O “grave dever” dos bispos de orientarem os fiéis também em questões políticas – discurso de Bento XVI aos bispos da Regional Nordeste 5

Porém, sempre lhe deve ser permitido [à Igreja] pregar com verdadeira liberdade a fé; ensinar a sua doutrina acerca da sociedade; exercer sem entraves a própria missão entre os homens; e pronunciar o seu juízo moral mesmo acerca das realidades políticas, sempre que os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem (Gaudium et Spes, 76).

A comunidade política e a Igreja não se confundem, porque ambas têm fins próprios e distintos e têm em si os meios necessários para alcançar estes fins: o Estado serve para cuidar da ordem temporal e, a Igreja, da ordem espiritual. O Estado existe para servir à sociedade e, a Igreja, para levar os homens ao Céu. Nas palavras da Gaudium et Spes, “[n]o domínio próprio de cada uma, comunidade política e Igreja são independentes e autónomas” (id. ibid.). Esta é a boa doutrina católica.

No entanto, embora não se confundam, Estado e Igreja também não são duas realidades completamente distintas, sem nenhum ponto de intersecção entre elas: afinal, os homens que fazem parte da sociedade são os exatos mesmos homens que a Igreja tem a missão de guiar neste mundo. Os domínios temporal e espiritual são distintos, mas o homem faz parte de ambos. É na realidade humana, portanto, que Fé e Política se tocam. A política tem o dever de facilitar ao homem o cumprimento de sua vocação sobrenatural. Em contrapartida, a Fé tem também o dever de defender a dignidade humana inclusive nos seus aspectos temporais, quando esta é ameaçada. Esta, repito, é a boa doutrina católica.

Têm, portanto, os pastores – os bispos! – o dever de emitir juízos morais também sobre as realidades políticas, quando as circunstâncias assim o exigirem. E foi isso que o Papa recordou hoje, em discurso aos bispos brasileiros do Regional Nordeste 5 da CNBB. O discurso de Pedro veio corroborar aquilo que alguns prelados corajosos fizeram no Brasil ao longo dos últimos meses: denunciar as mazelas morais do Partido dos Trabalhadores, bem como a intrínseca e radical incompatibilidade entre o programa político deste partido e a dignidade da pessoa humana e, portanto, a proibição moral de que se apóie tal partido com o próprio voto.

Os bispos têm não apenas o direito, mas também o dever, de emitir juízos morais sobre as realidades políticas – é o Papa quem o diz com todas as letras! E quantos prelados no Brasil cumpriram com este “grave dever”? Quantos outros, ao contrário, preferiram silenciar, ou confundir os fiéis com declarações contrárias à realidade dos fatos, ou ainda – pior! – tentaram calar as vozes proféticas que se levantaram em defesa da dignidade humana ameaçada pelas políticas imorais do partido que ora se encontra no Governo do Brasil? A estes, o Papa manda um (nada) sutil recado: tínheis um dever a cumprir, e não o fizestes. Calastes, quando devíeis levantar a vossa voz bem alto para defender a dignidade humana ameaçada. Silenciastes diante das iniqüidades de César.

E o Papa vai além, ao afirmar que não é possível falar em avanços sociais se os direitos básicos da pessoa humana são violados. Não são lícitos os projetos políticos, econômicos ou sociais – por mais justos que se apresentem – que não contemplem a radical defesa da vida humana da concepção à morte natural. A defesa do aborto, velada ou aberta, não pode ser aceita sob nenhuma justificativa, e é dever dos bispos dizer isso com toda a clareza possível, sem temer qualquer tipo de impopularidade ou oposição. É o Papa que fala aos bispos do Brasil, às vésperas do Segundo Turno das eleições presidenciais. É Bento XVI que vem em socorro dos bispos fiéis desta Terra de Santa Cruz, que não trocaram o múnus episcopal por conluios promíscuos com este mundo. E não se calaram, quando a situação exigiu que suas vozes se levantassem em defesa da vida humana ameaçada. Bento XVI hoje diz: eles só cumpriram com um seu dever.

