CDDs anunciam querer “uma nova Igreja” – e Diocese de Chapecó faz eco ao brado cismático!

Para se ter uma idéia de quão deplorável está a vida católica no Brasil, veja-se a carta abaixo (cliquem para ampliar). Ela estava disponível até ontem no site da Diocese de Chapecó – sim, no site oficial de uma diocese católica no Brasil!

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Que as já conhecidas “Católicas pelo Direito de Decidir” – que junto com outras personalidades “ilustres” como o Leonardo Boff ou o grupo pró-sodomia encabeçado pelo pe. Luís Corrêa e seu “Diversidade Católica” constituem o supra-sumo da hipocrisia pseudo-religiosa contemporânea – exponham o seu projeto de uma anti-Igreja é coisa banal. Que elas o façam nos órgãos de comunicação oficiais de uma diocese católica, aí já é demais. Dentre as pérolas do texto, podem-se citar as seguintes:

  • Esperamos, em primeiro lugar, que a escolha do nome Francisco signifique um programa de renovação das próprias estruturas da Igreja, assim como da sua doutrina…
  • [E]sperávamos (…) [q]ue abençoasse todas as famílias, hétero ou homossexuais;
  • Quando a Igreja vai se abrir à realidade da diversidade das formas de amor e de expressão da sexualidade humana?
  • Queremos uma nova Igreja.
  • [Queremos u]ma Igreja na qual as mulheres (…) [tenham] pleno acesso ao exercício do sacerdócio e às instâncias decisórias da instituição.
  • Queremos uma nova moral relativa à sexualidade e à reprodução humana que reconheça o valor moral da decisão de mulheres católicas pela interrupção de uma gravidez.

Bom, a Doutrina da Igreja por definição não é passível de ser “renovada”, uma vez que vem de Cristo e a Igreja é meramente Sua guardiã, jamais autora. O homossexualismo é intrinsecamente desordenado e um par de marmanjos ou de senhoras em atos pseudo-sexuais contrários à natureza não perfaz uma família. Não é possível ordenar mulheres. O assassinato de um inocente – mesmo que ele esteja no ventre da sua mãe – é um pecado horroroso que clama aos Céus vingança. Nenhuma dessas coisas é minimamente possível de ser alterada. Qualquer pessoa decente sabe disso muito bem. Não é crível que estas depravadas ignorem pontos tão básicos do Catolicismo. Logo, o que elas querem é destruir a Igreja. O intento delas é confessadamente cismático.

Mais uma vez, que esta insensata empreitada seja levada a cabo pelos inimigos de Cristo com suas próprias forças, é coisa natural. Ao contrário, que lhes seja permitido empregarem recursos da Igreja Católica para trabalhar contra Ela, é um escândalo que exige reparação – e esta não pode ser simplesmente “dar sumiço” no artigo do site da Mitra. Afinal de contas, a Diocese de Chapecó quer esta “nova Igreja” que as CDDs reivindicam, sim ou não? Que os responsáveis por ela tenham ao menos a decência de sustentarem as suas posições em público, sem esta canalhice de publicar uma coisa hoje e tirar do ar amanhã sem maiores explicações.

Chapecó parece estar já in partibus infidelium. Que ao menos avise a Roma. Não se fazem mais nem cismáticos como antigamente!

Organizadores tentam defender os corruptores da juventude que convidaram para os atos centrais da JMJ!

A respeito de uma nota (que se encontra no Facebook – também aqui) redigida pelo revmo. pe. Renato Martins, «Diretor Executivo do Setor Atos Centrais JMJ RIO 2013», sobre a escandalosa escolha de alguns «artistas» mundanos para participarem da JMJ, é preciso dizer quanto segue:

Me entristeceu profundamente, as mensagens postadas nas redes sociais, mensagens enviadas por WhatsApp e outros meios de comunicação. Católicos atacando cristãos!

A nós, o que nos entristeceu profundamente foi ver a completa falta de senso dos organizadores da JMJ, que não têm vergonha em emporcalhar um evento católico com personalidades imorais e parecem não ver problema em consagrar um espaço de evangelização à divulgação do estilo de vida anti-católico encarnado pelos «artistas famosos» aos quais a organização da JMJ parece julgar importante dar vez e voz.

Também estarão na Jornada, alguns artistas famosos que ofereceram seus dons voluntariamente, para participarem deste projeto, por acreditarem que a JMJ, é uma grande oportunidade de transformação da juventude e da sociedade. Qual o pecado que há nisto?

O pecado está no fato de que estes «artistas famosos» são conhecidos expoentes de tudo o que existe de mais podre na sociedade contemporânea, justamente aquelas coisas que são mais combatidas pela Igreja Católica. O pecado está no fato de que a mensagem passada por estes «artistas» em suas aparições públicas, para além de quaisquer características de suas vidas particulares (que não conhecemos e não vêm ao caso), é justamente uma mensagem de corrupção da juventude e degeneração da sociedade. O pecado reside no fato de que a «transformação da juventude e da sociedade» propagada pela Igreja é exatamente o contrário da “transformação” que estes artistas realizam quotidianamente com sua vida pública e, portanto, é um escândalo que eles recebam palco na JMJ para propagar a sua obra de apodrecimento da moral e dos bons costumes. O pecado, enfim, está no fato de que parece que não existe ninguém com um mínimo de bom senso na Organização da Jornada, uma vez que, não satisfeitos em realizar um escândalo de proporções diabólicas, ainda vêm a público defendê-lo e atacar os católicos que se sentem ofendidos com este vitupério às coisas sagradas e esculhambação de um evento voltado à evangelização da juventude!

Em meio a tantas criticas, me chamou atenção as dirigidas ao jovem Luan Santana! Porque criticar a participação de um jovem, que conquistou a fama de forma honesta, começou a trabalhar tão novo desejando conquistar os seus sonhos?

