– Segunda parte da Entrevista com Dom José Cardoso, publicada pelo Gustavo. Esta entrevista – feita, recordo, em 1990 – é muito útil para esclarecer algumas atitudes de Dom José tomadas ao longo dos anos em que S.E.R. esteve à frente da Arquidiocese de Olinda e Recife. Por exemplo:
JC: O senhor poderia citar um exemplo de versões que foram passadas aos jornais e que não correspondem à verdade?
Dom José: O caso mais clamoroso é o da invasão do Palácio dos Manguinhos. Uma típica invasão de domicílio. Veja você que, na hora do almoço, eu sou surpreendido por um grupo de pessoas arrogantes, que chegaram de surpresa e foram logo avisando que chegaram para ficar. Iam acampar no Palácio. Em cada uma das portas do prédio, sentaram três homens ao chão. Eu tentei dialogar e não consegui. O pessoal da casa, que trabalha comigo, foi insultado e agredido com palavrões. O objetivo dos invasores, que usavam a mesma arma de chantagem usada por terroristas e seqüestradores, era coagir o Arcebispo a revogar uma decisão tomada (a transferência de um padre). Como a minha casa, o meu domicílio foi ocupado pela força, eu tive que pedir à polícia que retirasse os invasores. A versão da então diretoria da Comissão de Justiça e Paz, passada para o mundo inteiro, é falsa e caluniosa. Diz que “um grupo de humildes camponeses que desejava apenas falar com o Arcebispo foi repelido pela Polícia”. Essa versão – infamante, falsa, caluniosa – foi mandada, através de circular, para várias partes do mundo, acrescentando que “o Arcebispo não gosta de pobres”. Isso é uma mentira, uma indignidade. Tenho recebido cartas de religiosos, de leigos do mundo inteiro, protestando contra a minha suposta atitude, baseando-se na informação mentirosa e distorcida que a antiga diretoria da Comissão de Justiça e Paz se encarregou de divulgar pelo mundo.
– Gay Google: se você digitar “gay” na conhecida ferramenta de buscas, a barra que separa os termos da pesquisa dos resultados mostrados fica colorida, formando uma espécie de “bandeira gay”! Outros termos, até onde me constem, não têm esta gentileza feita pelo Google: “Sport” não faz a barra ficar rubro-negra, “Brazil” não a faz ficar verde e amarela. Qual o motivo do privilégio concedido aos homossexuais? Talvez seja fruto da Corporate Equality Effort…
– Falando um pouco de Religião: bela carta-resposta do professor Felipe Aquino ao artigo da Danuza Leão ao qual fiz menção aqui. “Como você eu também estudei em colégio católico, salesiano, graças a Deus; e assistia a missa todos os dias, graças a Deus, e ainda hoje a assisto todos os dias, graças a Deus; é a grande alegria do meu dia (o Sacrifício do Calvário) que nos salva. Você despreza o seu Batismo e a sua Crisma; eu quero lhe dizer que o único diploma que eu tenho coragem de expor na parede do meu escritório, é a minha certidão de Batismo; ele me abriu as portas do céu, me deu a graça de ser membro de Cristo, da Igreja, herdeiro do céu. O resto… vai ficar na terra”.
– Ad populum na argumentação sobre o aborto? É o modus operandi corriqueiro abortista: manipular tragédias alheias para fazer valer os seus distorcidos pontos de vista. No Peru, a trágica história de uma adolescente de treze anos é o novo cavalo de guerra dos pró-morte. “As representantes do Promsex, a peruana Susana Chávez, e da transnacional Center for Reproductive Rights, a lobista chilena Lilian Sepúlveda, anunciaram que se apresentará uma demanda contra o Estado Peruano ante o Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher das Nações Unidas (CEDAW, por suas siglas em inglês). O drama da adolescente, identificada apenas como L.C., começou ano final do ano 2006, quando tinha 13 anos. A menor foi violada e dois meses depois tentou suicidar-se lançando do teto de sua casa, em um dos bairros mais pobres de Lima”.
Qual a diferença disso para as fotos aqui mostradas? Toda a diferença. O caso da menor peruana é um caso e que poderia ter acabado de forma diferente. Os fetos assassinados estão sempre presentes nos abortos, e não existe aborto sem o assassinato deles. Não há engano algum na exibição dos cadáveres que os abortistas se empenham em ocultar. Ao contrário do lobby baseado em tragédias de outrem.
– O saldo da Parada da Vergonha Gay, que foi ocultado sob a cortina de fumaça da bomba lançada após o desfile: “agressões, atropelamentos, garrafadas, facadas, 68 pessoas feridas, bêbados caídos pelas calçadas, gente se drogando ostensivamente, prática pública de atos libidinosos, mais de 100 casos de roubo e furto (…), 412 atendimentos médicos, muita sujeira e mau cheiro”, como diz o Blog da Família. E mais: “[h]ouve até uma morte, por traumatismo craniano, decorrente de uma briga entre os próprios homossexuais” (quanto a esta última informação, carece de fontes; encontrei na internet que “[a] Polícia Civil trabalha com duas possibilidades: ataque por um grupo de intolerância com motivações homofóbicas ou então assalto, pois o seu celular foi levado”…). Tudo financiado com dinheiro público.
– Royalties ao Wagner Moura: para acabar com a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, foi lembrado pelo STJ que o Brasil é signatário do Pacto de São José da Costa Rica:
O art. 4º, inciso V, do Decreto-Lei n° 972 [que exige “diploma do curso superior de jornalismo”], de 1969, foi revogado pelo art. 13 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). Segundo o MPF, “qualquer posição que se adote – que o tratado tenha força de lei ordinária ou de norma constitucional – leva à mesma conclusão: de que o art. 4º, inciso V, do Decreto-Lei n° 972/69, foi revogado pelo Pacto de San José da Costa Rica” (fl. 1669).
[Relatório do Sr. Ministro Gilmar Mendes (sem revisão), p. 11]
Acontece que o mesmo Pacto de San José da Costa Rica impede o aborto, a pesquisa com CTEH’s e outras barbaridades legalizadas pelo mesmíssimo Supremo Tribunal Federal – vejam o Pró-Vida de Anápolis. O STF cita o que quer, quando quer, e a mesma coisa coisa ora vale e ora não vale, dependendo dos interesses dos senhores ministros, é isso? Esta é a última instância da Justiça brasileira? Patético.