Mais en passant: o ateu, o Natal, o aquecimento, a consciência

Ateu invade igreja e ofende cristãos. “A Justiça da Espanha condenou nesta sexta-feira um ateu a um ano e dez meses de cadeia por interromper um batizado no momento da oração do Credo. […] O Tribunal descarta a possibilidade de que o réu sofresse problemas mentais e a sentença não admite apelações”.

– Via Wagner Moura: o carteiro da judeia. Exemplar imaginário de um jornal da época do nascimento de Nosso Senhor. Os depoimentos do lado inferior esquerdo da página são impagáveis: o cético, o modernista, o cientificista.

– Reinaldo Azevedo sobre o aquecimento global. “Atenção! Londres não via nevasca igual desde 1895  — é, a maior em modestos 114 anos. A Costa Leste dos EUA está sob metros de neve. Os serviços entraram em colapso. Washington não teve a maior nevasca dos último 100, 200 ou 300 anos, não. Assistiu à MAIOR DE SUA HISTÓRIA. Obama teve de apressar a sua volta de Copenhague, onde foi debater o aquecimento global, por causa do excesso de… frio! Na Europa, o  clima já matou 50 pessoas em três dias; nos EUA, 8”.

– Não gosto do Olavo falando sobre moralidade e consciência; cheira-me relativista. Também não gosto muito das idéias malucas dele, totalmente contrárias à subsidiariedade mais básica, segundo as quais devemos deixar de lado os problemas pontuais para nos concentrarmos nos ataques ao conjunto. Mas ele está certo quando diz que a destruição do senso moral por meio do bombardeamento de contradições é deliberada. “Escândalos de adultério espoucam a toda hora na mesma mídia que advoga o abortismo, o sexo livre e o gayzismo. A contradição é tão óbvia e constante que nenhum aglomerado de curiosas coincidências poderia jamais explicá-la. Ela é uma opção política, a demolição planejada do discernimento moral”.

Três Curtas

CNBB reforça pressão por projeto da ficha limpa; no site da Conferência, leio que o Senado deve ouvir “a voz do povo manifestada nas assinaturas recolhidas pelo Movimento que já ultrapassam 1,5 milhão”.

O que é o projeto? Tem um site próprio, onde pode ser encontrada a íntegra da proposta e uma sua versão resumida. A idéia é, entre outras coisas, “aumenta[r] o rol de situações que podem impedir o registro de uma candidatura”.

Entendo a frustração brasileira. No entanto, considero a lei injusta. Acho completamente nonsense que alguém seja punido por ter sido condenado em primeira instância (dado o país no qual vivemos) ou, pior ainda, simplesmente por ter uma denúncia contra si. Este projeto de lei não é inconstitucional?

O problema moral brasileiro é mais grave e não vai ser resolvido “na canetada”. A CNBB teria muito a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa et cetera; infelizmente, o órgão parece não ter idéia de como fazer isso. Rezemos pelo Brasil.

* * *

– No J.P. Coutinho: Relógios e Rousseau. “[O]s suíços resolveram proibir a construção de minaretes islâmicos no seu espaço nacional”.

Uma tão terrível afronta à liberdade religiosa fez os esquerdopatas de todos os naipes rasgarem as vestes, indignados. Mas a parte mais irônica da história toda é posta a descoberto pelo articulista português: “[p]ara quem sempre divinizou a soberania popular, criticar os suíços é coisa de reacionário”.

O “aos amigos, tudo, aos inimigos, a lei” é mesmo uma coisa fantástica e atingiu um novo patamar no recente caso suíço: se a lei estiver a favor dos inimigos, azar da lei.

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Foi ratificado hoje pela manhã o acordo entre a Santa Sé e o Brasil. Com a cerimônia desta manhã (10 de dezembro de 2009), entra em vigor o acordo.

Mais de um ano após ter sido assinado. Após muito blá-blá-blá dos laicínicos de plantão. “Por parte de la Santa Sede, se lee en un comunicado, participaron en el acto el arzobispo Dominique Mamberti, secretario para las Relaciones con los Estados y por parte de la República Federativa de Brasil, el embajador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, con plenos poderes”.

Vale a pena ler de novo: ACORDO ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E A SANTA SÉ RELATIVO AO ESTATUTO JURÍDICO DA IGREJA CATÓLICA NO BRASIL.

Carta aos fiés de Olinda e Recife – Dom Leme

[Carta pastoral do Cardeal Leme, em 1916, quando era Arcebispo de Olinda e Recife. Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra foi o segundo arcebispo desta diocese. O atual Arcebispo, Dom Fernando Saburido, é o oitavo. Muitas águas corridas neste quase um século… Muitas coisas mudaram e, outras, continuam as mesmas…

Fonte: Adversus Haereses. Grifos meus.]