O «jovem Luan Santana» é o garoto que, como mostramos, faz apologia à sexualidade livre (e até ao estupro!) em suas músicas e canções [p.s.: e que se gaba publicamente de ter uma coleção de roupas íntimas das suas fãs (!) e de manter esporadicamente relações sexuais com elas após os seus shows (!!)]. Dizer que isso é uma «forma honesta» de «trabalhar» e «conquistar os seus sonhos» (sic!) é um escárnio a tantos jovens que, estes sim, trabalham anonimamente de forma honesta e digna e, longe dos holofotes da mídia, esforçam-se na medida de suas capacidades para serem sal da terra e luz do mundo. Na contramão dos esforços dessa juventude sadia e honesta estão «artistas» como o Luan Santana, ofendendo a Deus com suas canções desonestas e conduzindo uma juventude perdida ao redemoinho do hedonismo e do sexo desenfreado tão eloqüentemente louvados nas músicas e shows do jovem cantor. Desgraçadamente, esta juventude honesta não tem quem a represente ou defenda, e ainda precisa aturar sacerdotes responsáveis pela organização de um evento católico da magnitude da JMJ defenderem as imoralidades encarnadas por certos «artistas famosos» que dedicam as suas vidas à descristianização da sociedade brasileira!

Mesmo assim, isso seria motivo para criticar tão duramente a participação de um “pecador” se assim desejarem chama-lo? Se alguns pensam que sim, eu discordo! Relembrem o que disse Jesus: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.

Os pecados do Luan Santana não estão em questão, e sim precisamente a mensagem que o jovem dedica a vida a transmitir com suas músicas lascivas e libertinas. Nosso Senhor andava com os publicanos e as prostitutas, sim, mas os convidava a abandonarem a sua vida de pecados. Sinceramente, defender a participação na JMJ de indivíduos publicamente conhecidos pela defesa e promoção de um estilo de vida em tudo contrário ao que ensina a Santa Igreja é um sofisma diabólico dos mais grosseiros, que estamos acostumados a encontrar nos lábios dos escarnecedores e inimigos de Cristo mas que, na pena de um sacerdote católico, é um doloroso golpe aos católicos e uma terrível ofensa a Nosso Senhor.

Se o nosso comprometimento com Cristo fosse tão forte, como as criticas que saem de nós, não precisaríamos de uma Jornada Mundial da Juventude! Não seria preciso que o Papa nos relembrasse a ordem do Senhor: Ide e fazei discípulos entre todas as nações! Estaríamos tão imersos nesse compromisso de fazer discípulos, que não procuraríamos excluir os discípulos!

Mais uma vez, estas palavras são uma piada de mau gosto. Não existem “discípulos” a serem “excluídos” aqui, e sim porta-vozes de uma sociedade degenerada aos quais nós achamos necessário, sim, negar os palcos e os holofotes que deveriam estar voltados para as mensagens cristãs das quais a nossa juventude está tão sedenta justamente porque os seus olhos e ouvidos são diuturnamente bombardeados pelo lixo moral que toca nas nossas rádios e aparece em nossas televisões – o mesmíssimo lixo moral que os organizadores da JMJ parecem empenhados em reverberar ao mundo inteiro através dos atos oficiais da Jornada Mundial da Juventude. Se o Luan Santana (ou quem quer que seja) quiser participar como peregrino da JMJ, será muitíssimo bem-vindo! No entanto, dar-lhe palco e conferir (mesmo tacitamente) uma aprovação moral ao estilo de vida depravado que o seu trabalho (dito “honesto”!) apregoa Brasil afora é criminoso, é um ultraje à Igreja de Cristo e uma zombaria a Nosso Senhor.

Não precisamos do tom afetado destas notas públicas eivadas de orgulho ferido que intentam lançar sobre católicos honestos a responsabilidade pelo escândalo que a Organização da JMJ – e somente ela – provocou com estas ultrajantes escolhas de «artistas» imorais para “representar” a juventude católica brasileira diante do mundo inteiro. Repito o que já disse antes: se restasse um mínimo de decência aos responsáveis por esta infâmia, estes representantes do que existe de pior na nossa Pátria seriam imediatamente “desconvidados” e seria emitido um mea culpa público por esta deplorável atitude com a qual os organizadores da Jornada envergonharam perante o mundo os católicos do Brasil.

«Setor Atos Centrais da JMJ» zomba de católicos e convida para atos centrais da Jornada expoentes da degeneração moral dos nossos tempos

Que Satanás odeia qualquer coisa que se proponha a servir para a maior glória de Deus é uma conclusão teológica da mais alta obviedade. Que ele reserve um especial ódio para a Jornada Mundial da Juventude é coisa da qual já estamos carecas de saber. Que ele conte com servos tão dedicados nos bastidores da organização da JMJ do próximo mês, contudo, é um fato que só agora nós vislumbramos em toda a sua aterradora dimensão.

O site oficial da JMJ revelou o nome dos «artistas» convidados – registre-se, convidados! – para se apresentarem de alguma maneira durante o evento. Os nomes provocam horror e perplexidade; mais ainda, soam como um escárnio dos infernos aos católicos fiéis que se empenham em fazer da JMJ um evento católico e a lutar por Deus e por Sua Santa Igreja em um mundo que Lhes é cada vez mais hostil.

