O destempero e despreparo dos que defendem o “casamento gay”

O deputado Jean Wyllys voltou a subir nas tamancas para proferir ataques grosseiros à Igreja Católica e ao Papa Bento XVI. O último “piti” do excelentíssimo deputado ocorrera em janeiro deste ano, e nós tratamos então exaustivamente do assunto aqui no blog. Na última sexta-feira (14 de dezembro) o deputado iniciou nova saraivada de invectivas com esta postagem do Twitter, à qual seguiram-se outras com a sua já característica deselegância.

O Ecclesia Una fez a cobertura, e é dele que colho o seguinte printscreen com as delicadezas proferidas por um suposto representante do povo brasileiro (ainda facilmente acessíveis a partir de sua timeline, se a rolarmos um pouco para baixo):

jean-wyllys-xingando-no-twitter

A origem do ataque histérico foi esta matéria, que falava sobre a Mensagem Pontifícia do XLVI Dia Mundial da Paz (contra ela, aliás, o Jean Wyllys não foi o único a se levantar). Analisemo-la com um pouco mais de atenção (coisa que o excelentíssimo deputado se furtou de fazer).

Em sua mensagem, o Papa começa lembrando que o nosso tempo – marcado «por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra» – requer a busca «[d]o desenvolvimento de todo o homem e do homem todo». Falando especificamente sobre a Paz, Sua Santidade diz:

A paz é construção em termos racionais e morais da convivência, fundando-a sobre um alicerce cuja medida não é criada pelo homem, mas por Deus.

E, logo em seguida, repetindo e desenvolvendo a mesma idéia:

A negação daquilo que constitui a verdadeira natureza do ser humano, nas suas dimensões essenciais, na sua capacidade intrínseca de conhecer a verdade e o bem e, em última análise, o próprio Deus, põe em perigo a construção da paz. Sem a verdade sobre o homem, inscrita pelo Criador no seu coração, a liberdade e o amor depreciam-se, a justiça perde a base para o seu exercício.

Finalmente, o Papa chega ao ponto que provocou urticária no deputado:

Também a estrutura natural do matrimónio, como união entre um homem e uma mulher, deve ser reconhecida e promovida contra as tentativas de a tornar, juridicamente, equivalente a formas radicalmente diversas de união que, na realidade, a prejudicam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu carácter peculiar e a sua insubstituível função social.

O argumento do Papa é rigoroso: a paz é o exercício da convivência, e esta precisa estar alicerçada em critérios objetivos e válidos para todos. O que aliás é bastante óbvio: se a gente não entra em acordo sobre quais são os direitos e deveres do ser humano, é impossível arbitrar os conflitos surgidos e é impossível haver paz. Estes critérios – diz o Papa – são essencialmente aquilo que «constitui a verdadeira natureza do ser humano», e esta identifica-se com a antropologia cristã da qual a Igreja age há vinte séculos como porta-voz.

No mundo há os não-crentes e, por certo, há os que não reconhecem à Igreja de Cristo autoridade alguma para sentenciar a «verdadeira natureza do ser humano». Isto, no entanto, não invalida o argumento: trata-se na verdade de um tema caro ao Papa Bento XVI já há muitos anos. Segundo o então cardeal Joseph Ratzinger:

[A] tentativa, levada ao extremo, de considerar as coisas humanas menosprezando completamente Deus nos leva cada vez mais ao abismo, ao encerramento total do homem. Deveríamos, então, voltar ao axioma dos Ilustrados e dizer: mesmo quem não consiga encontrar o caminho da aceitação de Deus deveria buscar viver e dirigir sua vida “veluti si Deus daretur”, como se Deus existisse. Este é o conselho que dava Pascal a seus amigos não crentes; é o conselho que queríamos também dar a nossos amigos que não crêem. Deste modo, ninguém fica limitado em sua liberdade e nossa vida encontra um novo sustentáculo e um critério cuja necessidade é urgente.

É possível discordar do Papa, naturalmente. Mas é preciso fazê-lo no plano dos argumentos e dos fatos que ele coloca; ninguém diga que isto é uma alegação gratuita, porque não é. É a conclusão de um longo e  minucioso arrazoado (que pode ser visto no link acima) feito por um homem que, para além de quaisquer reservas teológicas contra o qual se tenha, é um intelectual de peso e renome. Evidentemente, não se pode discordar do Papa dando um chilique afetado e desfilando meia-dúzia de calúnias históricas que absolutamente nada têm a ver com o tema em pauta. Isto só mostra o destempero e despreparo dos que defendem o “casamento gay” e demais pontas de lança da revolução moral. E, mais uma vez, só demonstra que o Papa está com a razão.

P.S.: Quem quiser fazer uma reclamação oficial à Câmara dos Deputados contra esta (mais uma!) quebra de decoro do deputado Jean Wyllys, não hesite em usar o site da Câmara.

“É exatamente de mudanças na lei que estamos falando, certo?”

Ainda sobre as reações ao artigo do Guzzo sobre o estado do homossexualismo no Brasil (aqui de segunda mão), achei bastante interessante este texto do Carlos Orsi que se propõe a analisar o mesmo artigo da Veja que o Cardoso desastrosamente comentou outro dia. E o que é interessante aqui é um pequeno detalhe, lá no final do texto, que pode passar despercebido mas que encerra o cerne desta discussão (o negrito é meu):

Num determinado ponto do artigo há uma tentativa lamentável de tratar da questão da justificativa:

Mas a sua ligação [entre gays] não é um casamento – não gera filhos, nem uma família, nem laços de parentesco.

