Duas sobre Dom Demétrio Valentini

1. Dom Demétrio Valentini faz balanço da Assembleia da CNBB. “Dom Demétrio tem se tornado referência constante do blog, uma referência às avessas, por representar o ideário da ‘libertação’ e por defendê-lo em seus artigos publicados com frequência no site da CNBB. Gosto de ler o que o bispo escreve. Em geral, ele é direto, claro e dá mostras de bom humor. Na medida em que sua posição perde força entre os bispos, prova-se também corajoso”.

2. Dom Demétrio Valentini sabe posar como poucos. “Dito isto, o que dizer de um bispo que resolve distribuir o rotulamento de ‘fundamentalista’ a quem não concorda com sua visão torta de mundo? Pois não é exatamente isto que fez D. Demétrio Valentini, bispo da Diocese de Jales/SP? Em declaração ao site de notícias Folha Online, o prelado não economizou no rotulamento de ‘fundamentalista’  a seus irmãos de episcopado. Disse ele que teme que de Brasília, onde os bispos do Brasil estão reunidos para a 48a. Assembléia Geral da CNBB, saia um ‘documento marcado pelo fundamentalismo'”.

E rezemos pelo nosso episcopado. Bons rumores à vista

Curtas

Candidata do PT vai à missa e recebe benção de mães de santo. Calma, não foi ao mesmo tempo. A missa foi pela manhã e, a macumba, à noite. Detalhe: “[a] missa da qual Dilma participou faz parte da programação do 16º Congresso Eucarístico Nacional, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)”.

E foi noticiada pela CNBB: Na missa dos excluídos, Dilma Rousseff fala sobre Ficha Limpa e Congresso Eucarístico. Pelas fotos que há no site da Conferência, eu acho – e sinceramente espero – que ela não tenha falado isso na Missa, e sim após a Missa. O que vem a ser uma “missa dos excluídos”, no entanto, acho que é assunto para um sínodo eucarístico tupiniquim definir.

* * *

– Outro assunto: padre deixa batina durante Missa para ser “pastor”. As aspas são minhas, porque no título original há uma maiúscula que considero quase blasfema [p.s.: e que foi corrigida – obrigado, Claudiomar!]. Em um dos links lá citados, há a seguinte declaração do sacerdote: “Não tem condição de eu voltar porque eu conheço a palavra. Deixe eu dizer uma coisa a você, 90% das pessoas que estão na igreja, porque gostam deste negócio de imagem, gosta de procissão, a gente prega sobre a idolatria e aí as pessoas não aceitam que está na palavra, então este foi um dos grandes motivos da minha saída”. Deus do Céu, qualquer criança semi-catequizada não se deixa engabelar por esta conversa mole protestante! Alguém feche o seminário de onde este homem saiu.

Enquanto isso, na Austrália, há uma campanha “Becoming Catholic”. A chamada logo no início da página diz: “Bem-vindo. A porta está aberta. Você está interessado em se tornar católico?”. E há diversos textos disponíveis, sobre “como alguém se torna católico”?, “a jornada”, “quem vai lhe acompanhar?”. Excelente iniciativa! Quando veremos uma coisa parecida aqui, nesta Terra de Santa Cruz?

* * *

CNBB reforça veto a padres homossexuais, segundo a Folha. Lá no final do texto: “Para Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), a posição da Igreja é uma ‘atitude da idade das trevas'”. É, a Gaystapo não dorme…

E confunde deliberadamente as coisas. Recentemente, uns alunos da USP protestaram contra um artigo “homofóbico” de um jornal de estudantes de Farmácia. Concedamos: o artigo d’O Parasita é agressivo. Trata-se de resposta dos alunos à imposição gayzista, tudo bem, entende-se; mas conclamar as pessoas a jogarem fezes nos homossexuais ultrapassa os limites do razoável e os faz perder a razão.

