História de Conversão

Toda história de conversão é dramática; somente Deus conhece apropriadamente o que se passa no íntimo de uma alma que, em um dado momento de sua vida, resolve colocar-se de joelhos diante da Cruz de Nosso Senhor. Para a alma que se converte, é a sua própria história de conversão que importa; como cada alma é única, cada história de conversão é também única e, como cada alma é valiosa para Deus, cada conversão é infinitamente valiosa, quer seja de Santo Agostinho, de São Francisco de Assis, do Cardeal Newman, de Chesterton, de Scott Hahn, ou de qualquer pessoa que um dia encontrou a Jesus Cristo sem que nós o saibamos. Deve ser uma coisa maravilhosa, no Céu, conhecer histórias de conversão – dramáticas e emocionantes como todas elas são – de pessoas desconhecidas, que nós nunca saberíamos de outra maneira. Toda conversão é bela – é uma festa no Céu -, porque é o retorno de uma alma Àquele para Quem ela foi criada.

Saiu uma notícia ontem em ZENIT sobre algo que eu não sabia: a conversão de Vittorio Messori. Fiquei com vontade de ler o livro original; tem pessoas que a gente imagina – para mim, o Messori era uma delas – como se tivessem sido “sempre católicos”. Mas, salvo santas exceções, todo mundo (até quem “sempre foi católico”) precisa em algum momento de conversão; como li certa vez n’algum lugar, a conversão do filho pródigo é maravilhosa, mas o relato bíblico nos mostra claramente que o filho que ficou em casa também precisava de conversão…

E, contudo, até os 23 anos Messori não era nada católico. A família era agnóstica, e mais, anti-clerical. Foi criado e educado em uma cultura racionalista, indiferente ao mistério religioso e hostil à idéia de que Deus pudesse existir. Como estudante universitário, foi discípulo de professores do laicismo, como Norberto Bobbio e Galante Garrone.

E, no entanto, hoje é reconhecido defensor da Igreja! Deus é misericordioso. Cada história de conversão é importante, porque é uma alma que se volta para Deus; no entanto, a Providência Divina não raro reserva grandes planos para aqueles a quem Ela concede a graça de uma grande conversão.

Campanha por conversões – outubro

Pedindo a todos perdão pelo atraso, o Deus lo vult! apresenta o escolhido do mês de outubro para ser alvo de nossas orações, a fim de que a Virgem Santíssima possa abrir-lhe o caminho que conduz à Única Igreja de Cristo, porto seguro em meio as tempestades da vida, abrigo acolhedor sob o qual se está a salvo de todos os erros e heresias que pululam em nossos tempos.

Lembrando a nossa proposta: ao menos um terço no mês, na intenção da conversão do atual escolhido à Igreja Católica. Quem tiver um BLOG e quiser participar da campanha, divulgando-a, é muitíssimo bem vindo. Trazendo o texto que foi apresentado no BLOGOCOP:

Como eu já expliquei no mês passado, não há uma troca de nomes, mas uma coleção deles. O fato de este mês rezarmos por uma pessoa diferente não significa que deixamos de amar a anterior, portanto, devemos sempre pedir a Deus pela conversão da Ana Paula Valadão e do George W. Bush.

E este mês adicionamos à lista o Sr…. (tambores…) Kaká. (palmas…)

Kaká, aquele mesmo que agora voltou à seleção brasileira. Segundo explicou o Fernando, do Blog do Fernando, o jogador aceitou participar de um evento com o Papa, a leitura televisionada de toda a Bíblia (inclusive dos livros que faltam na bíblia protestante). O Evento teve seu início no dia da abertura do Sínodo dos Bispos e está previsto para terminar no dia 10 de outubro.

Que seja em seu favor a Virgem Soberana!

Campanha por conversões – Setembro

Dando prosseguimento à campanha por conversões abraçada por este blog no mês passado, apresento, com um pouco de atraso, o escolhido do mês de setembro para receber as nossas orações. Apenas relembrando algumas coisas relativas à campanha:

1) O que é a campanha por conversões? É uma campanha, da blogosfera católica, iniciativa do BLOGOCOP, e que consiste em incentivar os internautas a rezarem pelo menos um terço pela conversão de uma determinada pessoa a cada mês.

2) Qual o objetivo de semelhante campanha? Ofender os não-católicos? De maneira nenhuma. O objetivo da campanha é duplo: ao mesmo tempo incentivar a oração por outras pessoas e testemunhar a necessidade de se pertencer à única e verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Trata-se de um testemunho de Fé e de uma obra de caridade.

3) As pessoas pelas quais rezamos nos meses anteriores, e não se converteram, ficarão sem receber as nossas orações? Não. É bom e necessário que não “abandonemos” as pessoas pelas quais rezamos anteriormente; apesar de nós termos uma pessoa a cada mês, isso não significa uma mera “troca” de nomes, mas uma agregação.