Que é uma outra falácia, esta clássica, a do petitio principii, que consiste em presumir o que se deseja demonstrar. O que o autor faz, nessa linha, é simplesmente definir as palavras “casamento”, “família” e “parentesco” de modo que elas signifiquem o que ele deseja — coisas predicadas necessariamente numa união heterossexual que gera filhos naturais.

Esta talvez seja a definição preferida do Vaticano, quem sabe até seja usada hoje na lei brasileira, mas, no primeiro caso, a coisa é irrelevante (Estado laico, lembra?); no segundo, bolas, é exatamente de mudanças na lei que estamos falando, certo?

Opa! Certo? Muito devagar com o andor nesta hora. Concordo que se precise falar de mudanças na lei; mas não me parece nada claro no discurso da militância homossexual que estejamos falando “exatamente” de uma mudança no conceito de “casamento” (muito menos nos de “família” e “parentesco” – mas fiquemos só com o primeiro por enquanto) dentro da sociedade brasileira. Aliás, muito pelo contrário até: as descabidas referências ao “casamento inter-racial” cuspidas ad nauseam pelos campeões da causa gay ou a bandeira do deputado Jean Wyllys pelos “mesmos direitos com os mesmos nomes”, por exemplo, parecem ir no sentido de apresentar a inexistência do “casamento gay” no Brasil como uma injustiça atroz exatamente porque a dupla de homossexuais (alegadamente) já se enquadraria naquilo que se entende por “casamento”.

Eu inclusive me arriscaria a dizer que esta é a única razão pela qual a causa consegue angariar a simpatia dos brasileiros mais levianos: por se apresentar como uma bandeira de injustiçados aos quais está sendo negado um direito que todos já têm (e – adendo elíptico – que eles, por conseguinte, deveriam possuir também), e não porque se está fazendo uma serena e desapaixonada discussão jurídica para substituir a instituição familiar no ordenamento jurídico brasileiro por um outro agrupamento social distinto daquela. A força de apelo da causa decorre justamente do fato das duplas homossexuais já se considerarem (e assim se apresentarem) como “família” e “casamento”, e jamais por não se encaixarem nos conceitos vigentes e desejarem criar outros novos.

Concordo que estamos falando em mudanças de conceitos. O que discordo é que este aspecto esteja presente no inflamado debate social que se está travando sobre o assunto. Ao contrário, ele me parece muito convenientemente escondido.

Se estivéssemos falando “exatamente de mudanças na lei”, por exemplo, o Supremo – que não tem competência de legislar e, portanto, não poderia jamais efetuar “mudanças na lei” – não poderia ter igualado a união estável constitucional à dupla gay. A argumentação dos senhores ministros, aliás, diz o contrário daquilo que o Orsi está querendo vender agora como se fosse óbvio: para a Suprema Corte, a Constituição Brasileira já recepciona perfeitamente as duplas homossexuais como se famílias fossem, sem que seja necessário fazer “redefinição” alguma. Citando ao acaso uma das muitas barbaridades que se disse então, o voto do Ministro Marco Aurélio: «Com base nesses fundamentos, concluo que é obrigação constitucional do Estado reconhecer a condição familiar e atribuir efeitos jurídicos às uniões homoafetivas». Ora, se as reivindicações das duplas sodomitas demandassem mudança constitucional (repitamos, como eu e todo o mundo que tem bom senso defende, contra os onze lunáticos do STF), estaria equivocado o entendimento da Suprema Corte sobre esta “obrigação constitucional do Estado” (sic!) de tratar as duplas gays exatamente como trata as famílias. Ao contrário, se existe de fato esta obrigação, então não é necessário mudança de conceito legal alguma. E terceira alternativa não há.

Ainda: se estivéssemos falando “exatamente de mudanças na lei”, as comparações com as leis anti-miscigenação americanas seriam gritantemente descabidas, pela simples e evidente razão de que não foi jamais necessário redefinir “casamento” para que negros pudessem se casar com brancos – coisa que, segundo o sr. Orsi, precisa ser feita aqui para que “casamento” englobe também as relações entre pessoas do mesmo sexo.

Em uma palavra: a aceitação legal do “casamento gay” implica em profundas e radicais mudanças na forma como o Estado e a sociedade entendem “casamento” e “família”, mudanças estas sem absolutamente nenhum paralelo conhecido. Deseja-se, como já dizíamos há muito tempo, inventar e impôr um inaudito conceito de “família” que é diferente daquele que as civilizações sempre adotaram e que (ao contrário da retórica que sói empregar-se) não guarda semelhança alguma com questões arianas ou de Apartheid, aliás muito pelo contrário: enquanto estas consistiam basicamente em proibições sobre coisas que sempre houve (posteriormente revogadas, sem que fosse necessário modificar os conceitos fundamentais do Estado de “família”, “casamento” e “parentesco”), a disputa atual pelo “casamento gay” exige o reconhecimento positivo de uma coisa que nunca existiu, o que implica em uma mudança gigantesca nos elementos basilares constituintes da sociedade.

Portanto, os inovadores aqui são os promotores do “casamento gay”. Estão reivindicando não o restabelecimento de um direito injustamente subtraído, mas uma revolução em conceitos-chave da organização social – cuja necessidade não se pode pretender evidente à mera força de analogias forçadas com as instituições já existentes. Semelhante pretensão exigiria uma apologia positiva serena e racional, e não pode ser empurrada goela abaixo da sociedade sob gritos de “e por que não?”, “preconceituoso!”, “homofobia!” e tutti quanti. Mas os revolucionários optam sempre por este segundo meio; e isto, por si só, já testemunha eloqüentemente em seu desfavor.

