A fidelidade é também um martírio

Quanto autem eis praecipiebat, tanto magis plus praedicabant.

O bem é por sua própria natureza difusivo. Nosso Senhor ordenou-nos, no final de Sua vida terrestre, que fôssemos pelo mundo inteiro anunciando o Evangelho a toda criatura; mas a rigor nem precisaria ter-nos ordenado. Os discípulos de Cristo, é certo, sentiriam no seu âmago a necessidade contar a todo mundo a Boa Nova que haviam descoberto — e haveriam de sair pregando o Evangelho da Salvação Cristo tendo-o ordenado ou não.

Aliás, mesmo que o tivesse proibido! As Escrituras não nos dão testemunho? Certa feita, por exemplo, Nosso Senhor curou um surdo-mudo. Os que O acompanhavam ficaram extasiados. Cristo — diz-nos o Evangelista —  «[p]roibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam» (Mc VII, 36).

O anúncio do Evangelho não pode ser proibido. Todas as experiências históricas o demonstram de forma cabal. Não já foi a Igreja perseguida milhares de vezes em centenas de circunstâncias diferentes? Em cada uma delas o Cristianismo não sucumbiu, mas ao contrário: soube crescer e germinar sob a terra, a fim de florescer na primeira oportunidade. Os séculos se encarregaram de provar verdadeiro o dito de Tertuliano segundo o qual o sangue dos mártires é semente de cristãos. Mas, ora, a ridicularização também não é uma forma de martírio? Foi o que São João Paulo II disse certa vez aos jovens, em uma mensagem que se tornou antológica:

Também hoje, caríssimos amigos, crer em Jesus, seguir Jesus pelas pegadas de Pedro, de Tomé, dos primeiros apóstolos e testemunhas, implica uma tomada de posição a favor d’Ele e, não raro, quase um novo martírio: o martírio de quem, hoje como ontem, é chamado a ir contra a corrente para seguir o divino Mestre, para seguir «o Cordeiro por onde quer que vá» (Ap 14, 4). Não foi por acaso, queridos jovens, que eu quis que, durante o Ano Santo, se recordassem junto do Coliseu as testemunhas da fé do século vinte.

Talvez não vos seja pedido o sangue, mas a fidelidade a Cristo é certo que sim!

19 de agosto de 2000
Vigília de Oração — XV Jornada Mundial da Juventude

Talvez o sangue não nos seja pedido; mas a fidelidade sim! E esta fidelidade contra tudo e contra todos, da qual o mundo debocha e por conta da qual somos chamados de fanáticos e intolerantes, que nos fecha portas e nos afasta de amizades, que merece escárnio, desprezo e piadas, esta fidelidade, em suma, que tanto dói e tanto machuca… não é também uma forma de martírio? E sendo essencialmente martirial, não terá também o condão de difundir a Fé? A fidelidade não será abençoada por Deus, a fim de que se torne, ela também, semente de cristãos?

O bem é difusivo e não pode ser contido. O Evangelho é uma Boa Nova cuja descoberta não pode deixar de ser partilhada — quem O guardasse para si, na verdade, não O teria realmente encontrado. O Apostolado não é uma exigência que nos é feita desde fora, mas um impulso que brota da própria Fé e nos move a partilhar com os nossos próximos aquilo que outros partilharam conosco — aquilo de que todo ser humano precisa, pelo qual todo homem anseia.

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O cristão ou é apóstolo ou é apóstata. O apostolado não é uma opção, não é algo que possamos desempenhar ou retrair a nosso talante. São Paulo uma vez exclamou: «Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!» (ICor IX 16b) — e bem faríamos em ter esta imprecação ressoando, sempre, nos nossos ouvidos indolentes. Não nos podem proibir o anúncio do Evangelho; nenhuma autoridade sobre a terra tem este poder.

