Foi noticiada de maneira cândida na mídia recifense a aprovação de uma lei que descriminaliza o aborto pelo senado do Uruguai. Em duas votações apertadas (49 a 48 na Câmara dos Deputados, 17 dos 30 votos no Senado), foi aprovado um projeto de lei “que faria do país o mais liberal da América do Sul na abordagem da questão”.
O que a Folha de Pernambuco não falou foi sobre a fraude realizada pelos abortistas para conseguir esta legalização. Eis a palhaçada dos defensores do assassinato de crianças:
No dia 17 de outubro de 2007 foram votados no Senado dois projetos de defesa da saúde sexual e reprodutiva. O primeiro, que não legalizava o aborto, foi aprovado no geral. O segundo, que legalizava o aborto, foi rejeitado totalmente e não poderia ser mais votado na presente legislatura.
No dia 6 de novembro de 2007 o Senado tinha como único item da ordem do dia votar no particular o projeto já aprovado no geral e que não legalizava o aborto. Em vez disso, reconsideraram este projeto, votaram-no novamente e, nesta ocasião, apesar de que este projeto já havia sido aprovado, o rejeitaram. Depois votaram novamente, sem tê-lo reconsiderado, o segundo projeto que já havia sido rejeitado, o qual legalizava o aborto, e o aprovaram.
A versão taquigráfica das sessões, disponível no site do Parlamento Uruguaio e em cópias de vários outros sites pro vida, mostra tudo isto até os mais mais mínimos detalhes, que jamais foram informados ao público por parte da imprensa.
Com tudo isso, “a Câmara dos Deputados, em vez de votar um projeto que havia sido aprovado pelo Senado, votou, graças a estas fraudes, um projeto que havia sido rejeitado, como se tivesse sido aprovado”. Tal farsa grosseira é inacreditável; no entanto, acaso pessoas que defendem o assassinato de crianças indefesas poderiam agir com a mais perfeita retidão moral nos trâmites legais necessários à aprovação de sua causa assassina? Se há pessoas para os quais os fins justificam os meios, como esperar que fins torpes e doentios sejam defendidos por meios puros e ilibados?
O presidente do Uruguai, contudo, prometeu vetar a medida. Rezemos para que ele o faça, e o solo uruguaio não seja manchado pelo sangue de inocentes sob a tutela da legislação nacional. Diz a Folha que, dos países da América Latina, “[a]penas Cuba e Guiana permitem o aborto sem restrições”. Que o Uruguai não seja o próximo a seguir este péssimo exemplo.