O bom senso entregue às feras

Divulgo o (sempre oportuno) texto de hoje do Carlos Ramalhete na Gazeta do Povo, chamado “Perversão da adoção”. O articulista tece comentários sobre a recente decisão do STJ de permitir que uma dupla de homens adotasse uma criança.

Uma certidão de nascimento em que constem os nomes do pai e mãe adotivos é uma mentira piedosa, que serve para evitar constrangimentos.

Por outro lado, por mais que haja quem tente “desconstruir a família tradicional”, continua sendo biologicamente impossível ser filho de 20 freiras ou dois barbados. Uma certidão em que constem dois “pais” e nenhuma mãe – ou 20 “mães” e nenhum pai – é um absurdo patente, um abuso de autoridade por parte do Estado.

Subscrevo os argumentos do Ramalhete, que vêm ao encontro de tantas coisas que eu já falei aqui e alhures sobre o assunto. Se é verdade que sempre houve crianças que foram criadas por orfanatos, por tias solteironas, por trupes de circo ou por duplas gays, não é menos verdade que jamais passou pela cabeça de ninguém igualar estas estruturas de facto à família de jure. Se sempre houve (dolorosas) exceções, nunca deixou de haver a consciência de que a família é o locus naturalis onde são geradas e [portanto, devem ser] educadas as crianças. As exceções são simplesmente exceções, sem dúvidas necessárias por vezes, mas ainda assim intrinsecamente deficientes em relação àquilo que sempre se percebeu como um direito da criança: uma família.

Quando o nosso Poder Judiciário resolve, via canetada, eliminar artificialmente a distinção natural entre a família e a estrutura de fato que (excepcionalmente) assume o encargo de educar uma criança abandonada, perde-se o referencial e se esquece por qual motivo, afinal de contas, existe uma proteção especial dos poderes públicos à instituição familiar. A inalienável vocação desta de gerar e educar filhos para Deus e cidadãos para o Estado fica assim obnubilada pelas quimeras ideológicas da vez. Trocar esta organização natural da sociedade por uma estrutura pseudofamiliar modista (evidentemente incapaz de assumir os encargos daquela) é entregar o bom senso às feras.

Uma certidão de nascimento – assim como uma de óbito – sempre foi o reconhecimento público de um fato: aquela criança nasceu de fulano e de sicrana. Sempre se tratou de uma declaração (ou seja, de algo que reconhece uma realidade pré-existente), e não de um decreto (que cria ex nunc um ente de razão e o dota artificialmente de alguns direitos e deveres). Destarte, uma certidão de nascimento onde conste o nome de “dois pais” (ou de “duas irmãs”, ou de todos os integrantes de uma trupe de circo, etc.) é uma aberração jurídica, é um escárnio à realidade e uma traição social. Sacrificar esta natural visão de mundo em favor de uma fantasia utópica pode ser uma maneira eficaz de bajular um determinado grupo social ou de angariar algumas simpatias irresponsáveis; mas sem dúvidas não atende aos interesses objetivos da sociedade e nem contribui para que nos tornemos mais civilizados. Ao contrário até: quando os caprichos de particulares são preferidos à ordem natural da sociedade, nós estamos dando as costas à civilização e caminhando – e, pior ainda, cada vez mais imperceptivelmente – em direção à barbárie.

P.S.: Peço a todos que não deixem de escrever emails para o jornal – via leitor@gazetadopovo.com.br – elogiando o artigo do Carlos, que certamente vai despertar a ira dos militantes gays de plantão. Este feedback é muito importante para que a Gazeta do Povo possa avaliar corretamente este espaço do jornal concedido ao pensamento conservador, sem as distorções provocadas pela patrulha cibernética revolucionária.

Rede de fast-food se diz abertamente contra o casamento gay: as repercussões deste “crime”

Ainda esta semana eu informei aqui que diversas empresas mundo afora haviam deixado de contribuir com a Planned Parenthood por conta do boicote de cidadãos pró-vida. Isto, como eu disse, é uma notícia muito boa, uma vez que é perfeitamente legítimo que as escolhas dos cidadãos a respeito dos produtos que eles vão comprar ou deixar de comprar levem em consideração (entre outras coisas) também o que aquela empresa vai fazer com os seus recursos financeiros. Claro que cada um gasta o seu dinheiro com o que quiser, mas isto vale tanto para as empresas que contribuem para o aborto quanto para os consumidores que sustentam aquelas empresas.

[A propósito, sobre o mesmo assunto, a Boycott List é, como eu falei, protegida por direitos autorais – o que significa que só é possível ter acesso a ela diretamente com a LDI e mediante uma doação. Isto pode não parecer a forma mais eficaz do mundo de mobilizar consumidores para um boicote de proporções suficientes para que seja economicamente relevante como instrumento de pressão política; no entanto, a própria LDI expõe aqui as razões desta sua política, e elas são pelo menos razoáveis. Uma das minhas preocupações com estas listas (há uma aqui) sempre foi a fidedignidade dos dados contidos nelas. Quem as mantém? Quem as atualiza? Como eu confirmo que as informações lá são verdadeiras? A julgar pela forma como a LDI trata o seu trabalho, ela também leva bastante a sério estas questões, o que é bom para todo mundo. É melhor fazer assim do que perder a credibilidade com a divulgação de dados não-confiáveis.]

Curiosamente, uma coisa bem parecida está acontecendo neste momento nos Estados Unidos. A rede de restaurantes fast-food Chick-fil-A está no meio de uma terrível polêmica com ativistas gays porque um CEO da companhia fez algumas declarações contrárias ao casamento homossexual. Em português, saiu na Folha de São Paulo.

