“[O Ecumenismo é], na verdade, uma traição a Jesus Cristo. Dar esperanças de que há salvação por qualquer outro caminho que não seja Jesus Cristo. Então tudo isso foi me afastando [da Igreja]. A princípio eu pensei que estes erros e outros (…) eram em razão do Concílio Vaticano II. Eu disse (…) estes papas chamados ‘conciliares’, a partir de João XXIII até Bento XVI não são papas. Eles são falsos papas. E eles é que trouxeram isso. Mas, para a minha surpresa, estudando a história da Igreja, eu descobri que esses erros que nós vivemos hoje, eles já estavam de alguma maneira desde o início do catolicismo, por volta do século IV, a partir de Constantino”.
– Diácono Francisco Almeida Araújo.
Foi “pastor” batista. Deixou a Igreja Evangélica, voltou para a Igreja Católica onde foi ordenado diácono e, hoje, arrepende-se profundamente disso. Está empenhado em divulgar publicamente a sua apostasia. Retornou ao lamaçal de onde, com a graça de Deus, saíra. É lamentável.
Escreveu uma confissão pública, no fim da vida. Gravou um testemunho em vídeo. A porca retorna ao lamaçal (cf. IIPd 2, 22) – é lamentável! É como fala a passagem dos Evangelhos:
Quando o espírito impuro sai de um homem, ei-lo errante por lugares áridos à procura de um repouso que não acha. Diz ele, então: Voltarei para a casa donde saí. E, voltando, encontra-a vazia, limpa e enfeitada. Vai, então, buscar sete outros espíritos piores que ele, e entram nessa casa e se estabelecem aí; e o último estado daquele homem torna-se pior que o primeiro. Tal será a sorte desta geração perversa (Mt 12, 43-45).
E as “razões” dadas pelo neo-herege são totalmente desarrazoadas. Falou em “ecumenismo”, confundindo-o com a “ecumania” irenista tantas vezes condenadas pela Igreja. Não explicou os motivos que o levaram do sedevacantismo para o protestantismo; para quem assiste ao vídeo, a impressão que fica é somente a de que um abismo atrai outro abismo. Mentiu, dizendo que a infalibilidade papal era desconhecida até o século XIX. Distorceu, para variar, a Doutrina Católica referente à mediação única de Nosso Senhor e à intercessão dos santos. Defendeu a noção estúpida e anti-bíblica de que Deus não recompensa as boas obras dos cristãos, chegando inclusive ao cúmulo de afirmar o nonsense (frontalmente contrário à realidade, aliás) de que nós fazemos boas obras porque esta é a nossa natureza. É lamentável.
A Cruz de Nosso Senhor foi “suficiente”? Sem dúvidas que o foi, mas o que significa isso? Que Ela é a fonte da qual brotam todos os méritos, o instrumento da nossa redenção somente em união ao qual podemos também nós merecer sobrenaturalmente o que quer que seja? Se for isso, então em nada se distingue esta concepção da Doutrina Católica, estando o sr. Francisco a atacar espantalhos. Agora, se ele quiser dizer que ninguém precisa fazer nada e ninguém é capaz de merecer nada, bastando “sozinha” a Cruz de Cristo sem nenhuma cooperação humana, então esta doutrina é diabólica e anti-bíblica. Porque é o Apóstolo quem diz, para calar a boca do herege:
O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja (Cl 1, 24).
Repito novamente: é lamentável! Que a Virgem Santíssima, que já intercedeu uma vez pelo diácono Francisco livrando-o da boca do leão, possa socorrer-lhe novamente neste momento em que ele cospe n’Aquela que o ajudou em suas necessidades. E que cada um examine a si mesmo, sempre! Quem julga estar de pé, cuide para que não caia (cf. 1Cor 10, 12) – é o ensino escriturístico cristalino, contra a doutrina anti-bíblica da “certeza da salvação”. E do qual a cada dia encontramos mais e mais exemplos, como a própria história do diácono Francisco nos mostra.
Sobre o mesmo assunto, ler também:
– Comentários em um testemunho de apostasia
– Algumas considerações sobre o caso do ex-diácono Francisco Araújo
P.S.: Ao que consta, morreu reconciliado com a Igreja. Deo Gratias.