Enquanto isso, no Canadá

Que exemplo: Romena dá à luz o seu 18º filho! Firme posição contra os antinatalistas, eloqüente testemunho de vida familiar do qual o mundo tem tanta necessidade. Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras; a foto a seguir basta para refutar os editoriais londrinos et caterva:


[Foto: AP apud G1]

E ela tem só 44 anos. Não parecem ser muçulmanos… ainda há esperança no mundo!

“Nós agradecemos a Deus por todos eles serem saudáveis e felizes.” [Alexandru Ionce, pai da menina]

Sim, felizes. Afinal, há coisa mais feliz do que uma família grande e unida? :-)

Uma luz no fim do túnel

Escrevi ontem que uma revista britânica – a British Medical Journal – havia se levantado contra a Humanae Vitae, publicando, no quadragésimo aniversário do documento de Paulo VI, um editorial que era a anti-encíclica, até mesmo pelas expressões utilizadas. O G1 fez o papel do “retransmissor” tupiniquim do besteirol.

Por outro lado, a edição de 30 de julho da VEJA (que já estava em circulação na sexta-feira, 25 de julho) traz uma matéria de capa gratificante, abordando o mesmíssimo assunto, mas (a julgar pela capa, pois ainda não li a matéria) sem a cegueira voluntária do especialista britânico. Ei-la:

No blog do Reinaldo Azevedo, todavia, contrariando explicitamente o que se poderia julgar pela capa da VEJA, encontra-se um texto que parece até ter sido escrito pelo sr. Guillebaund. Imagino que haja outros artigos na revista que sirvam de contraponto e possam dar uma visão mais razoável da questão. Eis o trecho apud Reinaldo Azevedo:

A quantidade de crianças que as mulheres dão à luz tem impacto direto na economia e na sociedade de uma nação. São muitas as razões que levam os casais de países ricos a ser mais propensos a formar famílias pequenas. A adesão das mulheres à competitividade no trabalho ou na vida acadêmica é certamente uma delas. O certo é que, hoje, só as nações muito pobres, como as da África Subsaariana e o Afeganistão, com renda per capita miserável, apresentam altas taxas de fecundidade e de crescimento populacional.

Também em editorial da Folha de São Paulo de ontem, dia 28 de julho, podem-se ler as seguintes palavras sensatas:

A fase de bônus da transição demográfica já vem com data para acabar.  O rápido envelhecimento da população logo produzirá significativos impactos sobre os sistemas de saúde e de previdência. É fundamental que o Estado e as famílias se preparem desde já.

Coisas assim alimentam a esperança de que o povo brasileiro, enfim, não seja mais ludibriado pelo bombardeio maciço e constante de somente um dos lados da moeda. Que tais esperanças não sejam infundadas, e que a luz que desponta no fim do túnel seja o sol a brilhar no campo aberto, é o que pedimos a Deus.

Ainda o catastrofismo antinatalista

“Deixai vir a Mim as criancinhas e não as impeçais” (Lc 18, 16).

Na última sexta-feira, a carta encíclica Humanae Vitae, de Paulo VI, completou 40 anos. Com uma clarividência impressionante, o papa apontava os problemas nos quais a humanidade afundaria caso continuasse com a política (então nascente) de controle de natalidade, condenada pela Igreja como contrária ao plano de Deus (pois “[o] matrimônio não é, portanto, fruto do acaso, ou produto de forças naturais inconscientes: é uma instituição sapiente do Criador, para realizar na humanidade o seu desígnio de amor (…) [onde os esposos colaboram] com Deus na geração e educação de novas vidas” – HV 8; cf. HV 13) e degradante da natureza humana (cf. HV 17).

