Eleições americanas e o aborto

Saiu hoje n’O GLOBO: Nova pesquisa confirma empate entre Obama e McCain. A mídia torce para o candidato democrata (que, aliás, aparentemente tem até twitter); não surpreende, pois Barack Obama promete trabalhar para que o aborto seja amplamente permitido nos Estados Unidos. E isto não é segredo, está no site da campanha dele:

Barack Obama understands that abortion is a divisive issue, and respects those who disagree with him. However, he has been a consistent champion of reproductive choice and will make preserving women’s rights under Roe v. Wade a priority as President. He opposes any constitutional amendment to overturn the Supreme Court’s decision in that case.
[Barack Obama entende que o aborto é uma questão que divide, e respeita aqueles que discordam dele. Entretanto, ele tem sido um sólido campeão do direito de escolha e vai fazer da manutenção dos direitos das mulheres conquistados em Roe vs. Wade uma prioridade como presidente. Ele se opõe a qualquer emenda constitucional para derrubar a decisão da Suprema Corte neste casotradução livre.]

Já o candidato republicano é de posição contrária:

McCain, que é contra o aborto, respondeu à mesma pergunta [sobre quando ele acredita que um bebê começa a ter direitos humanos] de modo direto: “A partir do momento da concepção”.

“Serei um presidente pró-vida, e esta presidência terá políticas pró-vida”, concluiu.

McCain vai ganhar as eleições, porque os americanos não são brasileiros e, lá, eles costumam levar a sério questões éticas e morais. Por exemplo, em San Francisco, o Arcebispo George Niederauer tenciona impedir uma democrata abortista de comungar. Segundo noticiado em G1:

No programa “Meet the Press”, Pelosi afirmou que o assunto sobre quando começa a vida – se na concepção ou na gestação- é uma controvérsia que divide a Igreja Católica.

[…]

Segundo o arcebispo, a origem da vida não é um tema controvertido na Igreja e, de acordo com o catecismo, “a vida humana deve ser respeitada e protegida desde o momento da concepção”.

[Saliento eu que “na gestação” é uma expressão absolutamente incompreensível e destituída de significado, podendo inclusive (o que julgo provável) ser creditada à péssima qualidade da agência de notícias  (a EFE…) responsável pela matéria.]

Alguém consegue imaginar uma coisa dessas no Brasil? Que inveja dos Estados Unidos!