Coisa completamente diferente encontramos nas declarações dos bispos brasileiros. No entanto, em Porto Alegre, uma ONG gayzista está organizando uma manifestação na frente da Catedral, próxima quarta-feira, ao meio dia, para protestar contra as “declarações homofóbicas” de Dom Dadeus. Aos católicos de Porto Alegre, se puderem, peço que defendam a Catedral! Afinal de contas, nunca se sabe do que os fanáticos da Gaystapo são capazes. E Nosso Senhor saberá recompensar os católicos fiéis.

No início do mês, na Inglaterra, prenderam um protestante que “ousou” dizer que o homossexualismo era pecado. É esta a tolerância da Gaystapo, é isto o que os gayzistas querem. Não nos deixemos enganar. Não nos intimidemos diante da histeria dos ímpios. Sejamos firmes, sejamos católicos. Que São Miguel Arcanjo nos defenda no combate.

Histórico: CNBB e PNDH-3

Achei muito interessante o artigo publicado pelo “Brasil Pela Vida”, que recebi por email mas está também disponível no site deles. Recomendo a leitura.

Concordo com a análise apresentada. O PNDH-3, desde que surgiu, já se mostrava completamente imbuído de um espírito totalitário e totalmente incompatível com uma visão de mundo católica. Era claro e era urgente ser dito. A CNBB, no começo, para vergonha desta Terra de Santa Cruz, preferiu “não bater de frente com o Planalto”.

Escrevi, no dia oito de janeiro, um email a S. E. R. Dom Geraldo Lyrio Rocha e a S. E. R. Dom Dimas Lara Barbosa, onde ao final eu perguntava o seguinte:

Isto posto, pergunto: é verdade que a CNBB não vai emitir uma declaração condenando o programa abortista do Governo Federal? É verdade que a CNBB prefere “não bater de frente com o Planalto”, mesmo quando o Planalto está empenhado no assassinato de crianças indefesas? É verdade que, entre Nosso Senhor e o Partido, a CNBB cerra fileiras com este último?

Para a minha surpresa, este email mereceu uma resposta. No final de janeiro, Dom Geraldo Lyrio Rocha respondia-me falando sobre a (então já publicada) “Declaração da CNBB sobre o PNDH-3”, que linkei aqui no dia 15 de janeiro.

O texto era ruim, mas pelo menos alguma coisa se salvava. E, da CNBB, não se podia esperar mesmo muita coisa… No entanto, graças a Deus, o Espírito Santo dignou-Se olhar com misericórdia para o Brasil e suscitou, de janeiro para cá, diversas declarações de prelados que tiveram a coragem de romper com o tom politicamente correto da cúpula da Conferência e fazer críticas públicas mais contundentes ao plano do governo – mais adequadas à terrível situação pela qual o país atravessava e mais dignas de sucessores dos Apóstolos que eles são. Peço a todos que lerem essas linhas que rezem, agora mesmo, uma ave-maria por esses bispos que tiveram esta coragem. Nosso Senhor saberá levar esta atitude em consideração n’Aquele Dia. E registro os meus mais sinceros agradecimentos àqueles que não se calaram.

Sucessivamente, vieram à tona um panfleto onde Lula era comparado a Herodes, dois artigos da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, um abaixo-assinado subscrito por 67 bispos, um artigo do Bispo auxiliar de Niterói e a nota da Pastoral de Católicos na Política do Rio de Janeiro – sem contar as coisas que eu, por descuido ou ignorância, possa eventualmente não ter publicado aqui no Deus lo Vult!. Mas estes exemplos já são suficientes para ilustrar o que eu quero dizer: há uma clara discrepância entre a primeira Declaração da CNBB e as manifestações de diversos bispos, em todo o Brasil, que se lhe seguiram. Graças a Deus!

Nem tudo são flores, no entanto. A Declaração sobre o PNDH-3 que a Assembléia Geral aprovou anteontem, embora seja uma colcha de retalhos, aproxima-se muito mais do primeiro documento emitido pela CNBB do que das reações dos bispos individuais que vieram em seguida. Porém, o recado foi dado, e o saldo final é positivo: quando foi a última vez que os bispos haviam tido a coragem de destoar publicamente das declarações da Conferência? Sinceramente, eu não me lembro.