Desgraçadamente, as pessoas não ouviram a Igreja. E, quando as pessoas não ouvem a Igreja, inevitavelmente acontecem tragédias. Tudo o que o Papa falou quarenta anos atrás é, hoje, uma triste realidade:

  • “o caminho amplo e fácil” aberto – “[a]os jovens especialmente, tão vulneráveis neste ponto” – “à infïdelidade conjugal e à degradação da moralidade”;
  • a perda do “respeito pela mulher” e a sua consideração “como simples instrumento de prazer egoísta e não mais como (…) companheira, respeitada e amada”;
  • a existência de governos que favorecem ou impõem “às suas populações (…) o método de contracepção que eles reputassem mais eficaz”.

Os homens, entretanto, parecem que não aprendem. Mesmo quando a Rússia cria um feriado para incentivar a natalidade, quando há incentivos estatais para que os casais tenham filhos em países da Europa, quando a população européia envelhece a olhos vistos, quando a queda da taxa de natalidade brasileira só perde para a da China, quando o relatório Kissinger já foi desmascarado, mesmo assim, aparece na sexta-feira – dia 25 de julho, lembrem-se, aniversário da Humanae Vitae! – uma reportagem no G1 na qual um especialista em contracepção sugere menos filhos para salvar o planeta! É difícil imaginar em que mundo viva este indivíduo; mas é muito fácil imaginar qual é o propósito da reportagem. Pois vejam (todos os grifos meus):

Para Guillebaund, “algo precisa ser feito para separar o sexo da concepção – ou seja, a contracepção”. [G1]

Esta doutrina, muitas vezes exposta pelo Magistério, está fundada sobre a conexão inseparável que Deus quis e que o homem não pode alterar por sua iniciativa, entre os dois significados do ato conjugal: o significado unitivo e o significado procriador. [HV 12]

Percebam que a intervenção do “especialista” – publicada numa revista britânica da sexta-feira 25 de julho – é tão nonsense que nem mesmo os governos europeus engolem mais. Mas ela merece ser publicada “cum jubilo”, porque é a anti Humanae Vitae.  Contradi-la explicitamente, utilizando as mesmas expressões que a Igreja utiliza com relação às duas faculdades do ato conjugal. O objetivo da reportagem britânica e, por conseguinte, do G1, é contradizer o ensino da Igreja, e não outro.

Quando eu vejo certas coisas, a primeira imagem que me vem ao pensamento é a de um adolescente mimado e orgulhoso, “teimando” n’alguma coisa só para não reconhecer que estava errado quando alguém mais velho o disse antes. Lembro-me do exemplo (que se encaixa perfeitamente) dos “cientistas” que querem destruir embriões humanos a todo custo. E vejo a mesma coisa nesta reportagem que faz a apologia do controle de natalidade: é uma vontade irracional de contrariar, somente pelo “prazer” de fazer diferente. O mundo precisa acordar! Uma família é uma coisa séria demais para ficar à mercê das infantilidades dos adolescentes birrentos.

Há uma daquelas “frases de efeito” que diz o seguinte: nunca vá pelo caminho já aberto, pois ele só te leva até onde já estiveram outros antes de ti. Uma frase muito bonita, e muito errada. Um solene incentivo à imprudência, um orgulhoso desprezo pelo trabalho daqueles que nos precederam. Newton dizia que enxergava mais longe por estar sobre os ombros de gigantes; os egoístas que não querem nunca ir pelo “caminho já aberto”, só poderão dar com si próprios n’água, e precipitarem-se no abismo junto com os que lhes derem ouvidos. É o caso deste especialista inglês, que repete sandices – já historicamente demonstradas como tais – contradizendo o Vigário de Jesus Cristo. Não permita Deus que a desgraça antinatalista, após devastar o Primeiro Mundo, venha fazer vítimas aqui do lado de baixo de Equador. Que o povo católico escute a voz do Papa, que ecoa a voz de Cristo. Que os católicos deixem as criancinhas virem ao mundo, pois somente assim é possível deixá-las ir a Cristo, como Ele pediu. Nunca nos esqueçamos de que filhos são bênçãos, a despeito do que digam, porque atestam assim as Escrituras Sagradas que têm como autor Aquele que não pode enganar-Se e nem nos enganar:

O Senhor se lembra de nós e nos dará a sua bênção; abençoará a casa de Israel, abençoará a casa de Aarão, (…) O Senhor há de vos multiplicar, vós e vossos filhos  (Sl 113, 20. 22).

