo o resto do edifício podre. E, principalmente, não é justo sacrificar o matrimônio tradicional pelo fato dele ser defendido por um larápio protestante. Esta é a situação que todo mundo deve ter bem nítida na consciência antes de apoiar “manifestações” contrárias ao Feliciano na CDHM.

Sobre a CBJP, eu não me lembro de ter lido nenhuma nota do órgão quando o Jean Wyllys foi eleito relator do Estatuto do Nascituro, por exemplo. Ao sr. Pedro Gontijo, portanto, eu recomendo menos seletividade na redação de notas oficiais; e, principalmente, que ele tome o devido cuidado para não vincular as suas posições pessoais à Conferência dos Bispos da qual o órgão que ele dirige faz parte. Afinal de contas, o Marco Feliciano não me representa, é fato, mas o Pedro Gontijo também não.

Mais sobre o Jean Wyllys e sua agressão gratuita ao Papa Bento XVI: PROTESTE!

Bem rapidamente, gostaria de recomendar com alegria este texto sobre as absurdas declarações do deputado Jean Wyllys. Vale uma leitura completa. Eu só destaco:

A história e os fatos demonstram que o senhor Jean Wyllys e os demais gays e lésbicas do Brasil devem dar graças a Deus por terem nascido em um país com bases cristãs. Isso que ele chama de “Ocidente” foi criado pela Igreja Católica. Se o deputado tivesse nascido em um país muçulmano ou governado por comunistas, não teria a liberdade de dizer essas asneiras.

Agradeçam ao Papa por terem o direito de espezinhá-lo despreocupadamente, seus ingratos.

Durante o dia de ontem houve algumas manifestações na página do Facebook do deputado; e foram todas apagadas. Não cheguei a tirar printscreen de nenhuma. No entanto, é muito importante protestar energicamente no site da Câmara contra a atitude do deputado do PSOL, que esta semana caluniou publicamente um Chefe de Estado chamando-o (entre outras insinuações) de “genocida em potencial”. Não deixem de enviar uma mensagem, não custa nada: nem que seja somente para que percebam que somos muitos. Para que percebam que nos importamos. Para que percebam que não estamos dispostos a engolir de graça os seus desaforos hipócritas.

As contradições do PT: sobre Bolsonaro e a suposta “quebra de decoro parlamentar”.

Tomei conhecimento da mais recente polêmica envolvendo o deputado Bolsonaro, onde o parlamentar teria insinuado que a presidente Dilma Rousseff é homossexual e que, por isso, o PT iria representar contra ele no Conselho de Ética. Está lá – com todas as letras – na nota oficial divulgada pelo PT:

O Partido dos Trabalhadores repudia com veemência a nova manifestação preconceituosa, discriminatória e homofóbica do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), desta vez proferida na Tribuna da Câmara dos Deputados, onde atacou os programas federais contra a homofobia e agiu com total desrespeito à pessoa da presidenta Dilma Rousseff.

A contradição não poderia ser mais gritante: ou o homossexualismo é um valor positivo (no máximo neutro) e, portanto, chamar alguém de homossexual não pode ser jamais um “total desrespeito”; ou, ao contrário, o homossexualismo é uma coisa degradante e ofensiva que, portanto, não pode ser promovida pelo governo e o Bolsonaro está certo em suas críticas. As duas coisas ao mesmo tempo não dá. A contradição foi brilhantemente apontada pelo Carlos Ramalhete, em sua coluna da Gazeta do Povo de hoje:

Ao atacar essa nova tentativa de usar os homossexuais como bucha de canhão para aumentar o poder do Estado, aventou o deputado que talvez a presidente (desculpem, mas só escrevo “presidenta” quando puder escrever “estudanta”) seja ho­­mossexual.

A grita foi feroz! Mostrando claramente que a pregação de amor à homossexualidade é da boca para fora, o PT acusou o deputado de agir “com total desrespeito à pessoa” da presidente, pediu que a Comissão de Ética entre em ação, e tudo o mais. Ora, ou bem a homossexualidade é algo que se deva abraçar e festejar (como o PT prega), ou – como sempre foi o caso na cultura brasileira – é algo que se tolera, sem que se apregoe nem que se agrida. Neste segundo caso, e só nele, cabe acusá-lo de desrespeito.