E lembremo-nos de que são os bispos que fazem parte da Hierarquia da Igreja. Acima dos bispos, somente o Papa – não as conferências nacionais. Graças a Deus, desta vez alguns bispos perceberam isso e assumiram o seu papel. Que a Virgem Santíssima os possa ajudar a perseverar neste santo propósito. E que a Conferência possa ser expurgada dos inimigos de Nosso Senhor que lá estão entrincheirados. Queremos o catolicismo. Queremos a Igreja Católica. Queremos servir a Nosso Senhor, e não ao mundo.

Documento sobre abusos sexuais na Igreja – CNBB

[Este documento foi publicado ontem e, desta vez, trago-o aqui na íntegra, porque é o melhor que foi produzido pela Assembléia Geral da CNBB (que se encerrou ontem). Claro que não é perfeito; mas, vindo da Conferência, é realmente impressionante ouvir falar em Sacramentorum Sanctitatis Tutela, em “Instruções de Discernimento Vocacional  acerca das pessoas com tendências homossexuais e sua admissão ao Seminário e às Ordens Sacras”, em Humanae Vitae, etc.

Quanto aos seminários, expulsar os homossexuais; quanto às dioceses, fomentar a santidade sacerdotal; quanto à CNBB, reunir-se com canonistas. Tudo isso explicado em tópicos e pontos, duas páginas apenas, sem a verborragia peculiar dos documentos da Conferência.  Impressionante. Rezemos pelo clero; que este Ano Sacerdotal possa, ainda que seja já agora em seu fim, trazer frutos para o clero brasileiro.

Fonte: CNBB]

PRONUNCIAMENTO DA PRESIDÊNCIA DA CNBB

SOBRE ABUSOS SEXUAIS NA IGREJA

Os Bispos Católicos do Brasil expressam seu compromisso e empenho na investigação rápida e eficaz dos casos de abuso sexual na Igreja, em que padres e religiosos são acusados, tomando as medidas canônicas e civis cabíveis.

O tratamento do delito deve levar em consideração três atitudes: para o pecado, a conversão, a misericórdia e o perdão; para o delito a aplicação das penalidades (eclesiástica e civil); para a patologia, o tratamento.

Os bispos reconhecem o mal irreparável a que foram acometidas as vítimas e suas famílias; a elas dirigem seu pedido de perdão, acompanhado das suas orações, prometendo envidar esforços para ajudá-las na superação de tão grande mal e seus traumas subsequentes, e oferecer-lhes apoio psicológico e espiritual.

Orientações concretas:

1. Quanto à formação dos novos padres:

  • Ater-se às Instruções de Discernimento Vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às Ordens Sacras (cf. Congregação para a Educação Católica, 4 de novembro de 2005).
  • Realizar acurada seleção dos candidatos ao seminário, por meio de um processo de acompanhamento que permita a admissão de pessoas com indispensável saúde física e mental, somada aos atributos de equilíbrio moral, psicológico e espiritual.
  • Assumir o compromisso de implantar imediatamente as “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil”.
  • Buscar ajuda de pessoas especializadas em ciências humanas para assessorar a equipe de formadores dos futuros sacerdotes.
  • Trabalhar a dimensão humano-afetiva dos seminaristas, educando-os para o sentido do amor autêntico e verdadeiro, levando-os a assumir com maturidade e liberdade a exigência do celibato.