Rússia e o controle de natalidade

volo ergo juveniores nubere filios procreare matres familias esse [Epistula I ad Timotheum 5, 14]

Enquanto a importância do controle de natalidade é praticamente um dogma incontestável por estas bandas de cá, os países onde ele foi aplicado há mais tempo sofrem hoje as suas nefastas conseqüências.

Notícia fresquinha: Rússia cria feriado para incentivar o romance. Não se trata de “sentimentalismo” do Governo, mas de duas constatações importantes: (1) a taxa de natalidade decrescente faz mal para o país, e (2) viver em uma família estruturada é importante para o futuro cidadão. A reportagem é um oásis de bom senso, no meio das agressões ideológicas com as quais somos bombardeados pela mídia o tempo inteiro. Saiu no New York Times e saiu uma tradução no UOL (para assinantes).

O nome do feriado? Dia da Família, Amor e Fidelidade. O objetivo? “[C]ombater as taxas de crescimento populacional decrescentes do país”. A estratégia? Encorajar “os casais não apenas a terem filhos, mas também a proporcionarem às crianças vidas familiares estáveis, com pai e mãe presentes” – este grifo é meu.

Safina disse que crescer sem a figura paterna em casa faz mal para as crianças.  Uma mulher pode vir a escolher um marido como o seu pai, irresponsável ou ausente, e um garoto sem pai não tem um modelo para seguir, diz ela. “Ele não vai saber o que significa ser um homem”, diz.

Digam isso ao presidente Lula, e a todas as pessoas que defendem a adoção de crianças por “casais” homossexuais! Imprimam isso nas primeiras páginas dos jornais, nas capas das revistas! Publiquem outdoors, digam-no em programas de rádio e de televisão! Rápido, antes que esta afirmação seja considerada criminosa pela lei da mordaça gay, por contrariar – de maneira tão discriminatória! – os desejos da caricatura pervertida de família.

E, last but not least,

o feriado também tem a intenção de encorajar as pessoas a terem filhos mais cedo. Esperar até depois dos 30 anos para ter filhos pode ser ruim para a saúde da criança, disse [Alyona Safina, 21, que trabalha para o braço jovem do Partido Rússia Unida do primeiro-ministro].

O que dizer? Será que não vamos conseguir aprender com os erros alheios? Será que vamos continuar “andando na contramão” e aplicando aqui os mesmos modelos ideológicos internacionalmente fracassados? Precisamos mesmo passar pela difícil situação que hoje atravessam os países europeus?

Sugestão de leitura: Casti Connubii, de Pio IX:

Entre os benefícios do matrimônio ocupa, portanto, o primeiro lugar a prole. Em verdade, o próprio Criador do gênero humano, o qual, em sua bondade, quis servir-se do ministério dos homens para a propagação da vida, nos deu este ensino quando, no paraíso terrestre, instituindo o matrimônio, disse aos nossos primeiros pais e, neles, a todos os futuros esposos: “crescei a multiplicai-vos e enchei a terra”. (Gen 1, 28). Esta mesma verdade a deduz brilhantemente Santo Agostinho das palavras do Apóstolo S. Paulo a Timóteo (1 Tim 5, 14), dizendo: “que a procriação dos filhos seja a razão do matrimônio o Apóstolo o testemunha nestes termos: eu quero que as jovens se casem. E, como se lhe dissessem: mas por quê?, logo acrescenta: para procriarem filhos, para serem mães de família”. (S. Agost. De bono conj. cap. XXIV, n. 32). [CC 12]

Parabéns à Rússia!