O Evangelho precisa ser anunciado por sobre os telhados. Precisa, aliás, ser tanto mais anunciado quanto mais o desejarem silenciar — ai de nós se nos calarmos! É nas perseguições que o Cristianismo floresce; sempre foi assim e não é hoje que haverá de ser diferente. A fidelidade nos é tanto mais exigida quanto mais força fizerem para que sejamos infiéis: que o bom Deus nos conceda sempre a graça de resistir a cada dia. A fidelidade é também um martírio — que a saibamos bem sofrer. Deus não deixará que seja em vão; o Altíssimo, que tudo vê e tudo pode, saberá fazer da fidelidade dos novos mártires a semente da Igreja.

Up – Altas Aventuras

[ATENÇÃO! CONTÉM SPOILERS!]

upaltasaventurasAcho que eu nunca recomendei enfaticamente um filme cá no Deus lo Vult!. Faço-o agora, com o novo desenho da Pixar: Up – Altas aventuras é um filme primoroso.

Quem pretende assistir o filme, eu sugiro que não leia este post ainda, porque as revelações sobre o enredo podem tirar um pouco da graça de descobri-lo pouco a pouco, conforme a trama se desenrola na película. Ao mesmo tempo, não posso deixar de tecer alguns comentários sobre o desenho que assisti ontem à noite. Muita coisa poderia ser comentada.

Antes do mais, é inusitada a figura do herói: o protagonista da trama é um velho, viúvo, de bengala. É uma pessoa frágil e cheia de limitações, daquelas que nós nunca esperamos encontrar em situações perigosas ou enfrentando aventuras; no entanto, é precisamente este o personagem que a Pixar apresenta no desenho. Não é um alguém com super-poderes, nem um gênio de inteligência ilimitada, nem mesmo alguém de porte atlético que tenha força e velocidade: muito pelo contrário, é um senhor de idade que nem mesmo pode descer uma escada. Não é um executivo bem sucedido, nem famoso, nem aventureiro, nem nada: é um velho vendedor de balões viúvo. Personagem mais sem graça, impossível. E é aqui que o filme começa a surpreender.

Há várias formas de encontrar mensagens positivas no filme: nunca é tarde para recomeçar, as aparências enganam, os bens materiais não são a coisa mais importante da vida. São todas válidas, e todas essas coisas são mostradas nas cenas do filme. Mas a melhor de todas, para mim a que merece aplausos e faz com que o filme mereça ser assistido e divulgado, é referente ao amor e ao casamento.

Peço licença para contar a – na minha opinião – melhor parte da trama, refazendo o convite acima de que parem a leitura os que não assistiram ainda o filme e pretendem fazê-lo em breve. O filme começa quando o protagonista é ainda criança e assistia filmes de exploradores de selvas da América do Sul. É neste contexto que ele encontra a garota que, mais tarde, vai ser a sua esposa.

O sonho da menina é visitar as florestas da América do Sul quando crescer e viver as grandes aventuras com as quais sonhava. Ela tem um caderno que mostra ao garoto – “Meu livro de aventuras” -, cujas primeiras páginas estavam ocupadas com fotos de cataratas na Venezuela, penas de animais, folhas de árvores, etc. É um livro grande, mas que só está com as primeiras páginas preenchidas; todo o resto é de folhas em branco, iniciadas por uma página com o título “Coisas que vou fazer”, e a menina diz que, lá, ela vai escrever as aventuras que vai viver quando crescer.

O tempo passa, os dois crescem, apaixonam-se, casam-se, envelhecem juntos. O livro de aventuras da menina fica esquecido. Certa vez, o velho o encontra e, lembrando-se de que a esposa sonhava em viver aventuras na América do Sul quando criança, decide surpreendê-la com uma viagem ao lugar que ela sempre sonhou em visitar, mas não tem tempo: a mulher morre antes que ele possa viajar com ela.