Estamos às vésperas do pleito. Que as palavras do Doce Cristo na Terra possam encontrar eco nos corações de todos os brasileiros de bem. E que as luzes do Espírito Santo possam iluminar o entendimento dos eleitores do próximo dia 31: que eles entendam que certos valores são inegociáveis, e não podem ser aceitos sob nenhuma justificativa.

Segue abaixo, o discurso do Papa [p.s.: versão oficial na Rádio Vaticana]. Todos os grifos são meus. E que Nossa Senhora Aparecida salve o Brasil.

P.S.: Não deixe de ler também: Bento XVI defenderá hoje ação política da Igreja contra o aborto.

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Amados Irmãos no Episcopado,

«Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5 [cinco]. Nos nossos encontros, pude ouvir, de viva voz, alguns dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitae, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”» (Discurso inaugural da V conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baia da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.

Benedictus PP. XVI

Nota Pastoral de orientação em relação às eleições de 2010 – Dom Antonio Keller

Fonte: Diocese de Frederico Westphalen

Frederico Westphalen, 28 de agosto de 2010.

Irmãos e irmãs, diocesanos de Frederico Westphalen e homens e mulheres de boa vontade.

Esta Nota Pastoral tem a finalidade de oferecer reflexão e orientação, face às eleições que se aproximam, para os católicos diocesanos de Frederico Westphalen e para todos aqueles que procuram, com boa vontade, nortear sua existência pelo respeito aos valores fundamentais da existência humana.

O período que antecede as eleições é de suma importância, no sentido de que deve servir-nos para a reflexão e a escolha consciente daqueles candidatos e candidatas nos quais depositaremos nossa confiança através do voto. O voto não é algo que se decide no último momento, apressadamente, a partir do último “santinho” recebido. Voto é escolha refletida e decidida, após pesarem-se prós e contras. Mais do que nunca, diante da pluralidade de possibilidades, votar exige responsabilidade e coerência também em relação à fé professada. Longe do católico e da pessoa de boa vontade separar sua crença e seus valores de seu voto. Há, no voto, a exigência profunda da coerência.

Da mesma forma, a mesma coerência e responsabilidade são também exigências para aqueles que se candidatam a cargos públicos. As possibilidades são múltiplas. A pluralidade, louvável. Alguns candidatos se apresentam com clareza, defendendo princípios que não se identificam com aqueles que cremos e defendemos, como cristãos. Ao menos são verdadeiros. Ninguém, que professe a fé católica, ou defenda os valores da vida será enganado por eles…

Mas o grande problema, bastante presente nesta situação pré-eleitoral, é o da duplicidade, da incoerência daqueles candidatos, que por um lado, fazem questão de se mostrarem “religiosos”, sensíveis à fé, mas que na prática ou estão inscritos em partidos que defendem valores anti-cristãos, ou apresentam um ideário programático político pessoal que contêm indicações absolutamente incoerentes com a fé que declaram professar ou respeitar. Dentro deste quadro, chegamos ao ponto de sermos obrigados a ouvir, de determinados candidatos e candidatas, certas declarações, por exemplo, em relação ao aborto, afirmando que “pessoalmente sou contra, mas quando no governo, garantirei o direito de quem quiser abortar, já que o aborto não é uma questão que envolva a fé, mas sim, a saúde pública”.

Como Bispo Diocesano, venho, por meio desta Nota Pastoral, estribado na autoridade apostólica de pastor que deve cuidar do rebanho que lhe foi confiado, preocupado com a situação de confusão derivada da linguagem dúbia e da postura incoerente, oferecer uma orientação clara e segura a meus diocesanos e a todos os que crêem e defendem o valor da vida, desde a sua concepção até a sua morte natural.

Assim sendo:

1. Todo cidadão é chamado a votar com consciência. Nós cidadãos católicos somos chamados a votar com consciência cristã. Seria uma contradição acreditar e defender os valores da vida, da família, da moral e da ética, e votar naqueles candidatos e candidatas que propugnam pessoalmente, ou estão inscritos em partidos que propugnam os valores contrários. Ou seja, é preciso votar de forma coerente, em candidatos e em partidos que defendam os valores que nós cristãos acreditamos e defendemos, para que estes mesmos candidatos e partidos nos representem, nas instâncias do Executivo e do Legislativo, favorecendo medidas e leis que valorizem a cultura da vida.

