Ele é o dono e o sentido da festa – Feliz Natal!

É o Natal do Senhor, e Cristo é nascido para nós. No mais alto dos Céus os anjos entoam o cântico de Glória, e na terra os homens de boa vontade podem enfim gozar de paz. Foi-nos dado um Menino para a nossa salvação!

É Natal! Que as portas do Céu neste dia abertas de par em par possam derramar copiosas graças sobre nós. Que, após a peregrinação do Advento, possamos chegar jubilosos a Belém para adorar o Deus-Menino nos braços virginais de Sua Santíssima Mãe. Que o fulgor desta Luz que resplandece nas Trevas possa afastar as trevas dos nossos próprios corações, e que a vista de um Deus envolto em faixas por amor a nós possa comover-nos e nos converter.

Porque Ele é o dono e o sentido da festa. Se o Natal é a festa das famílias, é porque o Verbo nasceu no seio da Família de Nazaré. Se é uma festa alegre, é pelo fato desta alegria ser um eco daquele gloria in excelsis Deo que os os coros angelicais entoaram há dois mil anos. Se é uma festa de paz, é por conta da promessa aos pastores de que o Nascimento do Menino era causa de paz na terra aos homens de boa vontade. Se é uma festa de troca de presentes, é porque é uma festa de Aniversário. Se é uma festa de generosidade para com os mais pobres, é por conta da Estrebaria de Belém que foi a única a oferecer alguns cuidados à indigência de uma Mulher grávida com Seu Esposo. Se é uma festa de mudança de vida, é por causa do Verbo que Se fez carne um dia e, desde então, o mundo nunca mais foi o mesmo. Tudo no dia de hoje exige o Menino de Belém e aponta para Ele. Não nos esqueçamos desta verdade.

papai-noel

Cristo nasceu! Aleluia!

Um Santo e Feliz Natal a todos os leitores do Deus lo Vult!.

Abortion Party

Li no Wagner Moura. Terrível. Nos Estados Unidos, é comum que as mulheres promovam festas – “beneficentes” – para arrecadar dinheiro para custear procedimentos de aborto. Para os que dizem que ninguém é a favor do aborto, que todo aborto é traumático, que é uma violência que ninguém está disposto a correr e, se uma mulher a ele recorre, é porque está desesperada e não tem outra opção, e blá-blá-blá: “[o]s registros dessas festas são públicos em países onde o aborto é legalizado. E não adianta dizer que se trata de “manisfestações cívicas” em comemoração ao direito conquistado… Como diz a nota, são festas bem pragmáticas, servem para custear abortos. Difícil imaginar mulheres desesperadas comemorando a última alternativa que lhes restou com bebida e música”.

Da quinta-feira passada, sete de julho de 2009, na revista Glamour: By the end of the abortion party, the money pot was overflowing and the guests were sweaty and drunk. Na tradução do Wagner Moura, “No final da festa do aborto o pote de doações estava completamente lotado e os convidados suados e bêbados”. Repugnante. Tenha Deus misericórdia de nós todos.

Dai-nos a bênção, ó Virgem Mãe…

No dia da Imaculada, fui ao Morro da Conceição, aqui em Recife, onde existe uma festa muito antiga e muito conhecida. Lembro-me de que meus pais iam ao morro quando eu era pequeno e me levavam; deixei de ir quando entrei na adolescência (por não ter “mais paciência” para essas coisas) e, após reencontrar a Fé da minha infância, não tinha ainda voltado ao morro na festa da Imaculada. Fui lá este ano, pela primeira vez depois de uns dez anos… é bonito ver “a fé do povo”, uma fé simples, mas viva, manifestada nas procissões, nas pessoas que assistem à Santa Missa, nas imagens da Virgem compradas, nas promessas pagas (pessoas vestidas de azul e branco), nas músicas cantadas: “Dai-nos a bênção, ó Virgem Mãe! / Nossa Senhora da Conceição…”.

