Eu acho que histórico é a melhor palavra para descrever o II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida. O evento (cuja “parte leiga” ocorreu nos últimos dias 05 e 06 de novembro, à qual estive presente) superou todas as minhas expectativas. Uma estrutura de primeira e uma minuciosa organização proporcionando um encontro de gigantes: foi portentoso.
O Prof. Hermes Rodrigues e o Coronel Paes de Lira apresentavam os palestrantes. O pe. Shenan Boquet, presidente da Human Life International, expunha o território inimigo e mostrava-nos, em linhas gerais, os fronts nos quais ocorre a guerra. Veteranos experientes – como o Matthew Hoffman, do LifeSiteNews.com, ou o Mario Rojas, diretor da seção latino-americana da HLI, ou o dr. Piero Tozzi, advogado do Alliance Defense Fund – contavam as suas valiosas histórias de combate. Combatentes desta terra de Santa Cruz – como o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini – eram publicamente condecorados. Outros – como o pe. Lodi – compartilhavam a sua experiência bélica. Os agentes da contra-inteligência expunham as táticas do inimigo: o Mons. Sanahuja denunciava a tentativa de dominação global do Religions for Peace, enquanto o Dr. Jorge Scala desmascarava com maestria os ideólogos de gênero e o pe. Paulo Ricardo punha a descoberto a eficaz tática do marxismo cultural para esvaziar a Fé Católica. O pe. Juan Carlos Aguilar colocava o nosso combate na perspectiva espiritual que é necessária, e o eloqüente Raymond de Souza traçava a nossa estratégia em três pontos: rezar, estudar e agir.
Rezar, porque não é meramente contra homens de carne e osso que combatemos e temos a certeza de que (como eu pus desde o início na coluna lateral do Deus lo Vult!) se o Senhor não guarda a cidade em vão vigiam as sentinelas. Rezar, porque esta é a alma de todo apostolado e, sem oração, todo o resto é vão e infrutífero.
Estudar, porque a crise pela qual atravessa a Igreja hoje é uma crise de Fé e, como nos disse o primeiro Papa, devemos estar sempre prontos para responder aos que nos pedem a razão de nossa esperança. Estudar, para entendermos a posição na qual nos encontramos e conhecermos as nossas reais possibilidades de ação.
E, por fim, agir, porque a vida cristã – como nos diziam as paredes do Mosteiro de São Bento onde estávamos – é feita de ora et labora, de rezar como se dependesse somente de Deus e trabalhar como se dependesse somente de nós. Agir, porque os canhões já ribombam ao nosso redor e já nos encontramos em meio à guerra encarniçada que Satanás trava contra os filhos da Virgem Santíssima. Agir, porque a isto o Senhor dos Exércitos nos chama, a isto somos vocacionados e, quanto a isto, podemos e devemos responder que Deus o quer.
Nós, congressistas, colhíamos com atenção cada palavra. Ficávamos entusiasmados com aquela santa confluência de combatentes calejados unidos a jovens aspirantes querendo fazer valer a sua condição de membros da Igreja Militante. E saímos de lá com um desejo que era também ao mesmo tempo um propósito: consumir as nossas vidas por esta causa, que é a mais nobre de todas as causas por ser a causa do Deus Altíssimo.
Aproveitamos cada momento. Das palestras aos corredores, das mesas de autógrafos aos coffee-breaks, das noites em nossos aposentos à Santa Missa celebrada quase ao raiar do dia, das pizzarias às padarias, da chegada à partida. E vivíamos esta sensação que bem pode ser descrita como que uma manifestação sensível da comunhão dos santos, uma sensação de que não estávamos sozinhos e podíamos salvar o mundo porque estamos juntos, somos muitos e Deus está a nosso favor, e (ainda que nem sempre o percebamos!) marchamos sob o estandarte da Virgem Santíssima – que é Auxilium Christianorum e tem experiência em batalhas suficiente para nos dar a vitória também desta vez.
Sim, repito: histórico! Peçamos a Deus que os santos desejos inflamados neste congresso não esmoreçam. Que nos empenhemos sinceramente em rezar, estudar e agir, a fim de que os frutos deste II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida possam aparecer o quanto antes. Ad majorem Dei gloriam. Pelo bem das almas. Para o nosso próprio bem.
P.S.: Ver também n’O Possível e o Extraordinário: Rezar, estudar e agir em defesa da vida.