“É uma animação ou um filme para chorar?”, ouvi alguém comentar na cadeira de trás. O fato é que o velho fica viúvo, sozinho, ranzinza, sem ter dado à esposa a oportunidade de viver as aventuras que ela sonhara desde criança. Quando ameaçam levá-lo para um asilo, ele decide empreender – finalmente – a viagem à América do Sul para preencher o “Meu livro de aventuras” da sua esposa, fazendo tudo o que ela sonhou fazer e eles não tiveram a oportunidade de fazer juntos. E o faz de uma forma inusitada: amarrando balões à sua casa e levando-a, flutuando, até as selvas sul-americanas. Quer colocar a casa no exato mesmo lugar – no alto, junto a uma catarata – onde a esposa a desenhou um dia, quando era criança.

Tem muito trabalho para fazê-lo e passa por muitas dificuldades até chegar lá. Encontra um garoto, um pequeno escoteiro, que o seguiu, tem que tomar conta dele, encontra um cachorro e um pássaro selvagem exótico (aos quais se afeiçoa o garoto), encontra um explorador que está caçando o tal pássaro, precisa escolher entre ajudar o garoto e o pássaro ou salvar a sua casa (que ainda não havia levado para o lugar onde queria)… ao final, enfim, consegue pôr a casa no alto da montanha, ao lado da cachoeira, exatamente onde a falecida esposa a desenhou quando criança.

Imagino o que ele sente: teve trabalho para chegar até ali, demorou bastante, a esposa não está mais com ele, mas ele está finalmente está vivendo as aventuras que a esposa, um dia, muitos anos atrás, confidenciou-lhe que desejava viver. Pega o velho “Meu livro de aventuras”, folheia-o mais uma vez, pára à página “Coisas que vou fazer”, e tem-se a impressão de que ele vai começar – enfim! – a escrever as aventuras da vida dele.

Confesso que o filme me enganou e me surpreendeu; achei realmente que o sonho de aventuras das crianças havia sido frustrado, que o caderno havia sido esquecido, que a vida de aventuras desejada na infância havia sido sufocada pelo quotidiano da vida “normal”, ou que a velha era digna de compaixão porque havia tido uma vida longa e, em um certo aspecto, frustrada, por não ter conseguido fazer o que sonhara quando criança. Ledo engano meu. Sentado à cadeira, parado à folha (logo no início do caderno, lembremo-nos!) das “Coisas que vou fazer”, o velho percebe que existe algo na folha seguinte. Vira a folha.

Uma foto do casamento. Outra foto dele carregando a noiva. Fotos deles passeando. Fotos deles deitados no parque. Páginas e mais páginas repletas de fotos da vida deles, sentados em casa, lendo livros, em pequenas e banais situações do quotidiano, ao longo dos anos. O caderno está todo preenchido, até à velhice, até à última folha, na qual está escrito alguma coisa como (não lembro exatamente porque, a esta hora, as lágrimas embaraçavam-me a visão): “obrigado pelas grandes aventuras que me proporcionou”.

Após isso, o velho se transforma. Larga o ar ranzinza, sorri, lança fora um monte de quinquilharias que havia na casa (fazendo com que ela flutue novamente), vai ajudar o pássaro que havia sido capturado e o garoto que havia ido salvá-lo. Consegue, afinal; mas a cena do “Meu livro de aventuras” é apoteótica, e nunca imaginei encontrá-la em um desenho animado moderno. É sensacional. Se eu aplaudo, elogio e recomendo este filme, é principalmente por causa disso: porque ele teve a coragem de apresentar uma vida conjugal longa, de companheirismo e de fidelidade, como sendo a grande aventura de uma vida.

Castidade, fidelidade, natalidade.

O documentário “Inverno Demográfico” (aqui referenciado) está legendado em português – foi um amigo que, gentilmente, passou-me a informação, aproveitando-me para dizer que o mesmo é espetacular, imperdível, e que, a despeito de ser uma produção americana, o DVD vendido no site é multilingüe, com legendas em português, espanhol, russo e romeno. A versão em inglês pode ser assistida na íntegra no Google Videos.

