“O culto não pode nascer da nossa fantasia” – Bento XVI

Se na liturgia não emergisse a figura de Cristo, que está no seu princípio e está realmente presente para a tornar válida, já não teríamos a liturgia cristã, toda dependente do Senhor e toda suspensa da sua presença criadora.

Como estão distantes de tudo isto quantos, em nome da inculturação, decaem no sincretismo introduzindo ritos tomados de outras religiões ou particularismos culturais na celebração da Santa Missa (cf. Redemptionis Sacramentum, 79)! O mistério eucarístico é um «dom demasiado grande – escrevia o meu venerável predecessor o Papa João Paulo II – para suportar ambigüidades e reduções», particularmente quando, «despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa» (Enc. Ecclesia de Eucharistia, 10). Subjacente a várias das motivações aduzidas, está uma mentalidade incapaz de aceitar a possibilidade duma real intervenção divina neste mundo em socorro do homem. Este, porém, «descobre-se incapaz de repelir por si mesmo as arremetidas do inimigo: cada um sente-se como que preso com cadeias» (Const. Gaudium et spes, 13). A confissão duma intervenção redentora de Deus para mudar esta situação de alienação e de pecado é vista por quantos partilham a visão deísta como integralista, e o mesmo juízo é feito a propósito de um sinal sacramental que torna presente o sacrifício redentor. Mais aceitável, a seus olhos, seria a celebração de um sinal que corresponda a um vago sentimento de comunidade.

Mas o culto não pode nascer da nossa fantasia; seria um grito na escuridão ou uma simples auto-afirmação. A verdadeira liturgia supõe que Deus responda e nos mostre como podemos adorá-Lo. «A Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo Se deu primeiro a ela no sacrifício da Cruz» (Exort. ap. Sacramentum caritatis, 14). A Igreja vive desta presença e tem como razão de ser e existir ampliar esta presença ao mundo inteiro.

Discurso de Bento XVI aos bispos do Brasil, região Norte-2,
em visita ad limina apostolorum

CNBB em solidariedade ao Papa

Fonte: CNBB

Nota de solidariedade ao Papa Bento XVI

O povo católico de todo o mundo acompanha, com profunda dor no coração, as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticado por pessoas ligadas à Igreja, particularmente padres e religiosos. A imprensa tem noticiado com insistência incomum, casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda, e também no Brasil.

Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja, como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a carta pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se estender aos católicos de todo o mundo.

Mais do que isso, Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação,  afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça. Não faltou ao Papa, também, mostrar a todos o horizonte da misericórdia de Deus, a única capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas e fracassos.

Às vítimas o Papa expressou ter consciência do mal irreparável a que foram submetidas. Disse Bento XVI: “Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos”.

Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que – como fez o Papa – devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.

É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa. Deixam-nos particularmente perplexos os ataques freqüentes e sistemáticos, ao Papa Bento XVI, como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos nos escândalos revela a fragilidade dessas acusações. O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere, também, grande parte do povo brasileiro, que  sofre com esses momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no mundo todo, procuram honrar sua vocação.

De fato, “a imensa maioria de nossos sacerdotes não está envolvida nesta problemática gravemente condenável. Provavelmente, não chegam a 1% os envolvidos. Ao contrário, os demais 99% de nossos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos, honestos e incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo, especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo tipo” (cf. Cardeal Cláudio Hummes, 12ºENP).

No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro.

A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: “Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9). Nossa fé nos garante a certeza da vitória da luz sobre as trevas; do bem sobre o mal; da vida sobre a morte.

Mais sobre infanticídio indígena

Que saudades do tempo em que os missionários se esforçavam por catequizar os índios, levando-lhes a palavra de Deus e conferindo-lhes, por meio dos Sacramentos, a Graça Divina! Hoje o Conselho Indigenista Missionário parece-se mais com uma sucursal do Inferno do que com uma entidade preocupada com a salvação das almas e a glória de Deus.

Faço referência ao texto do Contra o Aborto. Leiam lá. E faço coro ao desabafo do William: “Afinal de contas, o que o CIMI faz? Quantos são os convertidos? Quantos são os batizados, quantos os que abraçam a Fé Católica? Ou será que só ficam neste papo furadíssimo de que a cultura indígena deve ser preservada, mesmo que esta tal ‘cultura’ signifique matar recém-nascidos enterrados vivos ou a flechadas?”.