Houve conservadores que rapidamente se mobilizaram contra o boicote. P.ex., vi no Facebook hoje pela manhã uma figura do Willy Wonka dizendo algo como “então você vai deixar de comer na Chick-Fil-A porque o dono dela é contra o casamento gay? Conte-me como você está deixando de comprar gasolina no posto tal que vende gasolina para que queimem homossexuais” [p.s.: na verdade não é bem isso]. Aqui é preciso distinguir com cuidado as coisas.

O simples boicote (entendendo por isso o pacífico não-consumo de produtos da empresa, unido talvez à (também pacífica) contrapropaganda para que se deixe de comprar nela) não pode ser condenado. Primeiro porque, ao que parece, não foi simplesmente o CEO da Chick-Fil-A dizendo que “era contra” o homossexualismo; a empresa doou dinheiro para campanhas contrárias à legalização do casamento gay – o que (não podemos esquecer de dizer) é uma coisa legítima e aliás muito boa: se eu soubesse de um restaurante assim em Recife, faria questão de comer lá sempre que possível.

Segundo que a comparação do Willy Wonka é descabida: não existe (que eu saiba) nenhuma rede de postos de combustível que direciona institucionalmente uma quota da sua gasolina para queimar homossexuais ou quem quer que seja (e, se existisse, um boicote a semelhante empresa seria perfeitamente justificável): entre uma política institucional e um uso indevido de um produto pelo consumidor após ele ter deixado a empresa vai uma diferença tão grande que beira a desonestidade intelectual. Terceiro: é perfeitamente razoável que os militantes gays queiram deixar de comer numa rede de restaurantes que milita contra a ideologia gay: cabe aos que apoiam a política da empresa suprir, por meio do consumo e da propaganda positiva, a lacuna deixada pelos consumidores descontentes com o emprego que a Chick-Fil-A faz dos seus lucros. Isto é natural, e o que não faz o menor sentido é pretender obrigar os militantes gays a continuarem freqüentando uma rede de restaurantes que é abertamente contra o gay-way-of-life.

Claro que há exageros (vejam este link, que inclusive cita uma carta do prefeito de Boston à Chick-Fil-A dizendo que não havia lugar para a loja em sua cidade), mas é preciso tomar cuidado para não cairmos no exagero oposto. A coerência é uma virtude necessária. É sem dúvidas um absurdo pretender que a empresa americana não tenha o direito de ser contra o casamento gay, mas é também um absurdo condenar em bloco os gays que simplesmente organizem um boicote ordeiro à empresa. Dizer diferente disso, além de não fazer sentido, é pôr em dúvida o nosso próprio direito de boicotar empresas que contribuem com a Revolução.

Manipulando discursos pontifícios: Bento XVI e o “casamento gay”

Agora a coisa ficou mais feia para os militantes gayzistas que, na esteira do deputado Jean Wyllys, passaram a última semana lançando diatribes contra o Papa Bento XVI por conta da sua posição sobre o “casamento gay”. O The Guardian afirmou (original aqui) uma coisa que já era evidente para quem quer que houvesse tido a preocupação (evidentemente negligenciada por deputados histéricos do PSOL) de ler na íntegra o discurso de Sua Santidade: na verdade, «a agência Reuters atribuiu ao Papa Bento XVI uma frase sobre o “matrimônio homossexual” que ele nunca pronunciou e o converteu em alvo de furiosos ataques sem motivo em todo mundo».

Entendamos bem. Não é que a frase divulgada seja contrária à Doutrina Católica ou ao pensamento do Papa Bento XVI; como qualquer pessoa que não seja nem um alienado e nem um farsante empenhado em distorcer o ensino da Igreja sabe, a moral católica considera os atos homossexuais intrinsecamente desordenados – de tal sorte que não podem em nenhuma hipótese ser aprovados (e nem muito menos receber a proteção civil que desejam os que advogam a favor do reconhecimento legal do “casamento gay”). O problema é o dado factual: como eu já tinha dito aqui, a frase divulgada – verbis, “Casamento gay ameaça a humanidade, diz o papa”– simplesmente não fora pronunciada por Bento XVI no discurso citado.

Podem objetar que a frase alardeada está nas entrelinhas. Sim, está, como é óbvio; afinal, afirmar que «as políticas que atentam contra a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade» é o mesmo que afirmar que o “casamento gay” ameaça o futuro da humanidade, principalmente quando se disse duas linhas atrás que a “família” da qual se está falando é «fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher». No entanto, há alguns evidentes problemas na forma como a notícia foi divulgada:

Primeiro, a crua falsidade da declaração. A sentença “Casamento gay ameaça a humanidade, diz o Papa” é simplesmente mentirosa. E, se o Papa não falou especificamente sobre o “casamento gay”, é uma mentira escandalosa dizer – como fez Reuters e foi universalmente reproduzido – que estas «[f]oram as declarações mais fortes já proferidas pelo pontífice contra o casamento homossexual». Ora, se a frase divulgada não foi sequer pronunciada, como estas podem ter sido “as declarações mais fortes já proferidas pelo pontífice” contra o “casamento homossexual”?

Segundo, o reducionismo criminoso. O “casamento gay” não é a única política que atenta contra a família. Também atentam contra a família, p.ex., o aborto e o divórcio; e, portanto, manchetes como “divórcio ameaça a humanidade, diz o Papa” ou “aborto ameaça a humanidade, diz o Papa” seriam perfeitamente equivalentes à que foi divulgada. Este reducionismo, na prática, falsifica o discurso do Papa porque faz com que a mensagem chegue aos leitores de uma maneira totalmente diferente daquela como foi proferida. Cansei de ler comentários dizendo que o Papa devia ter falado era contra o divórcio, que – este sim – ameaçava a família. Pois é, acontece que o Papa – neste mesmíssimo discurso – falou sim contra o divórcio tanto quanto falou contra o “casamento gay”. Apenas os meios de comunicação impediram a mensagem do Papa de chegar íntegra aos leitores do Brasil.

