Mais algumas sobre o aborto

– Vale a pena ler: “Ajuda urgentíssima”. Trata-se da menina de treze anos sobre a qual comentei aqui ontem; ela não quer abortar, mas o promotor do caso quer que ela faça uma avaliação para saber se gravidez oferece risco a ela; caso positivo, ele “disse que poderá encaminhar à Justiça um pedido para que o aborto seja realizado em detrimento do desejo da conselheira e da garota”. Diz o email reproduzido no blog da Julie:

É muito possível que o Iperba afirme que a menina corre risco de vida e que por isso deve praticar o aborto, apesar de que esta afirmação seja falsa. Segundo várias denúncias, os funcionários dos serviços de abortos legais fazem isto habitualmente. Em um relato que enviei a esta lista na semana passada, mostrei como estes serviços mentiram aos pais da menina grávida de Recife, ambos contrários ao aborto, para poderem obter o consentimento deles para autorizar o aborto. Quando o pai da menor procurou esclarescimento fora do hospital e, sabendo da verdade, preparava-se para voltar ao estabelecimento para obter a alta da filha e a suspensão do procedimento do aborto, duas organizações feministas de Recife, com a anuência da coordenação clínica do serviço de aborto legal, raptaram a menina e a conduziram a um local ignorado até que o aborto tivesse sido consumado. Este foi pelo menos foi o quinto caso de rapto de menores realizado por grupos feministas na América Latina com a finalidade de produzir visibilidade para a promoção da total legalização do aborto.

– O email diz ainda que “HÁ 30 MIL GESTAÇÕES DE MENORES DE 14 ANOS NO BRASIL TODOS OS ANOS E ATÉ HOJE NÃO HÁ NENHUMA NOTÍCIA DE UMA MENOR QUE TENHA MORRIDO POR CAUSA DA GRAVIDEZ QUANDO FOI OFERECIDO UM ACOMPANHAMENTO PRE NATAL E UM PARTO CESARIANO” – caixa alta no original. No Diário de Pernambuco de hoje, saiu uma reportagem sobre o assunto que, a despeito do viés abortista, faz eco a esta informação: em dois anos foram “99 casos de meninas com menos de 14 anos que deram à luz em maternidades públicas do Recife”, segundo o estudo reproduzido na matéria. Nenhum óbito.

– Também vale a pena ler: “Declaração sobre o aborto provocado”, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 1974.

A função da lei não é a de regist[r]ar o que se faz; mas sim, a de ajudar a fazer melhor. É função do Estado, em qualquer hipótese; salvaguardar os direitos de cada um e proteger os mais fracos. Ser-lhe-á necessário, para tanto, corrigir muitos erros. A lei não está obrigada a sancionar tudo, mas ela não pode ir contra uma outra lei mais profunda e mais augusta do que toda a lei humana, a lei natural inscrita no homem pelo Criador, como uma norma que a razão discerne e se esforça por formular, que é necessário fazer mesmo esforço para compreender cada vez melhor, mas que é sempre mal contradizer. A lei humana pode renunciar a punir, mas não pode declarar honesto aquilo que porventura fosse contrário ao direito natural, porque uma tal oposição basta para fazer com que uma lei deixe de ser lei.

– Vale a pena lamentar duas notícias publicadas em ZENIT nos últimos dias: a tradução do artigo de Dom Rino Fisichella e este comentário entusiasta da sra. Inma Álvares sobre o referido artigo. E vale a pena entrar em contato com ZENIT para pedir a publicação da declaração da arquidiocese de Olinda e Recife, por uma questão de justiça. A fim de que a Verdade triunfe.

Insistindo sobre o aborto e a excomunhão

Eu corro o risco de ser maçante e repetitivo; mas, enquanto não cessar a onda de ataques à Igreja Católica na figura do Arcebispo de Olinda e Recife, eu não posso me dar ao luxo de parar de falar sobre o assunto. Há coisas novas a serem divulgadas e coisas velhas a serem repetidas. Paciência. Vamos lá.