2. Assim, neste período pré-eleitoral, é obrigação de todo católico, bem como daqueles que tem boa vontade e abertura para a cultura da vida, informar-se, em relação aos diversos candidatos e candidatas, se em suas propostas estão contemplados os valores éticos, nomeadamente, a defesa da inviolabilidade da vida humana (especialmente no que diz respeito á questão do aborto, da eutanásia, etc.), bem como a defesa do casamento e da família (como estas realidades são entendidas pela moral cristã) e a defesa privilegiada dos mais desprotegidos da sociedade.

Estes são alguns critérios, a meu ver, os mais fundamentais, que devem ser levados em consideração na hora de votar: como católicos temos o dever de votar naqueles que, posteriormente, como nossos representantes, na sua atuação política não irão contradizer os valores daqueles que os elegeram.

Peço que o Espírito Santo de Deus ilumine as mentes de todos os diocesanos de Frederico Westphalen e as de todas as pessoas de boa vontade, para que nestas eleições, todos possam exercer a cidadania com consciência e responsabilidade.

+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo Diocesano de Frederico Westphalen (RS)

Ligeiro apanhado

– Toffoli foi “aprovado com folga no Senado”. Impressionante! A sabatina enfrentada ontem pelo advogado, miraculosamente, deve ter convencido os ilustres senadores de que José Dias Toffoli tem a “reputação ilibada” e o “notório saber jurídico” exigido pela Constituição para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal ao qual ele foi indicado.

Afinal, ainda ontem à noite, o Correio Braziliense publicava que os Senadores questiona[va]m reputação ilibada e notório saber jurídico de Toffoli. “Indago se não há negligência na avaliação do notório saber jurídico, pois vossa excelência foi reprovado em dois concursos públicos. Não fez mestrado, nem doutorado, não há obra publicada. Sua trajetória profissional também não está ligada a grandes causas”, disse o senador Alvaro Dias. Mas não adiantou; o STF, Casa da Mãe Joana que é, está aceitando gato, cachorro e papagaio.

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Médicos ingleses não salvam suicida. “Kerrie Wooltorton tinha 26 anos e uma depressão grave. Morava sozinha em um flat na cidade de Norwich, na Inglaterra. Tentou se matar nove vezes em menos de um ano. Ela ingeria uma substância feita para evitar o congelamento do párabrisa do carro para tirar a própria vida. Era salva no hospital, depois de uma diálise para retirar a toxina do seu corpo. Na décima tentativa, escreveu uma carta para os médicos dizendo que não queria ser salva por eles e que ‘estava 100% consciente das consequências do seu ato’. Seu pedido foi respeitado. Os médicos consideraram que salvá-la poderia ser uma violação do seu desejo”.

A publicação é de hoje, mas a notícia é de 2007. Mas eu tenho uma dúvida: a eutanásia não é legalizada na Inglaterra, ou é? Em não sendo, qual a diferença essencial entre ela e o suicídio da garota da notícia, a ponto de justificar a legalidade desta última e a proibição daquela?

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Bento XVI recorda aos tchecos que não existe liberdade sem verdade. “Recordando o 20º aniversário da chamada ‘Revolução de Veludo’, contra o regime comunista, o Papa pediu uma ‘formação integral, baseada na unidade do conhecimento enraizado na verdade, para responder a uma nova ditadura, a do relativismo combinado com o domínio da tecnologia'”.

Não é de hoje que o Papa ataca a ditadura do relativismo. Quantas vezes Pedro vai precisar falar para os católicos entenderem?

Comentando notícias empoeiradas

No meio das centenas de mensagens não lidas da minha caixa de emails, encontrei algumas que vale a pena comentar ainda que seja en passant, que já viraram embrulho de peixe mas bem que merecem ser conhecidas:

– Por ocasião da excomunhão dos médicos abortistas de Recife, a sra. Danuza Leão escreveu um texto [15 de março de 2009] sobre a Igreja Católica e o sofrimento. E faz uma triste constatação: “[o]s sacrifícios, tão cultuados entre os católicos (…), eram um grande sinal de amor a Deus”.