Terceiro, a injustificável (e nonsense) seletividade da ênfase empregada na veiculação da notícia. O discurso do Papa falou sobre a crise econômica e financeira mundial, sobre as tensões no Oriente Médio, sobre a educação dos jovens (e, neste contexto, a afirmação sobre as famílias), sobre o aborto, sobre as instituições educativas, sobre a liberdade religiosa, sobre a crise ecológica; ora, dar a entender que este discurso tão amplo e rico foi um pronunciamento contra o “casamento gay” é uma empulhação jornalística, é o contrário mesmo de passar a informação correta sobre o que aconteceu. Eu aprendi a resumir textos no primário. Tenho certeza absoluta de que receberia um rotundo zero o aluno que ousasse apresentar um resumo do discurso do Papa desta forma que Reuters apresentou; por qual motivo deveríamos desculpar em uma agência internacional de notícias aquilo que, sem dúvidas, os professores primários não tolerariam em seus alunos da terceira série?

No fim, a forma como o discurso do Papa foi veiculado influenciou, sim, e muito, as reações violentas que apareceram mundo afora. Se por irresponsabilidade, incompetência ou má fé dos responsáveis pela agência de notícias Reuters, eu não sei dizer; mas o fato é que este tipo de jornalismo é sem dúvidas uma ameaça ao presente da humanidade. Que cada profissional se empenhe em fazer bem o seu trabalho. Os tempos que nós atravessamos já possuem confusão demais.

Comentário ao texto do Jean Wyllys publicado na Carta Capital

O Jean Wyllys escreveu um texto na Carta Capital sobre Bento XVI e as ameaças contra a humanidade. Publiquei lá o seguinte comentário (que, por não saber se estava dentro dos limites da caixa de comentários ou se vai ser aprovado, reproduzo aqui):

Sinceramente, é muita besteira em um texto só.

Em primeiro lugar, o Papa tem total direito de expôr a Doutrina Católica a respeito do amancebamento homossexual com reconhecimento estatal (doravante AHRE!). Se o excelentíssimo senhor deputado pode defender a posição dele favorável ao AHRE!, por qual motivo seria vetado à Igreja manifestar a posição contrária d’Ela?

Em segundo lugar, se o senhor deputado tivesse lido o discurso do Papa, veria que a declaração foi feita no contexto da importância de se preservarem os locais propícios para a educação dos futuros cidadãos – de modo primordialíssimo a Família, com o termo tomado no seu sentido próprio de união duradoura entre um homem e uma mulher com vistas à geração e educação da prole – e que sequer mencionou o AHRE!. Portanto, falando sobre a educação da juventude, o Papa obviamente está considerando as outras ameaças citadas (guerras, fome, miséria, etc. – aliás, o Papa as cita explicitamente no texto que o deputado critica obviamente sem ler).

Em terceiro lugar, o “Casamento Civil” é uma figura jurídica derivada racionalmente da Moral Natural e, cultural e historicamente, do Matrimônio Cristão que sempre foi implementado neste país de raízes cristãs. O AHRE! é que é a novidade revolucionária nesta história toda, a qual tem o ônus de provar que merece a proteção que o Estado reserva àquela instituição que é e sempre foi sua célula-mater.

Em quarto lugar, não tem ninguém preocupado com o “amor” dos homossexuais, e sim com a atribuição arbitrária de direitos civis próprios da entidade familiar (e não da pessoa humana considerara isoladamente) a uniões que, nos dizeres da Igreja, “não desempenham, nem mesmo em sentido analógico remoto, as funções pelas quais o matrimónio e a família merecem um reconhecimento específico e qualificado” (cf. CDF, “Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais”).

Em quinto lugar, são simplesmente falsas e caluniosas as insinuações de que a Igreja teria sido contrária ao casamento entre brancos e negros, ou comungue de alguma maneira com as proibições nazistas ao casamento entre judeus e arianos (aliás, os campos de concentração foram pródigos de católicos: vide São Maximiliano Kolbe, Santa Edith Stein, etc.), entre outros vitupérios gratuitos presentes no texto.

Em sexto lugar, o exercício adivinhatório do senhor deputado sobre o AHRE! (verbis, “[c]hegará o dia no qual uma criança irá à biblioteca da escola”, etc.) é perfeitamente válido porque é legítima a liberdade de expressão de qualquer besteira (até mesmo de vaticínios BBBêicos), mas as pessoas normais podem perfeitamente se reservar o direito de não aceitarem a futurologia do senhor deputado como argumento para calar a discussão sobre o assunto.

Por fim, em sétimo lugar, toda a cortina de fumaça levantada pelo senhor deputado serve apenas para desviar o foco do “piti” que ele deu em seu Twitter, quando ofendeu publicamente um chefe de Estado e líder espiritual da maioria dos brasileiros ao chamá-lo (verbis) de “genocida em potencial” e insinuar coisas ainda piores (como ser filo-nazista ou acobertar pedófilos).

P.S.: as manifestações contra o deputado se multiplicam. Veja-se, p.ex., esta página do Facebook; este Abaixo-Assinado; ou este texto do Cadú. Permanece mais do que nunca necessário que as pessoas expressem o seu repúdio às declarações preconceituosas do deputado Jean Wyllys. Não deixem de clicar aqui para enviar uma mensagem à Câmara dos Deputados, é simples e rápido. Pelo fim da hipocrisia da militância gayzista.