Para quem ainda não recebeu por email, a carta do pe. Lodi de apoio a Dom José Cardoso Sobrinho é primorosa e merece uma leitura. Está publicada na íntegra no Palavras Apenas (entre outros lugares), razão pela qual me escuso de reproduzí-la também aqui, limitando-me a fornecer o link. Também o Pedro Ravazzano publicou um excelente texto de sua lavra no seu blog, cuja leitura também recomendo, e do qual me permito citar um parágrafo, pois ele rebate uma das maiores mentiras sobre o assunto que estão sendo repetidas ad nauseam (a de que a menina ia morrer – assim, mesmo, dito como se fosse uma certeza dogmática – caso a gravidez fosse levada adiante):

O mundo já presenciou casos de gravidez onde a medicina foi de crucial importância para o nascimento dos filhos. No Peru houve Lina Medina, mãe com apenas cinco anos. Nos Estados Unidos todo mundo acompanhou a orgulhosa matriarca que teve oito filhos. Outra peruana, com nove anos de idade, deu à luz a uma criança prematura que após o parto foi imediatamente tratada pelos médicos. Aqui mesmo no Brasil uma garotinha da mesma idade pariu em no meio da Amazônia. Ou seja, a medicina tem plena capacidade e tecnologia para acompanhar uma criança grávida de gêmeos e fazer com que tenha seus filhos com saúde e sem risco imediato de vida.

Sobre o mesmo assunto (da morte certa e inevitável da garota caso o aborto não fosse prontamente realizado), vale a pena (re)ler o parecer da dra. Elizabeth Kipman, bem como esta carta a uns professores da UFPE, escrita por um amigo, da qual eu já citei um trecho aqui e, agora, destaco:

Até que alguém me prove o contrário, a gravidez da menina era cientificamente viável. Todos nós sabemos que a medicina é imprevisível, e é assim como devemos encará-la. E na minha opinião, a conduta correta deveria ser esperar a evolução do caso, acompanhar de forma contínua a gravidez, e induzir o parto se necessário, sempre procurando SALVAR VIDAS, que é a verdadeira atribuição da medicina.

Agora, o blá-blá-blá anti-clerical. O Diário de Pernambuco trouxe uma reportagem sobre as feministas contrárias à posição da Igreja; os motivos alegados não têm nada a ver com nada. Dizem estas senhoras que “o tipo de aborto feito na menina foi legal e está previsto em lei”, quando isso (além de ser falso) não está, absolutamente, em discussão. Os “médicos” que realizam abortos (p. ex.) nos Estados Unidos, ainda que o procedimento seja 100% legal, incorrem em excomunhão latae sententiae do mesmo jeito, porque o assassinato não deixa de ser assassinato só porque tem amparo legal (como, por exemplo, as Leis de Nuremberg não faziam com que o anti-semitismo fosse justo). Dizer o contrário disso é cair em um positivismo relativista, que só pode conduzir à barbárie.

Registro, outrossim, que as feministas estão se aproveitando do caso para fazer propaganda a favor do aborto livre no Brasil em qualquer caso: “o fato poderia ter tido um final diferente se o Estado brasileiro reconhecesse e legalizasse o aborto”.

O que a legalização do aborto tem a ver com a excomunhão da Igreja? Absolutamente nada. Portanto, se o aborto fosse legalizado – nunca é demais repetir -, os médicos que o realizaram estariam excomungados do mesmíssimo jeito (aliás, não dizem as feministas que este tipo de aborto já é legal?). O protesto das feministas só faz sentido se se estiver desejando a implantação do aborto livre no país – o que é exatamente o que elas desejam.