Se se aceita, contudo, a pregação dos que querem se servir dos homossexuais como peões descartáveis, não há desrespeito maior em aventar que a presidente seja homossexual que em dizer, por exemplo, que ela talvez prefira vinhos tintos a vinhos brancos, ou caminhadas à musculação.

Eu fui procurar a íntegra do discurso do deputado. No referido dia eu achei dois, este e este; o primeiro, aliás, é de leitura particularmente deliciosa porque termina com um “cortem a palavra! Cortem o microfone da tribuna!” que me fez lembrar a Rainha de Copas com o seu off with his head!. Nenhum deles continha a tal inadmissível ofensa feita à sexualidade presidencial. Soube depois que “Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão polêmica, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo a pedido do deputado Marcon (PT-RS)” – o que confirma uma vez mais que, para os parlamentares do partido da presidente da República, insinuar que a sra. Rousseff seja lésbica é equivalente a um crime de lesa-majestade, inominável a ponto de não merecer sequer registro histórico nas atas da Casa do Povo! E este é o mesmo governo que quer empurrar a sodomia goela abaixo das crianças nas escolas públicas, como se fosse a coisa mais natural e bonita do mundo!

É importante que estas contradições fiquem claras, até que a situação absurda que vivemos se torne insustentável e possamos nos livrar da ameaça ditatorial que paira ameaçadora sobre a nossa pátria. Diz o adágio popular que a mentira tem pernas curtas, isto é, não dá para sustentar uma farsa por muito tempo. A grande farsa ideológica do Governo de que a família de fato é perfeitamente equivalente à dupla de pederastas (ou, nos termos mais “politicamente corretos” da recente decisão do STF, que a “união homoafetiva” é idêntica à “união estável entre o homem [enxergada] como entidade familiar”) começou a cair, e foram os próprios farsantes do PT que tropeçaram na teia de engodos que eles mesmos teceram.

A Câmara e a “união homoafetiva”

Entrem na área de enquetes do site da Câmara. Dêem uma olhada por lá, como quem não quer nada, como quem está apenas navegando ao acaso, e vejam se não existe nenhuma anomalia que salta aos olhos.

Eu ajudo. Trago aqui as últimas sete enquetes realizadas. Atenção para os períodos de votação!

13/06/11 a 28/06/11 – Tráfico de drogas
07/06/11 a 10/06/11 – União homoafetiva
24/05/11 a 07/06/11 – Publicidade infantil
12/05/11 a 24/05/11 – Exame da OAB
06/05/11 a 12/05/11 – Código Florestal
26/04/11 a 06/05/11 – Plebiscito sobre desarmamento
12/04/11 a 26/04/11 – Biografias não autorizadas

Perceberam? Todas as enquetes têm duração de mais ou menos quinze dias. Há duas exceções: a enquete sobre o código florestam durou somente uma semana e – senhoras e senhores, pasmem! Temos um novo recorde! – a enquete sobre a “união homoafetiva” ficou no ar por apenas três dias!

Afinal de contas, que enquete é esta? Durante os três em que ela esteve aberta (de terça-feira até ontem), recebeu 19.238 votos. A pergunta era a seguinte: “Você concorda com o projeto (PDC 224/11) que susta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a união homoafetiva?”. Na quarta-feira, um amigo me informou sobre ela, dizendo que o “não” estava ganhando com uma larga vantagem: tinha então 2114 votos (81%).

O que é o PDC 224/11? É um projeto de decreto legislativo, da autoria do sr. deputado João Campos, que “[s]usta a aplicação da decisão do Supremo Tribunal Federal  proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, que reconhece a entidade familiar da união entre pessoas do mesmo sexo”. É um projeto simples, de um único artigo, que tenciona reverter a disparatada decisão do STF (do mês passado) de equiparar a dupla homossexual à união estável entre o homem e a mulher. Provavelmente motivada por esta discussão, a câmara dos deputados – a casa do povo! -, sempre solícita em saber a opinião do povo brasileiro, colocou no ar a enquete supracitada.

Recordando: na quarta-feira, o “não” – “não, eu não concordo com este projeto de decreto, e acho que a dupla homossexual tem direito aos mesmos benefícios da união estável sim” – estava ganhando com 81% dos votos. Segundo o Ancoradouro informou, esta enquete deveria ficar no ar até o dia 21 de junho. Ora, como é possível que hoje, 10 de junho, mais de dez dias antes do prazo dado inicialmente, a enquete já esteja fechada?

