CNBB e escândalos

Escândalo 1, via Fratres in Unum: CNBB apóia plebiscito sobre limitação da propriedade da terra no Brasil.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, divulgou esta semana a carta em apoio ao Plebiscito Popular pelo limite máximo da propriedade da terra no Brasil.

No documento, as coordenações regionais e nacionais das Pastorais Sociais e Organismos da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, assumem o compromisso de participar do 16º Grito dos Excluídos e da organização do Plebiscito Popular.

“Esta decisão tem como base a consciência de que a democratização da terra através da reforma agrária é uma luta histórica do povo e uma exigência ética afirmada pela CNBB há décadas. É também a realização de um gesto concreto proposto pela Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010.”

Escândalo 2, via O Possível e o Extraordinário: Fundação Ford.

Pense rápido: qual é a organização que mais recebeu dinheiro da Fundação Ford (FF), em 2010, dentre as 34 organizações/instituições brasileiras apoiadas pela FF?

Se você pensou em uma ONG abortista… Errou! De acordo com o site Ford Foundation a organização que mais recebeu dinheiro deles foi a Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismo ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O site registra que, só em 2010, a pastoral católica recebeu a bolada de US$450 mil dólares.

Além da católica CPT, a Cáritas Brasileira, outra organização ligada à CNBB, recebeu, em 2010, o montante de US$200 mil dólares. Juntas, essas duas organizações católicas recebem da Fundação Ford três vezes mais que a organização pró-aborto Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA).

Acho curioso que uma fundação comprometida com o financiamento de ações em prol da legalização do aborto no Brasil invista tanto dinheiro em organismos católicos ligados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Realmente curioso… Não poderia passar em branco.

Alguém explica o que é que está acontecendo?

Vai ficar tudo por isso mesmo?

O Josias de Souza escreveu que o “Braço Agrário” da CNBB apóia o vandalismo no laranjal. Um herege protestante chamou a Igreja de hipócrita, fazendo esta constatação que nos envergonha: “Em situações de gravidade em território nacional como por exemplo, aumento da violência e a corrupção na política, a Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB) costuma emitir nota, repudiando tais fatos. Entretanto, quando trata-se de violência promovida pelo MST, como a recente, onde milhares de pés de laranja foram criminosamente destruídos, após a invasão  de uma propriedade particular pelos pobres integrantes do MST, a CNBB omite-se”.

E vai ficar tudo por isso mesmo? Senhores bispos, os senhores irão simplesmente deixar que a Igreja seja escarnecida em público, associada a atos de vandalismo, acusada de hipocrisia, de conivência, de omissão?

Para variar, escrevi sobre o assunto a S.E.R. Dom Dimas Lara Barbosa, Secretário Geral da CNBB, e a S.E.R. Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da mesma. Para variar, não obtive nenhuma resposta. A mensagem que enviei segue abaixo. Se os bispos não respondem aos seus fiéis, a quem eles podem recorrer?

* * *

[Email enviado em 07 de outubro de 2009]

Sua Excelência Reverendíssima Dom Geraldo Lyrio Rocha,
Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil,

Sua Excelência Reverendíssima Dom Dimas Lara Barbosa,
Secretário Geral da supracitada Conferência,

Foi noticiado recentemente pela imprensa a ação de alguns integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na ocupação da fazenda Santo Henrique, no interior de São Paulo. Em um vídeo que pode inclusive ser visto na internet – cf. http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u634176.shtml -, é mostrado um trator guiado por integrantes do MST destruindo uma plantação de laranjeiras.

Ao que me conste – posso estar enganado -, não é lícito, segundo a Moral Católica, ocupar uma fazenda produtiva (mesmo que a área seja “pública”) e destruir por conta própria, sem autorização judicial, as plantações de uma produtora legal de suco de laranja. No entanto, tomei conhecimento de uma nota da Comissão Pastoral da Terra protestando contra a divulgação destas cenas de barbárie e vandalismo, que pode ser encontrada no seguinte link:

http://www.cptnacional.org.br/?system=news&action=read&id=3414&eid=8

Isto posto, gostaria de fazer algumas perguntas (às quais, sinceramente, espero respostas):

1. Foi moralmente lícita a ação dos integrantes do MST na fazenda Santo Henrique?

2. Sendo a CPT parte da CNBB, devo concluir que a Conferência concorda com o teor da nota publicada por esta Comissão Pastoral?

3. A CNBB não vai publicar uma nota condenando os atos de barbárie e vandalismo perpetrados pelos integrantes do MST?

Renovando os meus votos de estima,
e rezando pelos Sucessores dos Apóstolos no Brasil,
subscrevo-me, em Cristo,
Jorge Ferraz
Leigo, Recife – PE

CNBB e MST

Mais escândalos. Não surpreende, mas angustia e machuca.