Mais sobre o Jean Wyllys e sua agressão gratuita ao Papa Bento XVI: PROTESTE!

Bem rapidamente, gostaria de recomendar com alegria este texto sobre as absurdas declarações do deputado Jean Wyllys. Vale uma leitura completa. Eu só destaco:

A história e os fatos demonstram que o senhor Jean Wyllys e os demais gays e lésbicas do Brasil devem dar graças a Deus por terem nascido em um país com bases cristãs. Isso que ele chama de “Ocidente” foi criado pela Igreja Católica. Se o deputado tivesse nascido em um país muçulmano ou governado por comunistas, não teria a liberdade de dizer essas asneiras.

Agradeçam ao Papa por terem o direito de espezinhá-lo despreocupadamente, seus ingratos.

Durante o dia de ontem houve algumas manifestações na página do Facebook do deputado; e foram todas apagadas. Não cheguei a tirar printscreen de nenhuma. No entanto, é muito importante protestar energicamente no site da Câmara contra a atitude do deputado do PSOL, que esta semana caluniou publicamente um Chefe de Estado chamando-o (entre outras insinuações) de “genocida em potencial”. Não deixem de enviar uma mensagem, não custa nada: nem que seja somente para que percebam que somos muitos. Para que percebam que nos importamos. Para que percebam que não estamos dispostos a engolir de graça os seus desaforos hipócritas.

Sim, o casamento gay é nocivo ao progresso da sociedade humana. São as próprias atitudes dos homossexuais que o demonstram

O Papa não disse nenhuma novidade anteontem ao se “pronunciar contra o casamento gay”. Eu já disse e repeti aqui diversas vezes que a Igreja já emitiu estas mesmíssimas opiniões naquelas Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais de 2003 – quando o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé era ainda o então Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI gloriosamente reinante. E, neste documento, é-nos possível encontrar muito claramente a posição da Igreja Católica (por conta da qual os hipócritas rasgam as vestes hoje, como se o Papa estivesse falando alguma coisa inesperada e inaudita). Por exemplo, no seu número 8:

As uniões homossexuais não desempenham, nem mesmo em sentido analógico remoto, as funções pelas quais o matrimónio e a família merecem um reconhecimento específico e qualificado. Há, pelo contrário, razões válidas para afirmar que tais uniões são nocivas a um recto progresso da sociedade humana, sobretudo se aumentasse a sua efectiva incidência sobre o tecido social.

No entanto, as manchetes dos jornais dos últimos dias noticiavam com estardalhaço: o Papa dissera que o casamento gay ameaça a humanidade! Rapidamente todos os defensores das idéias modernas (aquelas pessoas para as quais, na feliz comparação que vi no Facebook dia desses, ter “uma mente aberta” significa concordar completamente com tudo o que elas dizem) começaram a protestar. Com celeridade se revelou (pela n-ésima vez) a incrível e hipócrita intolerância dos que exigem que sejamos todos tolerantes. Por exemplo, o conhecido deputado Jean Wyllys cuspiu no seu Twitter as seguintes pérolas de caridade fraterna e de respeito à diversidade:

É com esta lista enorme de gentilezas que os inimigos da civilização tratam os que discordam de suas idéias doentias. Questionar se os que matam homossexuais não são os seus próprios (ex-)parceiros homossexuais é um absurdo homofóbico inadmissível em uma sociedade civilizada; chamar abertamente o líder da Igreja Católica de simpático ao nazismo e acobertador de pedófilos é legítimo exercício do direito à liberdade de expressão. Quando a gente fala que pedofilia e homossexualismo andam de mãos dadas, somos uns ignorantes desonestos espalhando mentiras pela internet; quando eles associam aberta e gratuitamente a pedofilia aos “membros da Igreja”, não estão de maneira alguma fazendo um discurso de ódio – e sim divergindo civilizadamente de pessoas que eles sem dúvidas tratam da mesma maneira que exigem ser tratados. A hipocrisia dessa gente é assustadora.

Mas voltemos ao discurso de Sua Santidade ao Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé. O ponto que gerou polêmica foi este aqui:

A educação é um tema crucial para todas as gerações, pois depende dela tanto o desenvolvimento saudável de cada pessoa como o futuro da sociedade inteira. Por isso mesmo, aquela constitui uma tarefa de primária grandeza num tempo difícil e delicado. Para além de um objectivo claro, como é o de levar os jovens a um pleno conhecimento da realidade e, consequentemente, da verdade, a educação tem necessidade de lugares. Dentre estes, conta-se em primeiro lugar a família, fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher; não se trata duma simples convenção social, mas antes da célula fundamental de toda a sociedade. Por conseguinte, as políticas que atentam contra a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade. O quadro familiar é fundamental no percurso educativo e para o próprio desenvolvimento dos indivíduos e dos Estados; consequentemente, são necessárias políticas que o valorizem e colaborem para a sua coesão social e diálogo.

Nada de novo sob o sol, Bento XVI não disse esta semana nada que já não estivesse dito no documento de 2003. O Papa é contra o “casamento” gay? É claro que é, ora bolas, e daí? Todo mundo é porventura obrigado a rezar pela cartilha gay? Estes intolerantes gayzistas fanáticos não são capazes de conviver civilizadamente com os que discordam de suas opiniões disparatadas? Por acaso as depravações do estilo-de-vida homossexual precisam ser aplaudidas por todo mundo, de tal modo que não haja espaço para uma única voz dissoante? Poucas vezes o “acuse-os do que você é e xingue-os do que você faz” foi empregado com tanta clareza e tanto cinismo quanto nas atitudes do Movimento Homossexual! Se restava ainda alguma dúvida de que a promoção do Gayzismo era danosa à sociedade, esta virulência intolerante e anti-civilizada da militância gay demonstra de forma cabal os perigos de se conferir direitos ao vício e privilégios ao comportamento contrário à natureza.