Um outro amigo, com quem estive rapidamente ontem – o Valter Romeiro, responsável direto pelo “Uma mesa cheia de crianças” aqui publicado há algum tempo – veio perguntar-me sobre o documentário; falei-lhe que não o havia ainda assistido. O assunto muito o interessa, e ele aproveitou-me para fazer uma curiosa pergunta e dar uma resposta, aos olhos do mundo, inusitada. A pergunta: como resolver este problema? A resposta: com aquilo que a Igreja ensina. Mas ele chegou à resposta da Igreja por um outro caminho, que vou tentar refazer aqui. Um caminho que tem muitíssimo valor por ser, digamos, “livre de influência religiosa”.

Ponhamos claramente o problema logo de início: até mesmo falando de um ponto de vista meramente natural, a baixa taxa de natalidade é danosa às sociedades. Se esta estiver abaixo da taxa de reposição (2.1 filhos por mulher), a população diminui ao longo do tempo, e isso é ruim para o Estado. Utilizemos um exemplo simples, apenas para fins ilustrativos: seja uma sociedade qualquer composta de dez cidadãos, cinco homens, cinco mulheres. Todos se casam; se cada um deles tiver apenas um único filho, quando os dez cidadãos originais morrerem, a nossa pequena sociedade vai estar ainda menor, com apenas cinco habitantes. Caso isso se mantenha, a sociedade desaparece, porque os cinco viram dois na terceira geração, os dois viram um na próxima, e este um que restou morre sozinho.

“Ah”, pode argumentar alguém, “mas evidentemente não queremos extinguir a humanidade; após uma redução da população, quando chegarmos a um número de habitantes que considerarmos razoável, aumentamos novamente as taxas de natalidade para mantê-lo”. Este raciocínio tem dois problemas: a mudança de mentalidade necessária para que isso ocorra (é difícil – e vamos voltar a isso daqui a pouco – “convencer” as pessoas a terem filhos depois de as terem ensinado a vida inteira que filhos “não prestam” e devem ser evitados) e um pequeno “detalhe” que as pessoas às vezes esquecem. Voltemos à nossa sociedade de dez habitantes. Na segunda geração ela tem apenas cinco habitantes, mas existe um intervalo de tempo em que ambas as gerações coexistem e, quando isso ocorre, temos somente cinco braços jovens para sustentar as quinze pessoas que formam a cidade. Qualquer pessoa há de convir que não é fácil fazer com que um terço da cidade sustente a cidade inteira; e, embora os números não sejam tão “redondos” num caso real, é fato matemático incontestável – salvo alguma situação atípica de extermínio de idosos – que o número de jovens diminui em relação ao de velhos quando as pessoas têm menos filhos. Eis, em linhas tão simples quanto consigo, a famigerada “crise da previdência”.

O “inverno demográfico” é danoso às sociedades – creio que isso já esteja suficientemente demonstrado. Eis o problema; ele sem de fato existe. Qual a solução? Na Europa, houve governos que tiveram a idéia de uma espécie de “bolsa-criança”: incentivo (financeiro) estatal para as mulheres que tivessem filhos. Idéia materialista, e que não dá resultado – diz o meu amigo economista – porque não é lucrativa. Para que uma mulher cuide de crianças, ela precisa abdicar ao menos de parte de sua vida profissional (já que o “tempo integral” dela vai precisar, evidentemente, ser dividido entre a família e o trabalho); outrossim, há os gastos que as crianças exigem… ora, para uma mulher que foi criada sob a quimera de uma “independência financeira”, sob uma ideologia consumista e materialista, sob o “beneplácito” de uma pseudo-liberdade individualista… acham realmente que ela vai encarar? Para se incentivar as pessoas a terem filhos somente por meios financeiros, a quantia oferecida teria que ser muito atrativa – o que é inviável.