O site do Jornal Nacional tem uma enquete nonsense sobre o assunto, na página principal, perguntando: “O que você achou da decisão do arcebispo de Olinda e Recife, que excomungou os envolvidos no aborto sofrido por uma menina de 9 anos, que engravidou de gêmeos após ser violentada pelo padrasto?”. Os resultados atuais estão aqui. A pergunta é duplamente errônea, primeiro porque não houve “decisão” do Arcebispo de “excomungar” ninguém (dado que a pena de excomunhão para quem pratica aborto, como já cansamos de repetir, é automática) e, segundo, porque o que as pessoas “acham” ou deixam de achar sobre o assunto não tem nenhuma relevância, posto que se trata de um assunto interno da Igreja – a opção que diz “[e]rrada, pois a lei permite aborto em casos de estupro” é um completo disparate.

Por fim, o ministro do Supremo Marco Mello – tinha que ser ele – disse que o STF não tinha medo da excomunhão da Igreja. Aviso ao senhor ministro que a excomunhão automática se dá para quem pratica aborto, ocorrendo “seguindo-se o efeito”; por conseguinte, a questão não é análoga à ocorrida em Recife. Caberia, na minha opinião e salvo melhor juízo, aos ministros votantes a favor do aborto, uma excomunhão ferendae sententiae, isto é, imposta pela autoridade competente (que seria, de novo s.m.j., o(s) bispo(s) da(s) diocese(s) à(s) qual(is) pertence(m) cada um dos ministros), e não automática como a dos médicos de Recife.

Abre a boca ainda o senhor ministro para dizer que “[a] lei maior é a lei posta pelos homens e é a que norteia o julgamento dos processos”; ora, a proscrição da Lei Natural e a adoção do positivismo bruto está longe de ser uma princípio evidente. Isso não faz parte do Estado Laico: isso é uma ideologia professada por militantes anti-religiosos, e que é criminosa por ser profundamente injusta, já que instaura uma “lei do mais forte” onde o certo e o errado depende de quem está no poder. Bem disse o Yves Gandra Martins que, no Brasil, quem crê em Deus é um cidadão de segunda categoria

Recife – Adoração ao SSmo. Sacramento

Esta eu vi no The Blogger, que reproduzia uma reportagem do Diário de Pernambuco: Católicos de volta às igrejas. O “fenômeno” relatado pelo jornal é a redescoberta do valor da Adoração Eucarística pelos católicos da cidade – as igrejas onde há exposição do Santíssimo Sacramento estão atraindo cada vez mais fiéis em profusão, sedentos de Deus, desejosos das graças do Alto.

Comento algumas das coisas que foram ditas pelo Diário (algumas boas, muitas nem tanto):

Nesse momento acontece a Adoração do Santíssimo, quando o padre leva aos fiéis a hóstia consagrada, considerada o corpo de Cristo.

Bom… não. A menos que o jornal esteja chamando a exposição/procissão do SSmo. de “levar (…) a hóstia consagrada”, o momento em que os fiéis recebem o Corpo de Cristo é a comunhão, que é no interior da Missa, e não após ela (a reportagem está falando da adoração que ocorre após a missa).

Para os católicos, apenas o toque no ostensório seria suficiente para conseguir um milagre.

Não, para os católicos o milagre não necessita de “toques” no ostensório (para quem não sabe, é a custódia onde se coloca o Santíssimo Sacramento para ser exposto e/ou levado em procissão) ou onde quer que seja, pois depende somente de Deus. As pessoas que vão à adoração não vão para conseguirem um “toque no ostensório” como condição para alcançarem milagres. Vão para rezar.

Alguns especialistas acreditam que esse ritual seja um retrocesso da igreja, já que foge do catolicismo mais racional e remete à magia, ao encantado.

Não sei quais “especialistas” disseram uma besteira dessas (talvez seja o gênio citado mais abaixo na reportagem), mas não há retrocesso algum em se adorar a Deus, no Santíssimo Sacramento do Altar, coisa que a Igreja sempre fez há séculos.