Abaixo-assinado dos bispos contra o PNDH-3

[Recebi por email de duas fontes distintas. Não tem (ainda) nem no Google, mas o sacerdote meu amigo que mo enviou garantiu a autenticidade.

Reitero a minha positiva surpresa com a tomada de posição pública (finalmente, graças a Deus!) dos bispos católicos desta Terra de Santa Cruz. Já estava mais do que na hora. Deus seja louvado. São 67 os sucessores dos Apóstolos que subscreveram o texto abaixo. Que a Virgem Santíssima os possa recompensar.

No entanto, eu tenho uma dúvida: segundo a Wikipedia (que cita o “Diretório da liturgia e da organização da Igreja no Brasil” da CNBB), há 272 circunscrições eclesiásticas no Brasil. Contando os bispos auxiliares e eméritos ainda vivos, deve haver uns 400 bispos no “maior” país católico do mundo. Onde está o resto das assinaturas?

Sugiro que enviemos este abaixo-assinado aos nossos bispos diocesanos, para que eles tenham também a oportunidade de se manifestar publicamente e engrossar as fileiras dos que não traíram o seu dever.]

Pronunciamento acerca do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos

Nós abaixo-assinados, impelidos por nosso dever pastoral como Bispos católicos, provenientes de várias regiões do País, reunidos em um encontro de atualização pastoral – prosseguindo a tradição profética da Igreja Católica no Brasil que, nos momentos mais significativos da história de nosso País, sempre se manifestou em favor da democracia, dos legítimos direitos humanos e do bem comum da sociedade, em continuidade com a Declaração da CNBB do dia 15 de Janeiro de 2010 e com a Nota da Comissão Episcopal de Pastoral para a Vida e a Família e em consonância com os pareceres emitidos por diversos segmentos da sociedade brasileira feridos pelo III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), assinado pelo Preside nte da República no dia 21 de dezembro de 2009 – nos vemos no dever de manifestar publicamente nossa rejeição a determinados pontos deste Programa.

Diz a referida Declaração: “A CNBB reafirma sua posição muitas vezes manifestada em defesa da vida e da família e contrária à discriminalização do aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homo-afetivos. Rejeita, também, a criação de mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União, pois considera que tal medida intolerante, pretende ignorar nossas raízes históricas”.

Não podemos aceitar que o legítimo direito humano, já reconhecido na Declaração de 1948, de liberdade religiosa em todos os níveis, inclusive o público, possa ser cerceado pela imposição ideológica que pretende reduzir a manifestação religiosa a um âmbito exclusivamente privado. Os símbolos religiosos expressam a alma do povo brasileiro e são manifestação das raízes históricas cristãs que ninguém tem o direito de cancelar.

Há propostas que banalizam a vida, descaracterizam a instituição familiar do matrimônio, cerceiam a liberdade de expressão na imprensa, reduzem as garantias jurídicas da propriedade privada, limitam o exercício do poder judiciário, como ainda correm o perigo de reacender conflitos sociais já pacificados com a lei da anistia. Estas propostas constituem, portanto, ameaça à própria paz social.

Fazemos nossas as palavras do Cardeal Dom Geraldo Majela Agnelo, Primaz do Brasil, referidas à proposta de discriminalização do aborto, mas extensivas aos demais aspectos negativos do programa. O PNHD 3 “pretende fazer passar como direito universal a vontade de uma minoria, já que a maioria da população brasileira manifestou explicitamente sua vontade contrária. Fazer aprovar por decreto o que já foi rechaçado repetidas vezes por órgãos legítimos traz à tona métodos autoritários, dos quais com muito sacrifício nos libertamos ao restabelecer a democracia no Brasil na década de 80”.

“Firmes na esperança, pacientes na tribulação, constantes na oração” (Rm 12, 12), confiamos a Deus, Senhor supremo da Vida e da História, os rumos de nossa Pátria brasileira.

Rio de Janeiro, 28 de Janeiro de 2010.

+ Alano Maria Pena, Arcebispo de Niteroi, RJ

+ Francisco de Assis Dantas de Lucena, Bispo de Guarabira

+ Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica S. João Maria Vianney, Campos, RJ

+ Benedito Gonçalves Santos, Bispo de Presidente Prudente, SP

+ Joaquim Carreira, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP

+ Juarez Silva, Bispo de Oeiras, PI

+ Manoel Pestana Filho, Bispo emérito de Anápolis, GO

+ José Moreira da Silva, Bispo de Januária, MG

+ Tarcísio Nascentes dos Santos, Bispo de Divinópolis, MG

+ Guiliano Frigenni, Bispo de Parintins, AM

+ Paulo Francisco Machado, Bispo de Uberlândia

+ Gilberto Pastana de Oliveira, Bispo de Imperatriz, MA

+ Philipe Dickmans, Bispo de Miracema, TO

+ Edney Gouvêa Mattoso, Bispo eleito de Nova Friburgo, RJ

+ Carlos Alberto dos Santos, Bispo de Teixeira de Freitas – Caravelas, BA

+ Walter Michael Ebejer, Bispo emérito de União da Vitória, PR

+ José Antônio Peruzzo, Bispo de Palmas – Francisco Beltrão, PR

+ Franco Cuter, Bispo de Grajaú, MA

+ Karl Josef Romer, Secretário emérito do Pontifício Conselho para a Família

+ Roberto Lopes, Abade do Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro, RJ