Ora, da grande maioria dos nossos católicos, quantos são os que se empenham em cumprir os mandamentos de Deus e da Igreja? É certo que os sacramentos são caudais divinos por onde corre a seiva vivificadora da fé. E, no entanto, parte avultada dos nossos católicos vive afastada dos sacramentos. A Penitência e a Eucaristia, focos de luz divina, são sacramentos conhecidos tão somente da maioria eleita dos nossos irmãos. E os outros? Não carecem do perdão magnânimo do Cristo? Não precisam, quem sabe, das luzes, do conforto e das inenerráveis graças do Pão Eucarístico? Não são católicos! É que são católicos de nome, católicos por tradição e por hábito, católicos só de sentimento. Ensinou-lhes uma santa mãe a beijar a cruz e a Virgem. Eles ainda o fazem. Mas, das práticas cristãs, dessas que purificam e salvam, eles se apartaram desde os primeiros dias da mocidade. (…)

Somos a maioria absoluta da nação. Direitos inconcussos nos assistem com relação à sociedade civil e política, de que somos a maioria. Defendê-los, reclamá-los, fazê-los acatados, é dever inalienável. E nós não o temos cumprido. Na verdade, os católicos, somos a maioria do Brasil e, no entanto, católicos não são os princípios e os órgãos da nossa vida política. Não é católica a lei que nos rege. Da nossa fé prescindem os depositários da autoridade. Leigas são as nossas escolas; leigo, o ensino. Na força armada da República, não se cuida da Religião. Enfim, na engrenagem do Brasil oficial não vemos uma só manifestação de vida católica. O mesmo se pode dizer de todos os ramos da vida pública.

Anticatólicos ou indiferentes são as obras da nossa literatura. Vivem a achincalhar-nos os jornais que assinamos. Foge de todo à ação da Igreja a indústria, onde no meio de suas fábricas inúmeras, a religião deixa de exercer a sua missão moralizadora. O comércio de que nos provemos parece timbrar em fazer conhecido que não respeita as leis sagradas do descanso festivo. Hábitos novos, irrazoáveis e até ridículos, vai introduzindo no povo o esnobismo cosmopolita. Carnavais transferidos para tempos de orações e penitência, danças exóticas e tudo o mais que o morfinismo inventou para distração de raças envelhecidas na saturação do prazer.

Que maioria-católica é essa, tão insensível, quando leis, governos, literatura, escolas, imprensa, indústria, comércio e todas as demais funções da vida nacional se revelam contrárias ou alheias aos princípios e práticas do catolicismo? É evidente, pois, que, apesar de sermos a maioria absoluta do Brasil, como nação, não temos e não vivemos vida católica. (…)

Os deveres religiosos, como não cumpri-los? Ou cremos em Deus e na sua Igreja ou não cremos. Sim? Então não podemos recusar obediência ampla e incondicional às suas leis sagradas. Não cremos em Deus e na Igreja? Nesse caso, não queiramos esconder a nossa descrença. Digamo-lo francamente: não somos católicos. Se, porém, temos a dita de o ser, não há tergiversação possível. Pautando a vida pelos ditames do Credo e dos Mandamentos, deles não nos é permitido selecionar o que nos agrada e o que nos contraria as paixões. Seria ofender a consciência e faltar à coerência. Dessa incoerência, menos rara do que se pensa, resulta a quase nenhuma influência dos princípios regeneradores do cristianismo nos atos da vida individual. E não é só. Privados do influxo benéfico e incomparável do Cristo, privamos a família, a sociedade e a pátria da nossa influência salvadora. Se Cristo não atua sobre a nossa vida individual, como poderemos atuar sobre o meio social?

E, no entanto, da influência social dos católicos é certo que muitos precisa a nossa pátria amada. Ela tem o direito indiscutível a exigir de nós uma floração de virtudes privadas e cívicas que, estimulando a todos no cumprimento do dever, em todos se infiltrem para germe de probidade e são patriotismo.

Da nossa parte, a consciência nos impele a nos desobrigarmos dos deveres que temos para com a sociedade e a pátria. Eles nascem da fé que nos anima e vivifica. Temos fé, somos possuidores da verdade! Como não querer propagá-la? Como não difundi-la? Seria desumano que pretendêssemos insular a nossa fé nas inebriações de perene doçura extática.