2. Quanto às Dioceses e seus Presbíteros:

  • Garantir uma rápida e eficaz resposta frente às acusações de abuso sexual, favorecendo os procedimentos civis e aplicando de imediato a lei eclesiástica, com a suspensão do exercício ministerial, sem apelar para uma simples transferência.
  • Intensificar o apoio à promoção, explicação, aplicação e defesa da doutrina católica sobre a sexualidade, o matrimônio e a família, retomando os ensinamentos da Humanae vitae.
  • Efetivar concretamente a pastoral presbiteral nas dioceses, fomentando a amizade madura entre os padres e dos mesmos com seu bispo, evitando o isolamento e proporcionando a vivência madura do celibato abraçado na alegria e na liberdade.
  • Fortalecer a vida interior pela prática da direção espiritual, oração, frequência ao Sacramento da Penitência e adoração Eucarística, visando à santidade sacerdotal.
  • Desenvolver nas instituições sociais e educativas católicas programas e iniciativas de prevenção e proteção às crianças, adolescentes e jovens.
  • Contar com profissionais das áreas humanas para estudo, acompanhamento e elaboração de programas para acolhida, proteção e recuperação das vítimas de abuso sexual.

3. Quanto à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

  • Constituir uma comissão ad hoc para elaborar um vademecum – manual de fundamentação e orientação, isto é, um protocolo de política oficial de ação da Igreja no Brasil. O vademecum deverá conter princípios teóricos, a partir da legislação civil e canônica, referentes ao proceder dos bispos e de suas dioceses nos casos de abusos sexuais de menores, adolescentes e jovens; devendo conter também indicações práticas a serem adotadas.
  • A CNBB deverá promover, o quanto antes, um encontro de canonistas dos Tribunais Eclesiásticos, para que esses, com pleno conhecimento do vademecum e das normas canônicas afins, estejam aptos a assessorar e orientar os bispos quanto aos procedimentos jurídicos e canônicos.
  • Identificar os Centros de Tratamento existentes para atendimento a padres e religiosos com problemas relativos à sexualidade, para onde possam ser encaminhados os possíveis casos.
  • Organizar equipes de especialistas, em nível nacional e regional, a fim de assessorar os bispos que se defrontarem com casos de abusos sexuais em suas dioceses.
  • Ter presente as normas do Código de Direito Canônico e do Motu Proprio Sacramentorum Sanctitatis Tutela de 30 de abril de 2001. E ainda: Sexualidade humana: verdade e significado, do Pontifício Conselho para a Família, de 8 de dezembro de 1995; a Declaração sobre algumas questões de ética sexual – persona humana, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 29 de dezembro de 1975; Orientações educativas sobre o amor humano – linhas gerais para uma educação sexual, da Congregação para a Educação Católica, de 1º de novembro de 1983; Orientações dadas pela assessoria jurídica da CNBB; e a Carta Pastoral de Bento XVI aos católicos na Irlanda sobre abusos sexuais de menores, de 19 de março de 2010.

Brasília, 13 de maio de 2010.

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-Geral da CNBB

Duas declarações sobre o PNDH-3 para comparar…

[Tomei conhecimento, hoje, das duas declarações abaixo. Vou me abster, por enquanto, de tecer comentários. Apenas leiam.]

Nas ações programáticas do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos  (PNDH-3), conforme é afirmado na Nota da Presidência da CNBB, de 15 de janeiro de 2010, encontramos “elementos de consenso que podem e devem ser implementados imediatamente”. Entretanto, identificamos também determinadas ações programáticas que não podem ser aceitas. Reafirmamos nossa posição, já muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, da dignidade da mulher, do direito dos pais à educação religiosa e ética de seus filhos, do respeito aos símbolos religiosos, e contrária à prática e à descriminalização do aborto, ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos e à profissionalização da prostituição.

A linha de continuidade que existe em torno desses pontos, entre os Programas de Direitos Humanos de 1996 (PNDH-1), de 2002 (PNDH-2) e de 2009 (PNDH-3), é reveladora de uma antropologia reducionista que está na base de certas formulações nas quais pretensos direitos são incluídos entre os Direitos Humanos, embora constituam a negação mesma de Direitos Fundamentais. Só uma visão integral de pessoa humana pode fundamentar corretamente os Direitos Humanos. Como afirmou o Papa Bento XVI, perante a ONU, em seu discurso por ocasião do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em abril de 2008, “Tais direitos estão baseados na lei natural inscrita no coração do homem e presente nas diversas culturas e civilizações. (…) Contudo não se deve permitir que esta ampla variedade de pontos de vista obscureça o fato de que não só os direitos são universais, mas também o é a pessoa humana, sujeito destes direitos”.

