É necessário fazer coro à denúncia do Fratres in Unum sobre a “Missa Sertaneja” (ou seja lá que aberração for essa) que a Canção Nova promoveu (e transmitiu!) no último final de semana. A foto abaixo é a que saiu no Fratres, mas há outras no próprio Flickr da Canção Nova (entre as quais encontrar pessoas – fiéis e celebrantes – de chapéu no meio da Santa Missa (!) é o que há de menos chocante).
A coisa é tão aterradora que a gente fica pensando estar enganado; pensamos que uma coisa assim obviamente não pode ter acontecido na mesma Canção Nova que há não muito tempo organizou (embora não tenha transmitido – mas as fotos correram a internet) uma Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano. Mas infelizmente é verdade; o evento foi anunciado pela Canção Nova, foi transmitido pela TV e há fotos dele (aliás esta aqui é verdadeiramente aberrante) nos canais oficiais de divulgação da comunidade. Portanto, aconteceu: para opróbrio de Deus Nosso Senhor e vergonha da Igreja Católica nesta Terra de Santa Cruz, a maior emissora católica do Brasil realizou e divulgou uma depravação do Santo Sacrifício da Missa.
Eu já falei aqui por diversas vezes que sou um profundo entusiasta da tese “Save the Liturgy, Save the World”; estou honestamente convencido que a maneira mais rápida e eficaz de promover a recristianização da sociedade é cuidar com bastante zelo do santo serviço do Altar, das coisas que se referem diretamente ao culto que a Esposa de Cristo presta «em toda parte, do nascer ao pôr do sol» ao Seu Divino Esposo. E, em contrapartida, distorcer o Rito Romano a ponto de torná-lo praticamente irreconhecível sob um amontoado de elementos (para dizer o mínimo!) que lhe são estranhos é uma forma diabolicamente útil de corroer a Fé Católica nas almas e formar uma multidão de “fiéis” que, no final das contas, não fazem a menor idéia do que vão fazer na Missa aos domingos (isto considerando que eles continuem cumprindo o preceito da Missa Dominical).
Nunca é demais repetir que o Santo Sacrifício da Missa é, literalmente, um e o mesmo sacrifício com Aquele que foi um dia celebrado na Cruz do Calvário. Nunca é demais lembrar que, em cada Santa Missa que é celebrada em qualquer lugar do mundo, torna-se presente o mesmíssimo Sacrifício da Cruz que Nosso Senhor Jesus Cristo ofereceu um dia e para sempre para o perdão dos nossos pecados. Ora, se é importante (como de fato o é) para a nossa saúde espiritual entendermos estes acontecimentos da nossa Redenção, se conhecer os Santos Mistérios da nossa Religião é-nos crucial para melhor participarmos deles, o que justifica deturpar o Rito Romano aos limites do irreconhecível? Toda Santa Missa deve apontar para a Cruz de Cristo elevada sobre o Calvário! Não dá para entender o que se passa pela cabeça dos que querem fazer de cada celebração uma coisa completamente diferente de todas as demais, quando é exatamente o contrário e o grande milagre invisível por detrás das rubricas é que toda e qualquer missa é sempre e em todo lugar a Mesma! A Liturgia deve ajudar os homens a encontrar o que se encontra sob os seus signos, e não afastá-los ainda mais das realidades escondidas sob o véu sacramental. Podem ainda se dizer católicos os que não entendem estas coisas tão básicas? Ao contrário, agem como animais irracionais que são arrastados para lá ou para cá ao som de qualquer berrante que algum Anjo Decaído confunda com trombeta e resolva fazer soar.
Sobre Missa Crioula e outras aberrações transvestidas de “legítima inculturação”, deixo este texto do Salvem a Liturgia! publicado no ano passado, que é o desabafo de um gaúcho diante desta abominação, e do qual destaco:
O “rito crioulo” é artificial porque cria elementos não presentes em nenhum outro rito e completamente destoante até mesmo da espiritualidade católica tradicional. Não usa uma linguagem adequada para a liturgia também. De outra sorte, nem mesmo atende a um legítimo anseio do povo gaúcho: tradicional por tradicional (que é o que esse rito pretende ser), a forma extraordinária do rito romano é muito mais.
Além disso, ele não se pretende outro rito, mas uma variação do rito romano, ou um rito romano inculturado. Entretanto, o próprio Vaticano II – como bem recordava João Paulo II – só permitiu a inculturação litúrgica salvaguardada a unidade substancial do rito romano. Além disso, é preciso autorização de Roma. Esse rito crioulo, de romano não tem nada (nada mesmo!), e, se é um rito novo, só poderia ser “criado” a partir de desenvolvimento litúrgico (o que não se faz, ademais, de uma hora para outra; desenvolvimento supõe anos, décadas, séculos). Outrossim, só quem pode criar ou reformar ritos é o Papa.
Melhor faria a Canção Nova se divulgasse os legítimos tesouros da Igreja de Cristo da Qual ela se diz servidora. Ao contrário, espalhando esta espécie de lixo blasfemo a comunidade está é prestando um enorme favor a Satanás, que é o primeiro a odiar as coisas sagradas por meio das quais a ação santificadora de Deus se faz presente no mundo.