Faço referência, também, ao texto que o Erguei-Vos, Senhor reproduziu. “Esses antropólogos e missionários estão defendendo a teoria de que, para algumas sociedades, o ‘ser ainda em construção’ poderá ser morto e o fato não deve ser percebido como morte. Repetindo – caso a ‘coisa’ venha a ser assassinada nesse período, o processo não envolverá morte. Não é possível se matar uma coisa que não é gente. Para estes estudiosos, enterrar viva uma criança que ainda não esteja completamente socializada não envolveria morte”.

Na verdade, todo o celeuma gira em torno de uma reportagem publicada no amazonia.org.br, que chama – já no título – o infanticídio de “direito da mulher indígena”. O texto é simplesmente asqueroso. E, lá, encontramos o sr. Saulo Feitosa – secretário-adjunto do Cimi – falando sobre este “costume” indígena da seguinte forma singela:

Para ele, organizações contrárias ao infanticídio fazem uma campanha mentirosa de que a comunidade obriga a mãe indígena a tirar a vida de seu filho, quando não é verdade.  “No local do nascimento, só ficam a parturiente, a mãe e a avó.  Elas é que vão decidir se vão ou não deixar a criança viver.  Se o filho não volta com as mulheres indígenas, é porque elas decidiram não ter a criança”, afirma.

Sinceramente, o que este sujeito ainda está fazendo em “um organismo vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)”, conforme se pode ler no “Quem somos?” do site do Cimi? Por que raios este conselho indigenista dos infernos ainda existe? O que justifica a defesa velada – e, às vezes, nem tão velada assim… – do infanticídio vergonhosamente praticado por algumas tribos indígenas?

O que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tem a dizer sobre isso?

Com atraso, mas registrando

Reinaldo I. “E, se estamos falando de escravidão, não podemos deixar de mencionar os dois movimentos totalitários que a recriaram em partes do mundo que já haviam se livrado dessa instituição: o nazismo e o comunismo. Ambos escravizaram parcelas imensas das populações sobre as quais reinaram ou, em alguns casos, ainda reinam, como na Coréia do Norte e Cuba, país caribenho cuja população pertence ao estado ditatorial marxista e à família de capitães-de-mato que o chefia. É curioso, portanto, ver aqueles que ou fazem a apologia ou simplesmente fecham os olhos à escravização de toda a população cubana culparem pessoas inocentes pela escravização de gente morta há mais de um século”.

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Reinaldo II. “Imaginem Lula como o presidente do Brasil nas décadas de 30 e 40 do século passado. Quando lhe dissessem que na Alemanha — e, depois, nos países ocupados — judeus eram presos, confinados em guetos, assassinados, o valente diria: ‘Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo da Alemanha de prender as pessoas em função da legislação da Alemanha, como quero que respeitem a do Brasil’. Getúlio, outro grande herói das nossas desditas, chegou bem perto disso, é verdade”.

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Escola católica de Denver não permite rematrícula de filhas de casal lésbico e arquidiocese apoia. “A organização de gays e lésbicas católicos dos Estados Unidos DignityUsa afirma que a Arquidiocese de Denver agiu de maneira injusta”. No Fr. Z: aux armes! Votem aqui.

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Pe. Edson e a liberdade de expressão. “Se todos têm direito de defender suas convicções, por que criticar de forma tão insistente á Igreja Católica? Não teria ela também liberdade de opinião? Não poderia ela também expressar-se livremente sobre suas convicções, baseadas na Lei Natural e no Evangelho? Não estaríamos vivendo uma eclesiofobia? Bom pensar nisso”.

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O sal em New York e a síndrome de Paulo Cintura em sua evolução natural. “Ortiz argumenta que banir o sal do preparo dos alimentos em restaurantes vai permitir que os consumidores controlem a quantidade de sódio que estão ingerindo e ainda incentivaria a opçãoschö por um estilo de vida mais saudável. O sódio está ligado ao aumento da pressão arterial e dos riscos de males do coração”.

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Schönborn e o celibato sacerdotal. “El cardenal Christoph Schönborn, arzobispo de Viena, considera que el celibato de los sacerdotes, particularidad de la Iglesia católica, explica en parte los actos de pedofilia cometidos por religiosos, en una publicación de su diócesis este miércoles”. Haja paciência.