4) Legal. Como faço para participar da campanha? De duas maneiras. Primeiro, reze pelo menos um terço no decorrer do mês na intenção da conversão da pessoa escolhida. Segundo, se você tem um blog católico, divulgue a campanha, para que assim mais e mais católicos rezem pela pessoa escolhida.

E agora, sem mais delongas, o nome da pessoa que vai receber as nossas orações durante este mês é… George W. Bush.

Por quê? Veja no BLOGOCOP:

[N]ão só pela aproximação atual com o Santo Padre, mas porque há anos ele vem tomando aulas de Doutrina Social da Igreja e está cercado de conselheiros católicos. Precedentes, aliás, não faltam, quem não se lembra dos rumores sobre a conversão do Tony Blair que acabaram se concretizando depois que ele deixou o cargo de primeiro ministro? No caso do Bush o precedente está na própria família, já que seu irmão se converteu recentemente.

Rezemos. Ut unum sint!

Escândalo sobre Taizé

É impressionante como quaisquer notícias relacionadas à comunidade de Taizé conseguem sempre provocar escândalo. A comunidade não-católica é uma fonte inesgotável de irenismo e de confusão doutrinária, e muitas vezes a Igreja é questionada pela “simpatia” com a qual sempre tratou Taizé e, em particular, o Ir. Roger Schutz, seu fundador, cujo assassinato completou recentemente (no dia 16 de agosto) três anos. A mais recente zombaria à qual foi submetida a Esposa de Cristo deu-se justamente por ocasião do aniversário da morte do Ir. Roger, onde o Cardeal Kasper deu uma entrevista sobre o fundador da Comunidade de Taizé. A notícia foi veiculada por ZENIT e também publicada integralmente no site da comunidade de Taizé.

O ponto mais doloroso da questão – apontado acidamente pelo Fratres in Unum – foi a declaração do Card. Kasper de que o Ir. Roger, mesmo não sendo católico, recebia ordinariamente a Sagrada Eucaristia:

“a Igreja Católica tinha aceitado que ele [Ir. Roger] comungasse na missa […] [e ele] também recebeu a comunhão, por diversas vezes, das mãos do Papa João Paulo II, que tinha uma relação de amizade com ele desde o Concílio Vaticano II” [Kasper, in ZENIT]

Todo mundo sabe que não se escreve o que o Kasper diz. Que o cardeal alemão tenha idéias heterodoxas sobre aspectos da Fé Católica que qualquer criança aprende no catecismo, não é novidade para ninguém. Agora, a declaração de que a Igreja e o Papa tenham aceitado sem mais nem menos esta sacrílega communicatio in sacris é bastante grave. Detenhamo-nos um pouco mais na questão.

Em primeiro lugar, o que o cardeal Kasper entende por “Ecumenismo” é uma besteira sem tamanhos. Diz o cardeal:

[O Irmão Roger e]stava convicto de que só um ecumenismo alimentado pela Palavra de Deus e pela celebração da Eucaristia, pela oração e pela contemplação, seria capaz de reunir os cristãos na unidade desejada por Jesus. [Kasper, in Taizé]

O Concílio Vaticano II, todavia, diz o contrário disso:

[N]ão é lícito considerar a communicatio in sacris como um meio a ser aplicado indiscriminadamente na restauração da unidade dos cristãos. [Unitatis Redintegratio, 8]

Ou seja: Kasper diz que o único ecumenismo que “funciona” é o que se alimenta da Eucaristia. A Igreja diz que a Eucaristia não pode ser considerada como um meio para a restauração da unidade dos católicos. Os dois dizem coisas diametralmente opostas. Claro está que é a Igreja quem está certa e, o Kasper, errado.

Acrescente-se a isso o fato óbvio de que não pode receber a Comunhão Eucarística quem está fora da Comunhão com a Igreja. Isso está no Compêndio do Catecismo (n.  291) e o Papa Bento XVI o afirma com bastante clareza:

De facto, a Eucaristia não manifesta somente a nossa comunhão pessoal com Jesus Cristo, mas implica também a plena comunhão (communio) com a Igreja; este é o motivo pelo qual, com dor mas não sem esperança, pedimos aos cristãos não católicos que compreendam e respeitem a nossa convicção, que assenta na Bíblia e na Tradição: pensamos que a comunhão eucarística e a comunhão eclesial se interpenetrem tão intimamente que se torna geralmente impossível aos cristãos não católicos terem acesso a uma sem gozar da outra. [Sacramentum Caritatis, 56]

As exceções da qual fala o Papa no mesmo número da exortação apostólica (“em ordem à salvação eterna, há a possibilidade de admitir indivíduos cristãos não católicos à Eucaristia, ao sacramento da Penitência e à Unção dos Enfermos; mas isso supõe que se verifiquem determinadas e excepcionais situações, associadas a precisas condições”) são as seguintes:

293. Quando é possível administrar a sagrada Comunhão aos outros cristãos?

1398-1401

Os ministros católicos administram licitamente a sagrada comunhão aos membros das Igrejas orientais que não têm plena comunhão com a Igreja católica, sempre que estes espontaneamente a peçam e com as devidas disposições.