É natural, é cristão, é lógico que devo pôr todo o empenho em que meu Deus seja conhecido e amado. Devo esforçar-me para que se dilate o seu reinado e ele – o meu Jesus – viva e reine, impere e domine nos indivíduos, na família e na sociedade. Devo esforçar-me, em tudo e por tudo, para que o meu Deus, Mestre e Senhor, viva e reine, principalmente, nos indivíduos, na família e na sociedade que, irmanadas comigo nos laços do mesmo sangue, da mesma língua, das mesmas tradições, da mesma história e do mesmo porvir, comigo vivem sobre a mesma terra, debaixo do mesmo céu.

Sim, ao católico não pode ser indiferente que a sua pátria seja ou não aliada de Jesus Cristo. Seria trair a Jesus; seria trair a pátria! Eis por que, com todas as energias de nossa alma de católicos e brasileiros, urge rompamos com o marasmo atrofiante com que nos habituamos a ser uma maioria nominal, esquecida dos seus deveres, sem consciência dos seus direitos. É grande o mal, urgente é a cura. Tentá-lo – é obra de fé e ato de patriotismo.

Fonte: Deus e a pátria: Igreja e Estado no processo de Romanização na Paraíba (1894-1930) / Roberto Barros Dias. – João Pessoa, 2008.

Senado quer a opinião dos brasileiros sobre o PLC 122/2006

Divulgando, conforme recebi por email. É importante oferecer resistência à ditadura da minoria; é importante que não seja concedido amparo legal à perseguição da Gaystapo.

* * *

O Senado está querendo saber a opinião dos brasileiros sobre o PLC 122 (que castiga toda opinião contrária ao homossexualismo), perguntando se você é a favor ou contra esse projeto. Para votar, vá à enquete deste link:

http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0

Os ativistas homossexuais estão votando em massa no “sim”. Ajude a reverter o placar, votando “não” à ditadura gay.

Mobilize-se já! Avise seus amigos e igreja.

Homeschooling III – Audiência Pública

Algumas pessoas sabem o que é homeschooling; algumas pessoas adoram a idéia e, outras, detestam-na. Já houve, cá no Deus lo Vult!, duas discussões acirradas sobre o assunto (Homeschooling e Homeschooling II), ensejadas por dois textos do meu caríssimo amigo Erickson que nunca mais deu o ar de sua graça por aqui. Mas recordar é viver.

Principalmente porque existem dois Projetos de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados que tencionam legalizar expressamente a prática no Brasil. Trata-se do PL 3518/2008 (e do PL 4122/2008, apensado). Disso, algumas pessoas também sabiam.

O que nem todas as pessoas sabiam é que vai haver amanhã, dia 15 de outubro, uma Audiência Pública na Câmara para discutir o tema. Está na pauta da Comissão de Educação e Cultura. Ocorrerá às 10hs, em local ainda a definir.

A educação no Brasil é muito ruim e imagino que repetir isso seja chover no molhado. Não apenas “ruim” no sentido de possuir baixa qualidade – isso também -, mas no sentido de incutir anti-valores nos alunos e proceder a uma verdadeira deformação intelectual e moral, em uma idade onde os efeitos deletérios de tal práxis podem ser devastadores. O Olavo de Carvalho já falou no estupro intelectual da infância; não é exagero.

Mas, além disso, a boa Doutrina Católica ensina que “[o] direito e o dever da educação são primordiais e inalienáveis para os pais” (CIC 2221). E o Compêndio de Doutrina Social: é necessário que “a ação política e legislativa salvaguarde os valores da família, desde a promoção da intimidade e da convivência familiar, até ao respeito da vida nascente, à efetiva liberdade de opção na educação dos filhos” (Compêndio DSI, 252, grifos meus). Os pais, portanto, não podem ser proibidos de educar os próprios filhos, nem pode ser imposta a eles uma educação estatal com a qual eles não concordem. Por isso, é importante que o supracitado projeto de lei seja aprovado.

Quem puder comparecer à audiência pública de amanhã, que o faça. Quem puder divulgá-la, que o faça também. E rezemos para que seja reconhecido às famílias o direito inalienável que elas têm na educação de sua prole.

Tolerância total para Polanski

[Original: Aceprensa

Publicação original: VS Blog

Tradução: Wagner Marchiori]

TOLERÂNCIA TOTAL PARA POLANSKI

De Ignácio Aréchaga
Em Aceprensa

O mundo do cinema posicionou-se fortemente a favor de Roman Polanski reclamando sua liberdade. Na petição assinada por 138 cineastas – Woody Allen, Pedro Almodóvar, Martin Scorcese, David Lynch e outras várias celebridades – dá a impressão de que Polanski , 76 anos, foi detido por suas idéias e não por seus atos. Nada lembra, na petição,  o motivo de sua prisão: a violação em 1977 de uma garota de 13 anos, após tê-la drogado, culpa esta reconhecida  ante um juiz de Los Angeles e [tendo o réu] fugido antes de que se pronunciasse a sentença.