Eram…? E não são mais? Na cabeça da articulista, não. Igreja para ela, agora, “só em excursão turística – e assim mesmo só algumas”. O artigo é bem clichê com um monte de acusações nonsense – “ao considerar quase tudo que dá prazer um pecado, não dá para perceber o quanto as mentes católicas são doentes?”, “ai dos que são felizes, dão risadas e gostam da vida”, “[q]uem faz uma jura dessas [jurar amor ‘até que a morte nos separe’] é hipócrita, porque até as crianças do jardim-de-infância sabem que a vida não é assim”, “[s]e o Vaticano se desfizesse de metade de seus tesouros, é bem possível que não houvesse mais fome no mundo”, mas serve para que se constate, com tristeza, como o mundo perdeu o sentido salvífico da dor.

– Saiu n’O Globo [23 de março de 2009] um artigo de um leitor explicando por que a Igreja não é culpada pela proliferação da AIDS. São tempos estranhos, em que a acusação serve como prova cabal de culpa e o acusado precisa se justificar para provar que é inocente. Mas o sr. Yasha Gallazzi escreveu muito bem.

Torna-se, assim, mais simples atacar a pessoa do Papa e desmerecer seus argumentos, em vez de nos debruçarmos sobre o que ele falou. Ao lembrar que a distribuição maciça de camisinhas não foi suficiente para aplacar a disseminação da Aids, Bento XVI não disse nenhuma mentira, nem errou em sua análise. O que fez foi lembrar que o sexo casual e descompromissado é, sim, uma vertente do sexo irresponsável. A camisinha se torna uma espécie de algoz de sua suposta virtude, pois estimula – e isso é inegável – o sexo ligeiro e sem compromisso.

– Uma mulher matou marido, irmã e sobrinhas porque “não queria ver a família sofrer” [16 de abril de 2009]. Muito nobre? Inadmissível? De uma forma ou de outra, são argumentos análogos àqueles utilizados para a defesa do aborto eugênico ou da eutanásia. Às vezes é preciso levar as aplicações dos princípios às últimas conseqüências para que a bobagem resplandeça em toda a sua clareza. Infelizmente, tem gente que nem mesmo assim consegue ver…

– Aplicação concreta do que foi dito acima: Justiça de Goiás autoriza aborto eugênico [09 de abril de 2009]. “Infelizmente, é certa a morte do produto da concepção da requerente, não havendo procedimento médico capaz de corrigir a deficiência do órgão vital”, escreveu o juiz. O que tem [tinha?] a criança? “Síndrome de Kantrell [Cantrell]”, segundo a notícia. Qual a “lógica” do juiz? “Se não tem como curar, a gente mata”. Como um veterinário faria com um cachorro. “Para evitar o sofrimento dos parentes”, como a mulher da notícia anterior. Vinte segundos no Google me mostraram um relato de caso em adulto logo como primeiro resultado. Mas a sanha assassina de alguns não tem limites, não tem paciência: reservar vinte segundos para consultar o Google seria estender por tempo demasiado o sofrimento da mãe…

Mais curtas diversos

Mais coisas para comentar do que eu tenho tempo para fazê-lo…

– Apenas para fins de registro, o Frei Betto – para variar – escreveu mais uma vez contra a Igreja. Vejam que palavras dignas de um religioso: “Comparo a atitude do arcebispo de Olinda e Recife com a de Jesus diante da mulher adúltera… Que diferença! Jesus foi capaz de compreender, perdoar, acolher. Os médicos agiram corretamente, para salvar a vida da menina e evitar o risco de três mortes”. A ubiqüidade na repetição da besteira faz-nos pensar que é orquestrado; os ataques que chegam de todos os lados – de todos os inimigos da Igreja – evidenciam que estamos do lado certo do campo de batalha. Não podemos desanimar!

