Terrível a televisão! Ainda há pouco, distraidamente entretido com os prazeres do cigarro na área do prédio utilizada pelos fumantes – e onde também há uma televisão -, tive a curiosidade atraída por um programa de auditório (não sei em qual emissora), ao parecer da televisão local, no qual a jovem apresentadora mencionava, em tom sarcástico, esta notícia sobre uma mulher de 105 anos segundo a qual “sexo envelhece”. Entre risinhos e comentários do tipo “veja só que conversa”, a garota abriu um espaço para que as pessoas (pelo que entendi) ligassem para o programa e respondessem se, para elas, sexo envelhecia ou não.
Claro que não fiquei para ver o resultado da enquete, mas posso fazer alguns comentários. Em primeiro lugar, o tema é inadequado para o horário; em segundo lugar, a garota apresentou a “teoria da velhinha” de maneira depreciativa; e em terceiro lugar, se se desejasse obter informações relevantes sobre o assunto, claro está que uma pesquisa entre os telespectadores não é o meio mais adequado para fazê-lo!
Não sei se, cientificamente, “sexo envelhece”. Há quem diga o extremo oposto: sexo combate o envelhecimento. Acho, aliás, que esta é a opinião disseminada no “senso comum” hodierno, embora eu nunca tenha visto, sobre o assunto, mais do que o “senso comum”.
Eu sei, no entanto, que a virgindade sempre foi valorizada, em virtualmente todas as culturas; sei que os jovens desperdiçam o seu potencial quando se lançam à busca dos prazeres e, inevitavelmente, não chegam tão longe quanto poderiam chegar se se mantivessem castos; sei que a temperança é uma virtude salutar tanto para a alma quanto para o corpo; sei que os monges são celibatários e morrem velhinhos.
E sei também que é urgente resgatar alguns valores como temperança, virgindade, castidade, pureza. Destes, só “virgindade” se opõe (por óbvio) ao sexo; em todos os demais, uma vida sexual que se pretenda saudável pode e deve encontrar o seu lugar. Neste sentido, há uma iniciativa em português muito louvável sobre a Teologia do Corpo. Porque o problema não está no sexo, e sim na utilização desordenada da faculdade sexual – que, como todo o resto, foi-nos dada por Deus. Se sexo envelhece, como disse, eu não sei; mas sei que a leviandade no tratamento de assuntos sérios faz mal, e – esta sim – envelhece. Quando “menos”, a alma.