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Declaração da 48ª Assembléia Geral sobre o PNDH-3

[Comparar com a seguinte]

O cerceamento da liberdade de pensamento e expressão pelo Estado compromete e condena a versão particularíssima de direitos humanos que o governo federal impingiu à Nação por meio do Decreto 7.037, de 21.12.2009.

[…]

Por sua abrangência e pretensa transversalidade, o referido Decreto equivale a uma mini-constituinte. Se outro mérito não tem, revela a verdadeira face ideológica de um governo que faz profissão de fé democrática, mas que, em conferências com sua militância (que pretende substituir a sociedade civil), conspira pelo obscurantismo.

DEM e PSDB
Nota do DEM e PSDB sobre decreto 7.037/09

[Domine, miserere nobis!]

TV Século 21 e PNDH-3

Divulgando, conforme recebi por de um amigo. Não conheço o programa, mas conheço os convidados, e estão excelentes. Parece-me que valerá muito a pena assistir. Quando a Assembléia Geral dos Bispos do Brasil é tão lacônica sobre o assunto que se pode até questionar se não está configurada uma grave omissão, importa que façamos o que está ao nosso alcance para desmascarar os lobos que a Conferência parece não querer enfrentar.

* * *

Assistam o Programa Ação Nacional da Tv Século 21 nessa quinta-feira dia 13-5-2010. Um programa sobre os problemas morais do PNDH 3, o convidado será o deputado Jairo Paes de Lira.

E no dia 3/6/2010, o mesmo assunto com a médica Elizabeth Kipman.

Veja o vídeo chamada:

Também pode ser assistido pela internet no site: www.tvseculo21.org.br

Obrigado, grande abraço.

Eric Modolo – Diretor de Programas Tv Século 21.

URGENTE! Assembléia Geral da CNBB e PNDH-3

[Como sabemos, os senhores bispos do Brasil estão reunidos – até a próxima quinta-feira, 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima – em Brasília para a 48ª Assembléia Geral da CNBB. Como sabemos, precisamos rezar pelos nossos bispos, para que eles não mais “censurem” as declarações oportunas de alguns prelados, nem logrem êxito no plano diabólico (em curso) de ressurreição das CEBs, y otras cositas más. Precisamos rezar pelos bispos do Brasil, para que esta AG dê alguns frutos e não dê outros.

Entre as coisas que precisam ser objeto de nossas orações, está o PNDH-3. É fundamental que a Assembléia Geral da Conferência, apesar de estar reunida em Brasília, não conceda a menor sombra de apoio a este malfadado plano de Direitos Humanos. Por isso, torno pública a mensagem abaixo, que recebi por email, para que nos manifestemos – aos bispos – contra o PNDH-3. E rezemos pelos nossos bispos – nunca é demais repetir. Que a Virgem Santíssima tenha misericórdia de nós todos.]

Prezados Participantes da Campanha Brasil pela Vida

URGENTE E IMPORTANTE CONVOCAÇÃO PARA MOBILIZAÇÃO!

313 bispos do Brasil, estão reunidos em Brasília, na 48ª Assembleia Geral da CNBB. Na quarta-feira, dia 13 de maio – festa da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima – os bispos devem votar um documento sobre o Projeto Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3).

Neste momento em que o PNDH-3 está agonizando pelas inumeráveis críticas e reprovações sofridas de diversos e qualificados segmentos da sociedade, qualquer documento de aprovação por parte da CNBB, por mais tênue que seja, será fazer reviver um moribundo. E ISTO É O QUE NÃO PODE ACONTECER!

Como bem disse o Dr Ives Gandra em entrevista para a Canção Nova: Ives é taxativo: “Eu lembraria o que disse Agripino Grieco [crítico literário] quando lhe deram um livro de um mau poeta. Ele leu e disse: ‘Eu aconselho a queimar a edição e, em caso de reincidência, a queimar o autor’. Eu não sou tão cáustico à reincidência de queimar o autor, mas que vale a pena queimar a edição desse programa, vale“.