– É um pouco antiga – novembro de 2008 – mas um amigo trouxe à baila, numa lista de emails da qual participo, esta matéria sobre Oxum na Santa Missa. Aproveito para trazer aqui porque é um excelente exemplo daquilo sobre o que eu falava ontem, sobre a colocação de lixo no lugar das coisas sagradas: esta obsessão em profanar tudo o que é católico parece uma sanha satânica. Mente – sim, mente descaradamente – o padre Toninho quando diz que “as missas inculturadas e, especialmente, a missa afro, são expressões legítimas de elementos das culturas africanas na celebração da Eucaristia”. Aqui tem fotos de uma missa afro. Aqui e aqui tem vídeos de missas afro. E qualquer pessoa que tenha um mínimo de senso católico percebe que há alguma coisa errada aí; percebe que essas coisas são no mínimo inadmissíveis e, no máximo, blasfemas e sacrílegas.

– Um movimento gay de Pernambuco – os “Leões do Norte” – avisaram que iriam malhar um boneco de Dom José Cardoso nas ruas do centro da cidade na sexta-feira. Fizeram-no, e a matéria com algumas fotos foi publicada no blog do Jamildo. O presidente da ONG afirmou que “Dom José representa perigo para a sociedade. Foi imprudente porque colocou a vida de uma menina de 9 anos em risco. Para ele, o estupro não tem importância”. Interessante, né? Dona Terezinha percebeu

Alguns judeus são contra acordos diplomáticos com a Santa Sé. “A seis semanas da visita do Papa Bento XVI à Terra Santa, religiosos judeus fundamentalistas fazem pressão para que o governo israelense não faça concessões diplomáticas à Santa Sé sobre a questão dos impostos sobre os bens da Igreja”. Ah, esses nossos irmãos mais velhos…

– Também é um pouco antiga [25 de março], mas eu só vi agora. Depois das audiências públicas sobre células-tronco embrionárias e anencéfalos, parece que a moda pegou: a CSSF vai realizar uma audiência pública sobre a eutanásia. No entanto, desta vez quem a propôs foi o deputado Dr. Talmir (PV-SP), autor de um projeto de lei que torna a eutanásia crime hediondo. A data da audiência ainda não foi marcada.

Três casos de morte

Encontrei na internet, nos últimos dias, três tristes notícias sobre casos envolvendo doenças, sofrimento, eutanásia e obstinação terapêutica, onde nem sempre é fácil traçar os limites entre cada uma das coisas. As três, no entanto, foram instrumentalizadas para propagar a cultura da morte.

A primeira delas, sobre o menino britânico doente que os pais perderam na Justiça o direito de manter vivo. Reconhecendo de antemão que não dá para confiar na mídia e que, portanto, posso estar julgando erroneamente o caso, parece-me não obstante que se trata de ortotanásia, onde manter a criança viva – contra todos os prognósticos e com meios desproporcionais – seria um caso de obstinação terapêutica. No entanto, não julgo correto de nenhuma maneira que esta decisão tenha sido tomada pela Justiça, passando por cima da autoridade da família. No caso em pauta, aparentemente, a decisão foi acertada; aberto contudo o precedente, quem garante que a Justiça não vai algum dia “eutanasiar” bebês (relativamente) saudáveis à revelia dos seus pais?

A obstinação terapêutica é grave, mas a julgo muito menos grave do que a eutanásia, por razões óbvias (afinal, um erro na primeira não mata ninguém…). Portanto, a preocupação do Estado deve ser no sentido de proibir esta última, e não de impedir a obstinação terapêutica dos pais.

A segunda notícia, particularmente triste, foi a de uma velhinha de 93 anos, belga, que está fazendo greve de fome para poder se submeter à eutanásia. É triste que exista eutanásia no país, mas é ainda mais triste que esta senhora – que mora em um asilo – encontre-se tão sozinha e tão desamparada, tão sem sentido na vida, que só na morte veja a solução para os seus problemas. A despeito da idade avançada, ela é saudável, já que “não tem uma ‘afecção incurável grave’ nem sofrimentos ‘constantes, insuportáveis e que não possam ser acalmados’, os dois requisitos necessários para que a eutanásia seja legal no país”. É, portanto, apesar da idade, simplesmente uma pessoa com tendências suicidas; aceder-lhes seria abrir um perigoso precedente para que qualquer um, afinal, possa se matar quando bem entender. Aqui não se trata de eutanásia e nem de ortotanásia: é suicídio puro e simples, que deve ser condenado.