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Um médico e o celibato sacerdotal. “Penso que é preciso prestar mais atenção ao imenso número de sacerdotes fiéis à sua vocação. A exceção também se dá na vida sacerdotal, mas é exceção. Ainda que no jornalismo seja muito correto focar a exceção, não podemos ser cegos aos muitíssimos sacerdotes que são leais, que vivem sua vocação plenamente, que são felizes e aos quais o mundo deve sua felicidade. Isso é que precisa ser enfatizado”.

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CNBB prepara documento sobre Reforma do Estado – em plena Quaresma! Senhor, misericórdia. “A reunião do Conselho Permanente da CNBB prossegue até quinta-feira [ontem]. Um dos principais pontos da pauta é a elaboração de um documento sobre a Reforma do Estado que os bispos devem aprovar até o final da reunião”.

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CNBB defende cotas para negros nas universidades. E outras aberrações: “Os bispos aprovaram documento oficial no qual apontam quais são os cinco principais desafios da Pastoral Afro-Brasileira. A CNBB também deu aval para que padres negros adotem, nas celebrações de missas, métodos e culturas utilizadas tradicionalmente por comunidades afro-brasileiras”. Cadê este documento?

A reunião do Conselho Permanente da CNBB prossegue até quinta-feira. Um dos principais pontos da pauta é a elaboração de um documento sobre a Reforma do Estado que os bispos devem aprovar até o final da reunião. Na conclusão, a presidência da CNBB concederá uma coletiva de imprensa. (BF-CNBB)

Retirada divulgação de evento abortista

Bravo! Menos de duas horas depois de eu ter denunciado aqui a divulgação de um evento abortista no site da CNBB, a chamada não se encontra mais na página principal do portal e o link direto para a página dá erro de artigo não encontrado.

Registro, até por questão de justiça, os meus parabéns pela rapidez na retirada do artigo satânico.

Resta agora (1) apurar quem foi o autor (ou os autores) do escândalo, (2) tomar providências para garantir que ele(s) não torne(m) a fazer algo parecido mais uma vez, e (3) publicar uma nota se desculpando pelo ocorrido (pois já tem até gente me chamando de mentiroso, apesar de eu ter publicado o printscreen do site junto com a minha denúncia).

Cartas à CNBB

Sim, como disse a Luh, cartas à CNBB. Eu já tinha escrito e enviado, logo depois de publicar a denúncia aqui no Deus lo Vult!. Considerando o meu histórico de mensagens não-respondidas, vou tornar logo esta pública também.

A divulgação do evento pró-aborto no site da Conferência de Bispos Católicos é absurdamente escandalosa. Cartas à CNBB! Peço que escrevam com um pouco menos de raiva do que eu o fiz. Respirem fundo, antes de escrever; que os inimigos da Igreja não se aproveitem de algum aspecto material para desconsiderarem uma indignação que, em si, é perfeitamente justa.

Segue abaixo o email que enviei.

* * *

from Jorge Ferraz
to subsecgeral@cnbb.org.br,
Dom Dimas Lara Barbosa <secgeral@cnbb.org.br>,
imprensa@cnbb.org.br,
subpastoral@cnbb.org.br,
comsocial@cnbb.org.br

date Fri, Mar 5, 2010 at 12:49 PM
subject URGENTE! Sobre divulgação de evento abortista pela CNBB!

Aos responsáveis pelo site da CNBB,

Há uma chamada na página principal do site (não sei a partir de quando, vi agora no final da manhã) que faz a divulgação de um evento abortista, e isso é simplesmente inadmissível. O endereço é o seguinte:

http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/2299-marcha-mundial-das-mulheres-organiza-3o-edicao-da-acao-internacional-no-brasil

Para informações mais detalhadas sobre a MMM e a Sempreviva, se necessário, gentileza acessar o pequeno texto que acabei de redigir e publicar sobre o assunto, no pequeno site que mantenho na internet:

https://www.deuslovult.org//2010/03/05/cnbb-divulga-evento-abortista/

Solicito com uma certa urgência

1. a sumária expulsão dos responsáveis pelo escândalo;

2. a imediata retirada do ar da divulgação do evento abortista;

3. a divulgação de uma nota onde constem um pedido de desculpas e alguma satisfação aos leitores do site, em particular com informações sobre as providências que foram tomadas [item 1 acima].