Um pouco semelhante ao que acontece em alguns cultos evangélicos.

Claro… vá dizer a algum evangélico que uma igreja cheia de pessoas de joelho dobrado em adoração ao Deus escondido sob as espécies do Pão Consagrado é parecido com o que ocorre nos cultos dele! Qual é a semelhança? A que ambos rezam? Nossa!

Para os fiéis que lotam as igrejas (…) esse é um momento de fé e nada tem a ver com o sobrenatural.

Considerando que a fé é por definição sobrenatural, estou até agora tentando entender o que o jornal quis dizer…

A Adoração do Santíssimo vem acontecendo em pelo menos cinco igrejas (Santa Luzia, Torre, Espinheiro, Boa Viagem e Piedade).

Acrescento a igreja da Imbiribeira (também na quinta à noite) e a igreja Matriz de Santo Antônio (igreja do Santíssimo Sacramento), que tem exposição diária do Santíssimo.

A pequena Capela São Francisco de Assis, na Vila Santa Luzia, comunidade de baixa renda no bairro da Torre, vem se destacando. A cerimônia atrai centenas de católicos de outros bairros de classe média alta. Lado a lado, advogadas, médicas e merendeiras, unidas na mesma fé.

Sim, conheço a capelinha de São Francisco. Atrai, realmente, muita gente. E felicíssima a última frase do jornal, que mostra a catolicidade da Igreja e a comunhão dos santos: “lado a lado, advogadas, médicas e merendeiras, unidas na mesma fé”. Excelente!

O especialista em religião e professor de filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, Inácio Strieder, acredita que essa prática seja uma maneira de atrair as pessoas para a igreja, mas critica a cerimônia. “Voltar a incentivar esse tipo primitivo de religiosidade é um retrocesso. Essas iniciativas são mais parecidas com rituais que os evangélicos fazem, quando os pastores benzem água pela televisão, por exemplo. Trazer objetos diante do santíssimo exposto é algo questionável, pois dá um certo aspecto de magia. Isso é uma negação da religiosidade cristã que tem um culto racional”

Ahh, deve ser esse o “especialista” citado acima. O que o Strieder fala não se escreve, nós já sabemos disso; a cerimônia de adoração ao Santíssimo Sacramento faz parte da tradição da Igreja Católica e é uma coisa muito boa e muito santa. Não sei de onde vem a comparação com “pastores [que] benzem água pela televisão”, porque nem a Eucaristia é a mesma coisa (nem mesmo semelhante) a água benta, e nem as cerimônias citadas pela reportagem são feitas “pela televisão”. Tenho as minha próprias críticas ao modo como são conduzidas (em Recife, ao menos) a Adoração ao SSmo. n’algumas igrejas, mas elas não têm nada a ver com a cerimônia em si. Esta, é santa, justa e agradável a Deus. Que o Altíssimo possa abençoar o nosso país, em atenção aos milhares de fiéis que se aproximam para vê-Lo na Hóstia Consagrada; e que a presença diante de Deus em contemplação possa transformar as almas cada  vez mais n’Aquele que é contemplado.

O Jornal Gayzista

Dois homossexuais conseguiram adotar duas meninas; é matéria de capa no Diário de Pernambuco de hoje, jornal de grande circulação aqui em Recife. Tradicionalíssimo (tem mais de 180 anos, e a Wikipedia diz que é o jornal mais antigo em circulação na América Latina), parece no entanto estar se vendendo às exigências da agenda gayzista dos nossos dias, infelizmente.

