Notas avulsas sobre o 31 de outubro

– Hoje é Haloween. Ao contrário do que é comum pensar, não é uma festa pagã. Trata-se da All Halows’ Eve, a Vigília de Todos os Santos, festa catolicíssima portanto. Só se comemora hoje o Haloween porque amanhã nós celebraremos a Solenidade de Todos os Santos, não convém esquecer. “Gostosuras ou travessuras”, com os olhos fitos na Festividade de amanhã, não fazem assim mal a ninguém.

– Parece que é também “Dia do Evangélico” em alguns lugares do Brasil; p.ex., aqui no Cabo de Santo Agostinho, é o «Dia Municipal da Reforma Protestante e Ação de Graças». Isso porque as bruxas já estavam soltas nos idos de 1500, e os demônios pagãos que voavam pelos ares alemães daquela época inspiraram Lutero a pregar as suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg exatamente no Dia das Bruxas. São uma dessas ironias históricas que dão o que pensar.

– Hoje, no almoço, alguém comentava que amanhã devia ser feriado. E de fato era; como os feriados civis dos países católicos (como o Brasil) seguiam o calendário litúrgico da Igreja e como o Dia de Todos os Santos é dia santo de guarda (cf. CIC, Cân. 1246, §1), era igualmente feriado civil. Não sei quando foi que o deixou de ser no Brasil; em Portugal, este é o primeiro ano em que o 1º de novembro não é feriado.

– Há três anos, em 2010, o Haloween caía num domingo. Segundo turno de eleições presidenciais. Outra ironia eloqüente… No dia das Bruxas daquele fatídico ano, para a nossa desgraça, a sra. Rousseff era eleita presidente da República. Desde então, afundamos cada vez mais.

– Hoje, o Papa Francisco celebrou (ao que me conste pela primeira vez) uma Missa versus Deum junto ao túmulo do Beato João Paulo II. O Rorate Caeli discordou das razões expostas pelo Fratres e disse (com o que concordo, aliás) que um altar improvisado se poderia facilmente arranjar caso o Papa assim solicitasse. De minha parte, acho que o Sumo Pontífice não estava acostumado a celebrar dessa maneira. Espero que ele tenha gostado.

Curtas

Oração de Pio XII pelos sacerdotes. “Concedei-lhes, oh Senhor, desprendimento de todo o interesse terreno e que só busquem a vossa maior glória. Concedei-lhes ser fieis às suas obrigações com a pura consciência até ao posterior alento”. Convém rezarmos. Que nos empenhemos em pedir ao Altíssimo pela santificação do clero.

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– Sobre o feriado nacional muçulmano-cristão libanês, no IHU e na Canção Nova. O texto é o mesmo. A parte referente ao Papa: “Recebido em audiência pelo Papa Bento XVI em 21 de fevereiro, logo depois do decreto de criação da festa islamo-cristã, o primeiro-ministro aproveitou seu compromisso a favor da coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos. Os dois chefes de Estado fizeram votos para que ‘através da coexistência exemplar das diversas comunidades religiosas que compõem o Líbano, o país continue a ser uma mensagem para a região do Oriente Médio e para o mundo inteiro'”.

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O Tigre confessa, do João Pereira Coutinho. “A privacidade; a existência de um espaço meu e dos meus, onde a multidão não entra, é talvez a maior conquista da civilização judaico-cristã. Destruir essa barreira sempre foi e sempre será o princípio da tirania”.

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El coma andante gosta mesmo é da Nike, sobre a hipocrisia cubana. “A Nike, não custa lembrar, representa um ícone do ‘imperialismo ianque’, segundo os perfeitos idiotas latino-americanos. Quer dizer então que o ditador pode usar símbolos do capitalismo americano numa boa? Além disso, não há um embargo econômico dos Estados Unidos à ilha-presídio? Onde foi que Fidel comprou este uniforme? Será que o povão cubano, o gado bovino de propriedade dos irmãos Castro, pode comprar um desses também?”. E o Lula lá. Ao lado do ditador. Enquanto um cubano morria após quase três meses de greve de fome.

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“Alcides morreu porque era um negro”. Data maxima venia, senhores sacerdotes, NÃO. Não morreu porque era negro. Não são só os negros que morrem injustamente. Este assassinato específico não teve nada a ver com racismo. Não foi este o porquê da sua morte. Por favor, não desonrem a  memória do meu conterrâneo transformando a tragédia em uma versão racista imbecil da luta de classes socialista.

Alcides morreu por causa do descaso das autoridades públicas com a segurança, porque o Brasil é um país violento, onde os marginais não são punidos como deveriam e onde a população de bem não pode se proteger e nem tem quem a proteja. Aliás, dos dois criminosos que assassinaram Alcides, um é ex-presidiário e o outro, por ser de menor, vai para uma unidade da “Fundação de Atendimento Socioeducativo” – nem sei por quanto tempo, provavelmente por um ou dois anos, e depois vai voltar às ruas. Este é o problema, senhores sacerdotes, e não a cor da pele do meu amigo.

Rússia cria [outro?] feriado para incentivar a natalidade

Déjà vu: Província russa tem feriado para casais procriarem. Mas a Rússia já havia criado um feriado para incentivar a natalidade… seria mais um feriado? Relendo as notícias anteriores e esta agora, descobri que o feriado de hoje (12 de setembro) foi instituído em 2005. O que foi noticiado em julho foi um outro feriado, criado este ano. Este de hoje é de incentivo à procriação para que nasçam crianças no dia 12 de junho (daqui a nove meses, Dia da Rússia); o de julho, segundo o New York Times lá citado,

extends Russia’s promotion of procreation, urging couples not only to have children but also to provide those children with two-parent, stable family lives.
[estende a política de promoção da procriação da Rússia, instando os casais não apenas a terem filhos mas também oferecem a estes filhos vidas familiares estáveis, com ambos os pais].

A reportagem de hoje nos traz tristes dados:

Com uma taxa de natalidade de 11,03 nascidos vivos por mil habitantes, menor que a taxa de mortalidade de 16,06 mortes por mil habitantes, a Rússia registra crescimento populacional negativo de -0.47% (estimativa para 2008 do CIA World Factbook, publicação da agência de inteligência do governo norte-americano). A taxa de fecundidade (número de bebês nascidos pelo número de mulheres em idade fértil) é de apenas 1,4 – quando o mínimo para garantir a estabilidade da população é 2,1.”O que ocorre na Rússia é o mesmo que se passou na Itália, França, Espanha, quando se modernizaram”, avalia Lohbauer.

E também:

Além da baixa taxa de fecundidade, um agravante para a perda de população é que a Rússia possui uma das mais altas taxas de suicídio do mundo, com 32,2 por cem mil habitantes, na frente de países como o Japão, com 24,2 suicídos por cem mil habitantes (dado da Organização Mundial da Saúde para o ano de 2005).

Triste realidade! Rezemos pelos russos. E que as terras do lado de cá do oceano acordem, a fim de que o seu futuro não seja o triste suicídio demográfico que nós vemos em países como a Rússia…