Ontem (07/09) fez um ano que a Arquidiocese de Olinda e Recife foi envergonhada mundialmente, por conta da ultrajante presença do senhor Arcebispo e de vários membros do clero no famigerado “Grito dos Excluídos” – caminhando e cantando e seguindo a canção ao lado dos mais ferrenhos inimigos da Igreja Católica: comunistas, abortistas, gayzistas et caterva. Ontem foi, portanto, dia de cobrir-se de pó e de cinza, em memória da infâmia da qual esta Sé foi palco. Ontem foi dia de luto e de penitência para suplicar ao Altíssimo que tivesse piedade de nós, pelo opróbrio lançado em 2010 sobre a Igreja Santa de Deus.
E, graças à misericórdia divina (e, penso, à terrível repercussão negativa do evento do ano passado), este ano a promiscuidade sacrílega entre os filhos de Deus e os inimigos da Igreja foi bem menor do que no ano passado. Voltei ontem ao centro da cidade para acompanhar o Grito dos Excluídos. Este ano não houve (como houvera no ano passado) comunicados oficiais da Mitra convidando as paróquias e movimentos a tomarem parte do evento blasfemo; mesmo assim, voltei um pouco temeroso porque o site da Arquidiocese de Olinda e Recife noticiou a “mobilização nacional pelos direitos do povo brasileiro”, informando a data e a hora do manifesto. Mas as coisas não foram tão ruins quanto eu temia que fossem. Este ano, graças ao bom Deus, as coisas foram infinitamente melhores do que no ano passado.
O senhor arcebispo não estava presente. Também não vi nenhum dos vigários gerais ou episcopais. Não havia religiosos de hábito (à exceção de algumas poucas freiras) nem a presença da Arquidiocese foi registrada em nenhum momento em que eu estivesse presente. Não houve invasões de prédios, os homossexuais estavam em número menor e mais contidos e eu não vi o aborto ser defendido publicamente. Insista-se: em comparação com o ano passado, isto é uma mudança da água para o vinho. Agradeçamos à Virgem Santíssima – Nossa Senhora do Carmo, padroeira da Cidade do Recife e da Província Eclesiástica de Pernambuco – por este milagre da natureza e da graça.
Não obstante, ainda havia a incômoda presença de muitas pessoas e grupos ligados à Igreja Católica. Destaco as pastorais: Pastoral Carcerária, da Criança, Vocacional. Houve inclusive um momento em que o sr. Arnaldo Martins, da Pastoral Carcerária, subiu no trio elétrico para falar “em nome de todas as pastorais sociais da Arquidiocese”. Duvido que a maior parte das pastorais sérias desta Arquidiocese tenha delegado um representante para o Grito dos Excluídos, ou mesmo que aceitasse a presença de um representante em tal evento.
Havia também algumas religiosas de hábito e, para nosso horror, vários membros da “Conferência dos Religiosos do Brasil” (vestidos à paisana; imagino que sejam religiosos, mas não dá para ter certeza). As meninas (freiras? Sabe-o Deus!) da Pastoral Vocacional dançavam, acompanhando a marcha com animação. Bem pouco atrás tremeluzia a grande bandeira do Grupo Gay Leões do Norte. E assim seguia o cortejo.
Quis a Divina Providência que houvesse um evento de flores no Pátio do Carmo, destino final da Marcha, de modo que não foi possível aos homossexuais repetirem o deboche do ano passado. Algumas cirandas, depois os brados de “pela vida grita a terra / por direitos, todos nós” (tema do evento deste ano) e c’est fini: as pessoas voltavam para casa, eu com elas, dando graças a Deus pelo escândalo deste ano ter sido infinitamente menor do que em 2010.
O Grito trata-se, na verdade, de um verdadeiro saco de gatos, cachorros e papagaios onde tem espaço para todos os temas: homossexuais, agrotóxicos, primavera árabe, etc. – havia até um descontente torcedor do Santa Cruz (sério!) pedindo a imediata expulsão de Ricardo Teixeira. Mas o que verdadeiramente marca neste evento é a visão horizontal que ele possui.
A faixa da foto acima é bem representativa do manifesto: eles não aceitam Deus, não querem o Messias. Querem construir tudo sozinhos, por suas próprias mãos. Na verdade, Deus é o verdadeiro excluído a priori deste evento materialista – a faixa acima o diz com todas as letras! E, em um evento onde Deus não é bem-vindo, o que faziam os religiosos de Recife? Qual o sentido da participação das pastorais da Arquidiocese? O que fazem católicos em uma marcha para a qual o Todo-Poderoso não foi convidado e onde, aliás, é expressamente proibida a Sua entrada? E não me consta que as coisas sejam diferentes Brasil afora! Até quando os católicos caminharão de braços dados com os que zombam do Deus Altíssimo?
Permita o bom Deus que os católicos brasileiros, guiados por santos pastores, aprendam que não nos é permitido sentar à roda dos escarnecedores. E que a Fé exige uma coerência de vida que, infelizmente, ainda não enxergamos em manifestações como as que ocorreram ontem. Que elas sejam condenadas com zelo e determinação, e que a presença de católicos em eventos assim seja expurgada definitivamente – ad majorem Dei gloriam. Que a Virgem Santíssima nos livre dos escandalosos conluios entre os Seus filhos e os inimigos da Igreja do Seu Filho. Abaixo, algumas fotos de ontem.