A «Cássia Kiss» (sic) «interpretará Maria Santíssima» na Via Sacra. Não sei quem é esta senhora. Uma rápida busca no Google, no entanto, revela-me uma bonita história protagonizada por ela. É a seguinte:

A atriz Cássia Kiss, 39 anos, um aborto, dois filhos, lembra: “As pessoas têm de ter consciência de que o aborto, em qualquer circunstância, é um crime”, afirma. Ela baseia sua opinião em dois fatos de sua vida. Em 1990, alguns anos depois de ter feito o aborto, Cássia Kiss fazia parte do elenco da novela Pantanal, da Rede Manchete. Ela interpretava uma mulher forte, parideira, de nome Maria Marruá. Em uma cena antológica, a personagem dá à luz a menina Juma Marruá. “Fiquei emocionadíssima durante as gravações dessa cena. Logo depois, chorei copiosamente durante quase uma hora. Foi um momento divino. Ali comecei a descobrir o valor da maternidade e da importância de ter um filho”, diz. Numa segunda fase de sua vida, já casada e disposta a ter um filho, engravidou. Mas, com três meses de gravidez, Cássia foi surpreendida por um aborto espontâneo. “Recebi aquilo como um castigo de Deus. Mesmo traumatizada resolvi que iria tentar novamente, quantas vezes fossem necessárias. Hoje eu acho que me recusaria a fazer qualquer exame, pois, mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê, ainda assim eu levaria a gravidez adiante.”

Colocar num dos papéis mais importantes da Via-Sacra uma mulher que se arrepende de ter feito um aborto é uma escolha que tem o seu quê de louvável. Mais adequado, sem dúvidas, seria se o papel por ela desempenhado fosse o de Santa Maria Madalena arrependida, mas deixemos isso para lá. Afinal, uma atriz famosa que diz em público que «o aborto, em qualquer circunstância, é um crime» e que «levaria a [sua] gravidez adiante» «mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê» é uma boa escolha para um evento da Igreja que – na contramão do mundo moderno – coloca-Se intransigentemente contra o aborto em qualquer situação.

O mesmo, infelizmente, não pode ser dito de outros dos nomes com os quais a Organização da JMJ nos “presenteou”. Destaco dois: o Luan Santana e a Ana Maria Braga.

luan-santanaO primeiro, além de possuir uma qualidade artística (para dizer o mínimo) questionável, é entre outras coisas o autor da seguinte obra-prima: «Mãos para o alto novinha / Por que porque hoje tu ta presa / Tu tem direito de sentar / Tem direito de gritar / Tem direito de sentar de ficar de rebolar […] Fica caladinha / Fica caladinha / E desce, desce novinha». Faltam-me palavras para deplorar esta apologia ao estupro de menores que faz – sem corar de vergonha! – o garoto convidado para cantar num evento com a presença do Papa! Isto é um escândalo de proporções incomensuráveis. Será possível que não existe nenhum cantor decente – mesmo de música secular – que pudesse ser convidado pelos organizadores da JMJ? Será realmente que a melhor opção deles era convidar um fulano que enaltece a mais criminosa violência sexual nas letras de suas canções?!

ana-mariaO segundo, o de Ana Maria Braga, pode parecer à primeira vista menos chocante, mas é também escandaloso. Afinal, a apresentadora da Globo é conhecida por receber alegremente em seus programas as maiores aberrações morais, como – por exemplo – a dupla de marmanjos que teve “dupla paternidade” (sic) reconhecida e os “heróis” do Big Brother Brazil chamados a opinar (favoravelmente, é óbvio) sobre o conhecido caso do assassinato de dois gêmeos aqui em Pernambuco; o quê, por tudo o que é mais sagrado, esta senhora está fazendo na Jornada Mundial da Juventude?!

E o site da JMJ ainda tem a cara de pau de dizer que estas escolhas luciferinas foram feitas «na tentativa de representar todos os jovens do mundo». Como assim, “todos os jovens do mundo”? Quem é o jovem católico que pode se sentir minimamente representado por estes arautos do anti-catolicismo, por essas pessoas que encarnam, por seus atos públicos, tudo que é contrário à Igreja e ofensivo ao Deus Todo-Poderoso? Nós não nos sentimos “representados” por esta gente, senhores da organização da JMJ! Muito pelo contrário, nós nos sentimos traídos e humilhados. Nós enfrentamos uma barra enorme para tornar a mensagem da Igreja atrativa para a sociedade contemporânea que A odeia, e os senhores, ao invés de nos ajudarem, fazem questão de chamar para um evento de evangelização de proporções internacionais estes expoentes do anti-catolicismo reinante no mundo moderno.

Se os senhores tivessem um pingo de vergonha na cara e de temor a Deus, poriam de lado todo o respeito humano e cancelariam imediatamente estes convites ignominiosos que emporcalham a Igreja e envergonham os católicos que se esforçam por serem fiéis, fazendo publicamente um mea culpa pela completa falta de bom senso e pelo serviço que, conscientemente ou não, prestaram a Satanás. É um absurdo que as lideranças católicas, aparentemente não satisfeitas com o espaço que o anti-catolicismo detém no mundo moderno, preencham importantes espaços da Jornada Mundial da Juventude com estes luminares das desgraças do mundo moderno que tanto ofendem a Nosso Senhor.

«Os jovens e suas formas de expressão vão ser representados durante as apresentações artísticas nos Atos Centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013», é o que diz a notícia do site da JMJ. Uma ova. Esta turma não me representa e nem representa nenhum católico sério do mundo. Ao que parece, é Satanás que estará muito bem representado no Rio de Janeiro, durante a visita do Papa. Para vergonha dos católicos brasileiros e desta Terra de Santa Cruz. Ao que parece, Nosso Senhor não pode contar com ninguém para organizar dignamente a recepção do Vigário de Cristo e dos católicos de todo o mundo que virão ao Rio de Janeiro no próximo mês. Com estes organizadores, para quê Cristo precisa de inimigos?

Após corromper a juventude com seus discursos escandalosos, padre Beto é excomungado para a maior glória de Deus

Publico abaixo na íntegra o Comunicado da Diocese de Bauru referente à excomunhão do Reverendíssimo Pe. Roberto “Beto” Francisco Daniel, que escandalosamente divulgou na internet material daninho às almas em matéria sexual e, não aceitando a reprimenda feita pelo seu bispo, Dom Frei Caetano Ferrari, desgraçadamente preferiu o orgulho à humildade, dando mais valor às suas próprias idéias e “reflexões” do que ao ensinamento multissecular da Igreja Católica que é Mãe e Mestra Infalível.