Portanto, devemos agir rápido e fazer a maior mobilização nacional possível. Vamos escrever ao nosso bispo diocesano, a bispos que conhecemos, fazendo-lhes um apelo o mais pungente possível para que eles não aprovem nenhum documento favorável ao PNDH-3.

Não espere que os outros façam por V. Clique aqui e faça a sua parte e lembre-se que por omissão também cometemos pecado. E neste momento histórico, a Providência espera uma atitude firme e decidida de cada católico fiel.

Se v. quiser conhecer o parecer de ilustres personalidades do mundo católico, de bispos e leigos que já se pronunciaram veja os links abaixo:

Documento de 67 bispos da Regional Leste 1 contrário ao PNDH
Documento de movimentos Pró Vida
Magistrados contra o PNDH
Ives Gandra condena o PNDH
Paulo S. M. Leão Jr (presid. da União dos Juristas Católicos RJ) condena PNDH 3

Certo de que V. fará o maior esforço para divulgar esta campanha, rogando a Nossa Senhora de Fátima, que no dia de sua primeira apariçãop em Fáltima, nos proteja e proteja nosso querido Brasil, despeço-me

Atenciosamente

Associação Brasil pela Vida.

A CNBB e Dom Dadeus Grings

Ah, aí já é palhaçada. Dom Dadeus disse que a sociedade atual era pedófila. E aí choveram as reações: 1. Opinião de arcebispo da Capital sobre pedofilia não reflete posição da Igreja; 2. Reação: Declaração de que a ‘sociedade é pedófila’ não é opinião da CNBB; 3. Opinião de arcebispo sobre pedofilia não reflete posição da Igreja, diz CNBB.

É claro que qualquer pessoa de bom senso faz coro ao que disse Dom Dadeus, certamente usando uma figura de linguagem para se referir à erotização da sociedade moderna, inclusive da infância – que é pública e notória. É lógico para qualquer pessoa que tenha dois neurônios funcionais que o bispo não quis dizer que “a sociedade” molestasse, literalmente, crianças – seja lá o que isso signifique. Aliás, isso está explícito na própria fala do bispo que foi veiculada na imprensa:

Dom Dadeus, de 73 anos, criticou a liberalização da sexualidade por “gerar desvios de comportamento”, entre os quais a pedofilia.

Qual é, portanto, a razão das supostas “reações”? A sociedade onde vivemos por acaso não é absurdamente erotizada? Por acaso isto não é uma coisa condenável? Em quê, exatamente, a opinão de Dom Dadeus “não reflete [a] posição da Igreja”?

Vamos às três reportagens acimas. Na primeira e na terceira, que dizem essencialmente a mesma coisa, ao contrário do que é dito no título, não existe nenhuma sombra de crítica à declaração de Dom Dadeus por parte do porta-voz da Assembléia da CNBB, Dom Orani Tempesta. Vejamos (em G1). No título:

Nesta terça, arcebispo de Porto Alegre disse que ‘sociedade atual é pedófila’.

‘Não é doutrina da Igreja esse comportamento’, disse porta-voz da entidade.

E no corpo:

Dom Orani Tempesta, porta-voz da assembleia da CNBB, disse que aos bispos são livres para dar opiniões, mas que as declarações de Dom Dadeus foram mal interpretadas. Ele afirmou que a Igreja condena qualquer tipo de abuso sexual.

“Não é doutrina da Igreja esse tipo de comportamento. Aqueles que fizeram e cometeram algum crime devem ser julgados segundo a legislação de cada país, do Brasil e tudo mais”, afirmou.

Ou seja: o que “[n]ão é doutrina da Igreja” é o abuso sexual, óbvio. Não a declaração de Dom Dadeus de que a sociedade é pedófila (até porque isso, por definição, não é “doutrina”, mas deixa esse “detalhe” para lá). Qual é, portanto, a razão das manchetes, que nada têm a ver com o texto sob elas apresentado?