É necessário uma tomada de posição rápida e enérgica. Qualquer coisa diferente disso será um ato de criminosa pusilanimidade, de pecaminosa omissão, que redundará em (ainda mais) escândalos para o povo fiel, que minará (ainda mais) a seriedade da CNBB e que não passará despercebida d’Aquele que é o Justo Juiz e ao Qual todos haveremos de prestar contas algum dia.

Certo da atenção dos senhores,
subscrevo-me, em Cristo,
Jorge Ferraz


Jorge Ferraz de Oliveira Filho
https://www.deuslovult.org//

CNBB divulga evento abortista!

[P.S.: Após este post e as cartas enviadas à CNBB, os responsáveis pelo site da Conferência retiraram do ar a divulgação do evento satânico. Deo Gratias.]

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É estarrecedor, mas é verdade. Está na página principal do site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: Marcha Mundial das Mulheres organiza 3ª edição da Ação Internacional no Brasil. Na matéria, uma foto do cartaz da marcha, que ocorrerá de 8 a 18 de março. No texto da CNBB, é dito que “a marcha pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras”.

A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) é um evento organizado pela Sempreviva Organização Feminista. Na página principal do site da Marcha, a segunda notícia é sobre a legalização do aborto na Espanha inclusive para adolescentes. Na coluna da direita, logo abaixo do cartaz da “Ação 2010” que a CNBB divulgou, tem uma música pela legalização do aborto que pode ser baixada e cuja letra é a seguinte (trecho):

Já comecei a entender
o que ninguém ousa dizer:
o silêncio e a hipocrisia
causam minha hemorragia.
E, se o homem engravidasse,
o aborto legal seria…

Mas não vou me intimidar,
por meus direitos vou lutar.
Me juntar às mulheres
e com elas gritar:

Direito ao nosso corpo!
Legalizar o aborto!

Qualquer busca no Google revela isso. Eu não levei nem cinco minutos. Aliás, qualquer pessoa que tivesse um mínimo de senso de realidade desconfiaria do nome “Marcha Mundial das Mulheres”. E qualquer pessoa que tivesse um mínimo de responsabilidade checaria os objetivos de um tal evento antes de divulgá-lo em um site de uma Conferência de Bispos Católicos. Qualquer pessoa que tivesse um mínimo de decência não divulgaria um evento abortista num site católico.

Isso mostra que, dentro da CNBB, há pessoas que (i) ou são estúpidas e irresponsáveis o suficiente a ponto de divulgarem um evento sem saber que ele é abortista, ou (ii) são cretinas mancomunadas com Satanás empenhadas em defender o aborto a partir de dentro da CNBB. Terceira opção não existe. E, em qualquer dos dois casos, é simplesmente inadmissível que os responsáveis por esta infâmia continuem impunemente escarnecendo da Igreja Católica, defendendo “de dentro da Igreja” a sua ideologia assassina e anti-cristã e entronizando Lúcifer para ser adorado nos salões da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Curtas

Ordo Concelebrationis et ritus servandus, initio quartae sessionis Concilii Oecumenici Vaticani II. As fotos foram feitas pelo Luís Guilherme (aqui e aqui), e a peça se encontra no Mosteiro de São Bento de São Paulo. Citando-o: “Vale a pena reparar que é, quiçá, a primeira concelebração de missa da História, e uma das raras vezes que isso foi feito segundo o missal de 1962”. Acrescento eu: à exceção das missas de ordenação presbiteral onde, mesmo com as rubricas antigas, havia concelebração (salvo engano, era esta única concelebração prevista).

* * *

Por que o comunismo seduz, apesar de tudo? Interessantíssima análise do meu quase conterrâneo, o Taiguara de Sousa, baseada em um livro (que eu não conhecia) de Theodore M. Greene. O comunismo é um “seqüestro”, uma deturpação de anseios legítimos dos homens – e, por isso, seduz. Vale a leitura.

* * *

Texto de Dom Malcolm Ranjith aos seus sacerdotes e fiéis na diocese de Colombo. Vale a leitura completa. Só destaco: “A Eucaristia é a celebração do mistério pascal por excelência dado à Igreja pelo próprio Jesus Cristo. Jesus Cristo é o princípio de toda liturgia na Igreja e por esta razão toda liturgia é essencialmente de origem divina. (…) Este sagrado mistério foi confiado aos apóstolos pelo Senhor e a Igreja cuidadosamente preservou a celebração ao longo dos séculos, dando vida à tradição sagrada e a uma teologia que não cedem à interpretação individual ou privada”.