Primeiro, fui com meus pais aos pés da Virgem Santíssima. Renovar-Lhe o meu afeto e a minha consagração, colocar-me – mais uma vez – a Seu serviço e a Seu inteiro dispôr, como escravo inútil (que, mais que isso, não posso ousar ser). Depois, desci até o Sítio da Trindade, aos pés do Morro, de onde ia sair a procissão – lá os meus pais me deixaram, pois não tiveram coragem de acompanhar o povo. Fui eu, representando a família.

Encontrei um jovem sacerdote de batina e barrete – tinha que ser o pároco, de quem eu já tinha ouvido falar: o padre Josivan. “Padre, sua bênção. O senhor é o pároco?”. Sim, era ele. Um amigo sacerdote de outro estado – que estudou com o pe. Josivan no seminário – sempre me perguntava dele, e eu sempre respondia que, embora soubesse onde fica o morro, não conhecia o pároco. Ontem, mandei-lhe lembranças… mas a procissão já se preparava para sair. Acompanhada no trajeto pela polícia militar, pelo padre, por alguns grupos de movimentos da Igreja (terço dos homens, Legio Mariae, etc), seguia a Virgem SSma. em direção ao morro, e eu A ia seguindo, terço em punho, recitando-Lhe o Santíssimo Rosário.

Mais ou menos uma hora depois, chegamos ao alto do morro, onde a imagem da Virgem foi colocada no palco (preparado para a missa campal) e iniciou-se a Santa Missa, celebrada por Sua Excelência Reverendíssima Dom José Cardoso Sobrinho. Na homilia, a explicação dos textos bíblicos recém-proferidos: como Deus prenunciou a vitória da Virgem Maria lá no Gênesis, e como o Anjo chamou a Virgem Santíssima de “cheia de Graça” – dando assim testemunho da Sua Imaculada Conceição. Uma bela homilia (as aspas não são literais, porque cito de memória; mas, as idéias, são essas sim): “o Papa [Paulo VI] disse que o culto à Virgem Maria é essencial ao cristianismo. Portanto, quem rejeita a Virgem Maria está rejeitando o Cristianismo, porque rejeita uma parte que lhe é essencial”; “não precisamos ter escrúpulos ao rezar à Virgem Maria, pensando que talvez estejamos dando mais atenção a Ela do que a Jesus: não, meus irmãos, isso não existe”; “o católico que se esforça para viver a sua Fé é, automaticamente, um bom cidadão; o bem da sociedade, portanto, alcança-se quando se vive fielmente a Doutrina da Igreja”; “foi por Maria que Jesus veio até nós, e é por Maria que nós devemos ir a Deus”.

Enfim! Após a Santa Missa, voltei para casa, cansado, mas feliz. Como toda festa pública, existe o “lado profano” da festa do Morro – os bares abertos com músicas de baixíssimo nível, as pessoas que lá iam para “se divertir” e não para rezar, etc. -, mas alegrei-me ao descobrir que ainda é possível rezar à Nossa Senhora da Conceição, acompanhando o povo, participando das celebrações, ajoelhando-se aos pés da imagem da Imaculada. Que Ela nos abençoe a todos; que, por Seus méritos, digne-Se Ela conduzir-nos por este mundo com os olhos fitos na Eternidade, para que, caminhando entre as coisas que passam, não abracemos senão aquelas que não passam.

Nossa Senhora da Imaculada Conceição,
Rogai por nós!

P.S.: ontem foi publicada no Veritatis Splendor a História do Dogma da Imaculada, por frei Pascual Rambla; para quem quiser conhecer um pouco mais sobre a Imaculada Conceição da Virgem Maria.

P.S. 2: um grupo de romeiros que se dirigia – a pé – ao morro da Conceição para as festividades de ontem foi vítima de um acidente na madrugada da segunda-feira; sete deles morreram. Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição possa receber no Céu aqueles que partiram da terra enquanto se dirigiam para a festa d’Ela. Requiescant in pace.