Na segunda reportagem, d’O Globo, embora ligeiramente diferente, também não há a declaração expressa de Dom Orani de que a CNBB discorda do que foi dito pelo Arcebispo de Porto Alegre. Portanto, aqui o que interessa são duas (de três) perguntas:

(1) Afinal de contas, a CNBB discorda ou não da opinião expressa por Dom Dadeus Grings?

(2a) Se não discorda, por que foi amplamente noticiado que discordava?

(2b) Se discorda, em quê, exatamente, o senhor Arcebispo afastou-se da posição da Igreja?

Nós gostamos dos pingos nos i’s. Sem isso, fica muito difícil saber quando a mídia está distorcendo as falas dos entrevistados ou quando são estes que não estão falando mesmo o que deveriam. Nós gostamos do “sim, sim, não, não”. Será que é difícil dar declarações claras e objetivas?

Nesta terça, arcebispo de Porto Alegre disse que ‘sociedade atual é pedófila’.
‘Não é doutrina da Igreja esse comportamento, disse porta-voz da entidade.

A CNBB e a nota da Pastoral de Católicos na Política sobre o PNDH-3

Vou comentar ligeiramente os comentários que recebi no meu post sobre “Quem poupa o lobo sacrifica as ovelhas”.

1. É perfeitamente possível que a referida notícia publicada n’O Dia seja falsa. No entanto, dado o histórico da Conferência, infelizmente ela é perfeitamente verossímil e negar isso é fechar os olhos para a realidade. Eu não duvido nada de que seja esta a posição da CNBB (haja vista o fato da Conferência não ter subscrito a nota da Pastoral carioca) ou de Dom Dimas Lara Barbosa. Aliás, qualquer pessoa que não viva no fantástico mundo de Bobby está obrigada a reconhecer, para ser honesta, que a notícia não tem nada de inverossímil e nem ao menos de improvável.

2. Para obter informações, é perfeitamente inócuo escrever para a CNBB. Já perdi as contas das mensagens que escrevi (umas que inclusive pus aqui no Deus lo Vult!, e outras que provavelmente nem os próprios destinatários leram) e acho que, até hoje, só recebi uma única resposta lacônica e atrasada (a propósito, sobre o PNDH-3). O que é necessário, no meu humilde entender, é fazer pressão para encorajar os bons pastores (ou – ao menos – os pastores que não são lobos declarados) a romperem o silêncio e tomarem uma posição católica. Acho que é somente por isso que ainda gasto o meu tempo escrevendo à CNBB.

3. Se o jornal está falsificando a posição do Secretário-Geral da CNBB, nada mais fácil: basta Sua Excelência vir a público dizer que não condena, de maneira alguma, a nota de Dom Filippo Santoro, e que ele em particular e a Conferência como um todo a subscrevem integralmente. Com muita alegria eu publicaria uma tal declaração aqui no blog. Se alguém tiver contacto com Dom Dimas Lara Barbosa, pergunte-lhe isso. Retrato-me publicamente, e retrato-me com muito gosto, se Sua Excelência disser que não é esta a posição dele.

4. Se, no entanto, Sua Excelência prefere deixar o dito pelo não dito, e não desdizer nem corroborar – muito pelo contrário… – a sua alegada declaração (que, aliás, é pública – não fui eu que inventei), cabem os mesmos comentários que foram feitos anteriormente. Os lobos precisam ser apontados claramente, e deixar dúvidas sobre a posição da Conferência em um assunto de tão grande gravidade é o perfeito equivalente a proteger os lobos, negando-se a apontá-los com clareza. Se não há apoio expresso à nota da Pastoral de Católicos na Política e, ao mesmo tempo,  deixa-se correr livremente uma notícia segundo a qual o Secretário-Geral teria afirmado que “o texto não pode ser visto como uma posição da Igreja”… acaso cometemos alguma injustiça quando tomamos como verdadeira a posição noticiada?

