Miscelânea

Panayiotis Zavos Has Cloned Dead Humans, Implanted Other Cloned Embryos, notícia absolutamente bizarra: o sujeito está pegando DNA de gente morta e implantando em óvulos de vacas (!) “para estudar a clonagem humana”. Ver também a notícia do The Guardian. É um passo a mais nas aberrações éticas: não é suficiente clonar, não é suficiente criar híbridos, é preciso “ressuscitar os mortos”. Loucuras de um mundo sem Deus.

Brhadaranyakopanishadvivekachudamani batiza filho com mesmo nome, é outra notícia quase inacreditável. Este gosto pelo tosco, pelo feio, pelo estranho, pelo bizarro, é mais uma das loucuras a que se entregam os homens quando perdem de vista o Deus que é o Belo. Se é verdade que a beleza salvará o mundo, então ele está muito longe de ser salvo. E Satanás sabe muito bem o que faz…

Movimento lança campanha polêmica, é matéria de ontem do Diário de Pernambuco. Coisa estranha. “O nome do movimento é Javé Nossa Justiça. O emblema é um arco-íris e a polêmica em torno do que pregam seus integrantes promete ser das maiores”. Ao contrário do que pense à primeira vista, não é um movimento “religioso gay”, mas precisamente o contrário: “Tanto o aborto, quanto a homossexualidade são combatidos, na opinião do movimento, dentro da ótica dos preceitos bíblicos”. A julgar pelo que foi apresentado na matéria, no entanto, o movimento é inócuo e contra-producente. Vejam só o que o jornal veiculou como sendo posição do coordenador do movimento: “a própria Organização Mundial de Saúde reconhece o homossexualismo como uma doença, tratável”. Bom seria se assim fosse…

Bispo alerta para preconceitos da Igreja contra ciência. Notícia trazida pelo Argo, no estilo flooder dele, e devidamente classificada como lixo no post onde foi originalmente colocada. É do início do mês (02 de julho). Provavelmente trata-se da visão leiga da matéria veiculada em ZENIT no mesmo dia. Aliás, sobre a infelicíssima declaração de Dom Pagano, eu já tive oportunidade de comentar aqui, onde cheguei inclusive a dizer: “Não sei como foi que a segunda [parte da declaração de Dom Pagano] ainda não ganhou manchetes mundo afora, do tipo ‘Igreja precisa aprender com Galileo, segundo prelado vaticano’ ou qualquer outro título cretino como os que estamos acostumados a ver quando o assunto é a Igreja Católica”. Batata! Já tinha ganho e eu é que não tinha visto. O anti-clericalismo é tão previsível…

Mas é dita uma coisa boa na mesma notícia que eu não sabia e, se for verdade, Deo Gratias: “No fim de 2008, a Santa Sé anunciou que arquivaria o projeto de erguer uma estátua em homenagem ao físico nos jardins do Vaticano, proposta da Pontifícia Academia de Ciências”. Tomara.

Galileo, Fé e Ciência

I documenti vaticani del processo di Galileo Galilei; é o nome do livro sobre o cientista cuja nova edição foi apresentada ontem na Sala de Imprensa da Santa Sé. Foi Dom Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, o responsável por ela. Na opinião do prelado Vaticano: “O caso de Galileu ensina a ciência a não se considerar professora da Igreja em matéria de fé e de Sagradas Escrituras […]. E, ao mesmo tempo, ensina a Igreja a abordar os problemas científicos – também os relacionados com a mais moderna pesquisa sobre as células estaminais, por exemplo – com muita humildade e circunspecção”.

Eu nunca entendi a súbita “canonização” de Galileo. Desculpas, estátuas em sua homenagem, congressos, livros… tudo isso sempre me pareceu francamente exagerado. O “Caso Galileo” é precisamente um exemplo de como não devem ser as relações entre cientistas e religiosos, vá lá, e é importante aprender com os erros de antigamente; mas, como em tudo o que se refere à Igreja Católica, o que o mundo exige d’Ela é um aprendizado de mão única. “Galileo estava certo, a Igreja estava errada”.

Veja-se, p.ex., a intervenção do prefeito do Arquivo Secreto Vaticano: ensinar à ciência… ensinar à Igreja. A primeira parte, sem dúvidas, vai ser completamente descartada. Não sei como foi que a segunda ainda não ganhou manchetes mundo afora, do tipo “Igreja precisa aprender com Galileo, segundo prelado vaticano” ou qualquer outro título cretino como os que estamos acostumados a ver quando o assunto é a Igreja Católica. E, pra ser sincero, ao mesmo tempo em que eu não entendia a rasgação de seda, achava a idéia perigosa.

Perigosa, sim. Veja-se a declaração que Dom Pagano teve a capacidade de dar: a Igreja precisaria examinar as pesquisas científicas com células estaminais com muita humildade e circunspecção – isso dito, registre-se, em alusão ao “mártir da Ciência”! Será que é preciso ser paranóico para perceber a insinuação de que o ensino moral da Igreja sobre a inviolabilidade da vida humana “desde a concepção até a morte natural” estaria no mesmo saco das querelas científicas renascentistas? Esta inferência por acaso é verdadeira? Toda a louvação ao astrônomo italiano feita nos últimos anos não induz inexoravelmente a estas conclusões? Isso não é mais do que previsível? O que se pretende, portanto, com o revisionismo eclesiástico sobre Galileo?

As relações entre Fé e Ciência são obviamente sempre harmoniosas, porque a Fé e a Razão binae quasi pennae videntur quibus veritatis ad contemplationem hominis attollitur animus. O mesmo não se pode dizer, infelizmente, das relações entre os cientistas e os religiosos. Não há nenhuma novidade nisso. Importa, sim, sem dúvidas, aprender com a História, mas isso não pode ser feito de modo que aparente ser uma capitulação da Igreja ante os famosos do mundo; porque, neste caso, estar-se-ia agravando a falsa discrepância entre Fé e Ciência ao invés de a sanar…