A matéria de capa conta que os dois homossexuais [não cita o nome deles; infiro que são dois pederastas – e não duas lésbicas – porque o jornal fala em certo momento de “dois companheiros”] moram em Natal e já haviam tentado a adoção naquele estado, sem sucesso. Vieram a Recife, inscreveram-se no programa de adoção e conseguiram uma decisão favorável do juiz Élio Braz; segundo o jornal, “[a] decisão já foi aceita pelo Ministério Público de Pernambuco e não cabe mais recurso”. Pior; diz ainda que a sentença do juiz “abre precedente em todo o país”, porque é a primeira vez que uma dupla de homossexuais consegue adotar uma criança enquanto dupla de homossexuais (o jornal conta que, nas outras vezes em que isso aconteceu, cada “parceiro” entrou na Justiça sozinho). Triste Pernambuco, que doravante vai carregar a pecha de uma tão degradante vanguarda! É a posição do sr. Braz:

O magistrado entende que a legislação brasileira não proíbe a adoção de crianças e adolescentes por casais homossexuais. “O que acontece é que durante votação do projeto de lei 6.222/2008, na Câmara Federal, os deputados retiraram o artigo que autorizava a adoção por pessoas do mesmo sexo. No entanto, ficou a lacuna. Na minha sentença sou claro: a existência de lacuna não impede o direito”, ressaltou. O projeto de lei ainda vai seguir para avaliação do Senado.

Quem tiver achado que a desgraça já está de bom tamanho, enganou-se. Na mesma edição do jornal, existem duas reportagens – pasmem! – sobre a história de uma dupla de lésbicas de Brasília, contada com um gritante apelo sentimental que cativa a opinião pública para a “bonita história” das duas garotas. Os títulos? “Uma história de amor e de maternidade” e “As duas se entendiam”!

Depravação e promiscuidade disfarçadas com enfeites retóricos, é tudo o que podemos encontrar nestas matérias. É a “história de amor” entre Aparecida Maria de Oliveira, “hoje dona de casa”, e Lenilde Spinola dos Santos, “ex-professora de catequese” (!). Dona Aparecida era mãe de quatro filhos com três homens diferentes, antes de conhecer a Lenilde. Passaram a viver juntas. Alguns anos depois, Lenilde resolveu ser mãe, e a solução encontrada pelas duas foi… procurarem o ex-marido da Aparecida! Com a ajuda dele, Lenilde teve dois filhos, que têm hoje 10 e 6 anos de idade. A posição do ex-marido, o sr. Joel Mariano da Silva, é espantosa:

Casado pela segunda vez, 43 anos, funcionário público, morador de Planaltina, Joel aceitou falar. “Eu ajudei no que pude. E acho que fiz a coisa certa. Elas eram felizes. No começo, não entendi a relação das duas, mas depois percebi que era uma coisa normal”, ele diz. “Quando nasceu a menina, a gente quis registrar no nome de nós duas, mas a Justiça não aceitou. Aí, o Joel colocou o nome dele na certidão das duas crianças”, conta Aparecida. Os filhos da companheira, voluntariamente, passaram a chamar Aparecida de mãe; e a mãe [Lenilde], de Piozinho.

Cabe perguntar: qual a intenção do jornal em publicar este tipo de matéria? Qual o motivo da escancarada propaganda gayzista? Onde quer chegar o Diário de Pernambuco com a publicação despudorada destas sem-vergonhices que, ao invés de enaltecer, denigrem a imagem do jornal e atentam contra os valores da família pernambucana? Prostituição jornalística, capitulação diante da sanha gayzista, subserviência aos inimigos da moral e dos bons costumes: eis o espetáculo que nos apresenta até mesmo o mais antigo jornal em circulação na América Latina.

P.S.: Alguém fez uma lembrança muito pertinente. Sugestão de leitura:

Pedofilia e Homossexualismo (Júlio Severo)
Homossexualismo e Pedofilia (Leonardo Bruno)

Caminhada pela vida – a repercussão

Tive duas surpresas hoje, nos jornais de Recife, com relação à maneira como foi abordada a II Caminhada Arquidiocesena pela vida, que aconteceu na manhã de ontem, em Boa Viagem. Uma boa surpresa, e outra ruim.