5. Para questionar o jornal que publicou originalmente a notícia, basta clicar aqui.

Sacrificando as ovelhas

Ai, que grande lixo! “CNBB contra a nota”, diz O Dia Online. A nota em questão é aquela da Pastoral de Católicos na Política do Rio de Janeiro, que eu reproduzi aqui e que condena o PNDH-3 do governo petista. Segundo a matéria d’O Dia:

A nota diz que o plano é uma cartilha “de estilo radical-socialista”. Em janeiro, a CNBB condenou aspectos do programa, como a proposta de legalização do aborto. Mas, ao mesmo tempo, se dizia “desejosa de participar do diálogo nacional” sobre o PNDH.

E, sim, eu me lembro da declaração da CNBB sobre o tema que eu também reproduzi aqui. Pelo andar da carruagem, parece ser patente a divisão dentro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Graças a Deus.

O estilo “morde-e-sopra” certamente não me agrada e nem agrada a Nosso Senhor, que exigiu que a linguagem dos Seus discípulos fosse “sim, sim, não não”. No entanto, dá-me esperanças ver que existem pessoas dentro da CNBB preocupadas em soprar. Pelo menos isso! A situação atual está muito melhor do que já foi anteriormente, quando, da Conferência, só esperávamos receber facadas pelas costas e ofensas à Igreja de Nosso Senhor.

Aproveito o ensejo para agradecer publicamente aos membros da CNBB que são responsáveis pelas coisas decentes emanadas pela Conferência. São poucos, mas prestam um serviço inestimável. Que tenham coragem! São minoria, mas são fiéis, e a fidelidade a Deus é uma característica capaz de mover montanhas e possibilitar vitórias que, humanamente, seriam impossíveis. Que tenham coragem, e continuem! Que os lobos sejam desmascarados, e que a CNBB seja expurgada de toda influência demoníaca e, arrancada às garras de Satanás onde esteve por tanto tempo, possa ser recolocada a serviço de Nosso Senhor.

Voltando ao assunto: “Para Dom Dimas, bispo-auxiliar do Rio, o maior problema da nota é que ela ataca todo o PNDH e não apenas alguns pontos específicos”. Oras, em primeiro lugar, todo o PNDH, sim, está repleto de uma ideologia anti-cristã e, nos pontos onde há concordância entre o maldito Plano e a Doutrina Cristã, esta concordância é meramente acidental.

E, em segundo lugar, é de uma ingenuidade irresponsável procurar defender o cão raivoso porque ele tem “olhos bonitinhos”, ou tentar salvar a maçã envenenada por causa da sua cor lustrosa. É de uma ingenuidade irresponsável, repito – que, diga-se de passagem, a Igreja nunca adotou -, vir em defesa das heresias por causa das coisas corretas que elas ainda mantêm.

Imagino uma declaração deste tipo na época da Reforma Protestante. O Papa Leão X, na bula Exsurge, Domine, enumerou os erros de Martinho Lutero. Mas não enumerou os pontos em que ele acertava, e nem muito menos defendeu o heresiarca por causa dos pontos que o Luteranismo mantinha da Fé Católica. Ao contrário: proibiu Lutero de pregar, mesmo sabendo que o Luteranismo não era condenável “no todo”, e sim somente n’alguns pontos específicos – especificamente, os que foram condenadas pela referida bula.

Houvesse secretariados-gerais àquela época, viriam em socorro ao Heresiarca. Diriam que esta posição não era a da Conferência – caso houvesse Conferências. Insistiriam nos pontos positivos da Reforma. Desejariam participar do diálogo. E, enquanto dialogassem com o lobo, as ovelhas seriam dispersas.

Quem poupa o lobo sacrifica as ovelhas, conforme disse (salvo engano) Victor Hugo. Esta é uma lição que os excelentíssimos responsáveis pela CNBB já deveriam ter aprendido. E espero que a aprendam depressa, antes que seja tarde demais.