Antes mesmo da excomunhão ser declarada, diz-se que “centenas de fiéis” lotaram a igreja no último domingo (28) para a sua missa de despedida. Entre estes “fiéis” contam-se, por exemplo, «o pai de santo umbandista Ricardo Barreira», segundo a mesma reportagem. Ainda, uma vez que a Missa – toda e qualquer Missa, celebrada pelo Papa em Roma ou pelo mais humilde sacerdote da mais humilde paróquia de vilarejo – é o mesmíssimo Sacrifício de Cristo e como é bastante óbvio que a piedade católica manda procurar nas igrejas não o sacerdote que porventura esteja celebrando a Missa, mas sim Nosso Senhor que no altar é imolado misticamente, cabe perguntar se estes “fiéis” que ontem lotaram a igreja de Santo Antônio realmente merecem esse adjetivo que lhes foi dado pela Folha de São Paulo.

Ao saber da notícia, certamente padecendo comichões e fatigada devido à caça permanente de qualquer coisa que possa servir para denegrir a imagem da Igreja Católica, a Carta Capital não poupou nem a gramática e vomitou uma «excomungação (sic) do clérigo por heresia e cisma»:

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Quanto a nós, parabenizamos por sua coragem e seu zelo louvável o bispo de Bauru, Dom Frei Caetano Ferrari, que soube agir com firmeza quando a Fé da Igreja se viu ameaçada e não retrocedeu mesmo tendo contra si a opinião pública anti-clerical. Que saiba Sua Excelência que se os lobos uivam e o inferno vomita impropérios, é porque o golpe foi certeiro e, o alvo, muito bem escolhido. Que a Santíssima Virgem defenda e guarde sempre o seu ministério episcopal.

* * *

Comunicado ao povo de Deus da Diocese de Bauru
sobre o Rvedo. Pe. Roberto Francisco Daniel

mitra-bauruÉ de conhecimento público os pronunciamentos e atitudes do Reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel que, em nome da “liberdade de expressão” traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal. Estes atos provocaram forte escândalo e feriram a comunhão eclesial. Sua atitude é incompatível com as obrigações do estado sacerdotal que ele deveria amar, pois foi ele quem solicitou da Igreja a Graça da Ordenação. O Bispo Diocesano com a paciência e caridade de pastor, vem tentando há muito tempo diálogo para superar e resolver de modo fraterno e cristão esta situação. Esgotadas todas as iniciativas e tendo em vista o bem do Povo de Deus, o Bispo Diocesano convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico, nomeando-o como juiz instrutor para tratar essa questão e aplicar a “Lei da Igreja”, visto que o Pe. Roberto Francisco Daniel recusa qualquer diálogo e colaboração. Mesmo assim, o juiz tentou uma última vez um diálogo com o referido padre que reagiu agressivamente, na Cúria Diocesana, na qual ele recusou qualquer diálogo. Esta tentativa ocorreu na presença de 05 (cinco) membros do Conselho dos Presbíteros.

O referido padre feriu a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor (obediência esta que prometera no dia de sua ordenação sacerdotal), incorrendo, portanto, no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos. Nesta grave pena o referido sacerdote incorreu de livre vontade como consequência de seus atos.

A Igreja de Bauru se demonstrou Mãe Paciente quando, por diversas vezes, o chamou fraternalmente ao diálogo para a superação dessa situação por ele criada. Nenhum católico e muito menos um sacerdote pode-se valer do “direito de liberdade de expressão” para atacar a Fé, na qual foi batizado.

Uma das obrigações do Bispo Diocesano é defender a Fé, a Doutrina e a Disciplina da Igreja e, por isso, comunicamos que o padre Roberto Francisco Daniel não pode mais celebrar nenhum ato de culto divino (sacramentos e sacramentais, nem mais receber a Santíssima Eucaristia), pois está excomungado. A partir dessa decisão, o Juiz Instrutor iniciará os procedimentos para a “demissão do estado clerical, que será enviado no final para Roma, de onde deverá vir o Decreto.

Com esta declaração, a Diocese de Bauru entende colocar “um ponto final” nessa dolorosa história.

Rezemos para que o nosso Padroeiro Divino Espírito Santo, “que nos conduz”, ilumine o Pe. Roberto Francisco Daniel para que tenha a coragem da humildade em reconhecer que não é o dono da verdade e se reconcilie com a Igreja, que é “Mãe e Mestra”.

Bauru, 29 de abril de 2013.

Por especial mandado do Bispo Diocesano, assinam os representantes do Conselho Presbiteral Diocesano.

Curtas: O filo-gayzismo mal-disfarçado de D. Piero Marini e do pe. Beto

D. Marini a favor do casamento civil gay, vejo quase ao mesmo tempo no pe. Z. e no Fratres in Unum. O que dizer? Bom, parece-me que os temores de que o antigo cerimoniário pontifício pudesse ressurgir das cinzas estão agora – graças a Deus! – mais difíceis de se concretizarem. Afinal, todo mundo sabe que o Papa Francisco é um ferrenho opositor tanto do casamento gay quanto dessa sua versão mais “light” chamada união civil gay.