É verdade que o castigo de um delito perde muito de sua efetividade e seu sentido quando já se passaram 32 anos. Não é em vão que a prescrição sempre teve seu papel no Direito. O tempo tem uma influência decisiva na vida de um homem, inclusive na esfera da extinção de direitos e responsabilidades. As pessoas mudam. O castigo tem um valor exemplar no momento do delito e não o tem com a mesma força depois de três décadas. Se, além disso, como no caso de Polanski, a vítima perdoou ou chegou a um acordo com o agressor e não quer voltar a remexer  no caso há, sim, bom motivos para dar por encerrado o caso.

Mas estes bons motivos nada têm a ver com os invocados na declaração de apoio dos cineastas a Polanski. Os signatários da petição manifestam seu “estupor” e sua “consternação” ante a prisão e consideram uma “armadilha policial” que o cineasta tenha sido preso quando ia ao Festival de Cinema de Zurich para receber uma homenagem, como se uma ordem de busca e captura emitida por um juiz americano fosse um erro da polícia.

Dá a impressão de que o que está em jogo é a liberdade de expressão, pois argumentam que “os festivais de cinema do mundo inteiro sempre permitiram mostrar os filmes e a livre circulação dos cineastas”, “inclusive quando certos Estados quiseram se opor”. Mas Polanski não foi detido por causa de algo que tenha a ver com a Sétima Arte, mas por ações pessoais que são punidas em qualquer Estado. E nem os EUA e nem a Suíça são regimes ditatoriais.

Como supremo argumento os colegas argumentam que Polanski é “um artista de renome internacional”, que hoje em dia se vê ameaçado de extradição e de privação de liberdade. De tudo isso se percebe um fio de elitismo irresponsável, pois sugere que não se pode aplicar a um artista os mesmos critérios jurídicos válidos para os homens comuns.

Se tais critérios tivessem sido aplicados há muito Polanski teria sido detido, pois a ordem de busca e captura foi emitida em 1978. Por isso, em vez de se perguntar porque foi detido agora, haver-se-ia de questionar porque o governo francês – onde mora – nunca fez nada para levá-lo à Justiça desde que o delito ocorreu. Ser um renomado diretor de cinema justifica um indulto sem conseqüências?

Se fosse um padre

O mínimo que se pode dizer é que Polanski tem sorte de ser um famoso cineasta. Imaginemos que tivesse sido um sacerdote – ou, então, um arcebispo para ficarmos no “mesmo nível” –  o acusado de abusos sexuais com uma menor de idade nos EUA. Quando em 2002 estourou o escândalo dos abusos sexuais cometidos por sacerdotes, a maioria dos casos que vieram à tona haviam sido perpetrados nos anos 70, na mesma época do delito de Polanski, com adolescentes com idade similar à da vítima do cineasta. Mas, então, ninguém tirou importância dos crimes dizendo que eram “uma história antiga que já não tem sentido”, como agora afirmou o ministro da Cultura da França, Frédéric Mitterrand. Pelo contrário, houve satisfação geral pelo fato de que, enfim, os culpados pagaram por seus atos. “Tolerância zero” era e é o lema.

Se Polanski fosse um padre ninguém teria lhe desculpado com argumentos como haver tido uma infância trágica ou por haver conseguido o perdão da vítima, como se fez a propósito do diretor polonês. Nem haveria de diminuído a importância  do fato qualificando-o como “erro de juventude” (um jovem de 44 anos!).

Se se tratasse de um padre e a Igreja não houvesse reagido, interpretar-se-ia, sem dúvidas,  como um sinal de que a Igreja queria jogar o escândalo para debaixo do tapete em vez de se preocupar com a vítima. Mas, se é o Estado francês quem fecha os olhos durante 32 anos é, então, somente um sinal de que a França é uma tradicional terra de acolhida.

Por fim, dando um pouco mais de asas à imaginação, pensemos o que se haveria dito se 138 bispos assinassem uma carta de apoio ao companheiro acusado de um delito de violação de menor, aduzindo que é inconcebível que se pretenda julgara “um clérigo de renome mundial”. O escândalo seria de tal monta que estimularia algum cineasta a fazer um filme sobre o caso.