O “não” estava ganhando com 81% dos votos na quarta-feira. Encerrada às pressas, a enquete contou ao final com 19238 votos, dos quais 55% disseram-se favoráveis ao PDC 224/11 – sem dúvidas uma virada notável, entre a quarta e a quinta-feira. É claro que a Câmara não divulgou o motivo pelo qual antecipou tanto o fim desta enquete e, portanto, apenas especulamos… mas é difícil não pensar que esta tão clara mudança de ventos tenha desempenhado um papel determinante no encerramento precoce da enquete.

Pela aprovação do PDC 224/11 já! A vontade de onze ministros eleitos diretamente pelo Presidente da República não pode passar por cima da vontade da esmagadora maioria da população brasileira. Afinal, nós vivemos em um regime democrático, e é inadmissível que, em uma democracia, a vontade popular seja tão solenemente contrariada. O povo brasileiro é contra esta palhaçada que passa um verniz de legalidade nesta caricatura de família que é a dupla homossexual. Afinal de contas, o que é que vale? A vontade do povo, ou o lobby do Movimento Homossexual? Estamos sob uma democracia, ou sob uma ditadura gay?

Curtas: aborto, gayzismo

[As notícias não são tão novas, mas julgo importante registrá-las. É importante ficarmos atentos às contradições destes nossos dias. Hoje, eu não as vejo como alentos, como lufadas de ar fresco no meio da loucura moderna; vejo-as mais como cinismo, como tentativa hipócrita de se dizer algo e fazer o seu contrário. Vivemos tempos difíceis. Não podemos abaixar a guarda.]

Deputados são contra a descriminalização do aborto – 78 a favor, 267 contra:

Foto: G1

Segundo a notícia de G1, “[a] reportagem conseguiu contato com 446 dos 513 futuros deputados. Desses 446, 414 responderam ao questionário e 32 não quiseram responder. Outros 67, mesmo procurados por telefone ou por intermédio das assessorias durante semanas consecutivas, não deram resposta – positiva ou negativa – às solicitações”. E, infelizmente, “os deputados foram informados de que não teriam suas respostas individualizadas”. Onde está a transparência? Onde a prestação de contas? Eu quero saber o que cada deputado pensa sobre o assunto – é meu direito enquanto cidadão, não?

* * *

– Enquanto isso, para escândalo do povo de Deus, um artigo da Ivone Gebara que defende o aborto continua disponível no site da Pastoral da Mulher Marginalizada de BH! O blog “Contra o Aborto” já escreveu um excelente texto sobre o assunto, cuja leitura é recomendada, e do qual destaco:

Mas, passada a chatice gebariana, é para se perguntar novamente: o que um texto destes, que nada mais é que uma defesa do tal “direito ao aborto”, faz em uma página de uma pastoral católica? O que um lixo destes tem a ver com o catolicismo?

Um texto cuja única função é relativizar a religião, enxovalhar a hierarquia e a tradição, e tudo com o único objetivo é alçar o aborto a um direito. O que este troço faz no blog da PMM-BH?

E esta palhaçada vai continuar assim até quando? Quem é que responde por este antro do inferno? Dúvidas e protestos, encaminhar à Arquidiocese de Belo Horizonte, nos seguintes contatos:

Formulário online para email:
http://www.arquidiocesebh.org.br/site/contato.php

Telefones

Geral:
(31) 3269-3100

Recepção Mitra:
(31) 3269-3131

Chancelaria:
(31) 3269-3194

Não é a primeira vez que isso acontece no tal blog. Não dá para deixar por isso mesmo a vida inteira.

* * *

Marta Suplicy consegue as 27 assinaturas para tirar o PLC 122/2006 da gaveta. Sim, a Lei da Mordaça Gay. “Marta Suplicy já conseguiu o número mínimo necessário de assinaturas para desarquivar o projeto. Ela teria 30 dias, segundo o regimento da casa, mas conseguiu todas as assinaturas em apenas um dia. Na noite desta quinta-feira, 3, ela apresentou as assinaturas para a Mesa diretora e pediu seu desarquivamento”. Não sei dizer se já o foi.

Sim, a mesma Marta apoiada com entusiasmo pelo Gabriel Chalita. Algo de novo debaixo do sol? Será realmente possível que só o Chalita não tenha visto a que lamaçal este apoio dele o iria arrastar?