Quanto ao mérito das declarações de D. Piero Marini, remeto às (já tradicionalmente) lúcidas palavras do Everth Queiroz:

E agora, o que vocês vão dizer, com um bispo da Igreja defendendo a união civil gay? – Ora, o mesmo de sempre: que “[em] presença do reconhecimento legal das uniões homossexuais ou da equiparação legal das mesmas ao matrimônio, com acesso aos direitos próprios deste último, é um dever opor-se-lhe de modo claro e incisivo”, como está disposto em um documento da Congregação para a Doutrina da Fé, de 2003. Note-se bem: é um dever opor-se tanto ao “reconhecimento legal das uniões homossexuais” quanto à “equiparação legal das mesmas ao matrimônio, com acesso aos direitos próprios deste último”. E, se as palavras do então Cardeal Joseph Ratzinger valiam com toda a força também para quem não comunga da fé católica, quanto mais para os fiéis da Igreja, quanto mais para seus bispos! Não tem essa de “o que não se pode reconhecer é que esse par seja um matrimônio”. Há o dever de oposição clara e incisiva também ao reconhecimento civil das uniões de pessoas do mesmo sexo.

É simples assim: não há nada de novo sob o sol. Seríamos mais felizes se nos acostumássemos a ignorar o ruidoso vai-e-vem das opiniões humanas (mesmo que sejam emitidas por prelados católicos!) e, ao contrário, repousássemos tranqüilos na solidez permanente do Ensino Moral da Igreja de Cristo.

* * *

– Sobre o mesmo assunto, aliás, o Bispo de Bauru exigiu a retratação de um sacerdote católico que, em um vídeo recentemente popularizado na internet, afirmou (entre outras barbaridades) que «hoje em dia não dá mais para você enquadrar o ser humano em homossexual, bissexual ou heterossexual (nós nos deveríamos ser enquadrados simplesmente seres sexuados), e que o amor pode surgir em qualquer desses níveis. […] Então a Igreja tem que mudar sim. Ela vai ter que mudar».

Soube da publicação da nota via Ecclesia Una, e ela já se encontra devidamente divulgada no site da Mitra de Bauru. Dela (que é curta – leiam lá), destaco:

Determino [o padre Roberto Francisco Daniel (padre Beto)] a se retratar através do mesmo meio utilizado (site, Facebook e YouTube), no prazo até 29 de abril de 2013, confessando humildemente que errou quanto a sua interpretação e exposição da doutrina, da moral e dos costumes ensinados pela Igreja.

Que beleza, hein? Quem diria! Os nossos mais sinceros e efusivos agradecimentos a S. E. R. Dom Frei Caetano Ferrari, ofm, Bispo Diocesano de Bauru, que Graças a Deus interveio quando a pureza do Ensino Moral da Igreja se viu publicamente ameaçada. Tivéssemos mais atitudes assim, o Brasil estaria em condições bem melhores. Que a SSma. Virgem possa sustentar Sua Excelência nesse santo propósito, e que Ela suscite outros prelados dispostos a imitar o bom exemplo do bispo de Bauru.

Canção Nova Sertaneja: ê, vida de gado…

É necessário fazer coro à denúncia do Fratres in Unum sobre a “Missa Sertaneja” (ou seja lá que aberração for essa) que a Canção Nova promoveu (e transmitiu!) no último final de semana. A foto abaixo é a que saiu no Fratres, mas há outras no próprio Flickr da Canção Nova (entre as quais encontrar pessoas – fiéis e celebrantes – de chapéu no meio da Santa Missa (!) é o que há de menos chocante).

A coisa é tão aterradora que a gente fica pensando estar enganado; pensamos que uma coisa assim obviamente não pode ter acontecido na mesma Canção Nova que há não muito tempo organizou (embora não tenha transmitido – mas as fotos correram a internet) uma Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano. Mas infelizmente é verdade; o evento foi anunciado pela Canção Nova, foi transmitido pela TV e há fotos dele (aliás esta aqui é verdadeiramente aberrante) nos canais oficiais de divulgação da comunidade. Portanto, aconteceu: para opróbrio de Deus Nosso Senhor e vergonha da Igreja Católica nesta Terra de Santa Cruz, a maior emissora católica do Brasil realizou e divulgou uma depravação do Santo Sacrifício da Missa.

Eu já falei aqui por diversas vezes que sou um profundo entusiasta da tese “Save the Liturgy, Save the World”; estou honestamente convencido que a maneira mais rápida e eficaz de promover a recristianização da sociedade é cuidar com bastante zelo do santo serviço do Altar, das coisas que se referem diretamente ao culto que a Esposa de Cristo presta «em toda parte, do nascer ao pôr do sol» ao Seu Divino Esposo. E, em contrapartida, distorcer o Rito Romano a ponto de torná-lo praticamente irreconhecível sob um amontoado de elementos (para dizer o mínimo!) que lhe são estranhos é uma forma diabolicamente útil de corroer a Fé Católica nas almas e formar uma multidão de “fiéis” que, no final das contas, não fazem a menor idéia do que vão fazer na Missa aos domingos (isto considerando que eles continuem cumprindo o preceito da Missa Dominical).

Nunca é demais repetir que o Santo Sacrifício da Missa é, literalmente, um e o mesmo sacrifício com Aquele que foi um dia celebrado na Cruz do Calvário. Nunca é demais lembrar que, em cada Santa Missa que é celebrada em qualquer lugar do mundo, torna-se presente o mesmíssimo Sacrifício da Cruz que Nosso Senhor Jesus Cristo ofereceu um dia e para sempre para o perdão dos nossos pecados. Ora, se é importante (como de fato o é) para a nossa saúde espiritual entendermos estes acontecimentos da nossa Redenção, se conhecer os Santos Mistérios da nossa Religião é-nos crucial para melhor participarmos deles, o que justifica deturpar o Rito Romano aos limites do irreconhecível? Toda Santa Missa deve apontar para a Cruz de Cristo elevada sobre o Calvário! Não dá para entender o que se passa pela cabeça dos que querem fazer de cada celebração uma coisa completamente diferente de todas as demais, quando é exatamente o contrário e o grande milagre invisível por detrás das rubricas é que toda e qualquer missa é sempre e em todo lugar a Mesma! A Liturgia deve ajudar os homens a encontrar o que se encontra sob os seus signos, e não afastá-los ainda mais das realidades escondidas sob o véu sacramental. Podem ainda se dizer católicos os que não entendem estas coisas tão básicas? Ao contrário, agem como animais irracionais que são arrastados para lá ou para cá ao som de qualquer berrante que algum Anjo Decaído confunda com trombeta e resolva fazer soar.