A desagradável surpresa foi encontrar, no Diário de Pernambuco, uma matéria ridícula e falseada sobre o evento que atraiu milhares de católicos para as ruas da cidade ontem, a fim de defender a inviolabilidade da vida humana. Dizendo que o evento “aconteceu em todo o país” (sinceramente, para mim é novidade) e publicando impressões negativas a fim de induzir os leitores a acreditarem que a caminhada foi um fracasso (“Protesto não conseguiu chamar a atenção da população para a causa”, e “Em uma hora de evento, o voluntário e simpatizante da causa, André Gustavo Roodrigues (sic) havia conseguido apenas quatro assinaturas, sendo uma dele”), a reportagem é de uma parcialidade inacreditável.

Entre os internautas que comentaram a notícia – até o presente momento, todos condenando a reportagem tendenciosa -,  podemos encontrar:

– “A materia foi muito infeliz em não passar a verdade. As assinaturas que estavam sendo colhidas, foi por um grupo que luta para ter uma radio catolica em nosso estado. A coleta de assinaturas não tem nada haver, com o aborto ou pesquisa de celulas troncos. Antes de publicar uma materia, o jornalista tem que saber exatamente para não sair falando errado.” Dinaldo Vieira de Melo Neto

– “Gostaria de saber se estão terceirizando as matérias a serem publicadas por este jornal de grande circulação em nosso estado,pois a matéria só traz inverdades. Primeiro, o evento trouxe cinco trios elétricos tocando música católica e animando o povo. Segundo,a coleta de assinaturas era para a luta de termos uma rádio católica em nosso estado. Terceiro, porque não ouviram também a Comissão que organizou o evento,se ouviu, por que não publicou a fala deles? Parece até que apenas o fotógrafo foi ,tirou fotos e o jornalista “pescou” informações de outras pessoas( como na brincadeira do telefone sem fio,que ao final sai tudo errado)ou pesquisou em outros sites. Peço que tenham mais respeito pelos seus leitores,trazendo informações verdadeiras e não apenas o que ouviram falar,que realmente procurem ouvir a população, a organização do evento e NÂO PUBLIQUEM SUA OPINIÂO.” Rosangela Cunha

– “Admiro a pouca importância que um jornal como o Diário vem a dar a um evento como esse que visa a proteção da vida humana que nos dia atuais vem sendo tão banalizada.Desprezível a atitude do jornal em não publicar a verdade. Ricardo Melo” Ricardo Melo

A surpresa agradável, por outro lado, foi ver que a Folha de Pernambuco publicou uma matéria muito melhor do que as que foram publicadas pelos jornais concorrentes. Com a manchete de “Caminhada pela Vida atrai 15 mil católicos”, a reportagem apurou que, “segundo estimativas da Polícia Militar (PM), cerca de 15 mil pessoas fizeram parte da manifestação cristã, triplicando o número de pessoas que participaram da caminhada no ano passado”. Foi o único jornal a fornecer uma estimativa de público. A Folha também entrevistou participantes da caminhada e publicou as suas falas. Informou ainda que, “apesar das 15 mil pessoas aglomeradas e agitadas, cantando por Cristo, nenhum caso de tumulto ou briga foi registrado pela PM”.

Os crismandos da Paróquia das Graças também publicaram no seu BLOG algumas fotos do evento, ao qual eles estiveram presentes. Vale a pena dar uma olhada.

P.S.: Cometi uma injustiça: o Jornal do Commercio também noticiou a caminhada católica, ontem à noite. E também apresentou uma estimativa de público: “[a] estimativa da organização é que pelo menos 10 mil pessoas passaram pela avenida”. O “detalhe” (que provocou o meu engano) é que esta matéria não foi publicada na versão impressa do jornal

P.S. 2: Também o Pe 360 graus também noticiou e, embora eu não tenha assistido, soube que foi veiculada uma reportagem no Bom Dia Pernambuco (da Rede Globo local) esta manhã.