Notícia trazida pela FOLHA DE SÃO PAULO de hoje: “UFRJ usa célula de embrião para curar cobaia paralítica”. A notícia chama o sucesso de “feito inédito no país” – o que é verdade. No entanto, nada foi dito sobre o fato de que cientistas americanos já fizeram isso antes (desde 2006 ou talvez até desde 2003) e, até agora, as células-tronco embrionárias são um tremendo fracasso terapêutico. Ou seja: nada de novo sob o sol.
O Jornal da Ciência traz a notícia (ou melhor, a nota) da FOLHA que complementa a anterior: “Nos EUA, teste deve começar dentro de poucos meses”. Mesmo? Que maravilha de rigor jornalístico! “[U]ma empresa” (qual?) fez o pedido, e os testes “deve[m] começar” em poucos meses. Sem fonte, sem nada… sei não, estou com a forte impressão de que isso é somente a cenoura amarrada na frente do burro…
Enquanto isso, cientistas europeus dizem que células-tronco retiradas dos testículos podem ser são tão boas quanto as embrionárias. O mundo inteiro preocupado com as questões éticas relativas ao extermínio sistemático de seres humanos em estado embrionário, com as (mais que conhecidas) limitações terapêuticas das células-tronco embrionárias… e o Brasil comemorando por se enveredar em caminhos que outros já trilharam e não levaram a lugar nenhum!
Também enquanto isso, o menino João Victor, de 9 anos, está esperando o remédio cuja promessa a Tia Zatz fez. Será que a doutora da USP já se esqueceu? Eu, não esqueci.