Sobre Missa Crioula e outras aberrações transvestidas de “legítima inculturação”, deixo este texto do Salvem a Liturgia! publicado no ano passado, que é o desabafo de um gaúcho diante desta abominação, e do qual destaco:

O “rito crioulo” é artificial porque cria elementos não presentes em nenhum outro rito e completamente destoante até mesmo da espiritualidade católica tradicional. Não usa uma linguagem adequada para a liturgia também. De outra sorte, nem mesmo atende a um legítimo anseio do povo gaúcho: tradicional por tradicional (que é o que esse rito pretende ser), a forma extraordinária do rito romano é muito mais.

Além disso, ele não se pretende outro rito, mas uma variação do rito romano, ou um rito romano inculturado. Entretanto, o próprio Vaticano II – como bem recordava João Paulo II – só permitiu a inculturação litúrgica salvaguardada a unidade substancial do rito romano. Além disso, é preciso autorização de Roma. Esse rito crioulo, de romano não tem nada (nada mesmo!), e, se é um rito novo, só poderia ser “criado” a partir de desenvolvimento litúrgico (o que não se faz, ademais, de uma hora para outra; desenvolvimento supõe anos, décadas, séculos). Outrossim, só quem pode criar ou reformar ritos é o Papa.

Melhor faria a Canção Nova se divulgasse os legítimos tesouros da Igreja de Cristo da Qual ela se diz servidora. Ao contrário, espalhando esta espécie de lixo blasfemo a comunidade está é prestando um enorme favor a Satanás, que é o primeiro a odiar  as coisas sagradas por meio das quais a ação santificadora de Deus se faz presente no mundo.

O escárnio redivivo: Dom Fernando Saburido VOLTA ao Grito dos Excluídos!

Há exatos dois anos, no dia 07 de setembro de 2010, a Arquidiocese de Olinda e Recife protagonizava um escândalo de dimensões inauditas quando o Arcebispo Metropolitano, Dom Fernando Saburido, participou alegremente de uma caminhada ao lado de inimigos declarados da Igreja Católica: comunistas, abortistas, gayzistas et caterva. Meninos, eu vi! Eu estava lá. Registrei as fotos que correram o mundo e redigi o texto ao qual faço referência hoje, dois anos depois:

Vale a pena perguntar: o que o Arcebispo estava fazendo em uma caminhada onde se defendiam o comunismo, o aborto, o gayzismo, o uso de preservativos e tantas outras imoralidades? O que a Arquidiocese tem a ver com estes escarnecedores da Igreja, para dar-lhes apoio e aumentar-lhes o número? E quanto às pessoas – havia tantas! – que, muito provavelmente sem saber do que se tratava o evento, fizeram-se presentes por conta da divulgação feita pela Arquidiocese e pelas paróquias – e, lá chegando, depararam-se com mulheres defendendo o aborto e travestis vestidos com as cores do arco-íris? O que justifica este conluio promíscuo entre os filhos da Igreja e os de Satanás? Qual a razão do silêncio das autoridades eclesiásticas sobre estas imoralidades e – pior ainda! – do apoio entusiasta a elas dado, a partir do momento em que estavam todos – Arcebispo, padres, religiosos, leigos – “caminhando e cantando e seguindo a canção”, dançando e sorrindo lado a lado com inimigos declarados da Igreja Católica?

No ano seguinte, 2011, eu fui de novo. Registrei aqui mais uma vez. Sua Excelência não estava presente, mas a velha cantilena dos inimigos da Igreja e da Civilização era rigorosamente a mesma. Do que escrevi ano passado:

A faixa da foto acima é bem representativa do manifesto: eles não aceitam Deus, não querem o Messias. Querem construir tudo sozinhos, por suas próprias mãos. Na verdade, Deus é o verdadeiro excluído a priori deste evento materialista – a faixa acima o diz com todas as letras! E, em um evento onde Deus não é bem-vindo, o que faziam os religiosos de Recife? Qual o sentido da participação das pastorais da Arquidiocese? O que fazem católicos em uma marcha para a qual o Todo-Poderoso não foi convidado e onde, aliás, é expressamente proibida a Sua entrada? E não me consta que as coisas sejam diferentes Brasil afora! Até quando os católicos caminharão de braços dados com os que zombam do Deus Altíssimo?

Pois bem: achando que as coisas estavam mais pacificadas, este ano eu não fui. Não obstante, qual não foi a minha desagradável supresa ao abrir o Facebook e ver que o perfil de Dom Fernando Saburido compartilhara um álbum da Arquidiocese de Olinda e Recife (!) sobre o 18º Grito dos Excluídos?

As fotos da galeria abaixo não foram eu que tirei. Estão no perfil oficial da Arquidiocese de Olinda e Recife do Facebook.

Fico me perguntando se alguma coisa mudou nesta caminhada do ano passado para cá; se houve algum evento novo que justificasse a presença de um sucessor dos Apóstolos neste escárnio público à lei de Deus. Infelizmente, nada parece ter mudado. A foto abaixo é a que ilustra a reportagem de G1 sobre o evento de hoje. A matéria aborda rapidamente os principais itens da pauta de reivindicações (aliás já históricas) do Grito:

  • “Nossa luta é pela distribuição de terra, renda e pelo fim da violência contra a mulher, além de um debate sobre o aborto”, disse a integrante Edvânia da Silva.
  • Nicolas Júnior, do movimento gay Leões do Norte, estava mais uma vez participando do Grito. “Estamos aqui lutando pela igualdade e pela criminalização da homofobia”, comentou. Também tinha mulheres levantando a bandeira do feminismo.
  • Mais de 60 representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também estiveram na caminhada.
  • O Levante Popular da Juventude, representado por bandeiras vermelhas na caminhada, queria o fim do racismo, machismo e homofobia.