Passando a vista por duas notícias

Supositório-bomba é nova arma da Al -Qaeda, diz ‘Figaro’. Eu juro que achei que era piada, quando vi no Twitter de manhã. “As investigações revelaram que o ativista islâmico não usava explosivos amarrados em um cinto, como ocorre normalmente. Ele carregava a bomba no interior de seu corpo, algo até então inédito, ressaltam os especialistas franceses”.

É algo parecido com o que faz o Coringa, no último Batman (O Cavaleiro das Trevas). A diferença é que, no filme, a barriga do infeliz havia sido aberta e costurada com os explosivos dentro. E, lá, o sujeito não parecia nem um pouco à vontade com o ideal suicida…

* * *

Em nome da doutrina da proteção integral à criança, Justiça impede homossexual de adotar menina de 4 anos. No meio do patrulhamento ideológico gayzista em que vivemos, é uma decisão surpreendente. “O empresário Jonathas Ste­phen Barros Júnior foi habilitado para a adoção, mas com a condição de que a criança tivesse mais de 12 anos para dizer se está de acordo ou não em ter um pai que vive união estável com outro homem. Há quem diga que este pré-requisito é inconstitucional”.

Inconstitucional, inconstitucional, blá-blá-blá-blá-blá. Pra começo de conversa, onde é que a Constituição Federal estabelece as regras para adoção de crianças? Também não está prevista a “adoção homossexual” nem no Código Civil, e nem no Estatuto da Criança e do Adolescente. Qual o motivo da histeria?

Impeachment para o presidente Lula e Celso Amorim, no entanto, pela palhaçada que está sendo feita em Honduras, ninguém ousa pedir…

Estados Unidos e Honduras

Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos estabelece a constitucionalidade dos atos ocorridos em Honduras. Ao contrário do que disse a Secretaria de Estado, que condenou os acontecimentos e exigiu a vota de Zelaya.

A biblioteca do Congresso é uma espécie de Conselho de Estado, o mais importante órgão consultivo do Congresso. O informe (em inglês) pode ser encontrado aqui. Interessante que ele havia sido escrito no final de agosto, mas só foi tornado público na semana passada.

Os Estados Unidos aparentam estar divididos. Mas é muito bom que apareça alguém para fazer frente à histeria internacional. Afinal de contas, ao contrário do que a virtual totalidade da imprensa está alardeando, não existe golpe de Estado em Honduras. Pois “golpe” que respeite a Carta Magna não é golpe, logicamente.

Para quem ainda não leu o Olavo, recomendo: Honduras contra a mentira global.

E também recomendo enfaticamente: As aparências ofuscando a Verdade, pelo Ten. Cel. Pimentel, brasileiro, e atualmente instrutor da Escola de Estado Maior em Honduras.

Divórcio virtual, divórcio real

Havia em Portugal, no ano passado, uma lei que permitia o divórcio pela internet,  graças à qual “qualquer casal sem filhos menores de idade e sem bens para dividir pode se divorciar em no máximo uma hora”. Não sei se tal lei continua em vigor ainda hoje – acho provável que sim.

Aqui, no Brasil, continuamos com a síndrome de copiar de fora – e com atraso – tudo o que não presta. Foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, hoje pela manhã, “em caráter terminativo[,] projeto que autoriza o uso da internet para acelerar a separação entre casais”.

Em caráter terminativo! Lembrando: a PEC do divórcio (que eliminava a separação prévia por um ano ou mais exigida pela Constituição para que os cônjuges pudessem se divorciar, e contra a qual protestou a CNBB) foi aprovada pela mesmíssima CCJ em junho passado. Não sei se já foi promulgada.

No texto do PLS 464/2008, hoje aprovado, consta o seguinte:

Art. 1º A Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte artigo:

Art. 1.124-B. A separação consensual e o divórcio consensual, não havendo filhos menores ou incapazes do casal, e observados os requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser requeridos, ao juízo competente, por via eletrônica, conforme disposições da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a informatização do processo judicial.

Parágrafo único. Da petição constarão as disposições relativas à descrição e partilha dos bens comuns, à pensão alimentícia e aos nomes, se tiverem sido alterados com o casamento.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Em certo sentido, é ainda pior do que em Portugal, porque lá exigia-se do casal que não tivesse “bens a dividir”. Aqui, não. Mas, pelo que eu entendi do projeto de lei tupiniquim, ele se refere ao requerimento do divórcio, e não à sua efetivação. Em assim sendo, menos mal. Ruim, sem dúvidas, mas poderia ser pior.

No Palavras Apenas: “São nossos nobres Senadores, fazendo o possível para facilitar ao máximo possível a desintegração das nossas famílias”. Exatamente: são os poderes constituídos atentando contra o bem comum! Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida possa interceder pelo Brasil.