* * *

– Do Contra o Aborto: Queremos Barrabás! “Passou-se 1 ano do aborto dos gêmeos de Alagoinha. […] Os gêmeos não tiveram voz e nem vez neste mundo. Uma turba composta de ONGs, de mídia, de idiotas úteis gritava a plenos pulmões por sua morte.  É triste ver que após tantos séculos a multidão ainda prefere Barrabás.  Descansem em paz, pequeninos”.

* * *

– Outra do Contra o Aborto: A verdade incomoda. Um outdoor feito por uma entidade pró-vida polonesa – cliquem para ver. A frase: “O aborto para mulheres polonesas foi introduzido por Hitler em 9 de março de 1943”. Parece que algumas pessoas não gostam de lembrar isso.

* * *

– Ainda estamos sofrendo com a Campanha da Fraternidade deste ano, e a CNBB já está divulgando o concurso para a música do hino da CF/2011. A letra já foi escolhida – vejam que maravilha (só excertos):

2. A terra é mãe, é criatura viva;
Também respira, se alimenta e sofre.
É de respeito que ela mais precisa!
Sem teu cuidado ela agoniza e morre.

3. Vê, nesta terra, os teus irmãos. São tantos
Que a fome mata e a miséria humilha.
Eu sonho ver um mundo mais humano,
Sem tanto lucro e muito mais partilha!

Vale salientar que o concurso pede que o caráter geral do hino tenha um “[c]aráter vibrante, vigoroso, ‘energizador'”, capaz de despertar os indivíduos e os grupos “do torpor do egoísmo e do comodismo”. Domine, miserere nobis!

O materialismo da Campanha da Fraternidade

Ano passado, eu escrevi um post aqui no Deus lo Vult! onde eram apresentadas algumas estatísticas sobre o texto-base da Campanha da Fraternidade de então. Este ano, agora que a CNBB disponibilizou a versão eletrônica do texto da CF/2010, eu posso fazer a mesma coisa.

As oitenta páginas do referido documento podem ser baixadas aqui, no site da CNBB. Ao contrário de certas análises de conjunturas que andam circulando internet afora, até onde me conste este é um documento oficial da Conferência, sim.

Eis aqui as estatísticas. A metodologia utilizada é trivial: a caixa de pesquisa do Acrobat Reader. Quando as expressões aparecem “puras”, é porque a busca foi feita por elas ipsis litteris; quando aparece “e derivados”, é porque consultei pelo radical (p. ex., ‘arrepend’, o que engloba tanto ‘arrependimento’ quanto as formas verbais ‘arrependei-vos’, ‘arrependi-me’, ‘arrepender’, etc.).

Os resultados são os seguintes:

  • “Jesus”: 37 ocorrências (“Nosso Senhor”, uma única ocorrência, na oração da CFE).
  • “Católica” e “católicos”: 8 ocorrências.
  • “Conversão” (e derivados): 7 ocorrências.
  • “Oração”: 5 ocorrências (sendo duas vezes no título “oração da CFE 2010”, a do índice e a da página correspondente).
  • “Caridade”: 4 ocorrências.
  • “Esmola”: 3 ocorrências.
  • “Pecado” (e derivados): 2 ocorrências.
  • “Jejum”: 2 ocorrências (e recomendo que vejam quais são!!).
  • “Virgem Maria” (a pesquisa foi feita por “Maria”): 2 ocorrências (“Nossa Senhora”, nenhuma).
  • “Arrependimento” (e derivados): 2 ocorrências.
  • “Sacramento”: 2 ocorrências.
  • “Papa”: 2 ocorrências.
  • “Magistério”: 1 ocorrência.
  • “Penitência”: nenhuma ocorrência.
  • “Eucaristia”: nenhuma ocorrência.
  • “Missa”: nenhuma ocorrência.
  • “Sacerdote”: nenhuma ocorrência.
  • “Calvário”: nenhuma ocorrência.
  • “Cruz”: nenhuma ocorrência.
  • “Trindade”: nenhuma ocorrência.
  • “Santificação”: nenhuma ocorrência (“santificar” tem duas, no comentário sobre o Pai Nosso).
  • “Redenção” (e derivados): nenhuma ocorrência (“Redentor” aparece uma única vez, numa nota de rodapé, em referência – pasmem! – a um livro sobre Martin Luther King, chamado “O Redentor Negro”! Está à página 55).
  • “Confissão” (sacramento): nenhuma ocorrência (há duas referências a “confissão”, na expressão “Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil”, com as maiúsculas por conta da CNBB).