A terceira e última notícia sobre a qual gostaria de comentar, é a do hospital canadense que enfrenta uma ação na Justiça por ter mantido com vida um bebê incapacitado. A situação foi curiosa: a garota era mantida viva por meio de aparelhos (de respiração, inclusive). Os pais autorizaram o desligamento, em uma aparentemente correta atitude de recusa à obstinação terapêutica. No entanto, quando estes foram desligados, a garota… passou a respirar sozinha! Necessitava ainda do tubo de alimentação, mas somente dele, de modo que negar-lhe não poderia ser considerado simples ortotanásia. O comitê de ética do hospital, então, em uma atitude heróica, “ordenou que se mantivera a alimentação da bebê, sem consultar aos pais nem aos médicos que originalmente decidiram suspendê-la”. Por causa disso, “enfrenta uma demanda (…) de 3.5 milhões de dólares por ter mantido com vida a uma menina com severas descapacidade sem o consentimento de seus pais”.

A menina, no entanto, teve alta e, hoje, mora com os pais… o hospital, portanto, salvou-lhes a filha! E, em troca, é movida contra ele uma ação milionária…

Os casos com os quais nos deparamos nem sempre são simples. Há, no entanto, e sempre, princípios morais dos quais não se pode abrir mão. Estas três notícias carregam, todas elas, anti-valores, se não nos casos em si, ao menos na forma como eles foram apresentados e na repercussão que tiveram. Importa rezar muito; e seguir, com a Igreja, na defesa incondicional da vida, “desde a concepção até a morte natural”.

Reinaldo Azevedo, de novo!

O Reinaldo Azevedo melhorou nas suas colocações sobre a retirada da excomunhão que pesava sobre os quatro bispos da FSSPX comentadas por mim aqui; em particular, ele afirmou claramente que, com ou sem retratação, “a suspensão da excomunhão [de Dom Wiliamson será] mantida” e publicou uma excelente reportagem do Marcio Antonio sobre o assunto. No entanto, hoje ele deu outra grande bola fora.

Comentando o assassinato da italiana Eluana Englaro, disse o jornalista:

Parte da imprensa insiste em tratar como “eutanásia” o desligamento dos aparelhos que mantinham Eluana Englaro viva. Já escrevi e escrevo isso deste o caso Terri Schiavo: trata-se de ortotonásia, que é coisa muito diferente. Num caso, a medicina se mobiliza para criar condições artificiais que apressem a morte de alguém; em outro, evitar-se o uso de artifícios que mantêm um corpo vivo. As diferenças éticas são colossais — já disse o que penso a respeito num post abaixo. João Paulo 2º jamais endossaria o primeiro procedimento — que é, inequivocamente, um assassinato — e deixou recomendações expressas de que sua vida não fosse prolongada com o uso de aparelhos. Não quis, por exemplo, ficar no hospital. A ortotonásia é a morte natural.

E isso é simplesmente falso. O caso de Eluana não é ortotonásia, é assassinato mesmo.  A Pontifícia Academia Para a Vida publicou já em 2004 algumas reflexões sobre o Estado Vegetativo, nas quais é dito claramente que a “eventual decisão de suspender a alimentação e a hidratação, cuja administração no doente em EV é necessariamente assistida, tem como consequência inevitável e directa a morte do doente. Por conseguinte, ela configura-se como um verdadeiro e próprio acto de eutanásia omissiva, moralmente inaceitável”. E, em 2007, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou as respostas às perguntas da Conferência Episcopal dos Estados Unidos sobre a alimentação e hidratação artificiais, aprovadas pelo Papa Bento XVI, nas quais é dito muito claramente:

Primeira pergunta: É moralmente obrigatória a subministração de alimento e água (por vias naturais ou mesmo artificiais) ao doente que se encontra em “estado vegetativo”, a não ser que tais alimentos não possam ser assimilados pelo corpo do doente ou então não possam ser subministrados sem causar um significativo incómodo físico?