Ou seja: nada de novo sob o sol. Como todo mundo sabe, o Grito dos Excluídos continua sendo uma passeata esquerdista onde se defende o aborto, a invasão de terras, a exaltação da sodomia, o feminismo e toda a caterva de ideologias e práticas contrárias à doutrina e à moral da Igreja Católica. E, sendo as coisas assim (como de fato o são), o que raios a Arquidiocese de Olinda e Recife, na pessoa do Arcebispo Metropolitano, estava fazendo (mais uma vez!) neste evento onde se reúnem os escarnecedores da Fé e que tanto ofende a Deus Nosso Senhor? O que justifica a presença de católicos em um evento onde se debocha do ensino da Igreja e se zomba das coisas de Deus? Por qual obscura razão Dom Saburido insiste em envergonhar assim a Sé de Dom Vital, engrossando alegremente as fileiras de uma passeata que reivindica tantas coisas contrárias ao que prega a Igreja à Qual ele jurou servir?

“O padroeiro dos políticos” – Dom Fernando Rifan

[A política é a arte de bem governar e não tem nada a ver com “os partidos políticos” que nós encontramos hoje em dia no Brasil. Os partidos são contingentes; a autoridade é necessária. Política, aliás, transcende até mesmo o regime político concreto pelo qual é regido um país específico: as questões propriamente políticas, assim, precedem as discussões partidárias às quais foi miseravelmente reduzido o cenário político brasileiro. Na próxima sexta-feira é celebrada a festa de S. Thomas Morus; esta data – 22 de junho – é a data nova, estabelecida após a Reforma Litúrgica de 1969, de modo que ninguém pode acusar esta celebração de ser anacrônica. Pelo contrário, ela é até mesmo muito necessária; que possamos aprender com “o homem que não vendeu a sua alma” a dar a devida importância às questões políticas, a fim de que a nossa Pátria possa alcançar um dia a dignidade que merece.]

O padroeiro dos políticos

 Dom Fernando Arêas Rifan*

                                                                    

Dia 22 próximo, a Igreja celebra a festa do mártir Santo Tomás More. Lorde Chanceler do Reino da Inglaterra, por não ter aceitado o divórcio e o cisma do rei Henrique VIII, foi condenado à morte por traição e decapitado em 1535. Preferiu perder o cargo e a vida a trair sua consciência. A Igreja o proclamou padroeiro dos Governantes e dos Políticos, exatamente porque soube ser coerente com os princípios morais e cristãos até ao martírio. O belo filme da sua vida, em português, que recomendo, intitula-se “O homem que não vendeu sua alma!”. 

A coerência é uma virtude cristã que deve penetrar todas as nossas ações e atitudes. Pensar, viver e agir conforme a nossa fé e nossas convicções cristãs. Caso contrário, seremos hipócritas e daremos um grande contra-testemunho do nosso cristianismo. A consciência é única e unitária, e não dúplice. Não se age como cristão na Igreja e como pagão fora dela.

“O Concílio exorta os cristãos, cidadãos de ambas as cidades [terrena e celeste], a que procurem cumprir fielmente os seus deveres terrenos, guiados pelo espírito do Evangelho. Afastam-se da verdade os que, sabendo que não temos aqui na terra uma cidade permanente, mas que vamos em demanda da futura, pensam que podem por isso descuidar os seus deveres terrenos, sem atenderem a que a própria fé ainda os obriga mais a cumpri-los, segundo a vocação própria de cada um. Mas não menos erram os que, pelo contrário, opinam poder entregar-se às ocupações terrenas, como se estas fossem inteiramente alheias à vida religiosa, a qual pensam consistir apenas no cumprimento dos atos de culto e de certos deveres morais. Este divórcio entre a fé que professam e o comportamento quotidiano de muitos deve ser contado entre os mais graves erros do nosso tempo” (Gaudium et Spes, 43).

O ensinamento social da Igreja não é uma intromissão no governo do País, mas traz um dever moral de coerência aos fiéis leigos, no interior da sua consciência. “Não pode haver, na sua vida, dois caminhos paralelos: de um lado, a chamada vida ‘espiritual’, com os seus valores e exigências, e, do outro, a chamada vida ‘secular’, ou seja, a vida de família, de trabalho, das relações sociais, do empenho político e da cultura” (Beato João Paulo II, Christif. Laici, 59). 

“Reconhecendo muito embora a autonomia da realidade política, deverão se esforçar os cristãos solicitados a entrarem na ação política por encontrar uma coerência entre as suas opções e o Evangelho” (Paulo VI, Octogésima Adveniens, 46). “Também para o cristão é válido que, se ele quiser viver a sua fé numa ação política, concebida como um serviço, não pode, sem se contradizer a si mesmo, aderir a sistemas ideológicos ou políticos que se oponham radicalmente, ou então nos pontos essenciais, à sua mesma fé e à sua concepção do homem…” (idem, 26).

No atual clima de corrupção e venalidade que invadiu o sistema político, eleitoral e governamental, possa o exemplo de Santo Tomás More ensinar aos governantes e políticos, atuais e futuros, que o homem não pode se separar de Deus, nem a política da moral, e que a consciência não se vende por nenhum preço, mesmo que isto nos custe caro e até a própria vida.

 

*Bispo da Administração Apostólica
Pessoal São João Maria Vianney

Na Bahia, “ao mesmo tempo hóstia e acarajé”?!

Hoje pela manhã eu lia, estarrecido, as histórias de que o Arcebispo Primaz do Brasil celebrara ontem (04/12) uma Missa em Salvador onde eram distribuídos, lado-a-lado, acarajés sacrificados a ídolos e o Santíssimo Corpo de Deus sacrificado à Trindade Santa. Mostraram-me o escândalo em pelo menos três lugares distintos: Terra, Bahia em Pauta e A Tarde Online.