Talvez mais importante do que isso, há o quesito “sobrevivência”. Não havendo casamento indissolúvel – portanto, não havendo estabilidade matrimonial – e estando a mulher permanentemente sob o “risco” de se ver sozinha, abandonada pelo marido, parece lógico que ela precise, de todo jeito, prover o próprio sustento, pois nunca se sabe quando pode dele precisar – e “ter filhos” é universalmente visto como a forma mais contraprodutiva possível de se obter independência financeira, ao menos a curto prazo. O divórcio desestimula, portanto, as famílias a terem filhos. “Ah, nem vem, o divórcio não tem nada a ver com isso, pois desde que o mundo é mundo que canalhas abandonam as esposas” – é verdade. Mas estes sempre foram vistos como canalhas. Com o divórcio institucionalizado, no entanto, eles se transformam em nada menos do que cidadãos de bem no pleno exercício dos seus direitos! Em qualquer lugar, a maior parte das pessoas é sinceramente mais simpática à idéia de usufruir de um seu direito do que de ser um canalha; é, portanto, óbvio que o risco das famílias “se destruírem” hoje é maior.

Para que haja natalidade, é portanto necessário haver estabilidade familiar; se aquela é fundamental para as sociedades, segue-se que esta também o é. Por conseguinte, defender a Família Indissolúvel é fundamental para as sociedades. E, não, ainda não terminamos, porque há um outro “destruidor de lares” que precisa ser desmascarado: a “liberdade” sexual.

Quando se prega a livre sexualidade, está-se – nos termos econômicos com os quais o meu amigo gosta de se expressar – desvalorizando um bem. O “bem” em questão é o prazer sexual; se, antes, para obtê-lo era necessário assumir todas as responsabilidades inerentes à formação de uma família, hoje em dia ele pode ser obtido em qualquer lugar, com qualquer pessoa, sem custos, sem responsabilidades… é um desincentivo à formação de famílias estáveis. Isso pode ser visto de maneira mais clara se olharmos para o problema sob um outro aspecto: a fidelidade é tão mais fácil de ser obtida quanto menos exposta ela estiver às tentações, como é evidente. Ora, no mundo depravado no qual vivemos, em que há uma oferta de sexo que independe completamente da proposta matrimonial, cada um dos cônjuges está submetido à permanente tentação de obter satisfação sexual fácil: o ato conjugal não é mais um bem próprio dos cônjuges, e sim uma coisa qualquer, que qualquer um obtém, em qualquer lugar. Ora, por que aquele homem de quarenta anos precisaria se contentar sexualmente com a sua mulher (que tem a sua mesma idade), quando pode muito bem satisfazer-se com uma jovem que tenha metade da idade dele? A “concorrência” é desleal, pois a esposa (ou o esposo) não tem mais algo de exclusivo para oferecer ao seu cônjuge: o que ela (ou ele) pode dar, outra(0s) o podem igualmente, e de uma maneira até mais atrativa… a tentação é permanente! Há alguma surpresa em constatar que muitos sucumbem? Em uma palavra: a “liberdade” sexual na juventude – que, vale salientar, obviamente não fica circunscrita a esta fase da vida – é evidentemente inimiga da fidelidade conjugal na idade adulta.

Uma vez que a castidade é necessária à fidelidade conjugal, e a fidelidade conjugal é necessária à natalidade, e a natalidade é necessária ao bem das sociedades, terminamos de encadear os argumentos e podemos dizer, ousadamente, que a castidade é necessária ao bem das sociedades; estas  precisam, portanto, de castidade, de fidelidade, de natalidade, se quiserem sobreviver e prosperar. É a solução para o problema inicial apontada pelo meu amigo economista, e é – sem nenhuma surpresa para nós – exatamente a solução apontada pela Igreja; só que obtida por meio de um caminho isento de argumentação religiosa. A Igreja está certa, e isso pode ser constatado: para que a humanidade saia do inverno demográfico, é necessário investir na fidelidade no casamento e na castidade antes dele. Que a humanidade enferma possa ouvir a voz da Igreja; e que, sob Seus ensinamentos, possa atingir o bem almejado, e que o faça depressa, para que não sofra tanto, e para que não sejam acumuladas perdas maiores do que as que já temos então. Que Nossa Senhora, Mãe de Deus, interceda por todos nós; e que o Seu Filho, Salvador da Humanidade, tenha de nós misericórdia.