Resposta: Sim. A subministração de alimento e água, mesmo por vias artificiais, é em linha de princípio um meio ordinário e proporcionado de conservação da vida. Torna-se portanto obrigatória, na medida em que e até quando ela mostra conseguir a sua finalidade própria, que consiste em assegurar a hidratação e alimentação do doente. Assim, se evitam os sofrimentos e a morte por inanição e desidratação.

Segunda pergunta: Se a alimentação e a hidratação são feitas por vias artificiais a um doente em “estado vegetativo permanente”, podem ser interrompidas, quando médicos competentes julgam com certeza moral que o doente jamais retomará consciência?

Resposta: Não. Um doente em “estado vegetativo permanente” é uma pessoa, com a sua dignidade humana fundamental, a quem, portanto, são devidos os cuidados ordinários e proporcionados, que compreendem, em linha de princípio, a subministração de água e alimento, mesmo por vias artificiais.

O Reinaldo Azevedo é católico, apresenta-se como católico nos seus escritos e, portanto, não pode se dar ao luxo de passar a sua própria opinião (que contraria frontalmente o ensino da Igreja) sem deixar claro que está falando em franca oposição ao que a Igreja ensina. Ao contrário do que insinuou o articulista, João Paulo II jamais aprovaria o assassinato de Eluana. E, devido à posição pública que ocupa e para ser coerente com a Fé que professa, o Reinaldo não tem o direito de lançar dúvidas sobre isso.

Nota de Falecimento

G1
Foto: G1

Morreu assassinada a italiana Eluana Englaro, na noite desta segunda-feira, após a família ter sido autorizada a suspender a sua alimentação. Há três dias que a italiana estava recebendo uma quantidade reduzida de comida e água; o Senado não teve tempo de aprovar o Decreto Lei que tencionava salvar a sua vida. Requiescat in Pace.

Três dias! Terri Schiavo sobreviveu por um tempo mais de quatro vezes maior… e logo dessa vez, que o premiê italiano estava prestes a conseguir a aprovação emergencial de um decreto para a salvar… estranho, muito estranho. Que Deus tenha piedade da Itália e de nós todos.

Notícias do fim do mundo

Quatro notícias sobre o desmoronamento do mundo:

– Na Escócia, duas crianças foram arrancadas da casa dos avós onde viviam para serem entregues a uma dupla gay. Um menino e uma menina, irmãos, de quatro e cinco anos. Pelo que pude entender com meu italiano traditore, os avós legítimos dos meninos – pais da sua mãe biológica – são, pelas leis escocesas, muito velhos para cuidar de crianças. Ele tem cinquenta e nove anos e, ela, quarenta e seis. Lutaram por dois anos para manter a guarda dos netos, até esgotarem os seus recursos financeiros com as despesas legais; entregando-os por fim à adoção, foram supreendidos ao saberem que eles iriam ser entregues para uma dupla de homens. De nada valeram os protestos do avô: ameaçaram-lhe não lhe deixar mais ver os meninos, caso ele se mostrasse hostil à decisão! Apesar de 90% (isso mesmo, noventa por cento) dos escoceses terem se mostrado contrários à idéia (quando foram consultados à época), desde 2006 que duplas de homossexuais podem adotar crianças na terra de William Wallace. A mesma notícia diz ainda que casais obesos ou fumantes tiveram adoções negadas. Ou seja, tudo bem ser gay, o que você não pode de nenhuma maneira é ser gordo…

– No Reino Unido, uma enfermeira evangélica foi suspensa por ter se oferecido para rezar por um paciente:

A Sra. Petrie, cristã comprometida, de 45 anos, enfrenta uma ação disciplinar após ser acusada de não cumprir um compromisso de igualdade e diversidade. Poderia ser despedida depois de perguntar a uma paciente idosa se queria que rezasse por ela.