No que se refere aos membros doutras Comunidades eclesiais, os ministros católicos administram licitamente a sagrada comunhão aos fiéis, que, por motivos graves, a peçam espontaneamente, tenham as devidas disposições e manifestem a fé católica acerca do sacramento.
[Compêndio, 293]

Evidente está que o “ecumenismo” não pode ser considerado como “em ordem à salvação eterna” e nem tampouco como “motivos graves” (pois isto iria contrariar o texto da Unitatis Redintegratio citado). Mas, então, por que o Ir. Roger comungava (até do Papa!) sem ser católico?!

Por respeito ao Sumo Pontífice, deve-se-lhe conceder a benevolência de não levantar suposições indignas do cargo que ele ocupa. Há uma outra suposição mais caridosa que se pode fazer: e se o Ir. Roger fosse católico?

A notícia saiu há dois anos:

Ir. Roger, o fundador da Comunidade Ecumênica de Taizé, na França, manteve em segredo, por 33 anos, o fato de ter abandonado a religião protestante e ter-se convertido ao Catolicismo.

[…]

A revelar, ou pelo menos confirmar oficialmente, a conversão do religioso suíço foi o bispo emérito de Autun, na França, Dom Raymond Seguy.

[…]

Sua possível conversão ao Catolicismo teria ocorrido em 1972 e, imediatamente após sua profissão de fé, ele teria tomado a decisão de manter segredo sobre isso.

Se baseia ela numa reportagem do Le Monde que diz (não tive acesso à íntegra e também não adiantaria, já que “mon Français est très petit”):

Le cardinal Ratzinger, préfet de la Congrégation pour la doctrine de la foi, qui avait toujours refusé l’accueil des protestants à la communion catholique, faisait-il une exception ? L’énigme est résolue. L’historien Yves Chiron, dans le numéro d’août de la lettre d’information mensuelle Aletheia qu’il publie, révèle que Frère Roger, mort assassiné le 16 août 2005, était converti au catholicisme depuis 1972.
[O Cardeal Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que sempre rejeitou que os protestantes fossem admitidos à comunhão [sacramental] católica, abriria uma exceção [ao dar a comunhão para o Ir. Roger nos funerais de João Paulo II]? O enigma está resolvido. O historiador Yves Chiron, na edição de agosto do boletim mensal Aletheia que ele publica, revela que o Ir. Roger, assassinado no dia 16 de agosto de 2005, havia se convertido ao catolicismo desde 1972 – tradução bem livre]

Os rumores foram imediatamente negados pela comunidade de Taizé (“Respeitemos a memória do irmão Roger”, “O Ecumenismo é em primeiro lugar uma partilha de dons” e “Um percurso sem precedente”), mas os artigos publicados pela comunidade são, como sempre, sofríveis. Será que a versão do Le Monde não é possível?

É possível que sim. São palavras do Kasper na citada entrevista:

No entanto, por respeito pela caminhada na fé do irmão Roger, seria preferível não aplicarmos a seu respeito categorias que ele próprio considerava desapropriadas à sua experiência e que, aliás, a Igreja Católica nunca quis lhe impor.

E, se o antigo prior de Taizé converteu-se realmente, e poucos o sabiam, e ele preferiu manter tudo em segredo, por achar termos com “conversão” pouco adequados à empreitada ecumênica por ele conduzida, as coisas passam a fazer mais sentido. Permita Deus que seja verdade! E que a Virgem nos conduza a tempos – em futuro não muito distante, esperemos – em que deixe de ser “politicamente incorreto” falar em conversão, ou em que os politicamente incorretos não corram o risco de pôr muitas coisas boas a perder.

Campanha por conversões!

É, sem dúvida, necessário que os fiéis católicos na empresa ecuménica se preocupem com os irmãos separados, rezando por eles, comunicando com eles sobre assuntos da Igreja, dando os primeiros passos em direcção a eles.
[Unitatis Redintegratio 4]

Aderindo à excelente campanha lançada pelo BLOGOCOP: pela conversão de uma alma! O objetivo é, a cada mês, rezar pelo menos um terço pela conversão de uma determinada pessoa. Afinal, “o santo propósito de reconciliar todos os cristãos na unidade de uma só e única Igreja de Cristo excede as forças e a capacidade humana” (UR 24) e, assim, fiamo-nos na poderosa intercessão d’Aquela que é dispensadora das graças de Cristo, de quem jamais se ouviu dizer que tivesse desamparado a quem reclamasse o Seu socorro.

E a pessoa que vai receber as nossas orações durante este mês de agosto é:

ANA PAULA VALADÃO


[Foto: Blog da Ana]

Por quê?  Vejam no blog do Wagner. E, a propósito, a foto acima é na Terra Santa, no Getsêmani, no lugar onde hoje existe a Basílica da Agonia. Bom sinal…

A fim de que a cantora protestante possa, o quanto antes, fazer parte da verdadeira Igreja de Cristo, Domine, Te rogamus, audi nos!