Muito interessante este texto que foi publicado no blog do Pe. Paulo Ricardo, do qual destaco a seguinte passagem:
Assim pensava São Francisco, o poverello de Assis. Ele passou toda a sua vida como um pobre entre os pobres, mas, quando falava de Jesus eucarístico, condenava o desprezo e o pouco caso com que muitos celebravam os santos mistérios. Em uma carta aos sacerdotes, Francisco pedia a eles que considerassem dentro de si “como são vis os cálices, os corporais e panos em que é sacrificado” muitas vezes nosso Senhor. E insistia: “Onde quer que o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo for conservado de modo inconveniente ou simplesmente deixado em alguma parte, que o tirem dali para colocá-lo e encerrá-lo num lugar ricamente ordenado” [Carta 2 aos clérigos].
Eis aí o verdadeiro franciscanismo, expresso com clareza – e sem ideologias – nas palavras do próprio São Francisco de Assis. Que diferença entre isto e o mau gosto que tantas vezes vemos nos dias de hoje! Distorcendo a memória do grande santo, muitas pessoas hoje acham que para Deus “qualquer coisa” está bom – ou, pior ainda, que para Deus quanto menos “ostentação” melhor…
Aquela «Carta 2 aos clérigos» termina com palavras ainda mais duras. Depois de dizer que o mesmo cuidado se deve ter com o SSmo. Nome do Senhor escrito, termina São Francisco:
E sabemos que temos que observar todas essas coisas acima de tudo, de acordo com os preceitos do Senhor e as constituições da santa mãe Igreja. E quem não fizer isso, saiba que deverá prestar contas no dia do juízo (cfr. Mt 12,36) diante de nosso Senhor Jesus Cristo.
Os sedizentes seguidores de S. Francisco deveriam meditar com atenção nestas palavras! Deveriam procurar conhecer o verdadeiro São Francisco de Assis, e não as versões deturpadas dele que hoje circulam por aí. Se forem negligentes em cuidar das coisas de Deus – diz S. Francisco – prestarão contas no Dia do Juízo. A seriedade dessas palavras é muito grande para ser ignorada. Os verdadeiros ensinamentos franciscanos sobre a Sagrada Liturgia são muito católicos para os deixarmos ocultos sob o desastre litúrgico dos nossos dias, levado diligentemente a cabo por muitos “devotos” de São Francisco…
Não existe nenhuma contradição entre a pobreza dos cristãos – mormente dos ministros de Deus – e a riqueza dos templos sagrados. Quem o afirma com todas as letras é o próprio Esposo da Pobreza. Querem seguir São Francisco de Assis? Sigam-no integralmente, sem fazer revisionismo da sua história e sem assumir atitudes tresloucadas que o santo jamais aprovaria! Ou por acaso os modernos pretendem entender mais da pobreza evangélica do que o próprio poverello d’Assisi?