“A Imprensa falada e escrita noticiou amplamente nos últimos dias as cenas de vandalismo, barbárie, de integrantes do MST que invadiram a Empresa Cutrale, produtora legal de suco de laranja, destruindo criminosamente uma plantação de laranja da melhor qualidade e produtividade” – escreveu o professor Felipe Aquino no seu blog. O professor linka inclusive um vídeo disponível no site da Folha de São Paulo, que mostra um trator conduzido por integrantes do MST derrubando os pés de laranja.

Desgraçadamente, hoje é noticiado que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) criticou “a divulgação pela imprensa da ação de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na ocupação da fazenda Santo Henrique, na divisa dos municípios de Iaras e Lençóis Paulista, em São Paulo”.

Até onde me consta, a CPT é uma pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, como pode ser visto no site da Conferência. Aliás, clicando-se no link da Pastoral da Terra que se encontra na página supracitada, chega-se a esta outra, onde se pode ler que a CPT foi “convocada pela memória subversiva do Evangelho” e busca “ser fiel ao Deus dos pobres”. Na minha catequese, aprendi que nem o Evangelho é “subversivo” e nem muito menos Deus faz distinção de pessoas. Qual é a fé da CPT? Obviamente não é a Fé Católica.

A Nota Pública da Comissão pode ser lida na íntegra aqui.

“Como entender, então, que ainda hoje, alguns padres, e até mesmo alguns bispos, apóiem esse nefasto movimento e suas ações depredadoras?”, pergunta o professor Felipe no seu blog acima linkado. “Que alguém nos responda”. Faço coro: que alguém nos responda! Já estamos cansados. Não agüentamos mais. Senhor, até quando?

Repercussões sobre a suspensão de Luiz Couto

Suspensão de padre gera protestos, como diz o Diário de Pernambuco. Segundo a notícia, “[e]ntidades civis organizadas da Paraíba estão se mobilizando para realizar protestos contra a atitude do arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, que proibiu o padre e deputado federal paraibano Luiz Couto (PT) de exercer suas funções de sacerdote”. Pergunta: o que raios estas “entidades civis” têm a ver com a Igreja? Absolutamente nada. Usurpando funções que obviamente não lhes pertencem, “representantes sindicais, de associações e de organizações não governamentais (ONG) planejam atos públicos para a próxima semana”. As opiniões de toda esta caterva, para a Igreja valem absolutamente nada. Acho engraçado a inversão da realidade que esta gente faz: quando a Igreja, no Seu direito, emite as suas posições morais para a sociedade, é ingerência eclesiástica e começam a bradar aos quatro ventos em defesa do “Estado Laico”; no entanto, quaisquer “entidades civis” podem, sem direito algum, fazer protesto e dizer à Igreja como Ela deve governar! É uma piada. Esta gente não merece coisa alguma, a não ser um solene desprezo.

Bispo se solidariza com Luiz Couto. Dom Tomas Balduíno veio em defesa do deputado petista, e disse que o Arcebispo da Paraíba “usou uma pena de vingança” (mas o motivo da vingança, ninguém sabe…). A Comissão Pastoral da Terra também publicou uma moção de apoio a Luiz Couto, dizendo vir “ao público em geral, manifestar seu apoio e solidariedade ao companheiro, padre e Deputado Federal Luiz Couto e repudiar a atitude do Arcebispo Metropolitano Dom Aldo di Cillo Pagoto, em suspender suas atividades religiosas”. Como disse um amigo numa lista de emails da qual participo, e subscrevendo-o integralmente, o meu sonho era ver a CPT julgada pela Inquisição. Já basta desta corja de inimigos da Igreja zombando d’Ela e tomando o lugar dos bons católicos.

Católicos pedem à CNBB que remova Dom Aldo da Arquidiocese paraibana – a cretinice chega às raias do surreal. Como se os leigos pudessem se rebelar assim publicamente contra a hierarquia, e como se fosse da competência da CNBB – e não do Santo Padre pessoalmente – a remoção de bispos! A notícia diz que será organizado “um abaixo-assinado que será encaminhado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pedindo a saída de Dom Aldo da Arquidiocese”. Só falta mesmo a CNBB dá atenção a esta palhaçada. Aliás, seria até bom que ela desse: punindo a todos os “católicos” que ousassem assinar esta porcaria. Mas aí já é sonhar alto demais…

Este blog apóia a atitude de Dom Aldo!