Em contrapartida:

  • “Economia (e derivados): 142 ocorrências.
  • “Solidariedade” (e derivados): 81 ocorrências.
  • “Pobre” (e derivados): 75 ocorrências.
  • “Direito(s)”: 74 ocorrências.
  • “Terra”: 64 ocorrências.
  • “Trabalho”: 56 ocorrências.
  • “Social” (e derivados): 54 ocorrências.
  • “Política” (e derivados): 39 ocorrências.
  • “Mercado” e “Mercadoria”: 30 ocorrências.
  • “Desenvolvimento”: 29 ocorrências.
  • “Povo”: 27 ocorrências.
  • “Miséria”: 12 ocorrências.
  • “Exploração” (e derivados): 11 ocorrências.

Isto é sintomático. No segundo grupo, a palavra que menos aparece é “exploração”; mesmo assim, ela aparece mais do que todas as palavras do primeiro grupo, à exceção de “Jesus”. E até mesmo “política” aparece mais do que “Jesus” neste documento!

Coisas absolutamente fundamentais para qualquer texto que se pretenda servir para o tempo quaresmal, é inexplicável a total ausência de palavras como “Missa”, “Eucaristia” e “Confissão”. Que espécie de preparação para a Páscoa pode ser feita sem que se fale na Santa Missa? Sem que se fale em comunhão eucarística, em confissão dos pecados, em arrependimento? Sem que se fale na Virgem Santíssima? A conclusão é inevitável: este texto não serve para a Quaresma. Não pode servir, porque não trata de temas espirituais. Fica perdido no naturalismo, na horizontalidade, na materialidade estéril – e passa longe das necessidades espirituais dos fiéis católicos.

A julgar por este texto-base, parece ser opinião da CNBB que a Igreja deve, durante a Quaresma, falar mais em exploração do que em oração. Deve falar mais em miséria do que em pecado. Mais em trabalho que em conversão. Mais em política do que em Nosso Senhor.

E isto é muito triste. Se o sal perde o sabor, para quê ele servirá? Até quando suportaremos esta campanha da materialidade, que nega toda a riqueza espiritual do tempo da quaresma, soterrando a piedade católica sob uma profusão de temas naturalistas estéreis? Usquequo, Domine…?

Eles NÃO publicaram!

Comentei aqui ontem sobre a publicação de um comentário tosquíssimo no blog da CNBB, no post sobre a [anti-católica] análise de conjuntura que não é um documento oficial da Conferência mas, mesmo assim, foi veiculada por órgãos oficiais da CNBB.

O Alien perguntou se eles também publicavam comentários contrários às suas convicções. Eu não sabia, e sugeri que fizéssemos um teste. O Alien disse ter enviado um comentário, e o Carlos idem. Eu também enviei um logo no começo do dia de ontem, o qual [infelizmente] não salvei no meu computador, mas era alguma coisa contundente do tipo “que grande porcaria”, “vale lembrar que o socialismo foi condenado pela Igreja”, “o que este lixo anti-católico está fazendo em um blog supostamente ligado a uma conferência católica?” e “vocês deveriam ter pelo menos a decência de avisarem aos leitores desavisados para pegarem um saco de vômito antes de iniciar a leitura”.

Temos, pelo menos, três comentários enviados ontem, dos quais NENHUM foi publicado até o presente momento. Mas o do Vanderley foi publicado e, a julgar pela ordem dos comentários que o meu post de ontem recebeu, o dele foi o último a ser enviado. Vejam o porquê do “blog da CNBB” ter sido tão célere nesta aprovação:

* * *

vanderley disse…
Sem dúvida, a CNBB está bem moderna.
Afinal , devemos quebrar todos os paradigmas.
Os dogmas antigos e ultrapassados precisam ser
esquecidos.
De fato ela atende as necessidades do povo
oprimido.
Por isso é importante dialogar com aqueles
que representam o povo sofrido.

1 de março de 2010 21:22

* * *

Sinceramente, dá para levar a sério uma palhaçada dessas?