Notei que estes textos pareciam ser todos copiados uns dos outros. Embora houvesse uma ou outra diferença, a parte realmente escandalosa era rigorosamente igual em todos os três:

Pela primeira vez, em 30 anos, um arcebispo-primaz do Brasil celebra a missa campal em homenagem a Santa Bárbara. Dom Murilo Krieger presidiu a solenidade no Largo do Pelourinho, onde foi distribuída ao mesmo tempo hóstia e acarajé, que no candomblé é chamado de acará, ou seja, a comida ofertada à Yansã. Ato que emocionou até os que não têm fé.

Não sei a fonte principal. A notícia em “Terra” cita a sra. Maria Olívia Soares do “Bahia em Pauta”; a reportagem do “A Tarde Online” não cita ninguém, e mostra o texto inteiro como se fosse da sra. Maíra Azevedo. Não conheço nenhuma das duas. Em todo caso, parece-me absurdamente improvável que duas fontes independentes tenham conseguido escrever o mesmíssimo período [qual seja, «onde foi distribuída ao mesmo tempo hostia e acarajé, que no Candomblé é chamado de acará, ou seja, a comida ofertada à Iansã»] referindo-se a um fato inusitado destes.

Como assim, um arcebispo – e o primaz da Terra de Santa Cruz! – distribuindo comidas ofertadas a demônios junto com a Santíssima Eucaristia em uma Missa solene?! A história não tem verossimilhança; se verdade fosse, seria o caso (como apontou um amigo) de transferir Sua Excelência para a diocese de Pasárgada com a máxima urgência. Não era possível que isto tivesse acontecido desta maneira. Alguma coisa estava errada.

Um outro amigo de Salvador disse que esta missa [de Santa Bárbara] ocorre publicamente no centro histórico de Salvador há muito tempo, a despeito do Cardeal Majella não a celebrar. Sobre os acarajés distribuídos junto com a comunhão, ele afirmou desconhecer o fato; disse que o que acontecia era que, no Ofertório, entravam em procissão algumas coisas, entre as quais o acarajé. É estranho entrar com comida durante a Santa Missa, mas em princípio não é ilegal; a Instrução Geral do Missal Romano, no seu número 73., determina que, na procissão do Ofertório,

[a]lém do pão e do vinho, são permitidas ofertas em dinheiro e outros dons, destinados aos pobres ou à Igreja, e tanto podem ser trazidos pelos fiéis como recolhidos dentro da Igreja. Estes dons serão dispostos em lugar conveniente, fora da mesa eucarística (IGMR 73).

Em princípio, portanto, a comida ofertada aos pobres pode ser solenemente introduzida na Liturgia e, conquanto não seja colocada sobre o altar, não há desobediência às rubricas aqui. Cabe talvez questionar a possibilidade de confundir o povo com esta prática, ou ainda a conveniência de serem tocadas músicas africanas no Santo Sacrifício da Missa (o que aliás é outra coisa), mas não cabe, a partir disso, falar que Dom Murilo Krieger estava distribuindo promiscuamente a Sagrada Eucaristia junto com o Acará de Iansã. Seria, repito, por demais inacreditável.

Ao encontro desta minha incredulidade veio esta nota da Arquidiocese de São Salvador da Bahia sobre o assunto, dizendo com todas as letras que semelhantes afirmações eram inverídicas:

Expressões como “Dom Murilo Krieger presidiu a solenidade no Largo do Pelourinho, onde foi distribuída ao mesmo tempo hóstia e acarajé, que no Candomblé é chamado de acará, ou seja, a comida ofertada à Iansã” (A Tarde on line e Terra Magazine) não favorecem a grandeza do momento por um simples motivo: faltam com a verdade.

Com o desmentido oficial da Mitra de Salvador, portanto, cabe ao(s) autor(es) da malfadada afirmação sobre a suposta distribuição concomitante da Eucaristia e do Acará apresentarem provas de suas assertivas. Senão, estaremos diante daquilo de que fala a nota: de «falta de conhecimento ou má fé de alguns veículos de comunicação presentes na cobertura da Missa de Santa Bárbara» – coisa que seria profundamente de se lamentar mas que, infelizmente, em se tratando da mídia secular, não seria nada de se duvidar.

Canção Nova, Edinho Silva, Eto Jardim, Reinaldo Azevedo e o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais: o imbroglio

Registrem-se os fatos ad perpetuam rei memoriam:

1. A rede católica Canção Nova anunciou a criação de um programa apresentado pelo deputado petista Edinho Silva, inimigo da Igreja de Cristo. O nome do programa é “Justiça e Paz”.

2. O sr. Eto Jardim, administrador da Canção Nova, disse que o programa foi um pedido explícito de Dom Cláudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

3. Os católicos Brasil afora indignaram-se com a palhaçada. Os protestos encontraram eco até mesmo no blog do Reinaldo Azevedo, conhecido comentarista político. As reclamações começaram a chegar em Dom Benedito Beni, bispo de Lorena, sob cuja jurisdição está a Canção Nova em Cachoeira Paulista.

4. Reuniões aconteceram. A Canção Nova resolveu cancelar este programa bem como todos os outros da sua grade que eram apresentados por políticos. O Reinaldo Azevedo comemorou (pessimamente) o ocorrido.

5. O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, por meio do seu Twitter oficial, divulgou o texto comemorativo do Reinaldo Azevedo acima citado, indo assim na contramão do que dissera anteriormente o sr. Eto Jardim: o administrador da Canção Nova tentara vender o programa como uma iniciativa do mesmo Dicastério que, depois, divulgou alegremente o seu cancelamento.

Os fatos são verídicos conforme os links supracitados os atestam e dão fé. O que significam, contudo, só o tempo dirá.