Não sei se foi motivado pelo fato; mas o Cardeal Bertone denunciou fortemente o laicismo, nesta quinta-feira (ontem), ao afirmar que relegar a religião ao âmbito privado é uma violação da liberdade religiosa

– Não entendi absolutamente nada sobre este discurso do presidente Obama. Atacando as divergências religiosas e tentando, ao que parece, propôr uma espécie de indiferentismo religioso como único remédio para a “intolerância”, o senhor presidente fez a seguinte afirmação que tenho até medo de traduzir: There is no God who condones taking the life of an innocent human being. This much we know. Ou seja, “não há Deus que perdoe tirar a vida de um ser humano inocente. Isto nós sabemos bem”.

O que raios o presidente mais abortista que já passou pelos Estados Unidos quer dizer com isso, é mistério que escapa à minha estreita compreensão. É hipocrisia? É desespero, afirmando que Deus não o pode perdoar porque ele apóia e financia o destroçamento de seres humanos inocentes? É sinal de conversão e de mudança de posições? Rezemos pelos Estados Unidos da América; que o solo americano não seja ainda mais manchado pelo sangue dos inocentes assassinados antes de virem à luz.

Hoje começou a “redução de alimentação” – leia-se, o assassinato por inanição – da “Terri Schiavo” italiana, Eluana Englaro. 38 anos, em estado vegetativo permanente há 17, a Justiça autorizou recentemente o seu assassinato após pedidos da família. No entanto, ainda há esperança, pois “o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que está estudando a aprovação de um decreto urgente para barrar a sentença que permite a suspensão da alimentação artificial à italiana”. Rezemos também por esta garota. E, enquanto o mundo desaba, que a Virgem Maria seja em nosso favor, para que permaneçamos firmes, custe o que custar, nadando contra a corrente, contra tudo e contra todos se necessário for, em santa intransigência para com as Leis de Deus.

Caixinhas de surpresas

– Ao mesmo tempo em que a Califórnia proibia o “casamento” gay, outros estados americanos aprovavam outras coisas completamente diferentes e que não merecem louvor. Por exemplo, foram rejeitadas propostas que restringiam o aborto (não sei exatamente quais) no Colorado e em Dakota do Sul, e em Washington foi aprovada a Eutanásia (como diz na notícia, “suicídio acompanhado para pessoas com doenças terminais”). Triste.

– A Rádio Vaticano publicou – sem nenhum disclaimer avisando aos navegantes que se trata de opinião pessoal em flagrante contradição com o Magistério da Igreja, o que é totalmente incompreensível – a opinião do cardeal Martini segundo a qual a Humanae Vitae afastou as pessoas da Igreja e que a questão da contracepção “poderia ser melhor abordada, da perspectiva pastoral”. Se fosse possível haver tristeza no Céu, eu diria que o jesuíta estaria arrancando lágrimas de Santo Inácio de Loyola. Para mais detalhes sobre o lamentável espetáculo (claro está que a posição do eminentíssimo cardeal carece de valor para os fiéis católicos dignos deste nome), remeto ao Igreja Una.

– A ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas [Bissexuais, Travestis, etc, etc] e Transexuais – divulgou uma nota de repúdio – pasmem!“sobre a exclusão de homossexuais do sacerdote (sic) católico”! A supradita associação “vem a público expressar indignação diante da atitude discriminatória do Vaticano em avaliar candidatos ao sacerdote por meio de exame psicológico, com rejeição daqueles que tal análise considerar serem homossexuais”. Distorções de discursos de arcebispos católicos e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pressão sobre o Conselho Federal de Psicologia, e citações de Orwell às avessas: eis o conteúdo da nota. Quando a gente pensa que já viu de tudo…

– Achei no mesmo site uma notícia relacionada: Ministério da Educação vai distribuir nas escolas fluminenses livro sobre diversidade sexual. Que coisa linda, não? Depois acham que nós não temos razão ao não querermos que as nossas crianças sejam deformadas pela deseducação do governo gayzista…