+ Orani João Tempesta OCist., Arcebispo do Rio de Janeiro, RJ

+ Eugenio de Araujo Card. Sales, Arcebispo emérito do Rio de Janeiro, RJ

+ João Carlos Petrini, Bispo Auxiliar de São Salvador da Bahia

+ Luciano Bergamin, Bispo de Nova Iguaçu, RJ

+ Antônio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, RJ

+ Wilson Tadeu Jönck, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro

+ Pedro Brito Guimarães, Bispo de São Raimundo Nonato, PI

+ Fernando Guimarães, Bispo de Garanhuns, PE

+ Salvador Paruzzo, Bispo de Ourinhos, SP

+ José Moureira de Mello, Bispo de Itapeva, SP

+ José Francisco Rezende Dias, Bispo de Duque de Caxias, RJ

+ Laurindo Guizzardi, Bispo de Foz do Iguaçu, PR

+ Gornônio Alves da Encarnação Neto, Bispo de Itapetininga, SP

+ Carmo João Rhoden, Bispo de Taubaté, SP

+ Ceslau Stanula, Bispo de Itabuna, BA

+ João Bosco de Sousa, Bispo de União da Vitória, PR]

+ Osvino José Both, Arcebispo Militar do Brasil, BSB

+ Capistrano Francisco Heim, Bispo Prelado de Itaituba, PA

+ Aldo di Cillo Pagotto, Arcebispo da Paraíba, PB

+ Gil Antonio Moreira, Arcebispo de Juiz de Fora, MG

+ Moacir Silva, Bispo de São José dos Campos, SP

+ Diamantino Prata de Carvalho, Bispo de Campanha, MG

+ Caetano Ferrari, Bispo de Bauru, SP

+ Aléssio Saccardo, Bispo de Ponta de Pedras, PA

+ Heitor de Araújo Sales, Arcebispo emérito de Natal, RN

+ Matias Patrício de Macêdo, Arcebispo de Natal, RN

+ Geraldo Dantas de Andrade, Bispo auxiliar de São Luis do Maranhão, MA

+ Bonifácio Piccinini, Arcebispo emérito de Cuiabá, MT

+ Tarcísio Scamarussa, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP

+ Celso José Pinto da Silva, Arcebispo emérito de Teresina, PI

+ José Palmeira Lessa, Arcebispo de Aracaju, SE

+ Antônio Carlos Altieri, Bispo de Caraguatatuba, SP

+ Aloisio Hilário de Pinho, Bispo emérito de Jataí, GO

+ Guilherme Porto, Bispo de Sete Lagoas, MG

+ Adalberto Paulo da Silva, Bispo Auxiliar emérito de Fortaleza, CE

+ Bruno Pedron, Bispo de Ji-Paraná, RO

+ Fernando Mason, Bispo de Piracicaba, SP

+ João Mamede Filho, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP

+ José Maria Pires, Arcebispo emérito de Paraíba, PB

+ Alfredo Schaffler, Bispo de Parnaíba, PI

+ João Messi, Bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda, RJ

+  Friederich Heimler, Bispo de Cruz Alta, RS

+ Osvaldo Giuntini, Bispo de Marília, SP

+ Assis Lopes, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ

+ Edson de Castro Homem, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ

+Alessandro Ruffinoni, Bispo auxiliar de Porto Alegre, RS

+ Leonardo Menezes da Silva, Bispo auxiliar de Salvador, BA

Exterminando o futuro da Califórnia

O Governo Estadual da Califórnia – a despeito do povo ter votado a favor da Emenda à Constituição Estadual que afirmava que “[s]omente o casamento entre um homem e uma mulher é válido ou reconhecido na Califórnia” – está abertamente empenhado na destruição do Matrimônio natural, dando franco apoio aos pretensos “direitos” das duplas homossexuais de serem igualadas à legítima união entre um homem e uma mulher para a formação de uma família. As informações são de LifeSiteNews.com.

O Governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, chegou ao cúmulo de dizer que uma das razões da vitória da Proposição 8 foi porque os seus opositores não tinham tanto dinheiro quanto os seus defensores – o que, além de desviar o foco do problema de um princípio moral inegociável para um mero “serviço” adquirido por algum valor pecuniário, é uma mentira escandalosa! Num cínico desprezo à vontade popular manifestada nas urnas, ele afirmou ainda ter esperanças de que o Estado “avance”, após a Proposição 8 ser derrubada nas cortes. Para quem já dizia, há mais de um ano, que o casamento (o casamento “normal”, entre um homem e uma mulher) poderia ser eliminado da Legislação no futuro, não há nada de surpreendente nas declarações do senhor governador.

Segundo as informações da FOLHA da última segunda-feira (10/11):

Em declarações anteriores, Schwarzenegger afirmou ser favorável somente a um casamento entre “um homem e uma mulher”. O ex-ator teria dito que “não se importava” se o casamento entre pessoas do mesmo sexo era “legal” e que a decisão final teria de ser dos eleitores ou dos tribunais.

Ontem, o governador fez um discurso totalmente oposto às declarações, em apoio aos homossexuais. “Eu aprendi uma vez que você nunca pode desistir. Nós nunca podemos desistir, até que chegue ao fim”, disse.

Aliás, no início do ano, Schwarzenegger também disse que o “casamento gay” iria provocar um crescimento na economia californiana, pois todos os homossexuais iriam até lá para se casarem. Com assuntos graves assim sendo tratados com tanta leviandade, só podemos rezar para que Deus salve a América…